CURVA APONTA CORTE DA SELIC EM JUNHO, BOLSA DISPARA 4% E DÓLAR CAI A R$ 5 APÓS IPCA

Blog, Cenário

A composição benigna do IPCA de março disparou o gatilho para o rali de ativos domésticos nesta terça-feira, partindo, inicialmente, do princípio de que o alívio na inflação encorajaria o Banco Central a iniciar ainda no primeiro semestre o corte da Selic, mas passando também pelo otimismo com o arcabouço fiscal e sinais positivos da atividade na China, principal parceiro comercial do Brasil. A inflação de 0,71% em março foi a menor para o mês desde 2020 e veio abaixo da mediana da pesquisa do Projeções Broadcast. Além disso, o índice de difusão ficou abaixo dos 60%, segmentos como serviços apontaram alívio e a taxa em 12 meses (4,65%) ficou dentro da meta pela primeira vez desde fevereiro de 2021. Assim, o mercado viu espaço para retirar prêmio da curva de juros. O ajuste para baixo foi superior a 20 pontos-base a partir dos vencimentos de janeiro de 2025. Na ponta curtíssima, a estrutura passa agora a embutir 15 pontos de corte da Selic em junho, ou seja, chance de 60% de redução de 25 pontos-base. Para o fim do ano, a projeção é de juro entre 12,00% e 12,25%. No fim de 2024, a precificação é de taxa básica de 10,75%. Este ambiente deu espaço para uma nova rodada de compras de papéis de companhias brasileiras, que ainda se mostravam descontados na comparação com os pares internacionais. O Ibovespa foi escalando ao longo do dia e terminou a sessão aos 106.213,76 pontos (+4,29%), mais alto nível de fechamento desde 8 de março e maior valorização porcentual desde 3 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno das eleições de 2022. Dos 88 papéis que compõem o índice, 85 subiram - a maior alta foi da Gol PN, de 17,13%. O fluxo de recursos para o Brasil e bons sinais de captações estrangeiras de empresas daqui levaram o dólar a furar o piso de R$ 5 pela manhã, aos R$ 4,9899 no segmento à vista. Ao longo do dia, a moeda americana recuperou um pouco do terreno e terminou em R$ 5,0072 (-1,16%). Ainda assim, é a menor cotação de fechamento desde 10 de junho. O dólar mais fraco globalmente hoje apoiou também as commodities, com alta de 1,70% do barril do Brent, a US$ 85,61, e de 2,24% o do WTI, a US$ 81,53. Ações de petroleiras ajudaram a manter o Dow Jones no azul (+0,29%), mas a expectativa com o índice de preços ao consumidor dos EUA (CPI) e a ata do Federal Reserve, divulgados amanhã, conteve os demais índices. S&P 500 terminou estável e Nasdaq cedeu 0,43%.

•JUROS

•BOLSA

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

Os juros futuros ampliaram o alívio nos prêmios de risco e renovaram mínimas à tarde, quando aumentou o apetite por ativos emergentes que também ajudou a acelerar os ganhos do Ibovespa para mais de 4%. O rali vespertino atingiu com mais força a ponta longa da curva, cuja queda, assim, alcançou a magnitude dos vértices intermediários que desde manhã já vinham embalados pela leitura positiva do IPCA. As apostas no ciclo de queda da Selic cresceram e já são majoritárias na precificação do mercado para o Copom de junho.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,15%, de 13,22% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,99% para 11,80%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,77%, de 11,98%, e o DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 12,20%, de 12,38%. Ao contrário de ontem, hoje o volume de contratos negociados foi robusto, com giro de mais de 1,2 milhão no DI para janeiro de 2024, hoje o mais líquido.

O co-gestor de renda fixa da Warren Rena, Luis Felipe Laudisio, afirma que, dado o posicionamento técnico ainda bastante leve, os players adicionaram risco às carteiras. "Até por isso, a B28 foi bastante demandada, com o nível de juro real que parece alto", disse. A NTN-B 15/8/2028 foi destaque no leilão do Tesouro. Do total de 1,576 milhão de NTN-B vendidas, 1,500 milhão são para aquele vencimento.

Em boa medida, a postura agressiva foi pavimentada pelo arrefecimento do IPCA em março, a 0,71%, ante 0,84% em fevereiro. Em 12 meses, a taxa acumulada caiu de 5,60% para 4,65%, a mais baixa desde janeiro de 2021 e abaixo do teto da meta de inflação (4,75%) para 2023. Mais até do que o fato de o dado mensal ter ficado aquém da mediana (0,77%) e perto do piso das estimativas (0,69%), o mercado gostou do "qualitativo", em especial da desaceleração dos preços de serviços e dos núcleos, que vinham resistindo até então em alta e dando argumentos para o Banco Central despistar sobre a possibilidade de cortes da Selic.

