CAUTELA ANTES DE ELEIÇÃO NOS EUA E COM COVID FAZ BOLSAS TEREM PIOR SEMANA DESDE MARÇO

Blog, Cenário
A prometida cautela que antecede as eleições americanas chegou aos mercados nesta semana, mas foi exacerbada pela escalada dos casos de covid no hemisfério norte. Em meio ao fechamento de economias europeias, hoje foi a vez da cidade de São Francisco, na Califórnia, anunciar uma pausa na reabertura da economia. Com isso, os investidores fugiram do risco, o que resultou em novo tombo das bolsas nesta sexta e também na semana - em alguns casos os maiores desde o auge do estresse trazido pela pandemia -, alta global do dólar ante emergentes, a ponto de, no Brasil, fazer o Banco Central vender moeda no dia de fechamento da Ptax, e inclinação da curva de juros. À tarde, os principais índices acionários em Wall Street caíram até 2,4% no pregão e despencaram entre 5,5% e 6,5% na semana, maiores perdas desde março. No mês, os recuos ficaram entre 2,2% e 4,6%. No mercado local, aliás, a aversão desta sexta-feira foi reforçada pelo feriado de segunda, quando os mercados locais estarão fechados, mas os externos funcionam normalmente. Não por acaso, o Ibovespa, que, até a sessão de hoje, ainda tinha pequenos ganhos em outubro, devolveu tudo e terminou o mês com recuo de 0,69%, diante da baixa de 7,22% na semana - também a pior desde março. Apenas nesta sexta, perdeu 2,72%, aos 93.952,40 pontos - menor nível desde 29 de setembro. As ações ligadas a commodities, como Petrobras e Vale, voltaram a ser destaque de baixa. Até porque, o petróleo também tombou ao menor nível em 5 meses. No câmbio, o dólar terminou a sexta-feira com queda de 0,50% ante o real, a R$ 5,7380 no mercado à vista. Mas teve avanço superior a 2% em outubro, elevando a valorização acumulada no ano para mais de 43%, o que mantém o real como a moeda com pior desempenho global em 2020. Tudo isso mesmo depois de o BC gastar mais de US$ 20 bilhões das reservas neste ano, sendo que, apenas nesta semana foram US$ 1,8 bilhão. Os juros futuros não escaparam dessa espiral negativa e, já castigados pela cautela em relação à questão fiscal brasileira, subiram de forma generalizada, com a curva ganhando inclinação hoje e na semana. •MERCADOS INTERNACIONAIS •BOLSA •CÂMBIO •JUROS MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York registraram as maiores perdas semanais desde março, no auge do impacto da pandemia de covid-19 nos mercados financeiros. Com uma aceleração das vendas de ações à tarde, os principais índices acionários em Wall Street caíram até 2% no pregão e despencaram entre 5% e 6% na semana. Em outubro, os recuos ficaram entre 2% e 4%. Os papéis de gigantes do setor de tecnologia lideraram o movimento de queda hoje. Apesar de as big techs terem lucrado mais do que o esperado no terceiro trimestre, investidores focaram nas incertezas. Com uma escalada da covid-19 nos Estados Unidos, a cidade de São Francisco anunciou hoje uma pausa na reabertura da economia. O movimento de aversão ao risco, que levou o petróleo a fechar no menor nível em 5 meses, também reflete a cautela com as eleições americanas, que ocorrem na terça-feira, 3 de novembro. O maior temor é de indefinição do resultado. Os juros dos Treasuries, contudo, avançaram diante da expectativa de que haverá mais estímulo fiscal depois da eleição. No mercado cambial, após altas recentes, o dólar operou quase estável em relação aos pares. "O sentimento do mercado se deteriorou rapidamente antes da eleição contenciosa dos EUA e com o aumento dos surtos de covid", comentam analistas do Swissquote Bank. Depois de países europeus como França e Alemanha terem imposto novos lockdowns para conter a covid-19, a aceleração da pandemia nos EUA também começou a gerar impacto. A prefeita de São Francisco, London Breed, decidiu hoje paralisar o relaxamento das restrições à circulação de pessoas. A notícia ajudou a aumentar o mau humor em Nova York, onde as bolsas já recuavam. O Dow Jones encerrou o pregão em queda de 0,59%, a 26.501,60 pontos, o S&P 500 cedeu 1,21%, a 3.269,96 pontos, e o Nasdaq caiu 2,45%, a 10.911,59 pontos. Com perdas semanais de 6,47%, 5,64% e 5,51%, respectivamente, os índices acionários registraram a pior semana desde a encerrada em 20 de março, auge do temor do