ATIVOS GLOBAIS PIORAM À TARDE, IBOVESPA PERDE 2,20% E REAL TEM PIOR DESEMPENHO DO DIA

Blog, Cenário
A euforia recente com a eleição do democrata Joe Biden nas eleições americanas e com sinais positivos sobre uma vacina contra a covid-19 perdeu espaço, nesta quinta-feira, para as preocupações com a disparada de casos de coronavírus na Europa e nos EUA, pesando negativamente nos ativos de risco internacionais. Até porque, o presidente do Fed, Jerome Powell, previu, hoje, alguns meses difíceis pela frente, ao considerar uma vacina para a doença como boa notícia apenas para o "médio prazo". Tal quadro apenas aprofundou o movimento que já se desenhou nos últimos dias no Brasil, quando juros e dólar subiram, enquanto a Bolsa caiu, após os investidores deixarem o exterior um pouco de lado e se voltarem para os problemas domésticos. Hoje, a combinação de aversão global ao risco com a cautela local fez a perda dos ativos brasileiros ser mais pronunciada do que a dos demais pares. O real voltou a ter a pior performance ante o dólar dentro de uma cesta de 34 moedas, enquanto o Ibovespa caiu bem mais do que os índices acionários americanos e a curva de juros ganhou inclinação novamente. Até porque, em meio às incertezas com a questão fiscal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acabou trazendo novos ruídos. Ele disse, durante um evento, que, se houver uma segunda onda de covid no Brasil, o auxílio emergencial será estendido com "certeza". A questão para o mercado não está apenas na eventual necessidade de manter esses estímulos, mas a declaração ocorre na mesma semana em que o presidente Jair Bolsonaro, também num evento público, questionou o que 40 milhões de pessoas farão se o auxílio acabar, piorando a percepção em relação ao rumo das contas públicas. Com tudo isso, os mercados tiveram deterioração adicional à tarde e o dólar renovou máximas, até terminar com alta de 1,14% no mercado à vista, a R$ 5,4782. Enquanto isso, o Ibovespa, que oscilou quase 3 mil pontos entre a máxima e a mínima, terminou não distante do piso do dia, ao cair 2,20%, aos 102.507,01 pontos. Em Wall Street, os principais índices também cederam, ainda que bem menos, entre 0,65% e 1,08%. Ainda mais sensíveis à questão fiscal, os juros futuros, por sua vez, sucumbiram à piora generalizada durante a tarde e, depois de uma manhã de queda, mesmo com o mega leilão de prefixados, acabaram o pregão acumulando prêmios, sobretudo nos vencimentos longos.    
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  MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York fecharam em queda, batendo mínimas na hora final de negócios, com investidores dando mais atenção à nova onda da covid-19 nos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, previu alguns meses difíceis pela frente, ao considerar uma vacina para a doença como boa notícia apenas para o "médio prazo". Enquanto isso, seguiam as dificuldades para os políticos em Washington avançarem rumo a um pacote fiscal mais robusto. Os investidores trocam a renda variável pela renda fixa, levando para baixo os juros dos Treasuries, num movimento de busca por segurança. No câmbio, o dólar mostrou viés negativo ante outras moedas fortes, sem muito impulso, e o peso mexicano ganhou fôlego após o Banco Central do México (Banxico) manter os juros, quando alguns analistas apostavam em corte. Entre as commodities, o petróleo registrou baixa, depois de um aumento nos estoques dos EUA e após a Agência Internacional de Energia (AIE) piorar suas perspectivas para a demanda global em 2020.   Os EUA têm batido recordes de casos da covid-19, o que provoca o temor de movimento similar ao da Europa, com restrições para impedir que o problema de saúde piore ainda mais. O Stifel aponta em relatório que algumas cidades americanas, como Boston, têm respondido ao problema com restrições adicionais à mobilidade. Já a Oxford Economics realiza um levantamento sobre a retomada e destaca que, nas duas semanas anteriores à eleição, já se notava uma "desaceleração visível na economia", com a demanda aparentemente estagnada. A consultoria vê uma piora nas condições de saúde em todas as regiões dos EUA, e ainda adverte que uma solução de saúde de base ampla não deve estar disponível antes do fim do primeiro semestre de 2021.   O presidente do Fed avaliou que os próximos meses devem ser "desafiadores" nos EUA, com a possível vacina da Pfizer como uma boa notícia mais para o médio prazo. Ele também voltou a citar a importância da política fiscal. