BOLSA CAI A 99 MIL PTS, DÓLAR SOBE A R$5,50 E CORTE DE JURO SOME COM RISCO GUEDES

Blog, Cenário
O clima nos mercados locais pesou ainda mais à tarde, com o aumento dos comentários sobre uma saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, e também das preocupações sobre o futuro da agenda fiscal e liberal do governo. Ainda que fontes próximas ao "Posto Ipiranga" do governo neguem, incluindo alguns integrantes que deixaram a equipe econômica recentemente, o fato é que o mercado começou a colocar nos preços essa possibilidade, o que ajuda a explicar o Ibovespa abaixo de 99 mil pontos, o dólar acima de R$ 5,50 e mais um dia de inclinação da curva de juros, com a taxa para janeiro de 2027 novamente perto de 7%. Tanto que, mais uma vez, uma pesquisa, desta vez da XP Investimentos, que mostra aumento da aprovação do presidente Jair Bolsonaro, não foi comemorada. O que antes era motivo para alívio dos agentes, agora é visto como um sinal de que a política de aumento de gastos, necessária durante a pandemia do novo coronavírus, deu frutos políticos ao governo, suscitando temores sobre a tentação de deixar a pauta fiscal de lado. Para completar, o exterior, ainda que os ativos tenham registrado comportamento misto, seguiu recheado de cautela com as tensões entre EUA e China e o aumento de casos de covid-19, agora também preocupando na Europa. Como resultado, o Ibovespa perdeu pouco menos de 2 mil pontos de uma só vez, em um dia de giro inflado pelo vencimento de opções sobre ações. Bancos e estatais, como Eletrobras, foram porta de saída e o principal índice da B3 cedeu 1,73%, aos 99.595,41 pontos, elevando as perdas no mês para 3,22%. Os investidores em moedas não deixaram por menos e garantiram mais um dia de pior desempenho ao real. A divisa americana encerrou o pregão a R$ 5,4971 no mercado à vista, com alta de 1,30% e no maior valor desde 22 de maio. Essa piora de ambiente na etapa vespertina, com o dólar acelerando a alta, também respingou nos juros, um dos mercados mais sensíveis à deterioração do ambiente fiscal. Os vencimentos longos voltaram a acumular mais prêmios, mas o pouco de alta dos curtos já foi suficiente para eliminar qualquer aposta em corte da Selic em setembro. Em Wall Street, o clima de cautela fez o Dow Jones ceder, mas relatos de que a Amazon estaria interessada em investir na empresa de computação em nuvem Rackspace deu força à ação da varejista e garantiu fechamento em alta aos índices S&P 500 e Nasdaq, que renovou recorde.  
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  BOLSA   Os rumores de que o ministro Paulo Guedes está de saída do governo ganharam corpo nesta primeira sessão da semana, derrubando o Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos, em dia marcado também por pressão no dólar e inclinação da curva de juros, especialmente a ponta longa. No meio da tarde, quando o Ibovespa acentuava mínimas, circulou a versão de que a demissão de Guedes estaria assinada, o que levou então o índice da B3 aos 98.622,47 pontos no piso da sessão, renovado depois aos 98.513,34, com máxima a 101.688,98 pontos - uma variação de pouco mais de 3,1 mil pontos entre os extremos desta segunda-feira. Ao final, em dia de vencimento de opções sobre ações, o Ibovespa marcava perda de 1,73%, aos 99.595,41 pontos, com giro financeiro a R$ 45,4 bilhões. No mês, cede 3,22% e, no ano, 13,88%.   "Tornou-se tradição deste governo criar uma situação insustentável que resulta na saída voluntária de quem se sente desconfortável - basta lembrar do Moro. Acontece agora com o Guedes que, de fogo brando, parece ter ido ao microondas. O mercado então começa a embutir no preço um governo sem sua participação que, embora sem tantos avanços concretos, tem sido positiva por colocar em discussão ideias liberais ainda mal assimiladas no país, como privatizações e responsabilidade fiscal", observa um gestor. Ele acrescenta que o pior cenário seria o presidente Bolsonaro ficar sob a influência sem contrastes da ala militar e de ministros como Rogério Marinho (Integração Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), que defendem ampliação de gastos em obras - em momento no qual o Executivo busca alinhamento com o Centrão no Congresso.   "O mercado começa a refletir a possibilidade de o Guedes ter subido no telhado. Mas o que ocorreu hoje, em ajuste de preço tanto em ações, como dólar e juros, está muito longe de ser uma consumação de sua saída. Com o Guedes fora do governo, o Ibovespa iria abaixo dos 80 mil pontos", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura. "O mercado está começando a trabalhar com uma possibilidade que inexistia até a semana passada. A composição de risco agora é totalmente diferente, e os preços dos ativos estão respondendo a isso", acrescenta.   Refletindo a aversão ao risco fiscal, que se acentuou com as saídas dos secretários Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) na semana passada, as ordens de 'stop loss' se intensificaram hoje abaixo dos 100 mil pontos, com o primeiro suporte correspondendo agora à mínima de 14 de julho, então aos 98.288,81 pontos, a última sessão em que o Ibovespa operou abaixo da linha de seis dígitos. "Se perder este suporte, a tendência é de que passe a ter como referência a média móvel de 200 dias, agora a 96.459 pontos", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, observando a solidão de Guedes na luta contra a "ala das obras" no governo.   Em live promovida pela Arko Advice, Mattar disse hoje que a relação entre Jair Bolsonaro e Paulo Guedes é "muito boa". "Essa informação de que o ministro está desprestigiado não procede. Estou até surpreso com essas informações da imprensa. Nem sempre o que sai na imprensa é o que está acontecendo de fato", acrescentou o ex-secretário.   No entanto, apesar da simpatia pública sempre reiterada por Bolsonaro, o ministro pode ter se transformado em obstáculo para um objetivo maior: a reeleição. A defesa do teto de gastos para 2021, sem eternizar medidas excepcionais associadas à pandemia e que melhoraram a popularidade presidencial - como o auxílio emergencial -, pode ter transformado Guedes em um companheiro de viagem indesejável. "Ainda não dá pra saber se Guedes fica ou sai, mas, de qualquer forma, o mercado tem que tomar precaução, colocando esta possibilidade no preço. Resta saber também: ainda que ele fique, como seria esta permanência", aponta Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, referindo-se ao nível de interlocução e poder retidos pelo ministro caso continue no governo.   Neste contexto de incerteza, as perdas se distribuíram na sessão, com algumas ações conseguindo diferenciação, seja por resultados trimestrais positivos, divulgados recentemente, seja pelo forte avanço do dólar, que favorece a geração de receitas em reais de exportadoras como Marfrig (+5,37%), JBS (+2,53%) e Klabin (+2,11%), na ponta do Ibovespa na sessão. No lado oposto, Hering cedeu 8,34%, seguida por Eletrobras ON, em queda de 6,66%, e por Gol, com perda de 6,05% nesta segunda-feira. Entre as ações de commodities, Petrobras PN cedeu 0,31% e a ON teve leve alta de 0,04%, enquanto Vale ON avançou 1,43%. Entre os bancos, Bradesco PN caiu 2,92% e Banco do Brasil, 2,56%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])       17:22   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 99595.41 -1.73456 Máxima 101688.98 +0.33 Mínima 98513.34 -2.80 Volume (R$ Bilhões) 4.53B Volume (US$ Bilhões) 8.32B         17:40   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 99645 -1.92421 Máxima 101915 +0.31 Mínima 98665 -2.89     CÂMBIO O dólar iniciou a semana bastante pressionado e fechou a sessão de negócios em alta de 1,30%, a R$ 5,4971, nível que não se via desde 22 de maio passado (R$ 5,5797). Na máxima do dia, a divisa americana subiu a R$ 5,5141. O aumento da tensão no mercado financeiro local, que já havia amanhecido sob o signo da cautela, foi ligado por profissionais das mesas de operação ao aumento de rumores sobre a saída do ministro da Economia, Paulo Guedes.   "Mas, por enquanto, são só rumores, uma vez que, se fosse verdade, as coisas no mercado estariam muito piores", afirmou Paulo Sabat, gestor da mesa de Derivativos da Necton Investimentos. No entanto, ele ressaltou que, pelo sim, pelo não, houve aumento de posição comprada no câmbio. Na sua avaliação, com o nível de volatilidade que já vem de algum tempo, não custa muito para o dólar chegar à casa dos R$ 5,90, ou seja, uma alta de 8%.   Mas hoje à tarde diante da amplificação do nervosismo, ex-auxiliares de Guedes correram para dizer que a relação do ministro com o presidente Jair Bolsonaro é boa. "No entanto, o mercado aguarda algum pronunciamento seja do Bolsonaro, seja do próprio Guedes, como ele fez no início deste ano, quando ocorreu rumor semelhante", afirmou Sabat.   O Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, termômetro do risco-País, acompanhou a apreensão e foi a 230 pontos - nível do fechamento de sexta-feira, de acordo com cotações da IHS Markit.   Fernanda Consorte, economista-chefe da Ouroinvest, afirma que o rumor sobre a saída do ministro estava forte já no final de semana e é agravado pela forma como o presidente Bolsonaro tem se comunicado, com vaivém constante nas declarações a respeito do seu comprometimento sobre o controle das contas públicas. "Cada hora tem declaração que faz pairar dúvidas. Parece mesmo que gostou de ver que a expansão fiscal deu resultado na sua popularidade, mesmo que isso possa levar a desfechos ruins mais à frente".   A ausência do Banco Central, que hoje voltou a fazer leilões apenas para rolagem, causou estranhamento a participantes do mercado. Na quarta-feira passada, 12, a autoridade monetária ofertou 20 mil contratos de swap cambial no montante total de US$ 1 bilhão, em duas tranches, quando o dólar foi em direção aos R$ 5,49.   "Hoje o BC ficou quieto. Vai atuar com falta de liquidez, o que não está ocorrendo agora. Essa alta de hoje é mais a aposta do mercado no desgaste de Guedes com o resto do governo", avaliou Sabat, lembrando que, desde que saiu a pesquisa que mostrou o aumento da popularidade de Bolsonaro por causa do auxílio emergencial, o mercado criou essa sensação sobre o ministro.   "O BC talvez esteja esperando o dia de hoje para ver se faz leilão amanhã. Se a conjuntura piorou, ele espera para ver. Faz parte do jogo do BC, não ser previsível", nota Consorte.   A economista-chefe da Ouroinvest ressaltou que, para além das questões de governo, é importante lembrar que estamos ainda em uma pandemia e sem vacina, o que mantém a tensão e a volatilidade dos mercados dadas as incertezas inerentes ao cenário. "Os dados mostram que a gente, de fato, ainda não venceu essa história. Ainda pode vir dar um soco a qualquer momento".   A economista ainda citou o cenário externo, que não segue tranquilo. No exterior, há mais de três semanas, ocorrem as discussões sobre o pacote de estímulos à economia americana. "E isso será importante na corrida eleitoral que, certamente, será monotemática", diz ela. Também, no sábado, complementa Consorte, haveria no fim de semana um encontro sobre a primeira fase do acordo dos Estados Unidos com a China, mas foi adiado por tempo indeterminado.   Na sessão de hoje, o desempenho do dólar frente à maioria das moedas de países emergentes foi misto, porém, subindo contra o peso mexicano e o rublo, por exemplo. Já o índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, operou em baixa, chegando a 92,812 pontos, às 16h51 desta segunda-feira. (Simone Cavalcanti - [email protected])     17:40   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.49710 1.2954 5.51410 5.41100 Dólar Comercial (BM&F) 5.3700 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5506.500 1.47425 5517.000 5412.500 DOLAR COMERCIAL 5440.500 14/08     JUROS Os mercados domésticos, que já vinham sob pressão pela manhã, tiveram nova rodada de piora à tarde, com os juros futuros ampliando a alta e renovando máximas, estimulados pelo agravamento das preocupações fiscais e do risco do ministro da Economia, Paulo Guedes, deixar o governo. As taxas longas fecharam em alta de quase 15 pontos-base, em novo dia de aumento nos níveis de inclinação e de disparada do dólar. Os curtos avançaram menos, mas, de todo modo, passaram a precificar agora 100% de chance de manutenção da Selic em 2%, apagando as apostas residuais de queda na taxa básica que ainda apareciam até a semana passada.   