[BOLETIM] EXTERIOR ESTENDE ALÍVIO EM MEIO A RUÍDO POLÍTICO LOCAL E DISPUTA DA PTAX NO CÂMBIO

Blog, Cenário
Março termina hoje com tensão menor nos mercados internacionais por causa do coronavírus, o que pode aliviar os ajustes dos ativos locais. O apetite por risco impulsionou as bolsas asiáticas e também apoia as bolsas europeias e futuros de Nova York, onde é realimentado pela recuperação para expansão para dos índices de gerentes de compras (PMI) industrial e de serviços da China, após ter caído à mínima histórica em fevereiro com a pandemia. Também ajuda no humor novas medidas em estudo pela China, incluindo cortes de impostos, para ajudar exportadoras, e a sinalização da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, de que deve ser elaborada nova legislação com "apoio substancial" aos governos estaduais e municipais, que poderá ser votada depois da Páscoa. O dólar sobe ante seus pares principais e grande parte das divisas emergentes, enquanto o petróleo se recupera e avança, após recuar ao menor valor em 18 anos ontem. No Brasil, a B3 deve se beneficiar do bom humor de fora. Mas o dólar pode mostrar volatilidade até o início da tarde, por causa da disputa técnica em torno da taxa Ptax (uma média de preço do dólar à vista no período), que servirá amanhã para os ajustes de contratos cambiais futuros e de balanços corporativos de fim de mês e do 1º trimestre. O ambiente político fica no radar em meio a 159 mortes e 4.579 infectados por covid-19 no País. Há incertezas sobre a operacionalização do repasse do crédito de R$ 40 bilhões prometido para a folha salarial de pequenos e médios comerciantes e do auxílio de R$ 600 reais a trabalhadores informais, titulares de contratos intermitentes e microempreendedores individuais, aprovado ontem à noite pelo Senado e enviado à Presidência da República para sanção. A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado calcula que 30,5 milhões de brasileiros receberão o auxílio emergencial. No Twitter, após a aprovação do benefício a vulneráveis, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pediu "a sanção imediata do projeto de lei", e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demonstrou preocupação com a logística da operação. A hashtag #PagaLogoBolsonaro era uma das mais comentadas no Twitter ontem à noite. Panelaços se repetiram pelo País pelo 14º dia seguido e o número de opositores de Bolsonaro nas redes sociais superou o de apoiadores nas duas últimas semanas. Outro foco de atenção é o perceptível incômodo de Bolsonaro com o protagonismo de seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que voltou a mandar a população seguir as orientações dos Estados na condução das ações de combate ao coronavírus, contrariando o discurso do presidente que rejeita as quarentenas. À noite, o presidente reafirmou em entrevista à Rede TV! que "não pode impor isolamento, como alguns Estados fizeram" e que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem a expectativa de que a economia brasileira se recupere da crise em até um ano. Já o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, pediu à Procuradoria-Geral da República que se manifeste sobre uma notícia crime contra Bolsonaro, movida pelo deputado federal petista Reginaldo Lopes. O parlamentar quer enquadrar o presidente no artigo 268 do Código Penal, que consiste em infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. O crime tem pena de um mês a um ano.   Taxa de desemprego e setor público consolidado na pauta local - A agenda desta terça-feira traz a divulgação da taxa de desemprego no Brasil no trimestre até fevereiro pelo IBGE (9h00), bem como dados do setor público consolidado do segundo mês do ano (9h30). Para o dado de desemprego, a mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast é de 11,60%, de 11,20% em janeiro. Para o dado fiscal, a mediana estimada é de déficit de -R$ 21,1 bilhões, de -R$ 56,275 bilhões em janeiro. Às 8 horas, sai a confiança empresarial. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de reunião do Conselho de Governo, no Palácio do Planalto (14h30).   Dados de confiança nos EUA e Japão no foco - No exterior, destaque para dois dados dos Estados Unidos, ambos referentes a março: índice de atividade industrial de Chicago (10h45) e confiança do consumidor (11h00), além dos estoques API de petróleo (17h30). No Japão, saem pesquisa Tankan sobre confiança de grandes empresas do setor industrial (20h50) e índice de gerentes de compras (PMI) industrial final de março (21h30). Na China, será revelado o que PMI industrial de março (22h45).   Internação por síndrome respiratória cresce 445% no País - Em meio à pandemia de coronavírus, o número de internações no Brasil por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na semana de 15 a 21 de março já era cinco vezes maior (5.787 casos) que no mesmo período de 2019 (1.061 casos). Desses 5.787 internações de pacientes com SRAG - 355 delas já confirmadas como coronavírus. O avanço nas internações foi de 445%.   Socorro a pequenas empresas pode conter salto de calotes em bancos - A linha emergencial de R$ 40 bilhões para ajudar pequenas e médias empresas a financiarem suas folhas de pagamentos nos próximos dois meses deve segurar uma piora mais elevada dos calotes nos bancos, por conta da crise gerada em meio à pandemia de coronavírus. No fim de 2019, o segmento apresentou o menor nível de inadimplência em mais de um ano.   Bolsonaro é mantido na composição de comitê de gestão de crise - Após idas e vindas, a figura do presidente Jair Bolsonaro foi mantida na composição do Comitê de Gestão de Crise, previsto na proposta do “Orçamento de Guerra”, a ser votado pela Câmara ainda esta semana. Além de fazer parte do comitê, Bolsonaro irá dizer qual será o desenho do colegiado por decreto. Quem deverá participar, no entanto, será definido pelo Congresso. O comitê terá poderes de fixar a orientação geral e aprovar as ações durante o período de calamidade.   