A esperança com mais um vacina experimental contra a covid-19, desta vez da empresa americana Novavax, dá fôlego aos mercados internacionais nesta terça-feira e deve sustentar a continuidade do apetite pelos ativos locais. Especialmente diante da trégua no nervosismo com a cena política. O dólar em queda ante a maioria das moedas de países emergentes e exportadores de commodities pode colaborar para conduzir o dólar para abaixo de R$ 5,45, puxando os juros para novas mínimas históricas, enquanto a alta firme dos futuros das bolsas de Nova York na volta do feriado e do petróleo tendem a içar o Ibovespa para além dos 85 mil pontos.
O aprofundamento da deflação a ser mostrada hoje pelo IPCA-15, com mediana das estimativas em -0,47% na margem, de -0,01% em abril, além de aliviar os juros curtos, reforça a expectativa de corte da Selic em junho. Ontem, a curva projetava 85% de chance de uma dose de -50 pontos-base ante opção de -75 p.b. O mercado começa também o dia com a leitura da notícia de que a equipe econômica quer usar o lucro do Banco Central com a variação do dólar, que deve superar R$ 500 bilhões, para reforçar caixa do Tesouro e garantir os recursos necessários para gestão da dívida pública. Essa transferência, segundo apurou o Broadcast, daria mais conforto para que o governo continue administrando os compromissos sem necessidade de pagar qualquer preço para emitir novos títulos para levantar os recursos. No radar, hoje, também está a videoconferência do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente do BC, Roberto Campos, e os presidentes da Caixa, Banco do Brasil e BNDES. No cenário político, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou sob sigilo os depoimentos do empresário Paulo Marinho e do chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Miguel Ângelo Braga Grillo, no inquérito que apura acusações do ex-ministro Sérgio Moro de "interferências políticas" do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Mello também negou o pedido de Flávio para ter acesso ao depoimento de Marinho. E três dias após a divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro divulgou nota pedindo o arquivamento do inquérito que motivou a publicação do material e negou acusações de interferência nos trabalhos da Polícia Federal.
IPCA-15, setor externo e Guedes em destaque - A agenda interna traz o IPCA-15 de maio (9h00); os dados do setor externo (9h30). Pesquisa do Projeções Broadcast indica que o índice pode ter a maior deflação do Plano Real em maio, de -0,47%, conforme a mediana das 27 estimativas coletadas. Até hoje, o piso desde 1994 é de setembro de 1998 (-0,44%). Para o setor externo, é esperado superávit em conta corrente de US$ 3,1 bilhões (mediana), o maior saldo da série histórica, iniciada em 1995. E para o Investimento Direto no País (IDP), a mediana das expectativas é de US$ 1,5 bilhão, que, se confirmada, seria o fluxo mais baixo para o mês desde 2006 (US$ 835 milhões). O Tesouro faz leilão de venda de NTN-B (11h00). Em Brasília, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem videoconferência com os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, do Banco Central, Roberto Campos, da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e do BNDES, Gustavo Montezano (11h30). No Rio, o empresário Paulo Marinho prestará depoimento na Superintendência da PF no inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro. A Câmara dos Deputados tem sessão marcada para as 13h55. O Plenário do Senado tem sessão deliberativa remota a partir das 16 horas.
Fed de Chicago divulga atividade nacional dos EUA - A agenda internacional traz o índice de atividade nacional de abril, nos Estados Unidos (9h30); o índice de confiança do consumidor em maio e as vendas de moradias novas (11h00). Além disso, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane (9h45), e o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari (14h00), participam de eventos virtuais sobre economia e covid-19. A Organização Mundial do Comércio (OMC) realiza webinar sobre comércio internacional em tempos de covid-19 10h00).
Há 6 dias Brasil é líder mundial em novos casos por milhão de habitantes - O Brasil chegou nesta segunda-feira, 25, ao sexto dia consecutivo na liderança do ranking mundial de novos casos da covid-19 a cada milhão de habitantes. Oficialmente, o País tem até o momento 363.211 casos e 22.666 mortes por covid-19.
Governo quer crédito internacional para bolsa família e auxílio emergencial - O governo federal recorrerá a organismos internacionais para bancar o pagamento de parte do auxílio emergencial e da ampliação do Bolsa Família. A União deve pedir empréstimo superior a R$ 20 bilhões (US$ 4,1 bilhões) a organismos internacionais para financiar medidas de combate aos efeitos sociais da pandemia da covid-19, que incluem ainda parcelas do seguro desemprego e a compensação a trabalhadores que sofreram redução de jornada e salário.
STF arquiva pedido para enquadrar Bolsonaro por falsidade ideológica - O ministro Celso de Mello, do STF, atendeu manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e arquivou notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro por falsidade ideológica. O pedido de denúncia foi apresentado pelos senadores Randolfe Rodrigues e Fabiano Contarato, da Rede, após o ex-ministro Sérgio Moro afirmar que não assinou o decreto que exonerou Maurício Valeixo da chefia da Polícia Federal.
Celso de Mello pede a colegas do STF medidas contra Weintraub - O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, pediu aos colegas do Supremo que adotem, "querendo", as medidas que "que julgarem pertinentes" contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub. O despacho envia cópia da transcrição da reunião ministerial do dia 22 de abril, apontando para "descoberta fortuita de prova de possível crime contra a honra" dos ministros do STF proferidas pelo ministro da Educação. Durante o encontro, Weintraub afirmou que "botava na cadeia" todos os ministros do Supremo. Também o Senado aprovou, ontem, a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
OTIMISMO PREDOMINA
Bolsas europeias e futuros de NY sobem - As bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York operam em alta, em meio a expectativas renovadas de que surja um tratamento para o coronavírus. Às 7h24, a Bolsa de Londres subia 0,89%, a de Frankfurt avançava 0,65% e a de Paris se valorizava 1,17%. No mercado futuro de Nova York, Dow Jones subia 2,06%, S&P 500 avançava 1,91% e Nasdaq se valorizava 1,85%. O euro tinha alta a US$ 1,0957 , ante US$ 1,0901 no fim da tarde de ontem. A libra subia a US$ 1,2304, ante US$ 1,2195 no fim da tarde de ontem.
Alemanha: confiança do consumidor deve se recuperar levemente - O índice de confiança do consumidor da Alemanha subiu da mínima histórica de -23,1 pontos em maio para -18,9 pontos em junho, segundo projeção divulgada nesta terça-feira pelo instituto alemão GfK. A leitura de maio foi revisada para cima, de -23,4 pontos originalmente.
Bolsas da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam em alta generalizada nesta terça-feira, impulsionadas por expectativas renovadas de que surja um tratamento para o coronavírus. O índice Nikkei subiu 2,55% em Tóquio, um dia após o governo do Japão remover a imposição de restrições no território nacional por causa do covid-19. Na China continental, o Xangai Composto subiu 1,01%, enquanto o Hang Seng se valorizou 1,88% em Hong Kong e o sul-coreano Kospi teve ganho de 1,76% em Seul. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 2,93% em Sydney.
Às 7h30, o dólar estava a 107,67 ienes, ante 107,72 ienes no fim da tarde de ontem.
Petróleo sobe - Os contratos futuros do petróleo operam em alta significativa, em meio a expectativas renovadas de que surja um tratamento para o coronavírus, o que favoreceria a retomada da atividade econômica e a demanda pela commodity. Às 7h30, o barril do petróleo WTI para julho avançava 2,41% na Nymex, a US$ 34,05, enquanto o do Brent para agosto subia 1,27% na ICE, a US$ 36,58.
Toda quarta é Super quarta? Quando ocorre a Super Quarta?