A disparada dos juros dos Treasuries nesta véspera de decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) penalizou o sentimento de risco pelo mundo todo. Em meio às dúvidas sobre por quanto tempo a política monetária dos Estados Unidos permanecerá em território restritivo, a T-note de 2 anos chegou ao fim da tarde projetando taxa acima de 5,1%. Nem mesmo o petróleo, em franca trajetória recente de alta, conseguiu se manter no azul, pressionado pela valorização do dólar ante a maioria das moedas. A cena externa traduziu-se em cautela para as cotações de ativos domésticos. O mercado local põe na conta também as expectativas antes do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, bem como as chances de ele abrir espaço para uma aceleração do corte da Selic nas próximas reuniões. Hoje, as apostas na redução de 75 pontos-base no mês de novembro perderam força, com probabilidade agora em cerca de 10%. Em meio à inclinação da curva de juros, ações cíclicas tiveram perdas na Bolsa, enquanto as blue chips Vale ON (+0,19%) e Petrobras PN (+0,23%) terminaram com leve ganho. O Ibovespa fechou em queda de 0,37%, aos 117.845,78 pontos. No câmbio, o dólar à vista subiu aos R$ 4,8730, valorização de 0,35%, em um dia de variações estreitas, de pouco mais de 3 centavos entre a mínima e a máxima.
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MERCADOS INTERNACIONAIS
Enquanto o mercado aguarda a decisão do Federal Reserve (Fed) de amanhã, as atenções se voltaram para os discursos de líderes mundiais na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com a defesa da reforma do Conselho de Segurança entre os principais temas abordados. Em paralelo, os investidores ainda ponderaram os riscos do setor imobiliário na China, com a notícia de que a Country Garden perdeu prazo para pagamento de juros e a Sunac obteve aprovação para reestruturar sua dívida. Os juros dos Treasuries sustentaram o movimento altista e o rendimento da T-note de 2 anos chegou ao fim da tarde acima da marca de 5,100%, o que ajudou a manter pressão sob as bolsas de Nova York, que fecharam no vermelho. No caso do petróleo, o quadro foi de volatilidade, com a commodity terminando o dia com leve baixa, mas ainda acima de US$ 90. O dólar operou misto e com pouco impulso, apesar de analistas preverem uma recuperação da moeda.
Durante a Assembleia Geral da ONU, tanto o secretário-geral António Guterres, quanto líderes de países como África do Sul e Turquia, defenderam uma reforma do Conselho de Segurança. O Brasil busca uma cadeira permanente e foi defendido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. Ele citou especificamente Brasil e Índia como países que deveriam ter assento em uma versão reformada do principal órgão decisório da ONU. Atualmente, China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia são os membros permanentes, com direito a veto.
Ajudando a guiar os mercados, entretanto, está a ideia de que os juros dos Treasuries deverão ficar no nível atual por mais tempo que o esperado na semana passada. E, segundo a Stifel, os cortes deverão ser menores que a expectativa do mercado. "Como a economia se revelou mais forte do que o esperado, o desemprego mais baixo e a inflação mais alta, a mensagem deverá ser cada vez mais inclinada para um cenário de juros mais altos por mais tempo, com redução das projeções de cortes de taxas".
Assim, os retornos dos Treasuries ficaram nas máximas desde 2007, em "antecipação a uma pausa hawkish do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês)", segundo avalia o BMO, no aguardo principalmente dos direcionamentos que o presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, dará na coletiva de imprensa após anúncio da decisão de juros. O rendimento da T-note de 2 anos subiu a 5,109%, o da T-note de 10 anos avançou a 4,362% e o do T-bond de 30 anos teve alta a 4,42¨%.
Os retornos pesaram nas bolsas de Nova York, que permaneceram na fraqueza atual durante todo o dia. Segundo a Oanda, entretanto, se persistir o otimismo de que o Banco Central americano já finalizou as altas da taxa, "isso poderá ajudar a manter as ações apoiadas por mais algum tempo". Assim, o índice Dow Jones caiu 0,31%, o S&P 500 cedeu 0,22% e o Nasdaq teve queda de 0,23%.
O subíndice de pior desempenho hoje no S&P 500 foi o de energia (-0,83%), pressionado pela queda do petróleo. O movimento da commodity, por sua vez, acompanha realização de lucros, após fortes ganhos nos últimos dias, e a aversão ao risco observada no mercado. Entretanto, a Capital Economics alerta que os preços dos barris deverão se manter nos níveis atuais, ou até acima disso, de olho no déficit da oferta.