O dólar à vista subiu 1,30%, a R$ 5,4971, tendo alcançado R$ 5,5141 na máxima do dia. O juro do DI para janeiro de 2022 encerrou em 2,83%, de 2,803% no ajuste anterior, e o do DI para janeiro de 2023 avançou de 4,014% para 4,06%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 6,99% de 6,833% no último ajuste.   O mercado começou a semana na mesma toada em que terminou a última, mas o noticiário desde então vem fortalecendo as expectativas de saída do ministro. "O pano de fundo que fomenta o estresse ainda é uma possível saída de Guedes e se o País vai manter como está o teto de gastos, com várias notícias apimentando esse quadro", disse o gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, Jefferson Lima.   Nesta tarde, circularam nas mesas de operação rumores de que a demissão do ministro já estaria definida pelo presidente Jair Bolsonaro, na medida em que a ala desenvolvimentista dentro do governo pressiona por mudança na regra do teto para permitir mais aumentos de gastos. Além disso, Guedes teria atribuído a Bolsonaro a culpa pela debandada na equipe econômica.   Ainda que o mercado já venha colocando essa possibilidade nos preços, se o boato se concretizar ainda haveria muito espaço para deterioração dos ativos, na medida em que o substituto não deve ser alguém com um perfil ortodoxo em termos fiscais. Também há especulações em torno de que um possível nome seria o de Roberto Campos Neto, mas o mercado não embarcou nessa aposta, pois vê a postura de ambos bastante alinhada em termos de pensamento econômico. "É difícil alguém se sentar naquela cadeira sabendo que vai ter de gastar mais", disse uma fonte.   Diante do crescimento dos rumores, o ex-secretário de Desestatização da Economia, Salim Mattar, um dos membros do que Guedes havia classificado como "debandada", negou uma iminente saída do ministro, em live organizada pela Arko Advice. "A relação entre Paulo Guedes e Jair Bolsonaro é muito boa. Essa informação não procede", disse.   Nesse contexto, nos vencimentos curtos, o mercado não vê mais chance de novo corte da Selic, por mais que a inflação esteja baixa e as estimativas, ancoradas. A precificação da curva aponta agora 100% de chance de taxa estável em 2%, ante 90% no fim da semana passada.   Relatório do Banco Inter destaca a importância da disciplina do cenário fiscal, com "adequação dos gastos e contenção da trajetória de crescimento da dívida pública", para permitir que o juro permaneça no atual patamar estimulativo por um período prolongado. "Assim como para reversão das expectativas de elevação nos juros, refletida hoje em uma curva ainda bastante inclinada e juros longos ainda elevados", afirma o texto, assinado pela economista-chefe Rafaela Vitória.   Mesmo com o estresse, o investidor estrangeiro tem ampliado posições doadas em juros na B3 nas últimas semanas. Dados compilados pela renascença DTVM mostram que os não-residente elevaram tais posições, pela décima sessão seguida, na sexta-feira, em 51.754 contratos, com o estoque chegando a 1.960.592 contratos em aberto. É o maior patamar desde que os estrangeiros passaram a ficar vendidos em DI, no fim de junho. (Denise Abarca - [email protected])     17:39   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.90 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     MERCADOS INTERNACIONAIS A segunda-feira foi de drivers mistos no exterior, com investidores com um pé em cada canoa: ora tomando risco, atentos aos estímulos sem precedentes, ora mais cautelosos, de olho no avanço da covid-19, nas tensões sino-americanas e em notícias corporativas. Relato de que a Amazon estaria interessada em investir na empresa de computação em nuvem Rackspace deu força à ação da varejista e garantiu fechamento em alta aos índices S&P 500 e Nasdaq - este, inclusive, renovou máxima histórica. Já o índice Dow Jones fechou em queda, pressionado por bancos. No câmbio, a percepção de que a recuperação da economia americana será mais lenta que a europeia levou o índice DXY para o vermelho, contribuindo para ganhos de contratos de commodities como petróleo e cobre. Os juros dos Treasuries, por sua vez, não firmaram direção única, com investidores à espera da ata do Federal Reserve (Fed), a ser divulgada na próxima quarta-feira.   