EXTERIOR E TRÉGUA POLÍTICA LEVAM BOLSA AOS 91 MIL PONTOS E DERRUBAM DÓLAR A R$5,20

Blog, Cenário
A aparente trégua nas tensões políticas domésticas, sobretudo entre o presidente Jair Bolsonaro e membros do Judiciário, permitiu que os ativos brasileiros fossem além de acompanhar a melhora dos mercados externos. A Bolsa retomou patamar anterior às medidas de isolamento no Brasil e o dólar foi ao menor nível desde 14 de abril, com a queda mais intensa para um único dia desde o início de junho de 2018. Como reflexo desse ambiente de apetite por risco, os juros futuros de longo prazo também cederam, reduzindo a inclinação da curva a termo. Esse movimento, aqui e no exterior, vem da leitura positiva sobre a retomada econômica após a reabertura de alguns países, da expectativa por novos pacotes de estímulo e liquidez e também de notícia de que a China mantém a compra de soja dos EUA, o que alivia as preocupações com a relação entre os dois países. Os investidores aproveitaram esse quadro e a ausência de novas crises entre poderes no Brasil para tirar um pouco do atraso dos ativos locais em relação aos externos. Com isso, o Ibovespa subiu 2,74% e superou a marca psicológica de 90 mil pontos, ao terminar aos 91.046,38 pontos, praticamente na máxima do dia, e no maior nível desde 10 de março. Destaque para o avanço dos papéis de varejistas e aéreas, ainda que os ganhos tenham sido generalizados. Em contrapartida, o dólar tombou 3,34% ante o real, a R$ 5,2086 no mercado à vista, reduzindo a alta no ano para a casa dos 30%. E com tal movimento, o real teve o melhor desempenho ante o dólar no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas, enquanto o risco-País, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, caiu para 245 pontos, o menor valor desde 26 de março. Essa melhora na percepção de risco ficou evidente na curva de juros, com alívio em todos os vértices, mas com intensidade concentrada nos intermediários e longos. E os agentes reforçaram as apostas num corte mais forte da Selic, da ordem de 0,75 ponto porcentual, na reunião de junho do Copom. No exterior, as apostas em uma recuperação rápida da atividade prevaleceram e as bolsas de Nova York, que começaram a sessão sem direção única, se firmaram em território positivo. O petróleo ajudou, após relatos de que a Rússia concordou em estender os cortes na produção da Opep+. Ainda assim, os protestos que se espalham pelos EUA seguem no radar dos agentes, o que acaba limitando movimentos mais expressivos.    
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  MERCADOS INTERNACIONAIS Diante do otimismo com os processos de reabertura econômica que prevaleceu no pregão desta terça-feira, os juros dos Treasuries avançaram e, em boa parte do dia, houve um aumento da inclinação da curva formada entre os rendimentos de dois e dez anos. As bolsas de Nova York, que começaram a sessão sem direção única, ganharam impulso à tarde e se firmaram em alta. Com o apetite por risco, impulsionado também pela notícia de que Pequim continua comprando produtos agrícolas de Washington, os investidores buscaram menos a segurança do dólar e a moeda americana recuou ante rivais e emergentes. O petróleo também encontrou espaço para ganhos, após relatos de que a Rússia concordou em estender os cortes na produção da Opep+. No entanto, os protestos que se espalham pelos EUA e a ameaça do presidente americano, Donald Trump, de usar o Exército contra os manifestantes seguem no radar.   A aposta em uma recuperação rápida da economia, em formato de 'V', após os impactos da pandemia de covid-19, levou a curva de juros dos Treasuries a se inclinar mais em boa parte da sessão de hoje. "Os mercados de títulos não têm mostrado o otimismo com a economia que as ações têm, mas sinais de uma perspectiva mais positiva estão começando a aparecer", avaliam analistas da corretora LPL Financial. No final da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,172% e o da T-note de 10 anos avançava a 0,678%. Na mesma marcação, o spread formado entre os rendimentos dos dois títulos estava em 50,6 pontos-base, levemente abaixo de ontem, quando ficou em 51,4 pontos-base. Durante boa parte da sessão de hoje, no entanto, o spread esteve em 52 pontos-base.   