O contrato do WTI para novembro, agora mais líquido, fechou em queda de 0,11% (US$ 0,10), em US$ 90,48 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 0,10% (US$ 0,09), a US$ 94,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ambos os contratos ainda rondam máximas desde novembro de 2022.
O câmbio, por sua vez, não ofereceu muita pressão ao petróleo, com o dólar operando misto ante divisas fortes. Entretanto, a Oxford Economics avalia que possui uma visão "negativa" sobre o crescimento global, o que é uma boa notícia para o dólar. "É verdade que impressões de inflação mais suaves podem levar a que o mercado precifique cortes anteriores nas taxas da Fed, o que inviabiliza a nossa visão de um dólar forte. Mas ainda não chegamos lá e vemos isso apenas como um cenário do segundo semestre de 2024". Por volta das 17 horas, o índice DXY operava em queda de 0,05%, a 105,152 pontos, o dólar subiu a 147,85 ienes, o euro caiu a US$ 1,0683 e a libra teve alta a US$ 1,2396.
BOLSA
Em variação de apenas 830 pontos entre a mínima (117.627,67) e a máxima (118.457,81) da sessão, o Ibovespa encerrou esta véspera de reuniões do Copom e Fed em baixa de 0,37%, aos 117.845,78 pontos, saindo de abertura aos 118.293,14. Ainda que em discreta oscilação desde o fechamento da última quinta-feira, quando subiu 1,03%, foi a terceira perda consecutiva para o índice da B3, que ainda avança 1,82% no mês e 7,39% no ano - na semana, cai 0,77%. O giro financeiro desta terça-feira ficou um pouco acima do limiar de R$ 20 bilhões, a R$ 21,5 bilhões.
Na B3, Petrobras se destacava mais cedo entre as ações de maior peso e liquidez, com o petróleo estendendo ganhos recentes, que colocaram a referência global, o Brent, perto da casa de US$ 96 por barril na máxima do dia, a US$ 95,96. Depois das 15h, contudo, os preços da commodity perderam força, oscilando para o negativo no fechamento em Londres (ICE) e Nova York (Nymex), o que afetou o desempenho das ações da petroleira, que encerraram o dia com a ON sem variação e a PN, em alta de 0,23%. Por sua vez, Vale ON mudou de direção e subiu 0,19% no fechamento.
Por outro lado, o desempenho dos grandes bancos foi negativo, com Bradesco PN à frente (-1,14%). Na ponta perdedora do Ibovespa, Pão de Açúcar (-6,90%), Renner (-5,38%) e Totvs (-4,91%). O Bank of America (BofA) reduziu o preço-alvo das ações do GPA, de R$ 15 para R$ 3,50, após a cisão do controle acionário no Grupo Éxito, que passou a ser negociado por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs).
O BofA diz que prevê melhoras operacionais, mas estrutura de custo elevada, perda de escala e pressão da concorrência nos próximos anos. Disputas trabalhistas também são citadas, o que poderia ofuscar receitas de patrimônio.
No lado oposto do Ibovespa, destaque para retomada parcial em Via (+2,74%), muito pressionada nas últimas sessões pela reação negativa dos investidores à precificação do follow on. Nesta terça-feira, a ação da varejista fechou à frente de Hapvida (+1,81%) e Suzano (+1,40%), e logo atrás de Marfrig (+4,07%).
"A Bolsa operou hoje lateralizada, oscilando entre leve queda e leve alta, mas num patamar relevante, em torno dos 118 mil pontos. Hoje ainda prevaleceu o 'modo cautela', pelas reuniões de amanhã dos BCs, o que favorece uma postura mais defensiva, em mercado sem volume expressivo", diz Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos.
"Sinalização de aumento do ritmo de cortes da Selic, amanhã, seria uma surpresa positiva, que ajudaria a Bolsa, mas a expectativa maior está voltada para o Fed, com leituras de inflação acima do esperado nos Estados Unidos nas divulgações da semana passada, o que preocupou parte do mercado. É importante ver como o Fed vai se posicionar, na comunicação", acrescenta o analista, que antecipa volatilidade para a tarde desta quarta-feira, 20.
Em outro desdobramento recente, a recuperação do petróleo vem no momento em que o mercado começava a precificar convergência maior da inflação, ao redor do globo. Nesse contexto, o Brent voltou a ultrapassar hoje a marca de US$ 95 por barril, durante a sessão, diante de preocupações com a oferta global. "A recente alta dos preços de energia contribui para o aumento da pressão sobre banqueiros centrais, que buscam controlar a inflação sem gerar recessões", observa a Guide Investimentos, em nota.
