Em mais um dia de aversão a risco, em meio ao contínuo aumento de casos de coronavírus no mundo e às constantes preocupações com o efeito disso tudo sobre a economia global, as bolsas, aqui e nos EUA, voltam a experimentar queda semanal, enquanto o dólar continua sua escalada, ao atingir novo patamar nominal recorde e ter a maior alta para esses cinco pregões, de 4,40%, desde agosto de 2018, antes da eleição presidencial. Com isso, a curva de juros sofreu importante inclinação. Hoje, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que o mundo já está em recessão, em um quadro "bem pior do que a crise financeira de 2008". Com isso, pouco adiantou mais um dia de avanço expressivo nos preços do petróleo, diante da expectativa por um acordo entre os grandes produtores, na próxima semana, para reduzir os volumes ofertados. Tanto que, mesmo com o avanço porcentual de dois dígitos do barril, os papéis da Petrobras cederam e ajudaram o Ibovespa a experimentar perda muito superior à de seus pares em Wall Street, de 3,76%, aos 69.537,56 pontos. Na semana, a queda foi de 5,30%, depois da alta de 9,48% nos cinco pregões de 23 a 27 de março. Seguiu pesando durante toda a semana, no caso dos ativos domésticos, o ruído político entre o presidente Jair Bolsonaro, a equipe técnica do Ministério da Saúde e os governadores. Em meio a isso, pesquisas mostraram, hoje, queda na aprovação do governo de Bolsonaro. No caso do câmbio, apesar de o real estar em movimento alinhado ao dos demais emergentes, pouco tem adiantado as intervenções quase diárias do Banco Central com venda de reservas. Hoje, aliás, as cotações aceleraram após a autoridade monetária, no fim da tarde, vender US$ 455 milhões ao mercado. No fim, o dólar à vista teve valorização de 1,15%, fechando no novo recorde de R$ 5,3270, perto portanto da nova maior máxima intraday, de R$ 5,3280. O quadro de busca por segurança, em meio ao prenúncio de um quadro bastante recessivo, após o payroll de março mostrar saldo negativo de 701 mil vagas, levou os juros curtos a caírem, enquanto os longos voltaram a acumular prêmios.
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