PETRÓLEO TOMBA 5% E BOLSA CAI A MENOR NÍVEL EM 3 SEMANAS COM AVERSÃO GLOBAL AO RISCO

Blog, Cenário

A onda global de aversão ao risco teve novo fôlego nesta terça-feira, levando à venda de commodities, ações e moedas de países emergentes. O pano de fundo segue sendo as dúvidas em relação ao futuro da economia mundial, especialmente após o desfecho da crise do First Republic Bank. O temor é de novas crises com bancos, à medida que as autoridades monetárias de países desenvolvidos seguem no processo de subida de juros - o que o Federal Reserve, aliás, fará amanhã. Sob o temor de que as principais economias do planeta entrem em recessão, o petróleo derreteu mais de 5% hoje tanto em Londres quanto em Nova York, na maior queda porcentual diária desde 4 de janeiro. As bolsas americanas tiveram mais um dia de revés, com quedas de 1,08% (Dow Jones e Nasdaq) e 1,16% (S&P 500). O Ibovespa terminou o dia em 101.926,95 pontos (-2,40%), o menor fechamento desde 10 de abril, à medida que a volta do feriado impõe fortes perdas ao mercado acionário local. Isso porque o índice brasileiro teve, de saída, de se ajustar ao recuo das bolsas americanas ontem. No índice, destaque às quedas de Petrobras (ON -4,46% e PN -4,05%) e Vale ON (-3,95%). No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu aos R$ 5,0467 (+1,19%), fazendo com que o real tivesse o pior desempenho entre as moedas globais mais relevantes. Foi citado também o desconforto com a situação fiscal doméstica, na esteira da edição de Medida Provisória que taxa os rendimentos de aplicações de brasileiros no exterior para compensar perdas com aumento da isenção do Imposto de Renda. Nos juros futuros, a despeito do mau humor com os demais ativos locais, houve queda das taxas de prazo curto e intermediário na maior parte do dia, em linha com a baixa dos rendimentos dos Treasuries. Há também expectativa com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã após o fechamento, com atenção voltada sobre eventuais sinalizações de baixa da Selic à frente.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

O petróleo entrou em espiral de perdas ao longo da tarde e fechou em baixa de 5%, com maior queda porcentual em um único dia desde janeiro deste ano. O movimento reflete o crescente risco de que as principais economias do planeta entrem em recessão, agravado pelo contínuo estresse no setor bancário americano. O recuo nos preços da commodity pressionou petrolíferas nas bolsas de Nova York, que caíram mais de 1% em meio ao tombo de bancos regionais. O quadro pressionou os retornos dos Treasuries, enquanto o dólar caiu ante euro e iene. Os riscos no setor financeiro, aliás, e o impasse sobre o teto da dívida complicam os planos do Federal Reserve (Fed), mas analistas consultados pelo Broadcast ainda esperam uma elevação de 25 pontos-base nos juros amanhã.

Os contratos mais líquidos dos petróleos WTI e Brent fecharam o pregão registrando a maior queda porcentual em um único dia desde 4 de janeiro deste ano e o menor nível nos preços das últimas cinco semanas. O WTI para junho caiu 5,29% (-US$ 4,00), a US$ 71,66 por barril, o fechamento mais baixo para um contrato com vencimento no próximo mês desde 24 de março deste ano, de acordo com o Dow Jones Market Data. Já o Brent para julho recuou 5,03% (-US$ 3,99), a US$ 75,32 por barril. A Oanda aponta que investidores ponderam sobre o teor de aversão ao risco devido às turbulências bancárias, aumento na probabilidade de recessão dos Estados Unidos e perspectivas de enfraquecimento também da China. "Se o cenário econômico deteriorar, a tendência de vendas pode facilmente levar os preços abaixo de US$ 70 o barril", projeta.

No noticiário, a Bloomberg reportou que a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu no mês passado quando as exportações do Iraque foram reduzidas por uma suspensão do oleoduto e uma greve trabalhista cortou os embarques da Nigéria. A produção da Opep caiu 310 mil barris por dia, para uma média de 28,8 milhões, o nível mais baixo em quase um ano, segundo pesquisa da reportagem. Por outro lado, o ministro do petróleo do Irã, Javad Owji, afirmou que a produção de petróleo do país aumentou para mais de 3 milhões de barris por dia (mbd) nos últimos 20 meses, segundo a agência de notícias iraniana Shana.

