OTIMISMO COM ELEIÇÃO NOS EUA E FED DOVISH FAZEM BOLSAS SALTAR E DERRUBAM DÓLAR

Blog, Cenário
As perspectivas positivas em relação ao desfecho das eleições americanas, cuja apuração ainda se arrasta em alguns Estados-chave, mas continuam favoráveis a Joe Biden, seguiram ditando o bom humor dos investidores ao redor do mundo. E se os agentes já gostavam da ideia de possível vitória do democrata com o Congresso dividido, o que limitaria o tamanho de um pacote fiscal, mas também mudanças regulatórias profundas e aumentos de impostos, decidiram tomar ainda mais risco quando o presidente do Fed, Jerome Powell, considerou que, além do fiscal, mais apoio da política monetária "provavelmente será necessário" e disse que os dirigentes consideraram eventuais ajustes no programa de relaxamento quantitativo (QE). Tal fato acaba mostrando que a autoridade monetária americana, que manteve os juros inalterados, poderá ajudar a compensar um eventual estímulo fiscal menor devido ao resultado do pleito nos EUA. O quadro não poderia ser melhor para o mercado acionário e as principais bolsas em Wall Street voltaram a subir mais de 2%, como o Nasdaq, mais uma vez, liderando os ganhos. A redução da percepção de risco levou o CDS de 5 anos do Brasil nesta tarde ao menor nível desde 10 de março, a 190 pontos. E todos os ativos brasileiros sentiram esse bom humor. O Ibovespa pegou carona nos pares internacionais e foi ainda além, renovando máximas sucessivas na reta final dos negócios, até terminar com alta de 2,95%, aos 100.751,40 pontos - maior nível de fechamento desde 26 de outubro. No câmbio, o dólar também perdeu valor ante todas as principais moedas emergentes e real, ao contrário da dinâmica recente, foi uma das que teve melhor desempenho. A divisa americana encerrou o dia com baixa de 1,91%, a R$ 5,5459, no menor valor desde 9 de outubro. Com o dólar mais baixo e o risco Brasil menor, os juros futuros voltaram a cair e com a baixa mais proeminente nos longos, houve nova desinclinação da curva.  
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  MERCADOS INTERNACIONAIS O otimismo entre investidores com o quadro político delineado após as eleições nos Estados Unidos continuou a amparar ganhos nas bolsas de Nova York. No câmbio, o dólar recuou ante outras moedas principais, com a menor busca por segurança, enquanto os juros dos Treasuries oscilaram próximos da estabilidade, com foco também nas sinalizações do Federal Reserve (Fed) que, como esperado, manteve a política monetária nesta tarde. O Fed reafirmou seu compromisso com uma política dovish e seu presidente, Jerome Powell, considerou que mais apoio das políticas monetária e fiscal "provavelmente será necessário", o que colaborou para os ganhos das bolsas. O BC americano ainda apontou que a demanda mais fraca e o recuo no petróleo têm mantido a inflação ao consumidor baixa. Entre as commodities, o petróleo recuou, com ajustes após a forte alta da sessão anterior.   Enquanto a apuração na corrida pela Casa Branca avançava a conta-gotas nos Estados decisivos e sem um vencedor confirmado, as bolsas de Nova York mantinham ganhos consideráveis. A percepção de que o Senado deve seguir com os republicanos, enquanto a Câmara dos Representantes certamente terá maioria democrata, reforçou a expectativa de divisão entre autoridades, o que deve complicar ou mesmo impedir planos democratas de impor mais regulações e impostos sobre empresas. Diante disso, os setores de tecnologia e serviços de comunicação continuaram entre os destaques das bolsas de Nova York, mas os ganhos foram generalizados. O Dow Jones fechou em alta de 1,95%, em 28.390,24 pontos, o S&P 500 subiu também 1,95%, a 3.510,45 pontos, e o Nasdaq avançou 2,59%, a 11.890,93 pontos.   As bolsas foram ainda apoiadas pela postura do Fed. Como esperado, o BC manteve a política monetária hoje, em decisão unânime. Em entrevista coletiva, Powell revelou que os dirigentes discutiram possíveis ajustes no programa de relaxamento quantitativo (QE) para fornecer mais acomodação, se necessário. O presidente do BC também disse que não há a intenção agora de reduzir as compras de ativos, que apoiam as condições financeiras e a atividade. Powell considerou que a recuperação nos EUA superou as expectativas até agora, mas também ressaltou que alguns setores terão dificuldade de se recuperar até que uma vacina para covid-19 esteja disponível.   