DÓLAR TEM ALTA GLOBAL APÓS DADOS DOS EUA E INTERROMPE SEQUÊNCIA DE 4 GANHOS DO REAL

Blog, Cenário

O mercado de câmbio doméstico foi o que melhor acompanhou as variações externas na sessão desta segunda-feira, marcada por poucos negócios tanto aqui quanto lá fora. A moeda americana interrompeu a sequência de quatro baixas seguidas ante o real e subiu aos R$ 4,9372 no fechamento, valorização de 0,45%. Do exterior, a pressão veio de dados mais fortes do que o previsto sobre a atividade industrial no Estado de Nova York e a resiliência da confiança das construtoras dos Estados Unidos. Esses indicadores consolidaram a percepção de alta de 25 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve em maio e fizeram o mercado reduzir a aposta de queda este ano, com impacto nos Treasuries e no dólar ante moedas fortes. O DXY terminou o dia aos 102,103 pontos (+0,54%). Aqui, além da realização de lucros recentes, operadores relataram desconforto com o vaivém sobre o envio do arcabouço ao Congresso. Havia inicialmente uma expectativa que o texto final fosse despachado hoje, mas logo houve o adiamento para amanhã. Há até a possibilidade remota de ele sair só na quarta-feira. Mas o governo garante que não houve mudança significativa no que já foi anunciado. De todo modo, alguma cautela foi vista também na Bolsa, que cedeu aos 106.015,67 pontos (-0,25%) no fechamento, na contramão de Nova York. Em Wall Street, apesar da pressão dos juros, as bolsas viraram nas horas finais, ajudadas pelo setor bancário, cujos balanços do primeiro trimestre vêm agradando ao investidor. O Dow Jones subiu 0,30%, o Nasdaq avançou 0,33% e o S&P 500 ganhou 0,28%. De volta ao Brasil, nos vencimentos mais curtos da curva de juros, houve certo incômodo com os resultados da pesquisa Focus, indicando que o IPCA de março, perto do piso das estimativas, não evitou oscilação para cima nas medianas de inflação.

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MERCADOS INTERNACIONAIS

Os ganhos de ações bancárias forneceram fôlego às bolsas de Nova York nesta tarde, diante do arrefecimento das preocupações com o setor. O ímpeto, no entanto, foi limitado pela renovação das apostas por mais aperto monetário do Federal Reserve (Fed), após comentários do presidente da distrital de Richmond, Thomas Barkin, e a divulgação de indicadores que sugerem resiliência da maior economia do planeta. Nesse cenário, os rendimentos dos Treasuries avançaram e o dólar se fortaleceu ante rivais, pressionando o petróleo. As tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China também permaneceram no radar de investidores.

Os papéis dos principais bancos dos Estados Unidos ofereceram fôlego para o mercado acionário de Wall Street na reta final do pregão. Em relatório, a Moody's afirmou que não vê sinais de que as recentes turbulências tenham provocado um aperto no crédito e lembrou que, na semana passada, os depósitos cresceram tanto para bancos maiores quanto para os pequenos. No final da tarde, o índice Dow Jones subiu 0,30%, o S&P 500 avançou 0,33% e o Nasdaq teve alta de 0,28%. Entre os destaques, o Goldman Sachs ganhou 0,82%, o JP Morgan subiu 0,79%, o Morgan Stanley avançou 2,98% e o Wells Fargo teve alta de 4,19%. Na contramão dos bancos, empresas de tecnologia e comunicação sofreram perdas, entre elas Alphabet (-2,66%), Meta (-1,19%) e Netflix (-1,75%), esta última na esteira de problemas técnicos com a transmissão ao vivo de conteúdos.

Além da limitação de determinados setores, a renovada expectativa de maior aperto monetário pelo Fed também pesou sobre as bolsas. Nesta tarde, Barkin afirmou que deseja ver mais evidências de que a inflação nos EUA esta retornando para a meta de 2% estabelecida pelo banco central. Os comentários vieram após dados mostrarem melhora acima do esperado nas condições de manufatura apontadas pelo índice de atividade industrial Empire State, além do avanço na confiança das construtoras, ambos divulgados nesta segunda-feira.

Para o BMO, a estabilidade de preços ressurgiu como principal fator a ser considerado na definição das taxas de juros do Fed, pelo menos enquanto riscos sobre o sistema financeiro se tornaram menos agudos. "À medida que as ferramentas macroprudenciais ganham credibilidade, o mercado se contenta em abraçar a diferenciação do Fed entre os riscos sistêmicos e a trajetória da economia real", observa o banco. Com isto, o mercado expandiu apostas por nova alta de 25 pontos-base nos juros pelo Fed, de 78,0% na última sexta-feira para 86,1%, ao passo que reduziram as chances de manutenção (de 22,0% para 13,9%).