Este cenário pesou sobre petrolíferas em Nova York, com destaque para as empresas ExxonMobil (-3,99%) e Chevron (-4,31%), e adicionou pressão sobre as bolsas, ao lado dos setores bancário e de educação. As preocupações com o setor financeiro e especulações sobre quais bancos regionais americanos poderiam apresentar estresse nas condições de liquidez derrubaram os papéis do Western Alliance Bank (-15,12%), PacWest (-27,78%) e Metropolitan Bank (-20,45%). Já o setor de educação teve forte queda após a empresa de tecnologias educacionais Chegg (-48,1%) alertar para o impacto do ChatGPT nas receitas, com a redução do interesse de estudantes em algumas plataformas. Com a notícia, papéis do Duolingo e American Depositary Receipts (ADR) da Pearson recuaram 10,20% e 14,60%, respectivamente. Assim, o índice Dow Jones caiu 1,08%, o S&P 500 registrou baixa de 1,16% e o Nasdaq cedeu 1,08%.

A fuga dos ativos de risco expandiu a busca por Treasuries, provocando queda nos rendimentos. No final da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,969%, o da T-note de 10 anos, a 3,428%, e o do T-bond de 30 anos, a 3,707%. A T-bill de 1 mês recuava a 4,272%, após subir no início da tarde, na esteira do agravamento do impasse sobre o teto da dívida. Hoje, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, alertou que o país pode ficar sem dinheiro em caixa já em 1° de junho, caso o Congresso não eleve o teto da dívida. Enquanto isso, a Casa Branca reiterou que não irá aceitar condições para aprovação do teto, ao passo em que democratas começam a se organizar na Câmara dos Representantes dos EUA para tentar contornar a proposta republicana, que exige cortes nos gastos públicas em troca da elevação da dívida.

O cenário macroeconômico complicado pode afetar a estratégia monetária do Fed, embora economistas ainda projetem uma elevação de 25 pontos-base na decisão desta quarta-feira, de acordo com prévia do Broadcast. Contudo, o BMO aponta que o cenário pode "limitar quanto tempo" os dirigentes do BC americano serão capazes de manter as taxas terminais em nível restritivo. Em relatório, o BBH avalia que é provável que as taxas de juros permaneçam altas por algum tempo, não apenas nos Estados Unidos, mas de forma global.

No câmbio, os reflexos deste cenário levaram o índice DXY a recuar neste pregão. Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar caía a 136,49 ienes, o euro subia a US$ 1,1008 e a libra tinha baixa a US$ 1,2474. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,19%, a 101,958 pontos. (Laís Adriana - [email protected])

Volta

BOLSA

O Ibovespa retomou os negócios após o feriado de 1º de maio em queda de 2,40%, aos 101.926,95 pontos, no menor nível de encerramento desde 10 de abril (101.846,64). Em porcentual, a retração desta terça-feira foi a maior desde a perda de 3,06% na primeira sessão do ano, em 2 de janeiro. Hoje, o índice oscilou dos 101.569,48 aos 104.446,78, saindo de abertura aos 104.431,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 23,6 bilhões na sessão. No ano, o Ibovespa acumula perda de 7,12%, após ter esboçado reação na quinta e na sexta-feira.

O dia também foi amplamente negativo em Nova York, com baixas que chegaram a 1,16% (S&P 500) no fechamento da sessão. Destaque em especial para o petróleo, com Brent e WTI em mergulho acima de 5% no encerramento desta terça-feira, com os investidores se posicionando para novos aumentos de juros nas maiores economias, esta semana, mesmo com o enfraquecimento dos sinais sobre a atividade global.

Nesse contexto, um grupo de dez senadores e deputados democratas pediu ao Federal Reserve que "respeite a dualidade" de mandato na reunião desta semana, interrompendo aumentos de juros, de forma a evitar "recessão que destrua empregos e esmague pequenos negócios". Em carta ao presidente do Fed, Jerome Powell, o grupo diz que a turbulência recente no sistema bancário, após as falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, e os impactos dos aumentos de juros anteriores deixam a "economia ainda mais vulnerável a uma reação exagerada" do BC americano.

A semana reserva as decisões sobre juros do Federal Reserve e do Copom, ambas amanhã, e na quinta-feira a do Banco Central Europeu (BCE). No Brasil, o Copom deve manter a Selic em 13,75% ao ano e reiterar, no comunicado, que continua a avaliar se a estratégia do BC será capaz de promover a convergência da inflação às metas no horizonte relevante da política monetária, avalia o Credit Suisse.

"Os mercados hoje tiveram significativa queda, até mais forte aqui. Cenário macro tem falado alto nos últimos dias, com indicadores importantes, como o CPI da zona do euro, hoje, não muito fora do esperado, mas mostrando uma taxa de inflação ainda alta, que mantém a pressão sobre os BCs. Inflação elevada, acima das metas, mostra que as taxas de juros devem continuar subindo, apesar do risco de recessão", diz Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.

Ele observa também que os índices de atividade PMIs têm mostrado enfraquecimento, e com inflação persistente, "apesar de os Bancos Centrais estarem se virando como podem". "Há sensação de que os BCs não vão arredar o pé", acrescenta.

