Os investidores optaram por realizar os lucros obtidos nos últimos dias, após o apetite por risco se estender por três pregões consecutivos e em meio ao avanço do coronavírus pelo mundo, especialmente nos Estados Unidos, que já ultrapassou a China em número de infectados. Ainda assim, as bolsas encerram a semana com ganhos significativos, ao passo que o dólar, apesar de também ter cedido nos últimos três dias ante o real, ainda subiu 1,5% no período. A exceção desta sexta-feira, contudo, foram os juros futuros, onde a devolução de prêmios teve prosseguimento, ainda que na sessão estendida também tenham ensaiado alguma realização. No caso do mercado acionário, a perspectiva de sanção do pacote fiscal trilionário nos EUA, além das medidas anunciadas hoje no Brasil, no caso da Bolsa local, chegaram a reduzir momentaneamente a perdas, mas, no fim, o Dow Jones recuou mais de 4%, reduzindo o ganho na semana para 12,84%. O Ibovespa, por sua vez, caiu 5,51%, aos 73.428,78 pontos. Mesmo assim, interrompeu uma sequência de cinco semanas consecutivas de perdas e subiu 9,48% de segunda-feira até hoje. Os juros também tiveram devolução importante de prêmios na semana. Hoje, cederam em meio ao anúncio do novo pacote de medidas do governo, com concessão de crédito garantido pelo Tesouro e redução da taxas de juros em linhas de financiamento. Mas os vencimentos curtos, que caíram cerca de 50 pontos nos últimos cinco dias, enquanto os longos cederam 150 pontos, também são influenciados pelas constantes revisões em baixa para o crescimento do Brasil, o que também pode significar menor pressão inflacionária. Moody's e Goldman Sachs já trabalham com um tombo de mais de 3% para o PIB. Por fim, o dólar, após acumular baixa de 2,6% entre terça-feira e ontem, subiu 2,11%, a R$ 5,1025 no mercado de balcão. Na parte da tarde, o ritmo de valorização da moeda americana caiu, após o Banco Central fazer dois leilões não programados de dólar à vista e injetar US$ 1 bilhão no mercado. No mês, a divisa sobe quase 14% e, no ano, mais de 27%. No Brasil, vale registrar, enquanto o presidente Jair Bolsonaro segue em campanha para flexibilizar as medidas de isolamento, houve um aumento de 502 casos de coronavírus nas últimas 24 horas, com 3.417 casos confirmados e 92 mortes.
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