"Ainda que a queda tenha sido bastante influenciada pelo comportamento dos alimentos, o mercado aumentou a aposta de queda da Selic", afirmou o economista do BV Carlos Lopes. Ele alerta que há sinais de melhora no cenário de preços, mas a inflação ainda está pressionada, o que, juntamente com as incertezas fiscais, torna improvável que o Copom inicie um processo de afrouxamento monetário no primeiro semestre, como aponta a precificação da curva. Para o economista, a probabilidade maior é que ocorra em agosto.

Conforme cálculos da BlueLine Asset, os DIs apontam 60% de chance de queda de 0,25 ponto porcentual da Selic no Copom de junho, contra 40% de probabilidade de manutenção no atual nível de 13,75%. Para o Copom de agosto está precificado 100% de chance de redução de 0,25 ponto. Para o fim de 2023, a curva projeta Selic entre 12,00% e 12,25% e para o fim de 2024, de 10,75%.

Outro fator a contribuir para o fechamento da curva foi o câmbio, com o dólar chegando hoje ao patamar de R$ 5, até abaixo pontualmente nas mínimas do dia. De acordo com Lopes, o dólar mais comportado evita que a Petrobras tenha de reajustar combustíveis, favorecendo a perspectiva de desinflação nos próximos meses.

No período da tarde, com os trechos curto e intermediários já bastante pressionados para baixo, o investidor foi buscar os prêmios da ponta longa, ignorando as máximas das T-notes. O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Xavier Andrade, afirma que o movimento global pró-emergentes, hoje especialmente estimulado por otimismo com a economia da China, atraiu os investidores não só para a Bolsa como também para o segmento de prefixados, além do IPCA.

Após a bem-sucedida emissão soberana do Tesouro na semana passada, o chamado apetite por Brasil ficou evidenciado hoje pela captação de bonds sustentáveis do Banco do Brasil, de US$ 750 milhões, com demanda de mais de US$ 2 bilhões, segundo fontes.

Ainda, segundo Andrade, o noticiário em torno do arcabouço fiscal tem ajudado marginalmente, assim como a percepção de fortalecimento da equipe econômica dentro do governo, após o presidente Lula elogiar publicamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Parece que as coisas vão se dando de forma menos heterodoxa do que se pensava", disse. (Denise Abarca - [email protected])

BOLSA

Em dia de apetite por ativos brasileiros, que colocou o dólar abaixo dos R$ 5 no melhor momento desta terça-feira, e com descompressão na curva de juros, na ponta longa e na curta, o Ibovespa teve o seu maior avanço em porcentual desde 3 de outubro (então 5,54%), logo após o primeiro turno da eleição. A euforia veio ainda pela manhã, com a leitura abaixo do esperado para o índice oficial de inflação, o IPCA, que desacelerou em março e ficou abaixo do limite superior da meta no acumulado em 12 meses, algo não visto nos últimos anos. No mês, o IPCA ficou em 0,71%, abaixo da mediana das estimativas (0,77%) para março.

Assim, com a expectativa de que o Copom possa sinalizar em breve, possivelmente até mesmo no próximo comunicado, em maio, postura menos dura com relação à Selic, e perspectiva do mercado de que a taxa de juros do BC possa começar a ser cortada no começo do segundo semestre - ou mesmo no fim do primeiro -, os investidores foram às compras. Apenas dois papéis do Ibovespa (Minerva -1,29%, Taesa -0,03%) ficaram de fora da maré aquisitiva vista na sessão, com retomada também no giro financeiro, a R$ 32,2 bilhões. Ao fim, o índice da B3 mostrava alta de 4,29%, a 106.213,76 pontos, entre mínima de 101.847,79 pontos - quase igual à abertura, a 101.848,94 - e máxima de 106.455,33 pontos

Foi o melhor nível intradia desde 9 de março e o maior patamar de encerramento desde o dia 8 daquele mesmo mês. Na semana, o Ibovespa acumula ganho de 5,35%, passando ao positivo em abril (+4,25%), mas ainda cedendo 3,21% no ano.

"O dia foi bem favorável tanto para câmbio como para juros, em que a parte mais curta da curva ficou menos pressionada com a leitura sobre o IPCA, mais fraco do que o esperado. Contribuíram também declarações do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, sobre a regra fiscal, dando mais detalhes e esclarecendo algumas dúvidas sobre a interpretação da proposta, principalmente as relacionadas ao crescimento dos investimentos em relação às receitas", diz Luciano Costa, sócio e economista-chefe da Monte Bravo Investimentos.