Na agenda doméstica nesta véspera de deliberação sobre juros, destaque para o IBC-Br, indicador considerado como uma espécie de prévia do PIB. "O dado apresentou um crescimento de 0,44% em julho, mostrando que a atividade econômica do País se mantém resistente, apesar da pressão da taxa de juros alta", aponta Vanessa Naissinger, especialista de investimentos da Rico.
O avanço do IBC-Br ante junho foi mais intenso do que o apontado na mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,35%. As previsões iam de queda de 0,10% a alta de 1,10%, no intervalo. De junho para julho, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 146,89 para 147,53 pontos na série dessazonalizada, atingindo assim o maior nível desde abril.
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 117845.78 -0.37403
Máxima 118457.81 +0.14
Mínima 117627.67 -0.56
Volume (R$ Bilhões) 2.14B
Volume (US$ Bilhões) 4.41B
17:28
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 118700 -0.73176
Máxima 119710 +0.11
Mínima 118620 -0.80
CÂMBIO
Após uma manhã de troca de sinais, em que chegou a romper o piso de R$ 4,85, o dólar à vista se firmou em alta ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quarta-feira, 19, cotado a R$ 4,8730, avanço de 0,35%. Como nas sessões anteriores, a amplitude dos movimentos foi reduzida, com oscilação de pouco mais de três centavos entre mínima (R$ 4,8420) e máxima (R$ 4,8756). O escorregão do real à tarde se deu em meio a um ambiente externo mais negativo e ao aprofundamento das perdas do Ibovespa. As cotações do petróleo, que avançaram na primeira etapa de negócios, passaram a recuar e as taxas dos Treasuries renovaram máximas.
Operadores observaram que houve pressão compradora no segmento futuro, com recomposição de posições defensivas e realização de lucros diante de um ambiente de cautela na véspera das decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos. Com liquidez reduzida, a formação da taxa de câmbio ficou muito sujeita ao impacto de operações pontuais. Principal termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para outubro movimentou menos de US$ 10 bilhões.
"Houve uma pressão sobre o dólar no fim do dia, mas sem um motivo específico. O sentimento é de bastante cautela com a expectativa pelas decisões de política monetária amanhã. O mercado tem dúvidas sobre o tom do Federal Reserve, embora a maioria das apostas seja de manutenção da taxa", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
Lá fora, o dólar se fortaleceu em relação ao euro e ao iene e apresentou comportamento misto na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Entre os pares do real, o peso mexicano e o rand sul-africano se fortaleceram, ao passo que o peso colombiano recuou ante a moeda americana. As cotações do petróleo fecharam em leve baixa, com o contrato do tipo Brent para novembro em queda de 0,10%, a US$ 94,34 o barril.
É praticamente unânime a aposta de que o Federal Reserve vai anunciar amanhã à tarde manutenção da taxa básica americana na faixa entre 5,25 e 5,50%. As dúvidas giram em torno do tom do comunicado e das projeções econômicas, em especial de inflação e nível da taxa de juros, dos integrantes do BC americano no chamado gráfico de pontos. Como é de praxe, o presidente do Fed, Jerome Powell, concederá entrevista coletiva após a decisão. Nessas ocasiões, o chairman busca corrigir supostas interpretações equivocadas do mercado a cerca do comunicado do Fomc.
"A alta dos Treasuries lá fora com o mercado em compasso de espera pelo Fomc [o comitê de política monetária do Banco Central americano] acabou dando força ao dólar", afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. "Embora a expectativa seja de manutenção, pode vir uma sinalização mais dura, sugerindo elevação residual dos juros e manutenção da taxa em níveis elevados por período prolongado".
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que o movimento vendedor da manhã perdeu força ao longo da tarde à medida que o quadro externo se deteriorava. Parte da queda do dólar nos últimos pregões tem sido atribuída, segundo Galhardo, ao fato de indicadores domésticos terem vindo melhores do que o esperado. "Existe essa narrativa de que as coisas estão melhorando que dá suporte a grandes grupos vendedores de dólar. Por enquanto, a taxa de câmbio tem respeitado o intervalo entre R$ 4,80 e R$ 5,00", afirma o gerente da Treviso.
Divulgado pela manhã, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,44% em julho em relação a junho. O aumento foi mais intenso do que o apontado na mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,35%. As previsões iam de queda de 0,10% a alta de 1,10%.
Parte de analistas argumenta que os indicadores econômicos recentes mostram atividade aquecida e justificariam uma postura mais cautelosa do Comitê de Política Monetária (Copom) no processo de redução da taxa de juros. É dado como certo que o comitê vai anunciar amanhã corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. Há quem aposta que o BC pode acelerar o passo para 0,75 ponto nas próximas reuniões.
