Em um dia marcado por baixo volume de negócios, o câmbio e os juros futuros custaram a conseguir se firmar na tendência de queda que os mercados semelhantes em Nova York exibiam. Embora a agenda da semana seja bastante carregada, hoje foi dia de poucas movimentações. Neste ambiente, à tarde, uma declaração do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ganhou eco. Ele usou o mesmo tom que líderes do governo incorporaram desde a quarta-feira passada, quando a queda do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, tornou inevitável a abertura da CPMI do 8 de Janeiro. Segundo o ministro, a pauta econômica não deve atrasar por causa do colegiado que vai apurar os atos antidemocráticos em Brasília, uma vez que esse se trataria de um debate político e projetos como o do arcabouço fiscal, de questões fundamentais ao País. Assim, o dólar à vista cedeu aos R$ 5,0409, recuo de 0,35%. O DI para janeiro de 2025 recuou a 11,86%. Lá fora, as incertezas relativas à economia global também contiveram os ânimos, em um movimento que pesou sobre os juros dos Treasuries e o dólar. No mercado de ações, em Nova York, os índices terminaram sem direção única, com o investidor monitorado a temporada de balanços. O Dow Jones subiu 0,20%, o S&P 500 teve elevação de 0,09% e o Nasdaq recuou 0,29%. Aqui, o Ibovespa cedeu aos 103.946,58 pontos (-0,40%), com forte pressão da Vale (-3,62%) após o tombo de 3% do minério em Dalian, na China. Na semana, internamente, saem dados de atividade e do IPCA-15. Está ainda prevista a participação amanhã do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. No exterior, há o PIB dos EUA na quinta-feira.
•CÂMBIO
•JUROS
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•BOLSA
CÂMBIO
Após uma manhã marcada por trocas de sinal, o dólar à vista se firmou em baixa ao longo da tarde no mercado doméstico, em meio ao aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior, sobretudo em relação a divisas fortes, e a declarações do ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, descartando possibilidade de atraso na tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso.
Com oscilação de menos de cinco centavos entre a máxima (R$ 5,0859), pela manhã, e a mínima (R$ 5,0381), o dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira, 24, cotado a R$ 5,0409, em queda de 0,35%, em leve ajuste de baixa após ter encerrado a semana passada, mais curta em razão do feriado de Tiradentes na sexta-feira, com valorização de 2,92%. No mês, a moeda apresenta perda de 0,55%.
Operadores ressaltam que a liquidez foi reduzida, o que deixou a formação da taxa de câmbio mais suscetível a movimentos pontuais. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para maio apresentou giro de pouco mais de US$ 10 bilhões. Investidores teriam evitado montagem de posições mais expressivas diante da agenda carregada de indicadores e eventos relevantes tanto aqui quanto no exterior.
"Devemos continuar com essa baixa liquidez, com o investidor estrangeiro retraído, porque ainda há muita indefinição sobre a questão fiscal. Existem dúvidas sobre o arcabouço e pode haver atraso na agenda de votação no Congresso com a CPI, o que gera insegurança", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.
Padilha disse hoje à tarde que eventual instalação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro não deve atrapalhar o andamento da agenda econômica do governo no Congresso, com votação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados prometido para meados de maio. O ministro elogiou a escolha do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) como relator da proposta. A perspectiva é que o requerimento para instalação da CPMI seja lido na quarta-feira, 26.
O titular da SRI disse que, na volta de viagem a Portugal, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vão definir em conjunto os nomes para ocupar as diretorias de Fiscalização e de Política Monetária do Banco Central. É grande a expectativa pela presença amanhã, 25, do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Na quarta-feira, sai o IPCA 15 de abril. Em Portugal, Lula voltou a criticar a gestão da política monetária ao dizer que o "Brasil tem um problema que é a taxa de juros muito alta", que desestimula investimentos e impede o consumo.
"O real terminou a semana passada depreciado, voltando ao patamar de R$ 5,00, e deve seguir suscetível, sobretudo, ao noticiário político. Não são só aguardadas novas sinalizações econômicas, como também uma redução dos ruídos políticos", afirma, em relatório, a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - trabalhou em baixa firme, com mínima na casa dos 101,300 pontos, com perdas fortes frente ao euro, na esteira de falas duras de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE).
A agenda de indicadores americanos desta semana traz a divulgação da primeira leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre e o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida pelo Federal Reserve, cujos dirigentes já estão no chamado período de silêncio. A reunião de política monetária do BC dos EUA ocorre nos dias 3 e 4 de maio.