Na B3, as ações de primeira linha, como as de commodities (Vale ON +5,28%, Petrobras ON +4,39% e PN +4,69%) e do setor financeiro (Bradesco PN +5,24%, na máxima do dia no fechamento; Itaú PN +3,24%), avançaram com força na sessão, enquanto a ponta do Ibovespa foi carregada por papéis com ganhos na casa de dois dígitos: Gol (+17,13%), Azul (+13,81%), Magazine Luiza (+12,84%), Hapvida (+12,77%), CVC (+11,62%), Cogna (+11,30%) e Yduqs (+10,06%).

O dia chegou ao fim com retomada tanto nas ações com exposição à economia doméstica, como as do índice de consumo (+5,81%), quanto nos papéis com preços e demanda formados no exterior, como os do índice de materiais básicos (+4,60%), que reúne as ações de commodities.

"Papéis com maior Beta [mais voláteis, aqueles que costumam amplificar o respectivo grau de ajuste, seja de alta ou baixa, ante o observado no índice de referência], sensíveis ao ciclo e que sofreram mais no último período, foram os mais beneficiados na sessão, como companhias aéreas e [nomes do varejo e serviços] como Magazine Luiza e Localiza (ON +9,17%)", observa Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset, destacando o fluxo da sessão, possivelmente reforçado por estrangeiros pelo que se viu de desempenho nos papéis de maior capitalização de mercado, como Vale e os bancos privados.

“Não havia dúvida de que a Bolsa brasileira está muito barata, por alguns critérios no menor nível em duas décadas, mas estava faltando notícia boa para induzir recuperação, o que veio hoje com o IPCA em 12 meses abaixo do limite superior da banda de flutuação, considerando a meta oficial do CMN (Conselho Monetário Nacional), buscada pelo Copom. Com tudo mais constante, é possível que haja espaço para o BC começar a cortar a Selic ali por agosto”, diz Bernard Faust, operador de renda variável da One Investimentos.

No cenário externo, ele menciona dados mais fracos sobre a inflação ao consumidor e ao produtor na China - grande consumidora de commodities produzidas no Brasil -, acrescentando que o país asiático tem cortado depósitos compulsórios e sinalizado nova redução de juros, para estimular a economia. “O quadro também tem se mostrado mais favorável quanto aos juros americanos. O Fed deve vir com mais um aumento de 25 pontos-base, mas os cortes na taxa podem começar já no segundo semestre, quem sabe ali por agosto também”, diz Faust.

Aqui, com o projetado para o IPCA em 12 meses abaixo de 5%, tira-se parte da pressão sobre o BC quanto à referência a chances de novo aumento de juros ainda pela frente, “acelerando bastante a entrada (de recursos) para Bolsa”, aponta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. Ele destaca também a redução de compulsório na China como outro fator-chave para o apetite por ativos brasileiros na sessão. “A injeção de recursos na economia chinesa ampara visão de aumento da demanda, do consumo de matérias primas, o que favorece o Brasil (na balança comercial e nas transações externas), e especialmente os papéis vinculados a commodities”, acrescenta.

"Além de ter vindo abaixo das expectativas, o IPCA de março também é uma boa notícia do ponto de vista qualitativo, com a média dos núcleos recuando para 0,36%, de 0,72% no anterior. O núcleo de serviços, que serve de ‘proxy’ para o grau de aquecimento da demanda, também recuou para 0,32%, ante 0,54%", observa em nota Darwin Dib, economista-chefe da Gauss Capital. "O resultado de hoje deverá ser decisivo para ajudar a estancar a elevação das expectativas de inflação, registradas na pesquisa Focus, pois a variável objetiva que define a trajetória das expectativas é, em última instância, o comportamento da inflação corrente." (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 106213.76 4.28794

Máxima 106455.33 +4.53

Mínima 101847.79 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.22B

Volume (US$ Bilhões) 6.42B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 106685 4.4907

Máxima 106935 +4.74

Mínima 102435 +0.33

CÂMBIO

A trinca formada por leitura benigna do IPCA de março, menor percepção de risco para a trajetória da dívida pública, com possível adoção de travas ao aumento de gastos no novo arcabouço fiscal, e sinais de vitalidade da economia chinesa alimentou uma onda de valorização dos ativos domésticos na sessão desta terça-feira, 11.