mercado com a pandemia. No mês, as quedas foram de 4,61%, 2,77% e 2,29%, respectivamente. "A tendência nesta temporada de balanços tem sido de que as empresas que superam as estimativas não sejam recompensadas com ganhos no preço das ações porque a atenção do investidor está toda na eleição e na covid", comenta o chefe de Pesquisa da London Capital, Jasper Lawler, ao citar a forte venda dos papéis das big techs após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Apesar de terem registrado lucros acima do esperado, em geral, as ações da Apple despencaram 5,60% hoje, as da Amazon cederam 5,45%, as do Facebook recuaram 6,31% e as do Twitter perderam impressionantes 21,11%. A exceção foi a Alphabet, que subiu 3,81%. O petróleo foi também afetado pela aversão a risco e fechou a sessão no menor nível desde maio. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI com entrega prevista para dezembro caiu 1,05%, a US$ 35,79, com tombo de 10,2% na semana. Na Intercontinental Exchange (ICE), o contrato do Brent para o mesmo mês recuou 0,84%, a US$ 41,77 o barril, com baixa semanal de 9,17%. Os juros dos Treasuries, apesar da cautela no mercado, subiram, com investidores precificando mais estímulos fiscais nos EUA depois da eleição. No final da tarde em NY, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,176%, o da T-note de 10 anos avançava a 0,870% e o do T-bond de 30 anos registrava alta a 1,661%. Analistas do SEB Markets acreditam que há 70% de probabilidade de haver uma "onda azul" nos EUA, ou seja, com Joe Biden no comando da Casa Branca e os democratas no controle tanto da Câmara dos Representantes, quanto do Senado. "Isso apoiaria o apetite por risco, resultaria em maiores necessidades de empréstimos, colocaria pressão para cima nos rendimentos longos dos Treasuries e, se o Fed proporcionar acomodação [monetária] da forma que esperamos, resultaria em um dólar mais fraco ao longo do tempo", avaliam, levando em consideração que os democratas aprovariam um grande pacote fiscal. Assim como os juros, o dólar também destoou dos fortes movimentos observados nos mercados acionários e fechou o pregão próximo da estabilidade. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA ante seis outras moedas de economias desenvolvidas, teve alta de 0,09%, a 94,038 pontos. (Iander Porcella - [email protected]) BOLSA O Ibovespa entregou o que ainda tinha de ganhos no mês nesta última sessão de outubro ao fechar em baixa de 2,72%, aos 93.952,40 pontos, acumulando perda de 7,22% na semana, o pior desempenho desde o tombo de 18,88% entre 16 e 20 de março, o intervalo que precedeu o início da quarentena e que se mantém, até aqui, como o ponto mais baixo da pandemia, com o Ibovespa a 67.069,36 pontos naquele encerramento de semana. Com as perdas acumuladas em cinco das últimas seis sessões, o índice da B3 passou de ganho de 7,73% até o fechamento da quinta passada para uma baixa de 0,69% em outubro, após recuos de 4,80% em setembro e de 3,44% em agosto. No ano, a retração volta agora a 18,76%. Pouquíssimas ações conseguiram se desgarrar do mau humor nesta sexta-feira - entre as componentes do Ibovespa, apenas Telefônica Brasil (+0,93%), IRB (+0,49%) e Rumo (+0,05%) fecharam o dia em alta. Na ponta do Ibovespa, B2W cedeu hoje 8,97%, após resultados trimestrais, seguida por Hering (-6,80%), Via Varejo (-5,97%), Lojas Americanas (-5,91%) e Gol (-5,54%). As perdas também se disseminaram por commodities (Petrobras PN -1,81%, Vale ON -2,37%), siderurgia (Gerdau PN -3,07%), bancos (Santander -4,01%) e utilities (Eletrobras PNB -2,82%). Reforçado, o giro da sessão totalizou hoje R$ 32,9 bilhões. "Esta guinada para baixo nas últimas sessões reflete a necessidade de se colocar na planilhas a segunda onda de Covid", um cenário que por volta de agosto perdia força, mas que, com as novas medidas de distanciamento social adotadas nesta semana em grandes economias europeias, como a alemã e a francesa, por fim se materializou, aponta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. O prolongamento da pandemia, cortando a recuperação que vinha em curso no hemisfério norte, é algo que não tem como deixar de voltar a ser "colocado no preço" dos ativos, observa o estrategista. "A vacina, quando de fato vier, será