EXTERIOR OLHA EUA-CHINA E BRASIL AVALIA RISCOS COM ESCALADA DE CONFLITOS POLÍTICOS

Blog, Cenário
Em meio a sinais mistos vindos do exterior, os mercados locais abrem mostrando a reação ao turbulento fim de semana no Brasil. A temperatura da cena política subiu bastante nos últimos dias ao mesmo tempo em que o País atingiu a marca de meio milhão de pessoas infectadas por covid-19. Ontem foi dia de confronto em São Paulo entre manifestantes contra e pró Jair Bolsonaro, com a polícia mostrando truculência com os que pediam a saída do presidente Jair Bolsonaro aos gritos de 'democracia' na frente do Masp. Já em Brasília, Bolsonaro voltou a participar de ato antidemocrático marcado por faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e a favor de intervenção militar. Sem usar máscara, também trocou apertos de mão com os manifestantes, pegou crianças no colo, depois sobrevoou de helicóptero a manifestação junto com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e por fim, montou em um cavalo da cavalaria da Polícia Militar e percorreu novamente o local antes de retornar à residência oficial. Isso um dia depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello ter comparado o Brasil à Alemanha de Hitler e ao mesmo tempo em que o cerco vai se fechando para os Bolsonaro com decisões do Supremo, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Tribunal de Contas da União (TCU) com investigações e apurações envolvendo seu governo e seus filhos. O economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, disse ao Broadcast que o mercado, no entanto, pode não reagir mal aos protestos em SP e ato em Brasília uma vez que é baixa a chance de saída do presidente do cargo. Outros analistas observaram a mesma coisa na semana passada. O que o mercado analisa é o risco de Bolsonaro cair, que parece pequeno diante da proximidade do presidente com o Centrão. Vale ressaltar que Bolsonaro parece ignorar que existe uma pandemia. Conforme apurou o Broadcast, parte das medidas anunciadas pelo presidente como forma de combater a pandemia do novo coronavírus está travada há pelo menos 40 dias. No exterior, pelo comportamento do mercado futuro em Nova York nem parece que o fim de semana foi de caos nos Estados Unidos. As bolsas subiam na madrugada e passaram a cair levemente com a notícia de que a China suspendeu as importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos. Mas, na Europa, prevalece o sinal positivo, ecoando o alívio após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar na sexta-feira que manteria o acordo comercial preliminar com a China intacto e após melhora no desempenho do setor manufatureiro chinês. De qualquer modo, o fim de semana foi de protestos em todo país por causa de George Floyd, homem negro e que estava desarmado quando foi morto pela polícia no dia 25 de maio. Os atos foram os maiores desde 1968, quando Martin Luther King Jr. foi assassinado. Na agenda da semana, as atenções ficam com o relatório de emprego dos EUA. No radar hoje fica o balanço da Embraer, divulgado há pouco, com prejuízo líquido de R$ 1,276 bilhão no primeiro trimestre de 2020, mais de seis vezes superior na comparação com o prejuízo de igual período de 2019. Na sexta-feira, as ações da fabricante de aviões saltaram mais de 10%, mas fecharam em alta de 2,44%, em meio ao noticiário de que a chinesa Comac teria interesse estabelecer uma parceria. E a partir de hoje algumas cidades paulistas retomam gradualmente as atividades.   Produção industrial em abril em destaque - A agenda econômica na semana traz o resultado da produção industrial em abril, na quarta-feira, e o IGP-DI de maio, na sexta-feira. Hoje, estão previstos o Boletim Focus (8h20); o IPC-S de maio (8h00), com expectativas de deflação de 0,50% (mediana do Projeções Broadcast), após -0,18% em abril; e a balança comercial de maio (15h00). Pesquisa do Projeções Broadcast indica mediana em US$ 4,400 bilhões para o saldo comercial. O Banco Central receberá propostas dos dealers de câmbio para a realização de operações compromissadas em moeda estrangeira (10h00 às 14h00). O presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de videoconferência da Comissão Mista do Congresso, que discute os impactos do covid-19 (11h00). A Fundação FHC realiza webinar com Ian Bremmer, Presidente e Fundador do Eurasia Group e GZERO Media, e Christopher Garman, Diretor Executivo para as Américas do Eurasia Group (18h00).   