A consolidação da perspectiva de maior aperto monetário ofereceu suporte para os rendimentos dos Treasuries. No final da tarde, o juro da T-note de 2 anos tinha alta a 4,168%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,591% e o do T-bond de 30 anos subia a 3,811%.

O dólar também se beneficiou, avançando ante outras divisas. Por volta das 17h (de Brasília), o dólar subia a 131,42 ienes, o euro recuava a US$ 1,0929 e a libra tinha baixa a US$ 1,2378. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,54%, a 102,103 pontos. Entre emergentes, o dólar recuava a 81,933 rublos, após o governo russo informar que estuda impor mais controles cambiais, a fim de conter a volatilidade da moeda local. Contra a moeda argentina, o dólar blue alcançou novo recorde, avançando a 408 pesos no mercado paralelo, enquanto o dólar no mercado oficial se valorizava a 216,4692 pesos argentinos.

Em evento sobre economia global, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou não perceber mudanças substanciais no uso de moedas internacionais, em meio a crescentes debates sobre a dominância do dólar no comércio global. Sobre política monetária, comentou que as altas de juros estão começando a funcionar no combate à inflação na zona do euro e descartou qualquer possibilidade de alteração da meta de inflação do BCE no momento.

A força do dólar no exterior pressionou as commodities, levando o petróleo a recuar cerca de 2% nesta sessão e devolver parte dos ganhos da semana anterior. Investidores de energia também monitoram sinais de demanda, em compasso de espera por dados da economia da China, a serem divulgados nesta noite. O petróleo WTI para maio fechou com perda de 2,05% (US$ 1,69), a US$ 80,83 por barril, enquanto o Brent para junho recuou 1,79% (US$ 1,55), a US$ 84,76 por barril.

No campo geopolítico, persistem as tensões entre Estados Unidos, China e seus respectivos aliados. Hoje, o gigante asiáticos anunciou uma "grande atividade militar" será realizada no Mar Amarelo em 18 de abril entre 9h e 12h (17 de abril de Brasília, das 22h00 às 01:00 do dia 18), sem divulgar mais informações. Durante a tarde, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou a descoberta de um posto avançado secreto da polícia chinesa em Nova York e a prisão de dois suspeitos. (Laís Adriana - [email protected])

CÂMBIO

Após a queda de 2,83% na semana passada, quando fechou abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde junho de 2022, o dólar à vista encerrou a sessão desta segunda-feira, 17, em alta de 0,45%, cotado a R$ 4,9372, com máxima a R$ 4,9563. Na abertura dos negócios, a divisa até chegou a operar pontualmente em baixa, flertando com o rompimento de R$ 4,90 ao registrar mínima a R$ 4,9008.

Segundo operadores, investidores apoiaram-se na alta da moeda americana lá fora para promover ajustes e realizar lucros no mercado doméstico de câmbio, em ambiente de liquidez reduzida. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para maio movimentou menos de US$ 10 bilhões. Analistas observam que forte rodada de apreciação do real de fins de março para cá foi induzida, em parte, por forte desmonte de hedge cambial por parte de estrangeiro no mercado de derivativos.

Indicadores de atividade nos EUA acima do esperado levaram a aumento das chances de nova alta de 25 pontos-base na taxa de juros americana no encontro de política monetária do Federal Reserve em maio. Também houve certa moderação nas apostas em corte dos FedFunds ao longo do segundo semestre. O índice Empire State de atividade industrial no Estado de Nova York avançou de -24,6 em março a 10,8 em abril, na máxima desde julho de 2022 e bem acima da previsão de -15,0 dos analistas. Termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, o índice DXY operou em alta firme e voltou a superar os 102,000 pontos. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities caíram em bloco ante o dólar.

Por aqui, houve certo desconforto com o adiamento para amanhã da entrega do texto da proposta do novo arcabouço fiscal à Câmara dos Deputados, inicialmente prevista para hoje pelo ministério da Casa Civil. O motivo alegado foi a ausência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que está em São Paulo. As expectativas dos agentes giram em torno da confirmação de que o texto trará amarras para uso de receitas extraordinárias em investimentos públicos.

"Temos hoje um ajuste do dólar para cima com exterior e importadores aproveitando a queda recente para fazer algumas compras", afirma o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, ressaltando que a liquidez é bastante reduzida. "O mercado está em compasso de espera para ver como o novo arcabouço será recebido no Congresso. Se for positivo, na minha opinião o dólar vem para baixo de R$ 4,85".

À tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a proposta de lei complementar da nova regra fiscal está na Casa Civil e pronta para ser entregue ao Congresso amanhã, 18. "É o mesmo [texto] apresentado, tem uns detalhezinhos legais", disse ao sair do prédio do Ministério de Minas e Energia (MME), "Amanhã vai para o Congresso, estamos aguardando o presidente [da Câmara], Arthur Lira voltar."