No front doméstico, o mercado continua atento à tramitação do arcabouço fiscal no Congresso, ainda ponderando quão 'factível' em relação ao endividamento público se mostrará no 'fim do dia', em momento difícil para o PIB, o crescimento econômico.

"A Selic deve ficar, nesta reunião, no patamar em que está desde agosto de 2022. Desde então o BC tem reforçado a necessidade de manter a taxa de juros elevada, por período prolongado, para garantir a desaceleração da inflação e a ancoragem das expectativas", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, observando que as projeções de inflação para os próximos anos, nos boletins Focus, continuam distantes das metas, em um contexto ainda marcado por incerteza sobre a política de gastos do governo.

"O arcabouço fiscal foi enviado ao Congresso em abril, gerando alguma expectativa de mudança nas considerações parcimoniosas do BC sobre a condução da política fiscal. Mas parece que um aceno (do BC) sobre a redução do risco fiscal, e eventualmente a viabilidade para corte de juros, deve ocorrer somente depois da tramitação do arcabouço fiscal no Congresso", acrescenta a economista, chamando atenção para o risco de alterações importantes na passagem do texto pelo Legislativo. "Esta reunião não deve trazer alteração relevante no comunicado."

Assim, nesta véspera de 'superquarta', o dia foi de perdas agudas para as ações e os setores de maior peso e liquidez na B3, com número limitado de papéis conseguindo escapar à correção. Na ponta da carteira Ibovespa, destaque para IRB (+8,48%), Suzano (+2,21%), Raia Drogasil (+1,22%) e Hapvida (+1,09%). No canto oposto, Vibra (-6,59%), Petz (-6,48%), Renner (-5,81%) e 3R Petroleum (-5,56%). Entre os carros-chefes do Ibovespa, Vale (ON) cedeu 3,95%, enquanto as perdas em Petrobras superaram 4% (ON -4,46%, PN -4,05%). Entre os grandes bancos, a retração foi de 1,34% (Unit do Santander) a 3,86% (Itaú PN). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 101926.95 -2.39839

Máxima 104446.78 +0.01

Mínima 101569.48 -2.74

Volume (R$ Bilhões) 2.36B

Volume (US$ Bilhões) 4.69B

18:04

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 102900 -2.18631

Máxima 105575 +0.36

Mínima 102900 -2.19

CÂMBIO

No retorno dos negócios após o feriado de 1º de maio, o dólar à vista voltou se fixar acima de R$ 5,00 no mercado local de câmbio, em sessão marcada por perdas generalizadas de divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O real, que apresentou os maiores ganhos entre seus pares em no mês passado, hoje amargou o pior desempenho no grupo das moedas globais mais relevantes.

Com oscilação de pouco mais de cinco centavos entre mínima (R$ 4,9932) e máxima (R$ 5,0533), a moeda fechou cotada a R$ 5,0467, em alta de 1,19%, devolvendo no primeiro pregão do mês boa parte das perdas acumuladas em abril (-1,60%). Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para junho teve bom giro, acima de US$ 13 bilhões.

Operadores atribuíram a arrancada do dólar por aqui, sobretudo, à onda de aversão ao risco no exterior. Preocupações em relação à saúde do sistema financeiro americano, mesmo após a concretização da compra do First Republic pelo JPMorgan, atiçam os temores de recessão nos Estados Unidos, na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que deve trazer nova alta da taxa de juros em 25 pontos-base. Os mercados acionários mundo afora sofreram, as taxas dos Treasuries recuaram e as cotações internacionais do petróleo perderam mais de 5%, com o contrato tipo Brent para julho encerrando com baixa de 5,03%, cotado a US$ 75,32 o barril.

"A probabilidade segue elevada de que mais bancos regionais tenham problemas de liquidez ou quebrem de fato com nova alta dos juros pelo Fed", afirma o economista-chefe da J.F Trust, Eduardo Velho, para quem o dólar sobe em razão do aumento da aversão ao risco global e dos problemas fiscais domésticos, com o governo dando prioridade a aumento da tributação para cumprir as metas propostas no novo arcabouço fiscal.

De fato, analistas creditam parte da depreciação do real hoje ao desconforto com as ações do governo para elevar a arrecadação. Medida Provisória publicada no domingo para tratar da correção da tabela do Imposto de Renda trouxe também a previsão de taxação de rendimentos de aplicações de brasileiros no exterior, que compensariam justamente as perdas com o IR. A equipe econômica estima que a nova taxação tenha potencial de arrecadar R$ 3,25 bilhões em 2023. As estimativas são de R$ 3,59 bilhões em 2024 e R$ 6,75 bilhões em 2025.