AGU entra na Justiça para garantir atividades como lotéricas e igrejas - A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou na Justiça para garantir o funcionamento de lotéricas e igrejas como atividades essenciais durante a pandemia de covid-19, como quer o presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, Bolsonaro assinou um decreto permitindo que igrejas e casas lotéricas ficassem abertas. O juiz federal Márcio Santoro da Rocha suspendeu trecho do decreto e agora a AGU recorre.   Não é possível que todos estejam errados e só o presidente certo, diz Marco Aurélio - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira (30) ao Estado/Broadcast que ficou 'pasmo' com a atitude do presidente Jair Bolsonaro de sair às ruas e cumprimentar populares mesmo diante do avanço da pandemia do novo coronavírus e defendeu o distanciamento social. "Não é possível que todos estejam errados, e só o presidente da República esteja certo", afirmou.   Ministro da Defesa exalta golpe de 1964 - O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, divulgou nesta segunda-feira, 30, uma nota para lembrar o aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964. Ele disse que o “movimento” foi um "marco para a democracia brasileira". O período que durou até 1985 teve como marcas históricas o fim das eleições diretas, o fechamento do Congresso, a censura, a tortura e assassinatos praticados por agentes do Estado brasileiro.   JPMorgan afirma que recessão global já começou e Pimco vê recuperação no 4º trimestre - Em bate-papo online realizado pela XP Investimentos ontem, Gabriela Santos, estrategista de mercados globais do mercado do JPMorgan, afirmou que a recessão da economia global já começou, o segundo semestre será de estagnação, com uma recuperação “forte” em 2021. Luís Oliveira, responsável pela Pimco no Brasil, acredita que a retomada começa um pouco antes, no quarto trimestre deste ano. Segundo ele, a taxa de default, ou seja, de empresas que deixarão de cumprir suas obrigações, será de 5%, bem maior do que a taxa de 0,6% verificada na crise de 2008.    EXTERIOR POSITIVO   Bolsas europeias e futuros de NY com fôlego limitado alta - As bolsas europeias e futuros de Nova York operam em alta bem moderada, após dados de atividade (PMIs) mostrarem expansão e diante da mudança de postura do presidente dos EUA, Donald Trump, reconhecendo os riscos do coronavírus e estendendo o período de quarentena. Às 7h28, o Dow Jones futuro subia 0,14% e o S&P500 futuro tinha alta de 0,08%. A Bolsa de Londres subia 0,69%, a de Frankfurt avançava 0,68% e a de Paris passou a cair 0,09%. O euro ampliou perdas levemente ante o dólar após a divulgação da inflação da zona do euro e caía a US$ 1,0964, de US$ 1,1047 no fim da tarde de ontem. Antes do indicador, o euro era negociado a US$ 1,0981. A libra recuava a US$ 1,2355, de US$ 1,2410 no fim da tarde de ontem. O índice DXY, que mede a variação dólar em relação a outras moedas principais, subia 0,51%, a 99,684 pontos.   Inflação da zona do euro desacelera em março - O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,7% na comparação anual de março, desacelerando fortemente em relação ao aumento de 1,2% em fevereiro em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas de alta de 0,8%. A prévia de março afasta a inflação anual da zona do euro ainda mais da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.   PIB do Reino Unido fica estável no 4ºtri19 - O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido ficou estável no quarto trimestre de 2019 ante o terceiro trimestre, mas na comparação anual teve expansão de 1,1%. Os resultados vieram em linha com as expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal e confirmaram estimativas preliminares divulgadas no mês passado.   Mercados da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça-feira, após sinais dados pelo PMI de que a China começa a se recuperar do violento impacto econômico da pandemia de coronavírus. Apesar do alívio com os PMIs, a reação nas bolsas chinesas foi discreta. O Xangai Composto teve alta de 0,11%. O Hang Seng avançou 1,85% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi subiu 2,19% em Seul. A exceção foi o mercado japonês. O índice Nikkei caiu 0,88% hoje em Tóquio, pressionado por papéis financeiros e de montadoras. O S&P/ASX 200 recuou 2,02% em Sydney. Às 7h30, o dólar estava em 108,51 ienes, de 107,85 ienes no fim da tarde de ontem.   China: PMI industrial e de serviços voltam a mostrar expansão da atividade - O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China subiu de 35,7 em fevereiro para 52,0 em março, acima da expectativa de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, que previam alta a 51,5. A marca acima de 50,0 indica expansão da atividade no país asiático, após o indicador ter caído à mínima histórica no mês passado, devido à paralisação da economia chinesa em meio à pandemia de coronavírus. Já o PMI de serviços chinês avançou de 29,6 em fevereiro para 52,3 em março.   Petróleo em recuperação - Os contratos futuros do petróleo operam em alta na madrugada desta terça-feira, ensaiando uma recuperação após atingirem os menores níveis em 18 anos na sessão anterior em meio a incertezas sobre o impacto do coronavírus na demanda pela commodity. Ontem à tarde, após conversa telefônica, os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, afirmaram em comunicado que concordam sobre a importância da "estabilidade" nos mercados globais de energia, embora não tenham anunciado medidas concretas para sustentar os preços do petróleo. Às 7h30, o petróleo WTI para maio subia 5,92%, a US$ 21,28 o barril, enquanto o petróleo Brent para junho avançava 2,91%, a US$ 27,21 o barril.  
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