Payroll dos EUA e decisão de juros do BCE na semana -A agenda internacional na semana traz o relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos em maio, na sexta-feira, e a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), na quinta. Nesta segunda-feira, estão previstos o índice ISM de atividade industrial dos Estados Unidos em maio (11h00) e os PMIs dos Estados Unidos (10h45) e o da indústria global (12h00). Na China, o PMI de serviços do IHS Markit/Caixin de maio sai na terça-feira.   Celso de Mello vê momento igual ao da ascensão do nazismo -/b> O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, comparou o Brasil à Alemanha de Hitler e, em mensagem reservada enviada a interlocutores no WhatsApp, disse que bolsonaristas “odeiam a democracia” e pretendem instaurar uma “desprezível e abjeta ditadura”. Procurado, o ministro alegou ao Estadão/Broadcast que a manifestação foi “exclusivamente pessoal”, “sem qualquer vinculação formal ao STF”. Celso de Mello é o relator do inquérito que investiga as acusações, levantadas pelo ex-ministro Sérgio Moro, de que Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal.   Tudo aponta para uma crise, diz Bolsonaro sobre decisões do Supremo, TSE e do TCU - O presidente Jair Bolsonaro escreveu no sábado, 30, no Facebook que 'tudo aponta para uma crise', ao comentar decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que miram a família, aliados e a sua campanha presidencial em 2018. Bolsonaro destacou a notícia de encaminhamento, pelo ministro Celso de Mello, à Procuradoria-Geral da República (PGR) de um pedido de investigação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por crime de incitação à subversão da ordem política ou social.   Oposição teme efeitos contrários de protestos - Apesar de reconhecerem como positivo o fato de, pela primeira vez, haver reação nas ruas ao governo Bolsonaro, dirigentes e lideranças de oposição viram com preocupação os atos pró-democracia. Para eles, as polícias agiram de forma “desigual” com os manifestantes pró e contra o presidente. Outro temor é que o confronto seja justamente o que presidente gostaria de ver para radicalizar. E o fato de os atos terem sido organizados por torcidas de futebol, inclusive rivais (Corinthians e Palmeiras), foi positivo por mostrar que o desgaste de Bolsonaro transcende partidos e políticos.   Datafolha: 72% reprovam frase de Bolsonaro sobre dar armas à população -A frase do presidente Jair Bolsonaro de que é preciso armar às pessoas para que não sejam escravizadas por governantes é rejeitada por 72% dos entrevistados em pesquisa Datafolha, publicada no jornal Folha de S.Paulo deste domingo. O argumento foi apresentado pelo presidente na reunião ministerial do dia 22 de abril. "Eu quero todo mundo armado. Que povo armado jamais será escravizado”, afirmou. Apenas 24% dos pesquisados estão de acordo com a declaração, enquanto 2% não concordam nem discordam e outros 2% não souberam responder.   Celso envia a Aras pedido de investigação contra Eduardo Bolsonaro por 'subversão da ordem política'- O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou ao procurador-geral da República Augusto Aras pedido de investigação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) por crime de incitação à subversão da ordem política ou social. A notícia-crime foi protocolada na Corte o filho do presidente declarar que não se trata de uma questão de 'se', e sim 'quando' Bolsonaro adotará uma 'medida energética' após operação da Polícia Federal no inquérito das 'fake news' atingir aliados do Planalto.   Eduardo defende classificação de 'organização terrorista' para manifestantes antifacismo - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse em sua conta no Twitter que apoia a iniciativa de definir como terroristas manifestantes antifascismo, repercutindo tuíte do presidente americano Donald Trump que defende essa designação. Na postagem, Trump escreveu que "os Estados Unidos da América designarão Antifa como uma organização terrorista". "O Brasil deveria fazer o mesmo", escreveu o parlamentar.   TCU quer apurar se grupo utilizou recursos públicos - O "gabinete do ódio", estrutura do Palácio do Planalto responsável por fazer ataques nas redes sociais e em grupos de WhatsApp a críticos do presidente Jair Bolsonaro, entrou na mira do Tribunal de contas da União (TCU). O subprocurador Lucas Furtado ingressou com uma representação para que a corte de Contas analise se a ação do grupo de servidores é financiada por recursos públicos. A atuação do grupo é investigada também pelo inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a disseminação de fake news.   