A Secretária de Comércio Exterior (Secex) informou hoje à tarde que a balança comercial registrou superávit de US$ 2,204 bilhões na segunda semana de abril. O saldo acumulado no mês chegou a US$ 5,067 bilhões. Em março, houve superávit de US$ 10,96 bilhões, o maior valor para todos os meses desde o início série histórica da balança comercial, em 1989. No ano, o saldo é positivo em US$ 20,911 bilhões.

"É fácil descartar o superávit comercial do Brasil e apontar outras coisas que não são perfeitas. Mas não há nada de 'normal' no superávit de março, que é enorme em relação ao mesmo mês dos anos anteriores. O status do Brasil como exportador de commodities o coloca em um ponto de destaque global", afirma hoje, no Twitter, o economista-chefe do Instituto Finanças internacionais (IIF), Robin Brooks, que reafirma seu preço justo de R$ 4,50 para a taxa de câmbio. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.93720 0.4496 4.95630 4.90080

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4950.000 0.6609 4965.000 4909.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4978.000 0.38314 4978.000 4978.000

BOLSA

Nesta abertura de semana com poucos catalisadores, o Ibovespa se acomodou um pouco acima dos 106 mil pontos, em leve ajuste negativo pelo terceiro dia, mas conseguiu ao fim manter-se na mesma linha pelo quinto fechamento seguido. Hoje, a referência da B3 oscilou entre 105.622,91 e 106.829,81, saindo de abertura aos 106.279,37 pontos. No encerramento, o recuo desta segunda-feira ficou em 0,25%, aos 106.015,67 pontos, com giro financeiro a R$ 19,9 bilhões. No mês, o Ibovespa sobe 4,06%, após ter acumulado ganho de 5,41% na semana passada, no que foi seu maior avanço em 2023 - no ano, o índice ainda cede 3,39%.

“O Ibovespa teve alta forte ao longo da semana passada e hoje se manteve em leve realização de lucros. Destaque para a correção em 3R Petroleum que anunciou, ainda no domingo, e divulgou fato relevante hoje de manhã sobre a intenção de captar de R$ 600 a 900 milhões, em aumento de capital privado, direcionado primeiro aos acionistas. Definiu preço da ação a R$ 24,45, sendo que na sexta tinha fechado a R$ 32,87, um desconto de 25,60% em relação à cotação daquele dia. Hoje, então, já abriu com um baita 'gap'”, diz Marco Monteiro, analista da CM Capital, mencionando também força vendedora na sessão em ações de peso, como Vale (ON -1,19%) e as do setor financeiro, como Santander (Unit -0,83%).

Na ponta perdedora do Ibovespa nesta segunda-feira, além de 3R Petroleum (-15,70%, a R$ 27,71), destaque para Eletrobras (ON -3,75%, PNB -3,30%), Natura (-2,69%) e Ultrapar (-2,36%). No lado oposto, Locaweb (+4,44%), JBS (+2,71%), Renner (+2,70%) e Raízen (+2,63%).

Com agenda mais fraca nesta abertura de semana, após o entusiasmo na semana passada em torno de leituras sobre a inflação no Brasil e nos Estados Unidos, os investidores contaram, pela manhã, com o IBC-Br de janeiro, “um dado bem defasado, mas que veio acima do esperado para o mês”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, acrescentando que a passagem do primeiro para o segundo trimestre, pelo que se tem de informação disponível até o momento, sugere desaceleração da atividade econômica.

O adiamento, de hoje para amanhã, do encaminhamento do texto do arcabouço fiscal contribuiu para a “parcimônia” dos investidores nesta segunda-feira, com efeito sobre a curva de juros, em dia também de “leve abertura” para os rendimentos dos Treasuries lá fora, observa a economista da Veedha - uma combinação de movimentos nos juros futuros que contribuiu para a realização moderada na Bolsa neste começo de semana mais curta, com o feriado de sexta-feira no Brasil.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que a proposta de lei complementar do novo arcabouço fiscal deve ser entregue amanhã, 18, ao Congresso Nacional. O texto, segundo o ministro, está na Casa Civil e pronto para ser encaminhado ao Legislativo.

"É o mesmo [texto] apresentado, tem uns detalhezinhos legais", disse Haddad nesta segunda-feira, mencionando que não houve alterações na proposta apresentada em 30 de março. "Amanhã vai para o Congresso, estamos aguardando o presidente [da Câmara], Arthur Lira voltar."