Com relatos de fluxo de recursos estrangeiros para renda fixa e ações locais, em dia de alta de mais de 4% do Ibovespa, e de desmonte de posições defensivas no mercado futuro, o dólar operou em baixa firme ao longo de toda a sessão e chegou a furar o piso de R$ 5,00 pela manhã, com mínima a R$ 4,9899. No fim do pregão, a moeda recuava 1,16%, cotada a R$ 5,0072 - menor valor de fechamento desde 10 de junho de 2022. A divisa já acumula baixa de 1,21% em abril.

Lá fora, o índice DXY - termômetro do desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - operou em baixa, flertando com o rompimento da linha dos 102,000 pontos, apesar de avanço dos Treasuries e da expectativa pela divulgação, amanhã, do índice de preços ao consumidor nos EUA em março e da ata do Federal Reserve. A moeda americana caiu em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com o peso chileno puxando a fila, seguido pelo real.

Pela manhã, o IBGE informou que o IPCA desacelerou de 0,84% em fevereiro para 0,71% em março, abaixo da mediana (0,77%) e perto do piso (0,69%) de Projeções Broadcast. A taxa acumulada em 12 meses é de 4,65%. Cálculos de economistas mostram que a difusão do IPCA desceu da casa de 65% em fevereiro para menos de 60% em março.

O economista-chefe e consultor da Remessa Online, André Galhardo, afirma que a tendência recente de apreciação do real foi reforçada hoje pela leitura do IPCA, que mostra um cenário mais benigno para a inflação. "Os argumentos para o Banco Central manter a Selic em 13,75% são cada vez mais escassos. Mas a inflação deve desacelerar em um ritmo mais rápido do que a potencial velocidade de queda da Selic, o que garante um juro real em nível elevado e ajuda a moeda brasileira", afirma Galhardo, para quem sinais positivos da China - que hoje divulgou forte aumento de empréstimos bancários - ajudam a atrair recursos externos para a bolsa brasileira e favorecem o real.

O CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, observa que a perspectiva de manutenção de juros ainda altos no Brasil, mesmo com provável redução da Selic, "está atraindo exportadores para o mercado doméstico de renda fixa", o que reduz o diferencial entre embarques e liquidação financeira. "Com as altas nos juros nos EUA chegando ao fim e o diferencial de juros favorável, o patamar de dólar abaixo de R$ 5,00 pode ser sustentável", afirma.

Além do IPCA e dos ventos externos positivos, analistas veem uma redução da percepção de risco. Fontes ouvidas pelo Broadcast afirmaram que o texto final da proposta de novo arcabouço fiscal deve limitar em R$ 25 bilhões o bônus para investimentos adicionais. Isso evitaria que aumentos extraordinários das receitas, com geração de superávit primário superior às metas estabelecidas, traduzissem automaticamente em expansão de gastos. Em entrevista ao Broadcast no último dia 6, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, já havia afirmado que estava em estudo regra que limitasse o valor destinado a investimentos.

Para head de câmbio do Travelex Bank, Marcos Weigt, parece que a equipe econômica "escutou os comentários do mercado e está ajustando" pontos da nova regra fiscal, o que dá fôlego aos ativos domésticos. "O Haddad está se mostrando, digamos, ortodoxo e preocupado realmente com o fiscal. Estão colocando amarras para os gastos e ajustando o arcabouço de forma construtiva. Parece que não tem mais aquele risco de descontrole da relação dívida/PIB", diz Weigt.

Em comunicado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), Haddad reafirmou que o Brasil pode ter superávit fiscal de 1% do PIB em 2026, último ano da gestão Lula, e disse que as novas regras vão colocar a dívida pública em claro caminho de queda. Ontem, em solenidade para marcar os 100 dias de governo, Lula elogiou publicamente Haddad, no que foi considerado um sinal de prestígio do ministério da Fazenda, que sofre ataques da alta política do Planalto.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse à tarde que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024 será enviado ao Congresso nesta sexta-feira, 14. Já o texto do novo arcabouço será entregue ao Parlamento na próxima semana, porque técnicos do Planejamento e da Fazenda "ainda fazem ajustes" na redação e não houve "tempo de Lula e Haddad assinarem". Segundo Tebet, tais ajustes (quatro ou cinco) - que tiveram o aval de Lula - são motivados por pedidos do próprio Planejamento, e não por demandas do núcleo político do da Casa Civil.