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, afirmou hoje que os democratas querem um novo pacote fiscal "dramaticamente maior" do que o proposto por sua sigla, mas que os republicanos não estariam dispostos a chegar a isso. A divergência entre os dois lados está acirrada, após o presidente Donald Trump não admitir a derrota para Joe Biden na disputa eleitoral, no que Pelosi qualificou hoje como "circo".   O dia, aliás, foi intenso em declarações de bancos centrais. Powell participou de evento virtual do Banco Central Europeu (BCE), com a presença também da presidente da instituição. Christine Lagarde destacou incertezas sobre a vacina da covid-19, como a logística para sua aplicação. No mesmo evento, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, considerou que a vacina poderá reduzir incertezas adiante, mas que "ainda não chegamos lá". Em outro evento, o vice do BCE, Luis de Guindos, defendeu a manutenção de apoio fiscal nos próximos meses, e até que ele seja intensificado em algumas áreas, diante da crise.   Em meio ao noticiário, as bolsas de Nova York registraram baixas. O índice Dow Jones fechou em queda de 1,08%, em 29.080,17 pontos, o S&P 500 caiu 1,00%, a 3.537,01 pontos, e o Nasdaq cedeu 0,65%, a 11.709,59 pontos. Os setores de energia e financeiro estiveram entre as maiores baixas.   Diante disso, houve também demanda pela segurança dos Treasuries, que voltaram a operar após feriado com esse mercado fechado na terça-feira nos EUA. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,164% e o da T-note de 10 anos, a 0,879%.   No câmbio, o dólar mostrou viés negativo, sem muito impulso. No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 105,12 ienes, o euro subia a US$ 1,1805 e a libra tinha baixa a US$ 1,3111. O índice DXY, que mede o dólar ante uma esta de outras moedas fortes, recuou 0,09%, a 92,963 pontos. Entre as emergentes, o dólar avançava a 20,6785 pesos mexicanos, de 20,5326 pesos ante o dólar no fim da tarde de ontem. O peso reduziu perdas após nesta tarde o Banxico manter a taxa básica de juros em 4,25%, após uma alta na inflação em meses recentes, enquanto o BBVA por exemplo previa um corte a 4,0%.   Entre as commodities, o avanço da covid-19 e a piora da previsão para a demanda global pela AIE pesaram, em dia também de aumento dos estoques nos EUA. O contrato do WTI para dezembro fechou em baixa de 0,80%, a US$ 41,12 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro recuou 0,62%, a US$ 43,53 o barril, na ICE. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) Volta   CÂMBIO O dólar firmou alta nos negócios da tarde, após operar com forte volatilidade pelo quarto dia seguido. O clima de aversão ao risco predominou no exterior, por conta do crescimento dos casos de coronavírus, volta do impasse sobre o pacote de estímulo fiscal americano e discursos cautelosos de dirigentes de bancos centrais nos EUA e Europa, o que acabou penalizando as moedas de emergentes. No Brasil, a falta de novidades sobre o ajuste fiscal e ainda declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que se houver uma segunda onda de coronavírus, haverá novo auxílio emergencial, pressionaram o câmbio. Com isso, o real voltou a ganhar o posto de pior desempenho ante o dólar no mercado internacional.   No encerramento, o dólar à vista terminou com alta de 1,14%, cotado em R$ 5,4782. No mercado futuro, o dólar com vencimento em dezembro subia 1,29%, em R$ 5,4635 às 18h10. O volume de negócios somava US$ 15,7 bilhões.   "Congresso em ritmo de eleição acentua fragilidade fiscal", destaca o título da carta mensal da gestora Franklin Templeton, assinada pelo estrategista-chefe de renda fixa e multimercados da gestora, Renato Pascon. Para ele, o impasse sobre como financiar novos programais sociais do governo segue como principal motivo do desempenho ruim dos ativos brasileiros e do real. Até agora, o governo só mostrou fontes de financiamento consideradas heterodoxas e passíveis de furar o teto de gastos em 2021, alerta o gestor.   Por isso, mesmo em um ambiente em que bancos vêm recomendando a compra de ativos de emergentes, como o Credit Suisse fez hoje, ao elevar a alocação na região para "overweight", e recursos vêm entrando no Brasil, o real pouco tem se beneficiado. O banco suíço prevê enfraquecimento do dólar em 2021 no governo de Joe Biden, mas nem todos os mercados vão ser beneficiados de forma igual.   "Apesar de a economia brasileira estar se recuperando bem, a baixa taxa de juros e a falta de clareza sobre as finanças públicas e a paralisação das reformas em meio à pandemia do coronavírus devem seguir pesando no real", avaliam as estrategistas do moedas e mercados emergentes do alemão Commerzbank, Alexandra Bechtel e Melanie Fischinger.   Com a vitória de Joe Biden nas eleições americanas, o dólar se enfraqueceu e o real teve algum respiro, assim como outras moedas de emergentes, comentam as analistas do Commerzbank. Mas sem avanço de reformas e com diferencial de juros muito baixo elas veem o câmbio seguindo pressionado e o dólar acima de R$ 5,00 até, ao menos, o final de 2021. "Preocupações de que o governo possa abandonar o teto de gastos em 2021 provavelmente vão seguir pressionando o real", comentam, ressaltando que a tendência de enfraquecimento da moeda brasileira prossegue sem sinais de trégua.   Nesta quinta-feira, o dólar subiu ante a maioria dos emergentes, em meio a alertas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que disse que os próximos meses serão "desafiadores" para a economia dos Estados Unidos, com casos diários de coronavírus superando os 100 mil. O líder republicano no Senado americano, Mitch McConnel, afirmou ainda que não tem interesse em um pacote fiscal robusto.   A piora do real só não foi maior ontem e hoje porque investidores estrangeiros reduziram posições compradas em dólar futuro (que ganham com a alta da divida americana), em meio à visão de que a divisa dos EUA tende a se enfraquecer pela frente e a ajustes pela entrada de capital no País, segundo um gestor de recursos.   Ontem, os estrangeiros diminuíram em 15.835 contratos estas apostas, o equivalente a US$ 792 milhões, de acordo com dados da B3 monitorados pela corretora Renascença. Os fundos nacionais seguiram com posição líquida vendida em 82 mil contratos, ou seja, apostando na queda da moeda americana. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:32   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.47820 1.141 5.47970 5.35420 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5462.000 1.26066 5494.000 5356.000 DOLAR COMERCIAL 5471.500 1.16483 5471.500 5402.000     BOLSA   O Ibovespa emendou hoje a segunda sessão negativa de novembro, mês em que ainda registra ganho de 9,11%, agora equiparado ao de junho (+8,76%), após ter chegado a superar nesta semana o acumulado em abril, quando o índice da B3 avançou 10,25%, o maior do ciclo de recuperação - no ano, o índice cede 11,36%.   O entusiasmo em torno da definição eleitoral nos EUA e do progresso sobre vacina para Covid-19 aos poucos volta a dar lugar a preocupações quanto à segunda onda na Europa e a falta de controle da pandemia nos EUA, uma combinação que tem segurado a retomada global. No Brasil, a situação fiscal para 2021 segue indefinida, em perspectiva mais incerta após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter se comprometido hoje com prorrogação do auxílio emergencial na eventualidade de segunda onda de coronavírus também por aqui.   Nos últimos dias, problemas técnicos desorganizaram a contagem de casos no País, dificultando o monitoramento da doença em momento em que os contatos sociais tendem a aumentar, com a aproximação do verão e das celebrações de fim de ano. Relatos de que internações por Covid voltaram a crescer, especialmente na rede particular de saúde, também contribuem para alimentar o temor de que a situação se agrave.   Neste contexto, acompanhando relativa piora em Nova York, com o Nasdaq também firme em terreno negativo, o Ibovespa passou a renovar as mínimas da sessão a partir do meio da tarde, chegando no piso do dia aos 102.033,75 pontos, em queda acima de 2,6% às 17h02, enquanto Dow Jones e S&P 500 apontavam perdas entre 1,4% e 1,5%. Ao final o índice da B3 mostrava perda de 2,20%, aos 102.507,01 pontos, tendo atingido na máxima 105.018,66, saindo de abertura a 104.810,06 pontos. Como nas últimas sessões, o giro se manteve acima do habitual, embora moderado hoje a R$ 35,3 bilhões, após ter superado R$ 51 bilhões na terça-feira.   Naquele pregão, o investidor estrangeiro ingressou com R$ 4,968 bilhões na B3, de acordo com dados publicados hoje pela Bolsa. O número quebrou o recorde nominal da série de dados compilada pelo Broadcast, de R$ 4,502 bilhões, que havia sido registrada no dia anterior. A série tem dados diários desde janeiro de 2007.   