O dólar recuou em relação à maioria das divisas de exportadores de commodities e emergentes, com o peso chileno e o rand sul-africano, considerados pares do real, na contramão. Commodities metálicas caíram, com o minério de ferro perdendo mais de 3% em Dailan, na China. Investidores tentam avaliar o fôlego da recuperação da econômica chinesa e as chances de recessão nos países desenvolvidos, em especial nos EUA. (Antonio Perez - [email protected])
18:02
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.04090 -0.346 5.08590 5.03810
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5040.500 -0.34599 5090.500 5038.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5077.500 -0.8688 5097.000 5075.000
JUROS
Após percorrerem a manhã oscilando ao redor dos ajustes anteriores, os juros futuros se firmaram em baixa no período da tarde, puxados pela aceleração da queda das taxas dos Treasuries e declarações do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, buscando tranquilizar o mercado com relação ao andamento da pauta econômica no Congresso. O alívio nos prêmios de risco, porém, não teve respaldo de liquidez. A agenda do dia esvaziada aqui e lá fora e o pesado calendário de indicadores e eventos na semana inibiram a montagem de grandes posições. A Pesquisa Focus, com mudanças marginais na estimativas de inflação, foi absorvida sem maiores impactos.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,20%, de 13,22% no ajuste de quinta-feira, e a do DI para janeiro de 2025, em 11,86%, de 11,96%. A taxa do DI para janeiro de 2027 caiu de 11,94% para 11,86%. A do DI para janeiro de 2029, de 12,32%, para 12,21%.
Apesar de fechado na sexta-feira quando o exterior operava normalmente, o mercado doméstico não precisou hoje fazer ajustes, na medida em que o pregão das bolsas lá fora esteve relativamente tranquilo. A segunda-feira também foi de poucos destaques e, como os próximos dias têm agenda carregada, o investidor preferiu aguardar para se posicionar. Para se ter ideia, o DI mais negociado, para janeiro de 2025, girou cerca de 430 mil contratos, ante média diária de 798 mil nos últimos 30 dias.
O comportamento dos Treasuries acabou servindo de referência, principalmente no começo da tarde, quando os yields aprofundaram o recuo. "A agenda aqui é fraca e lá fora chamou a atenção o índice de atividade do Fed de Dallas com queda inesperada", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. O índice geral de atividade comercial do Federal Reserve Bank de Dallas para manufatura desabou a -23,4 em abril, o piso em nove meses. O consenso de mercado era de que melhorasse a -14,6, vindo de -15,7 em março.
O dado ajudou a aliviar a curva dos Treasuries, embora não tenha alterado a aposta quase unânime de que o Federal Reserve vai elevar os juros em 25 pontos-base na reunião da próxima semana. O dólar também mostrou queda tanto ante divisas fortes quanto emergentes, fechando a R$ 5,0409 (-0,35%) no segmento à vista.
O exterior já ajudava quando as taxas tocaram mínimas à tarde, atribuídas a declarações do ministro Padilha, que, embora longe de serem bombásticas, acabaram fazendo preço num dia mais esvaziado. Segundo ele, a eventual instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos de 8 de janeiro não deve atrapalhar o andamento dos trabalhos no Legislativo. "Não vai atrapalhar duas questões fundamentais", disse, referindo-se ao calendário de votação do marco fiscal - dia 10 deve ser apresentado o relatório na Câmara - e o relatório da reforma tributária esperado para 19 de maio. "Dois temas econômicos centrais para o governo, que continuam com calendários mantidos", disse.
O grande temor do mercado, e que pressionou a inclinação da curva na semana passada, era justamente que CPMI tirasse o foco da regra fiscal. "O medo agora é que o arcabouço deixe de ser prioridade no Congresso. Sinalizações contrárias acabam sendo bem-vindas", disse uma economista. Outra afirmação de Padilha que agradou é a de que o presidente Lula vai definir, juntamente com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), a indicação às diretorias do Banco Central quando retornarem da viagem a Portugal. "Tenho certeza absoluta que vindo dessa dupla - Lula e Haddad - só podemos esperar nomes muito qualificados tecnicamente e que tenham o compromisso com a saúde das contas públicas e a responsabilidade social”, afirmou Padilha.
Ao longo da semana, o mercado se prepara para uma bateria de indicadores aqui e no exterior, com atenções também voltadas a Brasília. "Os agentes econômicos estão aguardando com expectativa a divulgação de mais detalhes sobre o arcabouço fiscal, bem como uma possível medida de aumento de tributos para melhorar a arrecadação do governo federal", afirma Paulo Silva, economista do Efí Bank. Porém, pondera que há preocupações sobre uso de bancos públicos para subsidiar empréstimos, o que pode afetar prejudicar a transmissão da política monetária, gerando pressão sobre a trajetória futura dos juros.