Com 2,9 mil cargos, Forças Armadas temem desgaste - Em conversas nos quartéis e gabinetes de Brasília, miliares admitem que a nova incursão na política, após 35 anos do fim da ditadura militar, trará desgaste à imagem da instituição e temem perder a credibilidade duramente reconquistada por causa do envolvimento com o governo e a perspectiva de seu naufrágio. Militares da ativa já ocupam quase 2,9 mil cargos no Executivo, segundo levantamento do Ministério da Defesa, feito a pedido do jornal O Estado de São Paulo.   Futuros de NY recuam - Os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa nesta manhã, revertendo ganhos de mais cedo, após relatos de que a China teria suspendido as importações de alguns produtos agrícolas dos EUA, incluindo soja, em meio às tensões entre as duas potências econômicas. Às 7h26, no mercado futuro, Dow Jones caía 0,13%, S&P 500 recuava 0,21% e Nasdaq cedia 0,44%. O índice DXY, que compara o dólar ante seis divisas fortes, caía 0,20%, a 98,149 pontos.   Bolsas europeias e euro reduzem ganhos após PMI - As bolsas europeias e o euro reduziram ganhos, após a divulgação do PMI industrial da zona do euro, que subiu um pouco menos do que o esperado na leitura final de maio. Um feriado fecha os mercados hoje na Alemanha. Às 7h26, a Bolsa de Londres avançava 1,19% e a de Paris se valorizava 1,24%. O euro se fortalecia a US$ 1,1114, de US$ 1,1095 no fim da tarde de sexta-feira (29). Antes do indicador, a moeda única era negociada a US$ 1,1149. A libra subia a US$ 1,2387, ante US$ 1,2332 na sexta-feira.   PMI industrial da Alemanha em maio fica abaixo da prévia - O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da Alemanha subiu da mínima recorde de 34,5 em abril para 36,6 em maio, abaixo da prévia (36,8), segundo a IHS Markit. Apesar do avanço, o resultado bem abaixo da marca de 50 indica que o setor manufatureiro alemão continua em forte contração em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus.   PMI industrial do Reino Unido sobe menos que esperado em maio -O índice de gerentes de compras (PMI) industrial do Reino Unido subiu da mínima recorde de 32,6 em abril para 40,7 em maio, segundo a IHS Markit em parceria com a CIPS. O resultado ficou abaixo da previsão (41).   Bolsas da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam em alta significativa nesta segunda-feira, reagindo com alívio aos anúncios do fim da semana passada do presidente dos EUA, Donald Trump, que foi menos agressivo do que se esperava com a China em meio às tensões em torno de Hong Kong, e na esteira de dados mostrando recuperação do setor manufatureiro chinês após o choque do coronavírus. Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 2,21%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 3,36%. No Japão, o Nikkei se valorizou 0,84%, enquanto o sul-coreano Kospi teve ganho de 1,75% em Seul, após a empresa biofarmacêutica Celltrion anunciar resultados positivos de um possível tratamento para a covid-19 e sua ação saltar 6,56%. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 1,10% em Sydney. Às 7h26, o dólar caía a 107,65 ienes, ante 107,78 ienes no fim da tarde de sexta-feira.   China: PMI industrial sobe a 50,7 em maio e o de serviços, a 53,6 - O índice de preços de gerentes de compras (PMI) industrial da China subiu de 49,4 em abril para 50,7 em maio, segundo a IHS Markit em parceria com a Caixin Media. É o índice mais alto dos últimos quatro meses. Já o PMI do setor de serviços do país subiu de 53,2 em abril para 53,6 em maio, puxado pelo bom desempenho da construção civil. Foi a quarta alta mensal consecutiva do índice, divulgado ontem pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país asiático.   China: PMI industrial oficial cai mais que o esperado em maio - O índice os gerentes de compras do setor industrial na China (PMI) caiu de 50,8 em abril para 50,6 em maio, enquanto analistas esperavam alta a 51,5 pontos. De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas chinês, é a segunda queda mensal consecutiva, indicando que a pandemia do coronavírus ainda está impactando a demanda por produtos manufaturados.   Petróleo recua - Os contratos futuros do petróleo operam em baixa nesta manhã, em meio a um movimento de realização de lucros após os robustos ganhos da sessão anterior. Na sexta-feira (29), o petróleo fechou em alta de mais de 5% com relatos de que o presidente dos EUA, Donald Trump, manteria intacto o acordo comercial com a China apesar das divergências em relação a Hong Kong, o que mais tarde se confirmou. Às 7h26, o barril do petróleo WTI para julho caía 0,90% na Nymex, a US$ 35,18, enquanto o do Brent para agosto recuava 0,03% na ICE, a US$ 37,83.          
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