Analista do BMO Capital Markets, Ian Lyngen comenta que a volatilidade "permanece ausente" no mercado de renda fixa, principalmente no movimento da T-note de 2 anos. Ele diz que isso é resultado, também, da combinação entre uma política monetária acomodatícia e o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) ilimitado do Fed.   As bolsas de Nova York, que ficaram sem sinal único no começo do pregão, também foram influenciadas pelo apetite por risco e fecharam em alta. O índice acionário Dow Jones subiu 1,05%, a 25.742,65 pontos, o S&P 500 avançou 0,82%, a 3.080,82 pontos, e o Nasdaq registrou ganho de 0,59%, a 9.608,37 pontos, ainda pressionado pelas ações do Facebook, que recuaram em boa parte do pregão, mas melhoram na reta final e fecharam com alta de 0,35%. Funcionários da rede social mostraram publicamente sua insatisfação com a postura da empresa sobre disseminação de fake news.   Diretor do Instituto de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci disse em uma entrevista que está "cautelosamente otimista" com os processos de testes para vacinas contra a covid-19. O especialista, no entanto, mostrou preocupação com a possibilidade de os protestos que se espalham pelos EUA gerarem mais casos de infecção por coronavírus.   As manifestações, que ocorrem após a morte de George Floyd, um homem negro que foi asfixiado por um policial branco em Minneapolis, seguem no radar, assim como a ameaça do presidente Donald Trump de usar o Exército contra os manifestantes. Para analistas do Danske Bank, o impacto da agitação social no mercado ainda é limitado, mas pode haver atraso na reabertura econômica de algumas cidades.   A crescente tensão entre a China e os EUA também continua no foco. Hoje, porém, o pano de fundo foi mais positivo, já que o jornal Global Times informou que Pequim continua comprando soja de Washington, o que contradiz relatos no sentido contrário divulgados ontem.   A menor busca por segurança no mercado também levou o dólar a recuar ante outras divisas fortes e em relação às emergentes. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, fechou em queda de 0,16%, a 97,673 pontos. No final da tarde em Nova York, o dólar caía a 21,7724 pesos mexicanos e a 17,1810 rands sul-africanos.   Analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH) dizem que há um debate sobre as reais causas da fraqueza recente do dólar. Na visão deles, o principal motivo é a política monetária, mas também contribuem a crescente dívida dos EUA, as perspectivas econômicas e o risco político causado pelos distúrbios sociais.   Com relatos de que a Rússia concordou com a extensão dos cortes na produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que se reúne nesta quinta-feira, a commodity energética fechou em alta. Na Nymex, o WTI para julho subiu 3,87%, a US$ 36,81 o barril. Na ICE, o Brent para agosto avançou 3,26%, a US$ 39,57 o barril. (Iander Porcella - [email protected])   BOLSA   O Ibovespa acentuou os ganhos perto do fim da sessão, chegando a 91.046,49 pontos, em alta de 2,74% na máxima do dia, renovada poucos minutos antes e praticamente recuperada no fechamento desta terça-feira, aos 91.046,38 pontos. Assim, pela terceira sessão consecutiva, o índice seguiu em terreno positivo, mantendo-se no maior nível de encerramento desde 10 de março, então aos 92.214,47 pontos. Mais cedo na sessão, o Ibovespa atingia e superava com relativa facilidade a aguardada linha psicológica dos 90 mil pontos, ainda contando com o impulso positivo do exterior em meio ao processo de reabertura das economias, que começa a chegar também aqui, apesar do momento distinto em relação à pandemia. Superada a barreira dos 90 mil em direção aos 91 mil, o foco passa a ser a faixa de 94 mil e 95 mil pontos, apontam analistas.   O principal índice da B3 fechou hoje em alta de 2,74% saindo de mínima a 88.622,49 pontos, em variação de 2.424 pontos entre o piso e o pico da sessão, com giro financeiro a R$ 29,4 bilhões. Na semana, o índice acumula ganho de 4,17%, limitando as perdas do ano a 21,27% e confirmando o vigor da recuperação observada especialmente a partir da segunda quinzena de maio, quando o índice se consolidou acima dos 80 mil pontos em busca da superação de outras resistências. De 18 de maio para cá, um período de 12 sessões, o Ibovespa registrou perdas em apenas quatro - e ainda assim, relativamente moderadas em relação aos ganhos diários, que chegaram a 4,69% naquele início de quinzena e a 4,25% no dia 25, enquanto a maior perda do intervalo ocorreu no dia 28 (-1,13%) .   "A linha de resistência importante estava em torno dos 90,8 mil pontos, para onde o Ibovespa tem se deslocado com a recuperação das commodities e o apetite por ativos de risco nesse processo de reabertura das economias", diz Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. "O exterior tem ajudado, deixando em segundo plano os fatores de risco, como os protestos nos EUA. O foco continua no relançamento das economias", acrescenta. Nesta terça-feira, o Brent, a referência global de petróleo se reaproximou um pouco mais da marca de US$ 40 por barril, negociado a US$ 39,67 - no fechamento da ICE, foi a US$ 39,57, em alta de 3,26% nos contratos para agosto.   Por aqui, acompanhando a recuperação dos preços da commodity, Petrobras PN fechou hoje em alta de 5,26% e a ON, de 4,34%, enquanto Vale ON fechou estável, zerando a baixa moderada observada mais cedo. Outro segmento de peso, e que vem encurtando as perdas acumuladas no ano nas últimas sessões, as ações de bancos voltaram a estar entre os destaques do dia, com Itaú Unibanco em alta de 6,72% e a Unit do Santander, de 5,99%. Duas das ações mais punidas pela pandemia estiveram hoje na ponta do Ibovespa: CVC, em alta de 20,00%, e Gol (+15,70%). Oito ações do Ibovespa fecharam o dia em baixa, com destaque para Magazine Luiza (-2,98%) e B2W (-2,42%).   Alguns fatores domésticos têm também ajudado o Ibovespa, como o redesenho do programa do governo federal para empresas de menor porte, com garantias do setor público para que o crédito chegue à ponta, assim como o anúncio, ontem, de que o programa de compras de debêntures pelo BC no mercado secundário está pronto, aguardando agora deliberação do Conselho Monetário Nacional (CMN). "É algo positivo, e ajudou ontem, mas não se deve esperar demais, como se tivéssemos aqui a possibilidade de um afrouxamento quantitativo, um QE, como se tem no exterior", observa Vieira.   Assim, o bom humor externo, especialmente no que implica de recuperação para os preços de commodities como petróleo e minério de ferro, continuará a ser um aspecto definidor do grau de retomada na B3, aponta o economista. Os ruídos de Brasília - hoje foi a vez do ataque hacker a dados do presidente Bolsonaro, de filhos e ministros da ala ideológica, como Weintraub e Damares - têm sido observados a alguma distância pelo mercado, mais concentrado na aproximação do governo ao Centrão, que favorece blindagem no Congresso, e a sinais de que o pilar econômico, ministro Paulo Guedes, permanece de pé, sem rachaduras.   "O governo continua trabalhando para construir base sólida na Câmara. Em abril, houve recorde na liberação de emendas, o valor ultrapassou a marca de R$ 6 bilhões", diz Cristiane Fensterseifer, analista da Spiti.   Nos EUA, o diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, voltou a se mostrar hoje "cautelosamente otimista" sobre a possibilidade de se criar uma vacina para o novo coronavírus, comentando também que a ocorrência ou não de uma segunda onda de casos dependerá da eficácia do país em manter o problema sob controle, com testes e isolamento de doentes, por exemplo. Em meio ao processo de reabertura das economias pós-pandemia, mais avançado na Europa e na Ásia do que nas Américas, os mercados do velho continente tiveram alta expressiva nesta terça-feira, com destaque para Frankfurt (+3,75%). Em Nova York, o blue chip Dow Jones subiu 1,05%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])       Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 91046.38 2.73784 Máxima 91046.49 +2.74 Mínima 88622.49 0.00 Volume (R$ Bilhões) 2.93B Volume (US$ Bilhões) 5.58B Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 91430 2.86904 Máxima 91450 +2.89 Mínima 89300 +0.47       CÂMBIO O dólar teve um dia de forte queda, ajudado pelo cenário externo mais positivo, diante da retomada das economias e certo alívio na política doméstica, com profissionais das mesas de câmbio relatando que a busca pelo presidente Jair Bolsonaro de alianças no Congresso traz otimismo sobre sua governabilidade e chance de aprovar reformas. Nesse ambiente, o real teve o melhor desempenho hoje ante o dólar no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas, dia em que o risco-País, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos caiu para 249 pontos, o menor valor desde 26 de março e o Ibovespa superou os 90 mil pontos.   