Enquanto nos Estados Unidos serão conhecidos o PIB do primeiro trimestre e índice de preços de gastos com consumo (PCE, em inglês) de março, no Brasil tem IPCA-15 na quarta-feira. O consenso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast é de desaceleração a 0,61%, de 0,69% em março, com a taxa em 12 meses despencando a 4,20%, de 5,36% em março.
Apesar do forte recuo na inflação em 12 meses esperado em abril, o que o mercado quer mesmo ver é a abertura, com núcleos e preços de serviços, para os quais o Banco Central tem chamado a atenção. "Devem ser o foco, pois é esperado que a inflação cheia continue caindo até reverter na segunda metade do ano", diz Rostagno.
No Boletim Focus, a mediana das estimativas para o IPCA 2023 subiu de 6,01% para 6,04%, mas ficou estável para 2024 (4,18%), 2025 (4,00%) e 2026 (4,00%). (Denise Abarca - [email protected])
MERCADOS INTERNACIONAIS
Sem novos direcionamentos do Federal Reserve (Fed), com o início do período de silêncio antes da decisão da semana que vem, Wall Street concentrou atenção na temporada de balanços e em notícias corporativas nesta segunda-feira. As bolsas de Nova York ficaram sem direção única, à medida que a renovada pressão sobre a Tesla ajudou a manter o índice Nasdaq no vermelho. As incertezas relativas à economia global também contiveram os ânimos, em um movimento que pesou sobre os juros dos Treasuries e o dólar. O petróleo, por sua vez, surfou na fraqueza da moeda americana e fechou em alta de 1%.
Para o BMO, "Segunda-feira Silenciosa" é a expressão que melhor caracteriza o pregão de abertura desta semana, em dia de agenda esvaziada. No caso dos Treasuries, o banco analisa que os rendimentos recuaram em resposta ao aumento nas apostas de que o Fed precisará cortar os juros rapidamente, aliada aos temores de uma recessão profunda neste ano. No final da tarde, o mercado apontava como maior probabilidade (37,6%) para os Fed Funds encerrarem o ano na faixa de 4,50% a 4,75%, seguida (27,4%) pela faixa de 4,25% a 4,50% e, em terceiro lugar (21,4%), pelo intervalo atual de 4,75% a 5,00%, segundo a plataforma do CME Group. No horário citado, o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,137%, o da T-note de 10 anos caia a 3,515% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,724%.
As incertezas sobre a economia dos Estados Unidos pressionaram o dólar ante outras divisas. Já o euro foi beneficiado após dado do sentimento de empresas da Alemanha e falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) reforçarem que ainda é necessário apertar a política monetária para controlar a inflação no bloco. Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar subia a 134,31 ienes, o euro avançava a US$ 1,1046 e a libra tinha alta a US$ 1,2482. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,47%, a 101,348 pontos.
Neste cenário, o ouro expandiu sua atratividade e voltou a operar próximo ao nível de US$ 2.000 a onça-troy, fechando o pregão em alta de 0,46%, a US$ 1.999,80 por onça-troy. Analista da Oanda, Edward Moya comenta que a tendência de alta do metal precioso é "baseada na quantidade de risco que está sobre a mesa". Moya descreve que os riscos sobre ganhos, empréstimos mais lentos, preocupações com a estabilidade financeira e inflação persistente devem continuar movendo as negociações da commodity. A fraqueza do dólar também impulsionou o petróleo, com o petróleo WTI para junho fechou com ganho de 1,14% (US$ 0,89), a US$ 78,76 o barril, e o Brent para o mesmo mês avançou 1,31% (US$ 1,07), a US$ 82,73 o barril.
Já as bolsas de Nova York fecharam sem direção única, após apresentarem volatilidade durante a tarde. As negociações foram movidas principalmente pela divulgação de balanços e notícias corporativas. No horário citado, o índice Dow Jones avançou 0,20%, o S&P subiu 0,09% e o Nasdaq recuou 0,29%.
Após subir pela manhã, a ação da Coca-Cola fechou o pregão em queda (-0,16%), à medida que investidores digeriram resultados positivos do primeiro trimestre e guidance sobre os desafios da empresa para o restante do ano. Os papéis da Fox Corporation também caíram (-2,95%), na esteira de notícias sobre a demissão do jornalista Tucker Carlson, apresentador do programa de maior audiência do canal de notícias. Já a Tesla recuou (-1,35%) frente a notícia de que investidores enviaram carta ao CEO Elon Musk, pedindo maior comprometimento com a produtora de veículos elétricos.
Pela manhã, o Credit Suisse também divulgou seu balanço corporativo, apresentando lucro no primeiro trimestre contrabalanceado por perdas no número de clientes e de depósitos. Após o fechamento dos mercados em Nova York, o First Republic Bank divulgou que reduziu lucro nos três primeiros meses deste ano, seguindo redução de 40% no total de depósitos durante as turbulências bancárias. O anúncio derrubou os papéis do banco no after hours de Nova York, derretendo mais de 21,38%. Na contramão, a Whirpool subiu 3,11% no after hours, na esteira de receita acima do esperado, segundo balanço divulgado no final desta tarde.
