Uma certa disposição à tomada de risco marcou a etapa da tarde desta sexta-feira no exterior, tirando do vermelho os principais índices de Nova York e dando mais tração à recuperação do mercado acionário local. O temor com o setor financeiro segue na ordem do dia, após o tombo dos preços das ações e dos títulos do Deutsche Bank, novo foco de atenção do investidor. Mas a minimização dos riscos para o banco por parte do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e a garantia por parte da União Europeia de que a o sistema bancário do bloco é sólido trouxeram algum alento. Além disso, o reequilíbrio de carteiras apoiou a volta de NY ao terreno positivo. Ao fim do dia, Dow Jones marcava alta de 0,41%, S&P 500 ganhava 0,56% e Nasdaq subia 0,31%. Mas se a arrancada das ações lá fora hoje contribuiu para o Ibovespa fechar em 98.829,27 pontos (+0,92%), foi incapaz de tirar o indicador acionário brasileiro da quinta perda semanal seguida - a maior sequência de recuos desde maio passado. Na semana, os três índices americanos subiram (1,18%, 1,39% e 1,66%, respectivamente), enquanto o brasileiro derreteu 3,09%. O discurso mais duro do Banco Central em relação aos juros e o temor de uma crise entre a autarquia e o governo trouxeram incômodo ao longo da semana, a despeito de hoje a abertura dos preços do IPCA-15 sugerir certo alívio na inflação, fato que ajudou a tirar pressão das ações de consumo, dado o recuo dos juros futuros de prazo mais curto. A curva de juros também projetou taxas menores no exterior, devido à incerteza dos efeitos da turbulência bancária nas políticas monetárias dos países ricos e, por consequência, também no Brasil. Os agentes esperam as considerações do Banco Central a respeito desse ponto na terça-feira atrás da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), destaque da agenda da próxima semana. Neste ambiente, o DI para janeiro de 2025 fechou abaixo de 12% (exatamente em 11,93%) pela primeira vez desde 7 de novembro. No câmbio, o fluxo para papéis brasileiros apoiou o real contra o dólar. A moeda americana à vista cedeu a R$ 5,2511, baixa diária de 0,74% e semanal de 0,36%.
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•BOLSA
•JUROS
•CÂMBIO
MERCADOS INTERNACIONAIS
O ambiente de maior cautela de parte da sessão foi matizado à tarde, o que permitiu fechamento positivo nas bolsas de Nova York, com ganho na semana. Temores com os bancos, porém, continuaram em foco, tendo como epicentro nesta sexta-feira o alemão Deutsche Bank. O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, veio a público minimizar os riscos para esse banco, e a União Europeia garantiu que os bancos da região são sólidos. Também em dia de sinais fracos da indústria europeia, os juros dos Treasuries caíram e o dólar se fortaleceu em geral. O petróleo registrou baixa de cerca de 1%, mas teve recuperação parcial, após chegar a cair mais de 3%. Entre os dirigentes do Fed, Thomas Barkin também veio a público para enfatizar a importância de se combater a inflação. Ainda no noticiário, a Fitch rebaixou o rating da Argentina, vendo "default iminente" após o governo local forçar nesta semana uma troca de bônus em dólares por papéis em peso.
A ação do Deutsche Bank fechou em baixa de 8,53%, na Bolsa de Frankfurt (que caiu 1,74% hoje), reduzindo em parte as perdas que chegaram a mais de 10% mais cedo. A cautela com o papel foi detonada após a notícia de que seu Credit Default Swap (CDS, um seguro contra calote) atingiu máxima em quatro anos. O chanceler alemão minimizou hoje os riscos, dizendo que o banco se tornou "muito lucrativo" após modernizar seus negócios e considerando que "não há motivo para preocupações". A Oanda comenta que operadores notavam hoje que, de fato, após sua reestruturação, o Deutsche havia registrado lucro por dez trimestres consecutivos. Para ela, "esta corrida para o pessimismo sobre tudo nas finanças pode estar exagerada, já que algumas companhias estão bem posicionadas para enfrentar esta tempestade". "Bons bancos devem sobreviver a esta volatilidade, mas os acontecimentos ao longo da próxima semana serão cruciais", acredita a Oanda. De qualquer forma, ela também pondera que, a depender do banco e do risco de contágio, poderia haver pressa em uma decisão sobre proteções para o setor bancário como um todo, no quadro atual.