O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse hoje que a pandemia continua como risco relevante para a economia, e que a retomada da atividade ainda é desigual e incompleta, de forma que "o Congresso talvez possa fazer mais na política fiscal". Por sua vez, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, apontou que a vacina é uma boa notícia, mas recomendou cautela sobre o tema ao lembrar que persistem incertezas, inclusive sobre a logística de aplicação.   A insistência do presidente Donald Trump em questionar o resultado da eleição tem atrasado o início do processo de transição política na maior economia do mundo, prejudicando o desenho de iniciativas para conter a progressão da pandemia, ainda fora de controle no país, em sucessivos recordes de infecção diária. Passada a euforia da eleição nos EUA e o sinal positivo dado no início desta semana sobre a eficácia da vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech, os investidores optam por embolsar os lucros que vinham se acumulando desde o início do mês.   Assim, o Ibovespa deu continuidade nesta quinta-feira à correção iniciada ontem, após ter avançado mais de 11 mil pontos entre o fechamento anterior à eleição americana (93.952,40, em 30 de outubro) e a sessão de terça-feira, 10 de novembro, quando alcançou seu maior nível de fechamento desde 29 de julho, aos 105.066,96 pontos, anteontem.   "Houve balanços positivos, como Magalu e Taesa, mas o que prevaleceu hoje foi o lado fiscal, a falta de definição de como ficará a situação para o consumidor em 2021, ainda sem que se saiba do auxílio. Há muitas indefinições também no exterior, com a segunda onda de Covid na Europa e esta dificuldade na transição americana, que deve atrasar o pacote fiscal nos EUA", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor.   O quadro geral tenderia a se agravar na eventualidade de novas medidas de distanciamento social também no Brasil, em momento no qual varejo e serviços vêm se recuperando, acrescenta o operador. "Se a aversão a risco prosseguir, fica mais fácil para o Ibovespa voltar para os 98 mil ou mesmo 95 mil do que seguir adiante para os 107 mil pontos", aponta Santos.   Com o enfraquecimento do "zumbido" proporcionado pelas notícias desta semana sobre a disponibilidade de vacina eficaz, é natural que os mercados globais façam uma pausa, observa em nota Craig Erlam, analista sênior da OANDA, na Europa. "Tem sido uma corrida incrível, mas, infelizmente, todas as coisas boas têm que acabar. Os índices da Europa tiveram ganhos de 15% a 20% em pouco menos de duas semanas, enquanto os dos EUA precisaram se contentar com variação mais modesta, de 10% a 15%, retidos pelo setor de tecnologia", diz Erlam.   Na B3, com ganhos ainda entre 15% e 19% neste mês, as ações da Petrobras participaram deste segundo dia de realização de lucros, com a PN em queda de 4,24% e a ON, de 4,11%, no fechamento desta quinta-feira, enquanto Vale ON, com ganho de 3,50% em novembro, teve ajuste mais discreto na sessão, em baixa de 1,46%. Também entre os destaques negativos do dia, após estarem entre as maiores recuperações observadas no mês, as ações de bancos mostraram hoje perdas entre 2,44% (Itaú PN) e 4,19% (BB ON), com ganhos em novembro ainda entre 9,83% (Banco do Brasil) e 19,05% (Itaú PN).   "Depois de disparar dos 93 mil pontos, é natural que o Ibovespa sofra uma correção, ainda mais que estamos diante da principal referência de resistência de curto prazo (perto dos 106 mil pontos)", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "Em vista do grande volume na compra, registrado nos últimos dias com a retomada do investidor estrangeiro, existe uma grande probabilidade desta faixa de 106 mil pontos, onde está marcada a máxima de julho, ser rompida e o mercado finalmente engatilhar uma tendência de alta no curto prazo, com alvo na região de 110 mil pontos", acrescenta.   "Os avanços sobre a vacina e da agenda de reformas serão a chave para destravar nosso mercado que, mesmo com a recuperação, ainda está bastante descontado frente aos pares", conclui o analista da Clear.   