No mercado à vista, o dólar fechou com queda de 3,34%, a maior desde 8 de junho de 2018, dia em que o Banco Central intensificou intervenções no câmbio e também iniciou ação conjunta com o Tesouro para acalmar os mercados no início da corrida presidencial. O dólar terminou a sessão de hoje cotado em R$ 5,2086, o patamar mais baixo desde 14 de abril. No mercado futuro, o dólar para julho era negociado em baixa de 3%, a R$ 5,2130, às 17h, em dia marcado por maior volume de negócios.   O chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, destaca que há otimismo no mercado externo com a reabertura das economia e a retomada de operações de alguns setores, o que tem ajudado os ativos de risco. A China, por exemplo, começou a demandar mais commodities, o que é positivo para o Brasil, não só para as exportações, mas também para a entrada de mais dólares no País, ressalta ela. Uma das evidências hoje do maior apetite por risco é que o ouro e a prata, que costumam ser vistos como um porto seguro caíram. O dólar também recuou ante emergentes.   No mercado doméstico, Velloni destaca que o governo começou a fazer algumas alianças no Congresso, o que sinaliza que o Planalto pode avançar com algumas medidas. "Em abril e maio, visão era de que governo não ia passar nada, mas agora o governo começa a construir alguma base para conseguir passar alguma reforma." Apesar da melhora hoje, o executivo destaca que não é possível falar de tendência para o câmbio neste momento e a volatilidade deve prosseguir em nível elevado. "Há ainda muito incerteza sobre a pandemia do coronavírus, uma incógnita muito grande."   O economista-chefe do ING para América Latina, Gustavo Rangel, observa que o real parece ter encontrado um piso após o Banco Central mostrar maior disposição para intervir no mercado. Foram não só intervenções na prática, mas também declarações dos dirigentes do BC sinalizando mais atenção ao câmbio. Ao mesmo tempo, Rangel ressalta em relatório que a perspectiva de mais cortes de juros limita a melhora da moeda brasileira. O ING prevê corte de 0,75 ponto na taxa básica, a Selic, este mês.   Além do juro baixo, o economista do ING alerta que os investidores ainda estão preocupados com danos persistentes nas contas fiscais brasileiras em meio ao aumento do ruído político nas últimas semanas. Por isso, a perspectiva é que os riscos fiscais permaneçam altos na segunda metade do ano, com os agentes monitorando pressão de alguns setores para mais gastos públicos. Para o dólar, Rangel prevê a divisa dos EUA em R$ 5,25 nos próximos 30 dias e R$ 5,10 em 3 meses.   A gestora Gap Asset conta em sua carta mensal divulgada hoje que, diante da percepção de que a intensa desvalorização real da moeda brasileira, ao contrário de outras desvalorizações cambiais do passado, resolveu montar posição "comprada" significativa na moeda em maio. A visão era de que havia espaço limitado para movimentos adicionais de piora do real. Ao mesmo tempo, a gestora aumentou a exposição direcional na bolsa brasileira. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.20860 -3.3368 5.33910 5.20460 Dólar Comercial (BM&F) 5.3444 0 DOLAR COMERCIAL 5216.500 -2.94884 5346.000 5206.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5285.000 -2.31384 5299.500 5285.000     JUROS O aumento do apetite pelo risco vindo do exterior trouxe redução da inclinação da curva de juros, tendo os contratos de longo prazo chegado a cair em torno de 20 pontos-base nas mínimas à tarde. A percepção de que o processo de reabertura das economias lá fora se dá de forma tranquila, a perspectiva de uma vacina contra a covid-19 num prazo mais rápido do que o esperado e a de mais pacotes de estímulos foram os principais catalisadores para o bom desempenho dos mercados, a despeito da onda de protestos violentos nos Estados Unidos. Internamente, o mercado vê trégua no noticiário negativo envolvendo a tensão entre presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) e, mais do que isso, vê alívio com o arquivamento do pedido de apreensão dos celulares do presidente. A ponta curta fechou com viés de baixa, com um quadro de apostas mostrando leve vantagem para a possibilidade de queda da Selic em 0,75 ponto porcentual no Copom de junho.   