No radar, investidores devem acompanhar nos próximos dias a divulgação de resultados corporativos de big techs e bancos europeus, entre eles o UBS.
BOLSA
O Ibovespa se acomodou um pouco abaixo dos 104 mil pontos na abertura de semana, em que a recuperação do petróleo frente a perdas recentes - superiores a 5% na semana passada - deu suporte às ações de Petrobras (ON +1,54%, PN +1,91%), enquanto as da Vale (ON -3,62%) amplificaram a queda de 3% no preço do minério de ferro em Dalian (China), nesta segunda-feira. O dia também foi negativo, ainda que moderadamente, para as ações de grandes bancos, outro segmento de peso no Ibovespa - a retração ficou entre 0,21% (BB ON) e 0,93% (Unit do Santander) na sessão.
Assim, o índice de referência da B3 fechou em baixa de 0,40%, a 103.946,58 pontos, em dia de poucos catalisadores disponíveis, em que oscilou dos 103.247,04 aos 104.821,97, saindo de abertura aos 104.366,82 pontos. O giro ficou em R$ 24,7 bilhões. No mês, o Ibovespa ainda sobe 2,03%, com perda no ano a 5,27%.
Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Pão de Açúcar (+4,61%), Raízen (+3,86%) e São Martinho (+3,14%). No lado oposto, CSN Mineração (-5,36%), Braskem (-4,34%) e Bradespar (-4,18%), além de Vale e Minerva (-3,93%).
A cautela vista na sessão se justifica por “importantes indicadores econômicos na Europa e nos Estados Unidos, além da expectativa pelos relatórios de ganhos das grandes empresas de tecnologia”, uma combinação de dados e balanços muito aguardada pelo mercado para a semana, aponta em nota a Guide Investimentos. Atenção em especial para o índice PCE de março, “o indicador de inflação acompanhado mais de perto pelo Fed”, que será divulgado na sexta-feira, observa a Guide.
"Nos Estados Unidos, investidores seguem atentos à divulgação [amanhã] de resultados de 'big techs', como Microsoft e Alphabet (Google). Os resultados do primeiro trimestre poderão trazer sinais quanto à saúde financeira das gigantes de tecnologia em um cenário macroeconômico desafiador. Vale lembrar que os analistas têm revisado fortemente as expectativas de lucros das empresas americanas, para baixo, o que abre espaço para surpresas positivas, dada a previsão pessimista", diz Álvaro Feres, analista da Rico Investimentos.
Na B3, desde que devolveu a linha de 106 mil pontos no fechamento da quarta-feira passada - marca que havia sido recuperada e mantida desde 11 de abril, quando saltou 4,29%, saindo de 101,8 mil pontos no dia anterior -, o Ibovespa tem se mantido em margem estreita, entre 103 mil e 104 mil pontos, sem gatilhos para retomada ou correção.
Nesta segunda-feira, “a queda forte do minério de ferro na China trouxe para baixo as ações do setor metálico, de peso no Ibovespa. Semana reserva balanços importantes para as próximas sessões, mas hoje o dia oi bastante modesto em notícias que pudessem direcionar os negócios”, diz Dennis Esteves, sócio e especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, destacando também a aproximação da reunião de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana, o que contribui para reforçar a cautela dos investidores.
Segundo Vitor Miziara, analista e sócio da Performa Ideias, a queda de 8% do minério negociado em Dalian desde a última quarta-feira indica preocupação do mercado com a retomada da economia no mundo. "As commodities são o primeiro sinal de que as economias estão se recuperando, ou não; são a primeira coisa a ser comprada [nas cadeias de produção quando se espera aquecimento da atividade]. Por isso vemos boom de commodities antes de retomadas econômicas, e agora o contrário: o mercado batendo bastante nas commodities, precificando a preocupação com uma recessão mais forte no segundo semestre", diz.
Nesta segunda-feira, o índice de materiais básicos, que reúne as ações de commodities, fechou em queda de 2,60%, enquanto o índice das ações de consumo, exposto ao ciclo doméstico, ficou perto da estabilidade, em leve baixa de 0,08% no encerramento do dia. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Isabela Moya)
18:02
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 103946.58 -0.40266
Máxima 104821.97 +0.44
Mínima 103247.04 -1.07
Volume (R$ Bilhões) 2.46B
Volume (US$ Bilhões) 4.87B
18:03
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 105750 -0.37213
Máxima 106590 +0.42
Mínima 104885 -1.19