Já a Oxford Economics nota que as preocupações com o setor bancário continuavam a impor volatilidade aos mercados. A Capital Economics, por sua vez, destacava o apoio ao dólar hoje, com maior pressão sobre os bancos europeus.
Nas bolsas de Nova York, a reação à tarde permitiu que os índices invertessem o sinal, com o setor financeiro próximo da estabilidade. O Dow Jones fechou em alta de 0,41%, em 32,237,53 pontos, o S&P 500 avançou 0,56%, a 3.970,99 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 0,31%, a 11.823,96 pontos. Na semana, eles subiram 1,18%, 1,39% e 1,66%, respectivamente.
Entre os Treasuries, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,775%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,379% e o do T-bond de 30 anos, a 3,643%, mas com ajuste após quedas mais fortes vistas em parte do dia. No monitoramento do CME Group, no fim desta tarde havia 89,8% de chance de manutenção dos juros pelo Fed no dia 3 de maio, a próxima decisão, com 10,22% de possibilidade de alta de 25 pontos-base (de 72,6% a 27,4% ontem, respectivamente). Entre os dirigentes do Fed, Tom Barkin (Richmond) destacou a inflação como o "inimigo número um" atual, ao defender a alta nos juros adotada nesta semana pelo BC americano.
No câmbio, o dólar subia a 130,74 ienes, o euro recuava a US$ 1,0761 e a libra tinha baixa a US$ 1,2230, no fim da tarde em Nova York. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho de 0,57%, a 103,116 pontos, com queda também de 0,57% na semana.
A força do dólar pressionou o petróleo, também após dados fracos do índice de gerentes de compras (PMI) da indústria na Europa. Os contratos da commodity, porém, reduziram boa parte das perdas de mais de 3% vistas em parte do dia. O WTI para maio fechou em queda de 1,00%, em US$ 69,26 o barril, na Nymex, e o Brent para junho caiu 1,20%, a 74,59 o barril, com os contratos ganhando 3,48% e 2,22% na semana, respectivamente.
Na região, a Fitch rebaixou o rating da Argentina de CCC- para C, ao considerar que "um default é iminente". A decisão da agência ocorre após nesta semana o governo local definir que o setor público deverá vender 70% dos títulos que detém em dólares para trocá-los por papéis em pesos, o que para os critérios da Fitch constituiu um sinal de default. Após a troca de dívida, a agência diz que deve mudar o rating do país para "default restrito". (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
BOLSA
Após o Ibovespa ter convergido a níveis de julho, o leve rebote desta sexta-feira foi insuficiente para evitar que a referência da B3 acumulasse perdas pela quinta semana consecutiva, uma série negativa em extensão não vista desde abril passado, quando o recuo se estendeu à primeira semana de maio - na ocasião, contudo, o Ibovespa vinha de nível bem superior, aos 121,5 mil pontos, na primeira sessão daquele mês de abril. Considerando o início da mais recente sequência de perdas na quarta-feira de cinzas (22 de fevereiro), a retração do Ibovespa supera 10 mil pontos, tendo como referência o fechamento pré-carnaval, aos 109.176,92 pontos.