No exterior, os contratos futuros do petróleo recuaram em torno de 2% nesta segunda-feira, devolvendo parte dos ganhos da semana passada, pressionados pelo dólar forte no exterior. Investidores também estão monitorando sinais de demanda, e aguardando dados da China - em especial, o Produto Interno Bruto (PIB) - que serão publicados nesta noite. Ainda assim, Petrobras conseguiu se descolar do movimento nos preços da commodity na sessão e sustenta agora ganhos entre 13,02% (ON) e 13,90% (PN) no mês, ao fechar esta segunda-feira em alta de 0,40% (ON) e 1,56% (PN). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 106015.67 -0.24812

Máxima 106829.81 +0.52

Mínima 105622.91 -0.62

Volume (R$ Bilhões) 1.98B

Volume (US$ Bilhões) 4.02B

18:02

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 107960 -0.7675

Máxima 108940 +0.13

Mínima 107555 -1.14

JUROS

Foi uma sessão fraca para o mercado de juros com taxas alternando movimentos laterais e viés de alta ao longo do dia, na ausência de um condutor firme para os negócios. Após a devolução de prêmios no acumulado da semana passada, ensaiaram uma realização de lucros nesta segunda-feira a partir do aumento das apostas em alta de juro nos Estados Unidos, que pressionou para cima os rendimentos dos Treasuries, e do ajuste do câmbio, mas a expectativa pela entrega do arcabouço fiscal no Congresso limitou a correção. Nos vencimentos mais curtos, houve certo desconforto com os resultados da pesquisa Focus indicando que o IPCA de março perto do piso das estimativas não evitou oscilação para cima nas medianas de inflação, mas pode ter influenciado a redução da estimativa para a Selic.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,22%, de 13,19% na sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,88% para 11,90%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,72%, de 11,74%, e a do DI para janeiro de 2029 ficou em 12,03% (de 12,09%). Com média diária de 816 mil contratos nos últimos 30 dias, o DI para janeiro de 2025, que tem sido o mais negociado, hoje girou apenas 387.233.

Nos Treasuries, no fim da tarde, a taxa da T-note de dez anos projetava 3,59% e a de dois anos subia aos 4,20%. Mesmo com o exterior dando a senha para que a curva voltasse a incorporar prêmios, o mercado evitou se posicionar aguardando o encaminhamento do texto fiscal ao Congresso, esperado para hoje, depois do fechamento, mas que foi adiado, em função da agenda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que está em São Paulo. Após um vaivém de informações de ministros e lideranças no Congresso sobre se a peça seria entregue amanhã ou na quarta-feira, ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que será entregue amanhã e que o texto é o mesmo que já foi apresentado, "com uns detalhezinhos legais".

Ainda que tenha ressalvas sobre o texto, o mercado considera que a peça dá um norte às contas públicas, especialmente se confirmada a questão da limitação a um terço do excedente do superávit primário para investimentos e a retirada das receitas extraordinárias da base de cálculo para fixar o crescimento da despesa.

O gerente de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alirio, afirma que a expectativa pelo andamento da proposta hoje de certa forma travou o mercado, que tem estado atento à questão das receitas que, pela regra, precisam crescer mais do que as despesas. Ele lembra ainda que a agenda da semana pode ter inibido o apetite pelos negócios - hoje à noite, por exemplo, sai o PIB da China.

"Ainda tem a questão externa, sobre se o que vai prevalecer para a política monetária no mundo é o comportamento da inflação ou são os riscos de recessão", acrescentou. Como exemplo, ele destaca que, na reunião de primavera, o saldo das mensagens do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi de que, se de um lado os bancos centrais parecem estar finalizando os ciclos de aperto, de outro, a desinflação lenta e a questão fiscal ainda não dão previsibilidade para o início dos ciclos de cortes de juros.

No Brasil, essa projeção sobre o timing para queda da Selic segue nublada pela desancoragem das expectativas de inflação futuras em relação às metas, evidenciadas mais uma vez pelo Boletim Focus. Mesmo com o IPCA de março (0,71%) bem abaixo da mediana das estimativas (0,77%), as medianas subiram, ainda que marginalmente. A do IPCA deste ano passou de 5,98% para 6,01% e a de 2024, de 4,14% para 4,18%. Por outro lado, a mediana de Selic para o fim de 2023, caiu 12,75% para 12,50%, "em linha com os recentes ajustes para baixo na curva de juros de mercado, que consolidaram a expectativa de corte da taxa básica nos próximos meses após a divulgação do novo arcabouço fiscal", avalia a analista da Tendências Luiza Benamor. "Apesar disso, a pesquisa apresentou pequenos aumentos nas projeções de inflação para 2023 e 2024, sugerindo que o quadro inflacionário permanece como fonte de preocupação", disse.

A agenda doméstica trouxe ainda o IBC-Br de janeiro, que caiu 0,04% na margem, vindo melhor do que apontava a mediana das previsões, negativa em 0,30%. O resultado, porém, não alterou em geral as projeções dos economistas para o desempenho no trimestre nem para o PIB no ano. (Denise Abarca - [email protected])

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