"A percepção é a de que o governo vai fazer ajuste nas contas públicas via aumento de arrecadação e sem mexer na questão dos gastos. Isso acaba impactando na percepção de risco e na nossa moeda", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Além da surpresa com a MP, investidores digeriram novos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à gestão da política monetária durante as comemorações do Dia do Trabalhador. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao ser questionado hoje se seria possível o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar amanhã à noite uma redução da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, disse apenas "que dá, dá".

É consenso entre analistas de que o BC vai optar por manter a taxa Selic inalterada. As dúvidas recaem sobre o teor e o tom do comunicado do Copom. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez recentemente elogios aos esforços do ministério da Fazenda na área fiscal, embora tenha repetido que não existe relação mecânica entre a aprovação do novo arcabouço e a trajetória da taxa de juros.

Para Velho, da JF Trust, não houve "alteração relevante" no balanço de riscos inflacionárias que leve o BC a dar sinais de que pode embarcar em breve num ciclo de corte da taxa Selic. "As medianas das expectativas de inflação não se estabilizaram, a regra fiscal ainda depende do Congresso a taxa de desemprego aponta que existe, sim, uma inflação de demanda", afirma.

Analistas observam que, mesmo com eventual redução da taxa Selic ao longo do segundo semestre, a taxa real de juros seguirá elevada. Isso torna o custo de carregamento de posições em dólar, seja para proteção ou especulação, elevado e, por tabela, tende a impedir depreciação mais acentuada da moeda brasileira. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.04670 1.189 5.05350 4.99320

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5068.500 1.01644 5083.000 5022.500

DOLAR COMERCIAL 5047.317 23/12    

JUROS

O mercado futuro de juros evitou a exposição ao risco e as taxas tiveram oscilações contidas nesta véspera da "super quarta", quando os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil vão tomar suas decisões de política monetária. A desconfiança com o setor bancário americano e o temor de recessão no país promoveram uma onda de aversão ao risco que derrubou bolsas e fortaleceu o dólar ante moedas de países emergentes. No entanto, em boa parte do dia houve queda nos trechos curto e intermediário da curva de juros no Brasil, que se moveram sob influência da queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

Um dos gatilhos para o mau humor nos EUA ficou por conta dos dados do relatório de empregos Jolts, que apontou criação de postos de trabalho menores que o esperado em março. Além disso, as encomendas à indústria americana avançaram em ritmo também mais lento que as estimativas dos analistas locais. Os dados mais fracos reforçaram a cautela do investidor a um dia do provável aumento de 0,25 ponto porcentual nos juros básicos americanos.

A economista-chefe Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, explica que apesar da percepção de que o ciclo de aumento de juros nos Estados Unidos ainda não chegou ao fim, a ameaça de recessão reforça projeções de cortes a serem promovidos pelo Federal Reserve à frente. Isso explica a queda dos juros dos Treasuries, que por sua vez acabaram por promover momentos de recuo de parte do trecho da curva no Brasil.

"Não está claro para os mercados qual será o tamanho e a duração de um período de recessão nos Estados Unidos, mas o investidor já está de olho no que o Fed fará à frente. Os dados econômicos têm vindo ainda mistos e o cenário é de cautela e volatilidade", diz a economista.

Quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para a qual se espera manutenção da taxa Selic nos atuais 13,75% ao ano, Camila afirma que, diante das pressões exercidas pelo governo por uma redução dos juros e da resistência do Banco Central em ceder a ela, a principal curiosidade será em torno do trecho do comunicado que vem repetindo que o BC não hesitará em elevar mais juros, caso haja risco maior de não convergência da inflação.

"Com o arcabouço fiscal ainda em início de tramitação e os riscos de a proposta sofrer alterações no Congresso, é provável que o BC não se sinta confortável em sinalizar um corte de juros, o que deve ocorrer na virada do primeiro para o segundo semestre, conforme mostram a curva e as projeções dos analistas", disse.

Para Jason Vieira, economista da Infinity Asset, as oscilações mais contidas e descoladas da piora dos outros ativos, como o dólar, mostraram que hoje foi um dia típico de pré reunião de política monetária. "Em dias que precedem reuniões de decisão sobre juros, ninguém quer tomar posições muito grandes", explica.

Outro fator que em tese aponta para um potencial desinflacionário foi a forte queda dos preços das commodities, com destaque para o petróleo. O óleo fechou em queda acima de 5%, se aproximando do nível de US$ 70 o barril, influenciado pela tensão com o setor bancário dos Estados Unidos e o risco de uma possível recessão.

Ao final do dia, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam muito próximas dos ajustas de sexta-feira. O vencimento em janeiro de 2024 fechou com taxa de 13,27%, contra 13,25% do ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 projetou 11,98%, a mesma taxa do ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2026 ficou em 11,71%, também repetindo o ajuste anterior. Na ponta longa da curva, o vencimento de janeiro de 2027 terminou o dia aos 11,80%, contra 11,79%. (Paula Dias - [email protected])

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