"O resultado do IPCA abaixo do esperado, somado a falas de Haddad e Tebet sobre a responsabilidade fiscal com o novo arcabouço, trouxe ânimo ao mercado local e contribuiu para melhora do apetite ao risco e valorização do real", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.00720 -1.1626 5.06080 4.98990

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5024.500 -1.22862 5076.000 5003.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5050.000 -1.27077 5050.000 5050.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Ainda que o presidente do Federal Reserve (Fed) em Chicago, Austan Goolsbee, tenha levantado a possibilidade de que tensões bancárias forcem a moderação do aperto monetário nesta tarde, o mercado mantêm aposta por elevação de 25 pontos-base nos juros em maio. A expectativa, agora, é de que a inflação ao consumidor (CPI) de março e a ata do Federal Reserve (Fed), amanhã, ajudem a consolidar um direcionamento mais claro. Assim, em compasso de espera, as bolsas de Nova York fecharam sem direção definida, com suporte de bancos e petroleiras, mas pressão de tecnologia. Já os rendimentos dos Treasuries tiveram viés positivo ao longo das últimas horas, embora o retorno do T-bond de 30 anos tenha perdido força mais para o final do dia. No câmbio, o dólar devolveu parte dos ganhos de ontem ante boa parte dos rivais e favoreceu o petróleo, que subiu mais de 1%. De qualquer forma, a cautela ainda paira sobre as mesas de operações, após o Fundo Monetário Internacional (FMI) piorar suas projeções e sinalizar risco de impactos decorrentes das turbulências bancárias.

Goolsbee indicou nesta tarde que o mercado de trabalho americano está desacelerando e que um potencial aperto no crédito - resultado dos recentes estresses bancários - poderia afetar a economia real. Neste caso, o banco central americano teria que apertar menos a política monetária para reduzir a inflação até a meta de 2%, apontou Goolsbee, que tem direito a voto nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, em inglês). Mais cedo, o presidente da distrital de Nova York, John Williams, afirmou considerar "razoável" a expectativa por mais uma alta de 25 pontos-base nos juros básicos em maio, ao intervalo entre 5,00% e 5,25%, de acordo com as expectativas do mercado.

As ponderações sobre o aperto monetário ajudaram a ditar nas mesas de operações, com as bolsas de Nova York encerrando o pregão sem direção única. O índice Dow Jones avançou 0,29%, o S&P 500 registrou estabilidade (0,0%) e o Nasdaq recuou 0,43%. Entre as ações de destaque, o Bank of America subiu 2,76%, o Wells Fargo teve alta de 1,92% e o Citi avançou 1,46%. A Exxon Mobil ganhou 0,71%, na esteira de notícias sobre possível aquisição da Pioneer Natural Resources e da alta nos contratos mais líquidos do petróleo, enquanto a Ford subiu 1,26% seguindo o anúncio de investimento bilionário em uma fábrica de veículos elétricos no Canadá. Além disso, a Boeing avançou 0,73% após informar que entregou 130 aviões comerciais no primeiro trimestre, superando a rival Airbus pela primeira vez desde 2018. Hoje, o bitcoin registrou forte alta e ultrapassou a barreira de US$ 30 mil pela primeira vez desde junho do ano passado, avançando 3,26% aos US$ 30.380,00 por volta das 18h00 (de Brasília).

Quanto aos juros dos Treasuries, os rendimentos mantiveram viés positivo na ponta curta, contudo, o T-bond de 30 anos inverteu sinal no final da tarde e encerrou o pregão em queda. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,028%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,429% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,620%.

O ambiente incerto se deu na esteira da redução nas projeções do FMI para o PIB global em 2023. Em relatório divulgado nesta manhã, a instituição cortou sua previsão para o crescimento global neste ano de 2,9% para 2,8% e ainda alertou para o impacto potencial das recentes turbulências bancárias.

Ainda assim, o dólar a devolver parte dos ganhos de ontem. O iene, porém, permaneceu pressionado e não conseguiu avançar contra o dólar, embora a Capital Economics aponte a que a fraqueza da moeda japonesa não deva durar muito tempo. Por volta das 17 horas (de Brasília), o dólar subia a 133,69 ienes, o euro avançava a US$ 1,0914 e a libra tinha alta a US$ 1,2424. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,36%, a 102,204 pontos.

A fraqueza da moeda americana contra a maior parte das rivais beneficiou os preços de commodities. No caso do petróleo, investidores de energia também ficaram atentos a sinais de demanda. Hoje, o Departamento de Energia dos Estados Unidos elevou suas projeções para o preço do barril do petróleo Brent em 2023, de US$ 83 para US$ 85. No final do pregão, petróleo WTI para maio avançou 2,24% (US$ 1,79), a US$ 81,53 o barril, enquanto o Brent para junho subiu 1,70% (US$ 1,43), a US$ 85,61 o barril. (Laís Adriana - [email protected];)

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