A Oxford Economics considera que, com a divisão política em Washington e chance de estímulo fiscal menor, o Fed pode decidir aumentar o tamanho de seu QE para relaxar mais as condições financeiras e apoiar a economia nos próximos meses, "especialmente em meio a um surto de casos do vírus". Em linha similar, a Pantheon também acredita que uma ampliação do QE está a caminho, diante da "inação do Congresso e do salto nos casos da covid". "Ação fiscal e monetária conjunta seria melhor, mas isso não quer dizer que uma não possa ocorrer sem a outra", lembra a Pantheon.   A postura do Fed também ajudou a ampliar as perdas do dólar. O índice DXY, que mede a moeda ante uma cesta de divisas fortes, recuou 0,94%, a 92,525 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 103,52 ienes, o euro subia a US$ 1,1824 e a libra tinha alta a US$ 1,3136. A moeda britânica recebeu impulso hoje da decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), que manteve os juros em 0,10% ao ano, mas ampliou seu programa de relaxamento quantitativo de 745 bilhões de libras a 895 bilhões de libras.   Entre os Treasuries, os juros oscilaram em geral próximos da estabilidade, sem direção única, diante dos sinais do Fed. No horário citado, o retorno da T-note de 2 anos subia a 0,152%, o da T-note de 10 anos avançava a 0,776% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,542%.   Já o petróleo recuou hoje, com ajustes após a alta forte da sessão anterior. O contrato do WTI para dezembro recuou 0,92%, a US$ 38,79 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro caiu 0,73%, a US$ 40,93 o barril, na ICE.   Na próxima manhã, investidores aguardam os números do relatório mensal de empregos (payroll). A mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast é de 570 mil vagas geradas em outubro, abaixo das 661 mil do mês anterior. Os especialistas acreditam que a perda de fôlego no mercado de trabalho continuará ao longo do quarto trimestre, com estímulos fiscais emperrados e novas ondas da covid-19 em partes do país. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])   BOLSA   Com alguns estados ainda sem apuração definida, as iniciativas jurídicas da campanha de Donald Trump nas regiões em que o adversário Joe Biden obteve vantagem por pequena margem, como Michigan e Wisconsin, bem como naquelas em que a contagem prossegue com Biden à frente, como Nevada, ou em que a liderança do republicano vem diminuindo, como a Pensilvânia, não parecem ter afetado a confiança dos mercados globais de que um resultado claro para a eleição americana venha a ser alcançado sem muito atraso.   Assim, os ganhos nas bolsas se distribuíram nesta quinta-feira da Ásia à Europa e aos Estados Unidos, com a B3 aproveitando a onda de apetite por risco no exterior para emendar o terceiro ganho, desta vez de 2,95%, aos 100.751,40 pontos, após avanços de 1,97% e 2,16% nas sessões anteriores, uma sequência como não se via desde junho. A redução da percepção de risco levou o CDS de 5 anos do Brasil nesta tarde ao menor nível desde 10 de março, a 190, comparado a 203,8 pontos no fechamento de ontem.   A provável vitória de Biden contribuiu para que o Ibovespa recuperasse hoje a marca dos seis dígitos, algo que não ocorria desde 27 de outubro no intradia e desde 26 de outubro, no encerramento. Na máxima da sessão, o índice da B3 foi hoje aos 100.921,63 pontos, saindo de mínima a 97.872,27 e buscando o seu melhor nível de fechamento desde o último dia 26, então a 101.016,96 pontos. Em Nova York, os ganhos ficaram em torno ou acima de 2% no fechamento. Na B3, o giro financeiro ficou em R$ 29,7 bilhões na sessão, com o Ibovespa acumulando ganho de 7,24% nesta primeira semana de novembro e reduzindo as perdas do ano a 12,88%.   Nesta quinta-feira, as indicações de que o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu permanecem engajados na concessão de estímulos também condicionaram o sentimento positivo dos mercados desde cedo - à tarde, o mercado acompanhou o fim da reunião do Federal Reserve com especial atenção, no dia seguinte a se consolidar o favoritismo de Biden à Casa Branca, o que reforçou a expectativa para os comentários de Jerome Powell. Não por acaso, durante a entrevista do presidente do Fed, o Ibovespa seguiu renovando máxima da sessão, em alta de 3,12% no pico do dia.   "A recuperação econômica será mais forte com mais apoio fiscal, que pode fazer o que não podemos: substituir renda perdida", disse Powell, no momento em que o Ibovespa renovava picos da sessão, logo após o presidente do Fed ter observado que "mais apoio provavelmente será necessário" a partir das políticas monetária e fiscal. Os comentários da autoridade monetária parecem reforçar o apelo para que novos estímulos sejam concedidos, mesmo em um Congresso futuramente ainda dividido entre democratas e republicanos. "Discutimos (hoje no Fomc) como podemos ajustar o QE (afrouxamento quantitativo) para fornecer mais acomodação, se necessário", disse também Powell, na coletiva.   "O Fed afirmou que a atividade e o emprego seguem bem abaixo dos níveis do começo do ano, e se mantém comprometido a apoiar a recuperação da economia, utilizando toda gama de ferramentas monetárias para atingir esse objetivo. Ou seja, o BC dos EUA ainda tem lenha para queimar e fortalecer ainda mais o mercado via compra de títulos e outras medidas monetárias para destravar o crédito", aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.   "Mesmo que a mudança de presidente (nos EUA) seja uma realidade, o que naturalmente traz volatilidade, o mercado está focado em dois aspectos: novo pacote de estímulos será liberado e a maioria republicana no Senado deve dificultar os planos de Biden de implementar mudanças drásticas na taxação das empresas", observa o analista. "Em outras palavras, as incertezas sobre mudanças expressivas do lado legislativo e sobre programas que colocariam em xeque a saúde fiscal dos EUA foram mitigadas", acrescenta.   Para Scott Hodgson, gestor de renda variável na Galapagos Capital, a vitória de Biden acompanhada de Congresso dividido entre democratas (maioria na Câmara) e republicanos (maioria no Senado) foi o melhor resultado que poderia se esperar para a eleição americana. "Com uma onda azul (Biden na presidência e maioria democrata em ambas as casas), provavelmente haveria aumento de impostos e mais regulação, embora, no curto prazo, a perspectiva também fosse favorável, com a possibilidade de estímulos maiores. De qualquer forma, a história mostra que, nos dois meses seguintes à eleição, seja com vitória democrata ou republicana, o mercado costuma subir", acrescenta o gestor, que mantém viés favorável para a B3 neste fechamento de ano.   "A vacina ajudaria muito, talvez uns 5% a 6% a mais para o Ibovespa, assim como movimentos positivos pelo lado da política, sobre as reformas e a situação fiscal, o que poderia ajudar com mais uns 3%, pelo menos. Nas próximas semanas, laboratórios como Pfizer e Moderna devem apresentar novos resultados de seus testes", observa o gestor, que considera a vacina o principal indutor do próximo "grande rali" mundial.   Enquanto a vacina não vem, os mercados globais permanecem conectados, de um lado, à ampla liquidez proporcionada pelos principais BCs, e, por outro, seguem atentos à nova rodada de distanciamento social na Europa e à renovação de recordes diários nos casos de infecção por Covid-19 nos EUA. Integrante do conselho do BCE, Jens Weidmann afirmou hoje que o momento não é de "considerações" sobre menor gasto fiscal, mas sim de garantir estímulos à economia na zona do euro, a fim de que possa superar o choque da Covid-19. No mais longo prazo, porém, Weidmann insistiu na necessidade de se controlar a trajetória da dívida, a fim de evitar um quadro de déficits excessivos e eventualmente de dominância fiscal.   Com os ventos favoráveis do exterior, os ganhos voltaram a se distribuir bem por empresas e setores nesta quinta-feira, como commodities (Vale ON +1,58%, Petrobras PN +0,86%), utilities (Eletrobras PNB +3,93%) e bancos (Itaú PN +2,36%). Na ponta do Ibovespa, Ultrapar subiu hoje 15,09%, à frente de Cosan (+10,12%), Gol (+9,89%) e Azul (+9,50%). No lado oposto, CSN fechou em baixa de 2,15%, mesmo após a empresa ter reiterado, em comunicado ao mercado, que está comprometida com a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do seu segmento de mineração, mantendo o cronograma original, "observando unicamente as condições de mercado adequadas para sua realização" - após rumor de que poderia ficar para 2021. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:22   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 100751.40 2.94747 Máxima 100921.63 +3.12 Mínima 97872.27 +0.01 Volume (R$ Bilhões) 2.97B Volume (US$ Bilhões) 5.34B         18:31   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 101000 2.64228 Máxima 101120 +2.76 Mínima 99150 +0.76     CÂMBIO O dólar teve novo dia de forte queda ante o real, refletindo o otimismo no mercado internacional com a possível vitória de Joe Biden para a presidência nos Estados Unidos, que pode ser anunciada já nesta quinta-feira. A expectativa por um pacote de estímulo fiscal em 2021 e um governo mais previsível do que o de Donald Trump em meio ao perfil mais conciliador do democrata estimulou os agentes a buscarem ativos de risco nos emergentes. Com isso, o dólar fechou no menor valor desde 9 de outubro e o Credit Default Swap (CDS) do Brasil, termômetro do risco-país, caiu ao menor patamar desde o começo de março. Nesta semana, o dólar já recua 3,35%.   No fechamento, o dólar à vista terminou em queda de 1,91%, cotado em R$ 5,5459. No mercado futuro, o dólar para dezembro cedia 2,04%, aos R$ 5,5410 às 18h. O volume de negócios melhorou hoje, somando US$ 14,2 bilhões, o maior da semana.   O dólar testou ante divisas fortes o menor valor hoje desde o começo de setembro. Para o sócio e diretor de Pesquisas Globais da Tudor Investment Corporation, Lorenzo Giorgianni, os mercados internacionais abraçaram a ideia de um governo Biden mais conciliador e estável e ainda com chance de maior pacote de estímulo fiscal, por conta da pressão causada pela pandemia do coronavírus. Hoje, os casos diários voltaram a superar 100 mil nos EUA. O executivo não descarta que pode vir um pacote perto de US$ 2 trilhões até fevereiro.   "Biden tem chance de trazer união, que seria positiva para ativos de risco", disse ele em palestra durante evento do Itaú, prevendo um dólar mais fraco neste ambiente. Os mercados estão tendo performance positiva pensando nesse cenário, de uma administração mais equilibrada e com trabalho em conjunto, ressaltou Giorgianni. Para ele, o pior cenário neste momento é a contestação judicial dos resultados finais por Donald Trump, que ameaça trazer muita incerteza e ainda colocar o país numa crise constitucional, em meio a um limbo no poder. Hoje, o republicano já recebeu uma negativa da Justiça ao tentar parar a contagem de votos no Michigan.   Para o diretor em Nova York do banco MUFG, Christopher Rupkey, a incerteza eleitoral, que vinha pressionando os ativos nas últimas semanas, se reduziu hoje. Com isso, os mercados estão na expectativa de mudanças na próxima administração, com medidas que ajudem a recuperar a economia. Na tarde de hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que um governo democrata pode dar mais estímulo que os republicanos.   A moeda americana chegou a cair para a mínima do dia, a R$ 5,53, durante a entrevista do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O dirigente ressaltou na tarde de hoje que o ritmo de melhora da atividade ficou mais moderado e voltou a falar da necessidade de mais estímulos fiscais e monetários. Além disso, prometeu manter as medidas extraordinárias tomadas pela instituição este ano. "A política fiscal pode fazer o que não podemos, substituir a renda perdida." Powell falou após a reunião de política monetária, que manteve os juros no país.   "Como esperado, a reunião não trouxe surpresas", observa em nota a economista-chefe da consultoria High Frequency Economics, Rubeela Farooqi. Já Powell voltou a alertar para a necessidade de medidas adicionais, sobretudo as fiscais e mencionou ainda incertezas pela frente, em meio ao crescimento dos casos de covid, o que ajudou a enfraquecer o dólar.   Na movimentação técnica no mercado futuro, investidores estrangeiros, que anteontem haviam elevado fortemente as posições compradas em dólar futuro (apostam na alta da moeda), reduziram ontem estas apostas em 5.240 contratos, ou US$ 262 milhões, de acordo com dados da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:31   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.54590 -1.9085 5.62980 5.53440 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5532.000 -2.20101 5635.500 5527.000 DOLAR COMERCIAL 5560.500 -1.85686 5560.500 5560.500         JUROS A manutenção do apetite pelo risco no exterior, sustentada pela perspectiva de vitória de Joe Biden na eleição presidencial americana com forças políticas equilibradas no Congresso, sustentou os juros futuros em baixa durante toda a sessão. Os mais longos foram os que mais caíram e, assim, a curva desinclinou um pouco mais em relação a ontem. Internamente, o noticiário e a agenda foram fracos, mas, em compensação, teve leilão de títulos do Tesouro, com demanda quase integral pelos papéis, ainda que as taxas tenham sido mais altas que na operação anterior, e aumento da oferta de prefixados longos. A sessão regular encerrou antes da divulgação do comunicado do Federal Reserve e na reabertura dos negócios, na etapa estendida, as taxas ensaiavam uma realização de lucros.   