uma baita notícia, e aí sim a resposta do mercado tende a ser forte." Até lá, o investidor com exposição a risco precisa se sentir confortável com volatilidade nos níveis que se viu este ano, a qual acaba oferecendo oportunidades de entrada, especialmente para os que mantêm perspectiva de longo prazo. "Há dificuldades imediatas, como a definição do Renda Cidadã e a situação fiscal, e uma taxa de desemprego elevada, que tende a piorar quando os beneficiários do auxílio voltarem a procurar trabalho. Mas, se olharmos um ou dois anos à frente, a orientação da economia ainda é correta", acrescenta. No curto prazo, o estrategista considera que, a depender do desenlace da eleição americana - se haverá contestação ou não do resultado - e de como será definido - passada a eleição municipal - o auxílio à renda a partir de 2021, uma nova rodada de aversão a risco, como a de setembro, pode vir a se impor, após o Ibovespa ter chegado a mostrar bom desempenho em outubro, com os balanços do terceiro trimestre. Desde a quinta da semana passada, o Ibovespa sucumbiu a quatro perdas entre sexta e quarta-feira, quando fechou em baixa de 4,25%, a maior queda diária desde abril. Nesta tarde, após ter chegado a limitar perdas na sessão abaixo do limiar de 2%, conseguindo ainda acumular leve alta no mês (+0,17%), o Ibovespa voltou a acentuar correção, após a recuperação parcial do dia anterior quando, no único avanço da semana, subiu 1,27%. Na mínima de hoje, em baixa superior a 3%, o Ibovespa marcou 93.559,19 pontos, pouco acima do piso de ontem, então a 93.386,55. No dia 31 de julho, o último mês do ciclo de recuperação iniciado em abril, o Ibovespa estava a 102.912,24 pontos, tendo atingido no fechamento de 29 de julho, a 105.605,17 pontos, seu melhor nível de encerramento desde 3 de março, quando o Ibovespa já vinha em correção movida pelo avanço da Covid-19, que bateu com força na B3 a partir da quarta-feira de cinzas, 26 de fevereiro, iniciando então o ajuste pandêmico com uma queda de 7% naquela sessão. Desde o fim de julho, quando a retomada foi interrompida, o Ibovespa acumula perda de 8,8%. O Ibovespa em dólar cedeu pelo terceiro mês consecutivo, agora no fechamento de outubro a 16.373,71, após 16.837,83 em setembro, 18.131,07 em agosto e 19.726,32 no fim de julho, comparados a 17.472,85 pontos no encerramento de junho e a 16.370,89 no de maio, que já era uma leitura mais apreciada do que a de abril e março. No fim de setembro, a moeda americana à vista acumulou alta de 2,52% enquanto o Ibovespa cedeu 4,80% no mês. Agora, em outubro, o dólar avançou 2,13% e o índice da B3 cedeu 0,69%. Mais uma vez sacudido desde o exterior, onde prevaleceu nesta última sessão da semana a decepção com os resultados trimestrais das gigantes de tecnologia americanas, a poucos dias da eleição nos EUA e com feriado na segunda-feira no Brasil, a aversão a risco se impôs desde cedo nesta sexta-feira. "A volatilidade vai prosseguir e com tantas incertezas, como a segunda onda de Covid na Europa e a eleição nos EUA, o investidor evita ficar comprado, em meio a tamanho nervosismo", observa Márcio Gomes, analista da Necton Investimentos, acrescentando que o prolongamento da pandemia desenha uma recuperação em W e não mais em V. "Graficamente, abaixo de 93,4 mil, abre espaço para o Ibovespa ir aos 90 mil pontos." Neste contexto, o mercado está mais conservador sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. A previsão de ganhos para o Ibovespa na próxima semana tem 57,14% do universo de 14 participantes, porcentual abaixo dos 63,64% apurado na pesquisa anterior. Ao mesmo tempo, 21,43% disseram que a expectativa é de queda para o período entre 3 e 6 de novembro, ante 18,18% no último levantamento. A fatia dos que acreditam em estabilidade também subiu, de 18,18% para 21,43%. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:24 Índice Bovespa Pontos Var. % Último 93952.40 -2.72282 Máxima 96578.75 -0.00 Mínima 93559.19 -3.13 Volume (R$ Bilhões) 3.28B Volume (US$ Bilhões) 5.69B 17:45 Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. % Último 94380 -1.42051 Máxima 96335 +0.62 Mínima 93635 -2.20 CÂMBIO O dólar caiu nesta sexta-feira, mas fechou outubro acumulando alta de 2,13%, o terceiro mês seguido de ganhos. Em 2020, a valorização chega a 43%, a maior entre emergentes, e a moeda americana caiu somente em dois meses, maio e julho. Os especialistas esperam mais valorização da divisa dos Estados Unidos na semana que vem, por conta da proximidade das eleições americanas e, no radar, o risco de ter o resultado das urnas contestado. No Brasil, incertezas ficais devem ajudar a manter o câmbio pressionado no começo de novembro, até que o governo revele como pretende financiar seus programas sociais em 2021. O dólar encerrou a sexta-feira em queda de 0,50% no mercado à vista, cotado em R$ 5,7380. No mercado futuro, o dólar com liquidação em dezembro, que passou a ser o mais líquido a partir de hoje, tinha queda de 0,69% às 17 horas, cotado em R$ 5,7445. Em dia de vencimento mensal do referencial Ptax, o volume somava US$ 15,5 bilhões, abaixo da média para dias de disputa na definição do referencial, que costumavam girar mais de US$ 20 bilhões. Nesta sexta-feira, mesmo com a disputa do referencial Ptax, o Banco Central fez novo leilão no mercado de dólares à vista, quando a divisa encostou em R$ 5,81 pouco antes de uma das janelas em que o BC faz a coleta de preços para a taxa. Somente esta semana, o BC injetou US$ 1,8 bilhão, níveis semelhantes ao começo de março, quando a pandemia chegava com força ao Brasil. Os estrategistas do banco NatWest destacam que três pontos estão fazendo os investidores buscarem refúgio no dólar. Preocupações com a piora da economia mundial em meio ao crescimento dos casos de coronavírus na Europa e Estados Unidos e novas medidas de distanciamento social; proximidade das eleições americanas e impasse na aprovação de um pacote de estímulos. No caso das eleições, Joe Biden ainda lidera nacionalmente, mas em estados como Flórida, Carolina do Norte, Ohio e Georgia, a disputa com Donald Trump está bastante apertada. Nesse ambiente, cresce o temor de contestação dos resultados e a necessidade de recontagem. O forte crescimento dos votos este ano pelo correio, destacam os analistas do TD Bank, indica crescente chance de o resultado da votação não sair na noite de terça-feira ou mesmo no dia seguinte. Com isso, pode-se esperar volatilidade nos mercados e busca de refúgio no dólar. No Brasil, como será feriado de Finados na segunda-feira, a cautela ainda é maior. Além das eleições, a semana que vem tem reunião de política monetária do Federal Reserve, que poderá dar nova avaliação sobre o cenário em meio à segunda onda de covid, que hoje fez San Francisco retardar planos de reabertura, e indicadores importantes, como os do mercado de trabalho americano (payroll). "Há riscos que tornam o real mais suscetível que outras moedas emergentes neste momento", ressalta a analista de mercados emergentes do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger. O primeiro deles é o fiscal, com o crescimento da dívida pública brasileira sem sinal de trégua e as reformas praticamente paradas no Congresso, destaca ela. Outro fator a pressionar o câmbio é o Banco Central mais dovish e sem inclinação a elevar os juros, em meio à avaliação de que a pressão inflacionária nas últimas semanas é temporária. "O real deve permanecer sob pressão para depreciação nas próximas semanas." Na movimentação técnica, os investidores estrangeiros deram continuidade ontem ao movimento de desmonte de posições compradas em dólar futuro (que ganham com a alta da moeda americana) e passaram a ficar vendidos (ganha com a queda). Eles saíram de saldo líquido comprado de 720 contratos anteontem para 11.200 contratos vendidos ontem, de acordo com dados da B3 monitorados diariamente pela corretora Renascença. Operadores destacam que é um ajuste de final de mês, além da zeragem de posições para remessas ao exterior. Já os fundos nacionais aumentaram posição vendida em 13.375 contratos ontem, o equivalente a US$ 669 milhões. (Altamiro Silva Junior - [email protected]) 17:45 Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima Dólar Comercial (AE) 5.73800 -0.5046 5.80850 5.72300 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5772.000 -0.12977 5793.500 5746.