Na ponta curta, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) mais líquido hoje foi o julho de 2020 (473.380 contratos), o primeiro a vencer após a próxima reunião do Copom. A taxa fechou a 2,591%, de 2,606% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2022 encerrou com taxa de 3,06%, de 3,141% ontem, e a taxa do DI para janeiro caiu de 5,943% para 5,75%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 6,73%, ante 6,912% ontem.   Ao contrário de ontem, quando as taxas pouco oscilaram, hoje já engataram firme trajetória descendente logo pela manhã, em linha com o bom humor que predominava nos demais ativos. "Há otimismo com os processos de reabertura lá fora, que até o momento ocorrem sem grandes sustos e risco menor de segunda onda de contágio do coronavírus", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.   Segundo ele, um tuíte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizando que "as vacinas" e "terapias (contra a covid-19) avançam mais rápido do que o antecipado" reforçou a busca por risco. Ainda, os governos norte-americanos e na Europa prometeram mais programas de estímulos contra os efeitos da covid-19, o que também ajuda na montagem de posições mais arriscadas. Desta forma, os contratos de Credit Swap Default (CDS, em inglês) caíram hoje abaixo de 250 pontos pela primeira vez desde março e o dólar despencou 3,34% ante o real, para R$ 5,2086.   Esse contexto favoreceu especialmente os juros longos, mais sensíveis aos eventos externos mas que também reagem ao risco político. As preocupações com a governabilidade e chance de impeachment de Bolsonaro vêm arrefecendo nos últimos dias, basicamente desde que o mercado não viu no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril fatores que pudessem endossar as acusações do ex-ministro Sérgio Moro de tentativas de interferência por parte de Bolsonaro na Polícia Federal.   Economistas do Banco Fator destacam que os mercados globais estão ignorando "as tensões políticas e as incertezas sobre os efeitos da abertura das economias". "Até a ameaça de Trump de usar o exército caso governadores e prefeitos não restabeleçam a ordem parece ter sido vista como bravata", afirma relatório da instituição. Internamente, o banco observa que, embora o ambiente político continue tenso, a pressão caiu um pouco com a leitura de que são baixas as chances de Bolsonaro ser indiciado no caso de intervenção na PF e apesar dos desencontros e dificuldades na organização da abertura das atividades não essenciais pelo País.   A "desinclinação" da curva acabou por levar o spread entre os contratos curtos e longos ao menor nível desde 22 de abril (361 pontos-base), dois dias antes da saída do ministro Moro. Tomando por base os DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2022, o diferencial hoje ficou em 367 pontos.   Os contratos curtos oscilaram com leve baixa, sustentando apostas de queda da Selic no próximo Copom. Segundo Rostagno, a curva precifica queda de 64 pontos, ou 56% de chance de corte de 0,75 ponto e 44% de possibilidade de redução de 0,5 ponto. Para o Copom de agosto, há mais 13 pontos de queda precificados, ou seja, já quase no "meio do caminho" entre estabilidade e queda de 0,25 ponto.   Na B3, ontem, vale destacar o movimento de redução de posições tomadas (que representam apostas na alta do juro) por investidores estrangeiro, em 237.199 contratos. Com isso, o estoque dessas posições por não-residentes voltou a ficar novamente abaixo de 1 milhão, a 906.471 contratos em aberto, segundo dados compilados pela Renascença DTVM. O estoque das posições compradas não caía abaixo daquela marca desde o último dia 15 de abril (960.478). (Denise Abarca - [email protected])     Operação CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.57 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 2.90 Over Selic (%a.a) 2.90
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