Na ponta negativa do Ibovespa, Azul cedeu hoje 6,38%, à frente de Gol (-5,92%) e Via Varejo (-5,73%). Na face positiva do índice, Taesa subiu 3,10%, Hapvida, 1,97%, e B2W, 1,51%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:32   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 102507.01 -2.19621 Máxima 105018.66 +0.20 Mínima 102033.75 -2.65 Volume (R$ Bilhões) 3.53B Volume (US$ Bilhões) 6.53B         18:32   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 102735 -2.27813 Máxima 105250 +0.11 Mínima 102150 -2.83     JUROS O alívio nos prêmios de risco da curva de juros visto pela manhã se dissipou na etapa vespertina e as taxas acabaram fechando o dia em alta. A piora veio a partir do exterior e atingiu os ativos de forma generalizada, com mais força sobre a Bolsa, com gordura para queimar após o rali recente. Depois de conseguir manter-se em baixa mesmo com o megaleilão de prefixados do Tesouro, as taxas futuras não resistiram à virada para cima do dólar e ao aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais à tarde, em meio à maior preocupação com a disseminação da Covid pelo mundo e sinais negativos sobre as negociações para o pacote fiscal norte-americano.   Internamente, a perspectiva de retomada das discussões na Câmara chegou a animar pela manhã, mas depois voltou à cena a possibilidade de extensão do auxilio emergencial trazida por Paulo Guedes, ainda que somente na hipótese de uma segunda onda de coronavírus no Brasil, recolocando a cautela com o fiscal no primeiro plano.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 terminou em 3,38% a regular e em 3,39% a estendida, de 3,415% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 avançou de 4,956% para 4,98% (regular e estendida). A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou a regular e a estendida em 6,75%, de 6,695% no ajuste. Por fim, o DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 7,56% regular e a estendida, de 7,484% ontem.   O mercado vinha realizando lucros nas últimas sessões, mas, nesta manhã, com o dólar bem comportado e o bom humor externo, os investidores voltaram a tomar risco, colocando as taxas em rota de baixa. O ímpeto, porém, foi reduzido após as 10h30, quando o Tesouro anunciou oferta de LTN muito maior em relação ao leilão anterior, e aumentando também o lote de NTN-F. O de LTN, de 31 milhões, dobrou ante o da semana passada (15,5 milhões), com grande concentração no papel curto (20 milhões), para 1/10/2021. A oferta da LTN longa (1/1/2024) subiu de 8 milhões para 9 milhões. Nas NTN-F, o lote foi de 1,8 milhão, de 1,3 milhão na última operação. O risco do leilão também foi maior, com o DV01 passando de R$ 3,2 milhões para R$ 5,2 milhões, segundo a Renascença DTVM.   Com o clima positivo lá fora pela manhã, as ofertas foram absorvidas integralmente. "A taxa da LTN 2024 saiu bem fechada", destaca um gestor, referindo-se ao fato de a taxa ter ficado ligeiramente abaixo do consenso de mercado. "E o DI janeiro de 2022 esteve bem tranquilo considerando que o lote da LTN curta foi de 20 milhões", afirmou.   Para Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, o leilão teria um efeito ruim no DI se não tivesse tido demanda. "Mas vendeu tudo e o Tesouro tem mesmo de botar papel", afirmou, referindo-se à grande necessidade de financiamento da dívida. E que pode aumentar se as reformas continuarem paradas. "E temos Bolsonaro falando em coronavoucher no ano que vem, em vez de redução de gastos. Com o que temos hoje, tem cheiro de que o populismo vai ganhar espaço", disse.   Diante do alastramento de novos casos de Covid na Europa e nos Estados Unidos, o debate sobre a possível extensão da ajuda por aqui vai ganhando corpo. Hoje, o ministro Guedes disse que o governo vai prorrogar o auxílio caso haja uma segunda onda da pandemia no Brasil. "Se houver segunda onda, não é possibilidade, é certeza", afirmou, acrescentando que, nesse caso, o governo decretará novamente estado de calamidade pública.   A pesquisa sobre o setor de serviços foi monitorada e não chegou a pesar sobre os negócios. O volume de serviços prestados subiu 1,8% em setembro ante agosto, acima da mediana de 1,6%, mas não o suficiente para alterar o quadro de apostas para a Selic. A expectativa majoritária para o Copom de dezembro ainda é de estabilidade, com a curva precificando cerca de 20% de chance de elevação da taxa em 25 pontos-base. (Denise Abarca - [email protected])     18:32   Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 5.33 Hot Money (%a.m) 0.60 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90              
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