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5748.000 -0.62241 5814.000 5728.000 JUROS O mercado de juros acompanhou a dinâmica dos demais ativos, com taxas em alta durante toda a sessão. O clima de cautela no exterior foi intensificado por aqui em função do feriado de Finados na segunda-feira, quando a B3 estará fechada e os negócios transcorrem normalmente lá fora. Além dos receios com a segunda onda de Covid no hemisfério norte e da expectativa com a eleição americana na terça (3), houve reação negativa hoje a balanços e alertas de empresas de tecnologia. A curva teve ganho de inclinação tanto em relação a ontem quanto na semana, mas, num mês marcado por forte pressão sobre os vértices curtos e intermediários, fechou outubro menos empinada em relação aos níveis do fim de setembro. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,46%, de 3,435% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 4,976% para 5,05%, pico desde 27 de abril (5,59%). O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 6,78%, de 6,715% ontem no ajuste e a do DI para janeiro de 2027 avançou de 7,504% para 7,57%. O efeito do comunicado do Copom, que ontem colocou as taxas para baixo, hoje se esvaiu, com os negócios bem mais sensíveis ao cenário internacional. "Temos essa inclinação hoje muito ligada ao exterior. Estamos num nível tal de estresse que já não é possível olhar a curva de forma exclusiva", disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier. Até porque nesta sexta-feira, a exemplo dos últimos dias, o noticiário sobre reformas seguiu esvaziado e a agenda de indicadores, mesmo com a piora no mercado de trabalho apontada na Pnad Contínua, foi relegada a segundo plano. No fim de setembro, o spread entre os vencimentos de janeiro de 2027 e janeiro de 2022 estava em 443 pontos e hoje fechou outubro em 411 pontos. Na última sexta-feira, o diferencial era de 399 pontos. Xavier observa que, mesmo menos inclinada este mês, a curva segue no maior nível de elevação entre países emergentes. "Tivemos uma desinclinação que não foi positiva. Desinclinou porque os curtos subiram mais do que os longos", disse, reforçando que numa desinclinação qualificada os curtos ficariam estáveis com os longos em baixa. A cautela antes do fim de semana prolongado ampliou a postura defensiva, na medida em que o investidor não quer ficar exposto ao risco até a reabertura dos negócios na terça, que será marcada pela divulgação da ata do Copom logo cedo e eleição nos EUA. "É grande o risco de ter novidades na Europa e nos Estados Unidos na segunda-feira e não poder operar Brasil", destacou Xavier. O Banco Fator, em relatório, destaca que o retorno da inclinação da curva de juros no "day after" do Copom foi eloquente. "Sabe-se que o ponto crítico é o 'regime fiscal'. Considerando-se que, na hipótese mais favorável às reformas, alguma coisa seja aprovada em janeiro, nada terá significado para o mercado se o teto de gastos ficar ameaçado. Sem ele, não há por que criar gatilhos, receitas novas", afirma o banco, que tem José Francisco Lima Gonçalves como economista-chefe. Ele destaca que, nesta semana, "o dólar atrapalhou a vida do Tesouro e trouxe o BCB de volta à venda da moeda à vista", referindo-se aos leilões de NTN-B e LTN, concentrados basicamente nos papéis curtos. "Vendeu também um pouquinho de NTN-F e de LFT. O que consegue colocar de pré curto ajuda na gestão da dívida. Melhor do que oferecer pré longo e a curva abrir", disse o economista. Nesta tarde, o Tesouro traçou uma perspectiva desfavorável para a dívida e reconheceu, pela primeira vez, que o indicador vai ultrapassar os 100% do PIB nos próximos anos. Em 2020, a dívida bruta do governo geral (DBGG) deve encerrar em 96,0% do PIB, bem acima dos 75,8% verificados no fim do ano passado. A instituição mostrou que, numa comparação internacional, esse nível está próximo do de países com classificação de alto risco (CCC+/CCC/CC/SD) em termos de capacidade de pagamento, incluindo a Argentina (com dívida de 98,7% do PIB). O diferencial brasileiro, no entanto, é a quantidade expressiva de reservas (US$ 356 bilhões), ao contrário da nação vizinha. (Denise Abarca - [email protected]) 17:44 Operação Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 1.91 Capital de Giro (%a.a) 5.23 Hot Money (%a.m) 0.60 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90
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