Com bom giro de contratos nesta quinta-feira, no fechamento dos negócios a curva tinha desenho típico das operações de inclinação, quando os investidores tomam a ponta curta e vendem a longa, num contexto de fim de ciclo de queda da Selic e bom humor externo, a despeito das incertezas fiscais. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 chegou ao fim da sessão estendida a 3,45%, de 3,645% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2023 terminou em 5,03% (5,066% ontem) e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 6,125% para 6,06%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 7,43%, de 7,55%.   Patricia Pereira, gestora de renda fixa da MAG Investimentos, afirma que todos os ativos reagiram à vantagem de Biden na disputa, que ainda não teve o esperado desfecho. "A tese é de que a vitória democrata torna os emergentes mais atrativos e aprofunda o déficit fiscal americano, por prover mais estímulos", afirmou, considerando um cenário de maior depreciação do dólar e juros baixos.   Como esperado, o Fed manteve hoje os juros entre 0% e 0,25%, reafirmando que fará o que estiver ao seu alcance para apoiar a economia, nos atuais "tempos difíceis" de pandemia. "Estamos fortemente comprometidos em atingir o mandato de máximo de emprego e preços estáveis, ao longo da promoção da estabilidade do sistema financeiro", afirmou o presidente Fed, Jerome Powell, que ainda clamou por mais ajuda fiscal. "Política fiscal pode fazer o que não podemos, substituir renda perdida", disse.   O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, lembra que a falta de novidades internas também contribuiu para o bom desempenho da curva, permitindo que o mercado olhasse mais para o exterior positivo. "Reforça a influência do câmbio", afirmou.   Nesta sexta-feira, porém, o quadro local pode voltar a testar o bom humor dos agentes. Logo na abertura da sessão será conhecido o IPCA de outubro, que deve acelerar fortemente ante setembro (0,64%). A mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast aponta taxa de 0,84%, com a de 12 meses saltando de 3,14% para 3,89%. A meta de inflação para este ano é de 4%.   No leilão, o Tesouro reduziu o tamanho da oferta de LTN, de 24,5 milhões na semana passada para 15,5 milhões, e, na distribuição dos lotes, diminuiu o volume do papel curto, de 20 milhões (1/10/2021) para apenas 5 milhões na LTN 1/4/2021, prazo já amplamente carregado de vencimentos (mais de R$ 300 bilhões). Em contrapartida, conseguiu vender 8 milhões da LTN longa 1/1/2024, mais de três vezes superior aos 2,5 milhões na semana passada, o que não deixa de ser um alívio às preocupações sobre o encurtamento da dívida, ainda que as taxas tenham sido mais salgadas. No total, vendeu quase tudo da LTN, 15,04 milhões. Conseguiu também elevar a quantidade de NTN-F ante a operação passada, 800 mil para 1,3 milhão (1,255 milhão vendidas), mas, do mesmo modo, pagou taxas mais elevadas.   O DV01 (medida de risco) do leilão, em relação ao anterior, subiu de R$ 2,84 milhões para R$ 3,17 milhões, segundo a Renascença DTVM, mas ainda assim a oferta foi bem recebida e não trouxe estresse à curva. Ao contrário, as taxas dos DIs renovaram mínimas nas duas horas seguintes ao fim do leilão, em função do desmonte de operações de hedge. "Com o aumento das emissões de NTN-B (principalmente da B23) o Tesouro tem diminuído as colocações nos leilões de quinta-feira. O net das emissões semanais seguem acima de R$ 30 bilhões, só que mais ponderado entre os indexadores", afirma Fernando Cevi Ferez, estrategista de renda fixa da Renascença DTVM, em relatório. (Denise Abarca - [email protected])     18:31   Operação   Último CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 5.33 Hot Money (%a.m) 0.60 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90                
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