Em entrevista ao Broadcast, Marcos De Callis, estrategista da Hieron Patrimônio Familiar e Investimento, fala em "rali" das empresas de tecnologia, que junto à Amazon deram ajuda às bolsas de Nova York, que fecharam há pouco sem direção única. "Foi um setor beneficiado pelo distanciamento social e pelo crescimento de negócios digitais. Como as techs sofreram nos últimos dias, há ainda uma recuperação [nos negócios de hoje]", comentou à reportagem. O índice S&P 500 fechou em alta de 0,27%, acompanhado pelo Nasdaq (+1,00). A Amazon subiu 1,09%, após a Reuters informar interesse na varejista na Rackspace. Já o índice Dow Jones fechou com perda de 0,31%, pressionado por bancos, depois que a Berkshire Hathaway Inc., de Warren Buffett, reduziu suas participações em muitos dos principais nomes do setor. O Goldman Sachs encerrou o dia cedendo 2,36% e o Citigroup, 2,85%.   Colaborou ainda para as tintas de otimismo vistas nos mercados internacionais a decisão do Banco do Povo da China (PBoC) de injetar 700 bilhões de yuans no sistema financeiro. "[A medida do PBoC] serve como um amortecedor. Esperamos que a liquidez corra solta pelo resto de 2020", comenta Janice Xue, do Bank of America.   Se dá amparo às techs, o isolamento social segue como a pedra no sapato para a recuperação da economia global, sobretudo em meio ao salto de casos de covid-19 nos Estados Unidos e na Europa. Como vem acontecendo há alguns dias, a percepção de que os americanos vão demorar mais para retomar o nível de atividade anterior à pandemia do que o Velho Continente levou à busca pelas divisas europeias. Perto do horário do fim dos negócios em Nova York, dólar caía a 105,97 ienes, o euro subia a US$ 1,1874 e a libra esterlina avançava a US$ 1,3110. O índice DXY acabou fechando em queda de 0,26%, aos 92,851 pontos.   Mesmo assim, na visão de Callis, da Hieron, a fraqueza do dólar no exterior pode ser passageira. "A economia americana no médio e longo prazo sempre se mostrou mais dinâmica do que a europeia, então eu diria que a desvalorização do dólar é mais uma questão temporária do que uma tendência de médio e a longo prazo", afirmou.   Por outro lado, a fraqueza do dólar incentivou a busca por commodities, na medida em que as torna mais baratas para detentores de outras moedas. Nessa esteira, o petróleo WTI para setembro encerrou o dia em alta de 2,09%, a US$ 42,89 o barril, enquanto o Brent para outubro subiu 1,27%, a US$ 45,37. Tais contratos receberam amparo adicional de notícia da Reuters de que os embarques de petróleo dos EUA para a China devem aumentar nas próximas semanas, segundo fontes. Já o cobre para setembro encerrou o dia com ganho de 1,49%, a US$ 2.901,50 a libra-peso.   Para além da questão da covid-19, as tensões sino-americanas seguem no pano de fundo dos negócios. Em campanha eleitoral, o presidente americano, Donald Trump, impôs mais restrições à gigante chinesa Huawei e disse nesta tarde que "tarifas são algo bonito", quando bem utilizadas. "Ganhamos bilhões da China", lembrou em discurso. Hoje, pesquisa de intenção de voto do Washington Post em parceria com a emissora ABC mostrou o democrata Joe Biden com 53% das intenções de voto, 12 pontos porcentuais à frente do republicano, que soma 41%.   Na renda fixa, os juros dos Treasuries não firmaram direção única, com o retorno da T-note de dois anos subindo a 0,157% e o da T-note de dez anos caindo a 0,682%. O setor aguarda a ata da mais recente reunião do Fed, na quarta-feira, que pode dar novos sinais sobre a política de forward guidance da instituição. (Por Eduardo Gayer - [email protected])          
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