17:28
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.87300 0.348 4.87560 4.84200
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4880.500 0.34954 4883.500 4848.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4900.000 0.41891 4900.000 4894.000
JUROS
Pressionados pela escalada das taxas dos Treasuries, os juros futuros subiram durante toda a sessão, sobretudo na ponta longa, refletindo a aversão ao risco importada de Wall Street nesta véspera de decisão de política monetária nos EUA. Mesmo com as apostas para o Copom amanhã bem ajustadas para um novo corte da Selic em 0,50 ponto porcentual, as taxas curtas foram contaminadas e, pressionadas ainda pelo desempenho das commodities, petróleo em especial, avançaram. Diante do estresse no ambiente internacional, o Tesouro reduziu a oferta de NTN-B no leilão à menos da metade em relação ao lote da semana passada. Na agenda local, o IBC-Br subiu acima do que apontava a mediana das estimativas, mas ficou em segundo plano.
Às 17h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,50%, de 10,426% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 subia de 10,09% para 10,20%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,45%, de 10,34%. A do DI para janeiro de 2029 saltava a 11,00% (máxima), de 10,88%, e a do DI para janeiro de 2031, de 11,19% para 11,30%.
Como reflexo da tensão externa, a curva ganhou inclinação. O spread entre os DIs para janeiro de 2025 e janeiro de 2029 estava em 50 pontos-base, de 45,5 pontos ontem. "É a tensão pré-Fed predominando, embora quase ninguém acredite em alta de juros nesta reunião", explicou a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese. De acordo com a economista, em tese, a expectativa de que o Fed não subirá o juro deveria produzir uma reação positiva nos mercados, mas os ativos refletiram a dúvida se a manutenção esperada do juro amanhã representa um fim de ciclo ou apenas uma pausa. "Essa ansiedade é que trouxe volatilidade aos Treasuries", disse.
Após a reunião, haverá entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que, segundo Veronese, mantida a tendência das reuniões recentes, tende a amenizar um possível tom hawkish vindo do comunicado e do gráfico de pontos.
No fim da tarde, o yield da T-Note de dez anos voltava a flertar com a marca de 4,37% e a rondar os maiores níveis desde 2007 atingidos pela manhã. O da T-note de 2 anos saltava a 5,11%. Essa amplitude afetou em cheio a ponta longa dos DIs, com a taxa para janeiro de 2029 voltando a rodar nos 11% nas máximas da sessão, nível não visto desde o último dia 6.
Houve contágio nos demais trechos, sob a percepção de que a pressão na curva americana acentua o risco fiscal nos EUA, que vem sendo motivo de alerta em discursos recentes de membros do Copom, o que, por sua vez, pode pesar no balanço de riscos do comitê. Na curva, o mercado recolheu parte das apostas na aceleração do ritmo de cortes da Selic para 0,75 ponto porcentual na reunião de novembro, e no fim da tarde a probabilidade era de apenas 10%, ante cerca de 25% nos últimos dias. Para o Copom de amanhã, está mantido o consenso em torno de um nova queda de 0,50 ponto. Os DIs projetam Selic entre 11,50% e 11,75% no fim de 2023 e de 9,50% no fim de 2024. Os números são do banco Bmg.
Quanto ao comunicado do Copom, além do tratamento que será dado ao exterior, não só em função do desempenho dos Treasuries mas também pela escalada do petróleo e outras commodities, outros pontos de atenção serão eventuais ajustes nas projeções do BC para o IPCA 2024 e 2025, atualmente em 3,4% e 3,0%. Ainda, é esperada avaliação sobre o hiato do produto, que pareceu mais fechado após os dados do PIB do primeiro semestre.
A alta do IBC-Br de julho, de 0,44%, superou a mediana das estimativas (0,35%) coletadas pelo Projeções Broadcast, mas não alterou a percepção para o PIB do terceiro trimestre, também sem impacto relevante sobre a curva. "Veio mais forte que o previsto, mas com tendência de desaceleração", observou Veronese.
Com o exterior o foco, o noticiário fiscal hoje ficou de lado, até pela falta de algo mais concreto. O relator do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), deputado Danilo Forte (União-CE), afirmou que não está descartado alterar a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, mas fontes da equipe econômica reforçaram ao Broadcast que não só a meta está mantida como também que o Congresso ajudará o Executivo a entregá-la em 2024.
Num mercado avesso ao risco, o Tesouro colocou lote de apenas 150 mil NTN-B para venda no leilão desta terça, ante 600 mil na semana passada, vendido integralmente e com taxas dentro do consenso. O risco para o mercado (DV01) foi de US$ 101 mil.