Hoje, o Ibovespa tocou o nível de 99 mil pontos, aos 99.258,43 na máxima da sessão, e fechou em alta de 0,92%, aos 98.829,27 pontos, saindo de mínima a 97.687,66 e de abertura a 97.926,14. Na semana, o índice cedeu 3,09%, vindo de perdas de 1,58%, 0,24%, 1,83% e 3,09% nos intervalos anteriores. No mês, recua 5,82% e, no ano, cai 9,94%. O giro desta sexta-feira desceu para R$ 20,4 bilhões, após ter mostrado moderada recuperação na sessão da véspera. Em Nova York, as bolsas operaram em baixa em boa parte do dia, mas conseguiram se firmar em leve alta depois do meio da tarde, mostrando ganhos entre 0,31% (Nasdaq) e 0,56% (S&P 500) no fechamento.
Tendo chegado ontem no intradia à faixa dos 96 mil pontos, e acumulado perdas no ano superiores a 10% no fechamento da quinta-feira, os investidores buscaram parcimoniosamente descontos na B3, o que favoreceu a maioria das ações de primeira linha nesta recuperação técnica, à exceção de Vale (ON -1,14%) e Petrobras. Entre as blue chips, os bancos mostraram ganho acima de 1% no encerramento do dia, com Bradesco ON (+1,42%) à frente. Petrobras ON (+0,35%) e PN (-0,04%) fecharam sem direção única, em dia negativo para o petróleo em Londres e Nova York.
Na ponta do Ibovespa, destaque nesta sexta-feira para BRF (+11,35%), Yduqs (+10,38%) e Hapvida (+8,70%). No lado oposto, Cogna (-8,87%), Locaweb (-8,02%) e Assaí (-1,97%).
“Lá fora, as bolsas tiveram, na maioria, desempenho negativo na sessão, voltando a refletir temores sobre a crise financeira global. O CDS do Deutsche Bank atingiu máxima em quatro anos, e as ações do banco caíam mais de 10% em Frankfurt. Na Europa, houve também leituras negativas sobre PMI, mostrando fraqueza da indústria no continente. Aqui, esta percepção de risco no exterior contribui para limitar a recuperação do Ibovespa. Houve recuo hoje dos juros futuros depois da desaceleração do IPCA-15 em março [divulgada pela manhã], o que ajudou na recuperação das ações de algumas empresas ligadas ao ciclo econômico”, diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.
“Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,36%”, em desaceleração, observa em nota Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. “Quando olhamos a média dos núcleos, eles arrefeceram na passagem de fevereiro para março. Além disso, o índice de difusão, que mostra o porcentual de itens que aumentaram de preço no mês, caiu de 67,03% para 61,31%. Ambos são sinais positivos”, acrescenta o economista.
Apesar das incertezas do ambiente doméstico e da piora na percepção de risco de crédito global, o otimismo do mercado financeiro sobre o desempenho das ações no Brasil ganhou força no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 75,00% disseram que a próxima semana deve ser de alta para o Ibovespa, ante 50,00% no Termômetro anterior. Ao mesmo tempo, a expectativa de queda, antes em 33,33%, agora está em 12,50%. Os que esperam estabilidade também representam 12,50% do total, abaixo dos 16,67% do levantamento da sexta-feira passada. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
18:02
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 98829.27 0.92205
Máxima 99258.43 +1.36
Mínima 97687.66 -0.24
Volume (R$ Bilhões) 2.04B
Volume (US$ Bilhões) 3.85B
18:03
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 99525 1.99846
Máxima 99870 +2.35
Mínima 97200 -0.38
JUROS
O mercado de juros devolveu hoje os prêmios acumulados ontem na curva, principalmente nos vértices intermediários, mais sensíveis à política monetária nos próximos meses, também ontem os que mais tinham avançado. O cenário externo teve maior peso na dinâmica das taxas, com ajuda da leitura positiva dos preços de abertura do IPCA-15 de março, apesar do índice cheio ter superado levemente a mediana das estimativas.
Os receios sobre uma crise no sistema financeiro que possa contaminar a economia real cresceram hoje por causa da sinalização emitida pela disparada do Credit Default Swap (CDS) do Deutsche Bank, na esteira dos problemas já conhecidos em três bancos nos EUA e do Credit Suisse. O mercado voltou a ampliar fichas na aposta de corte para a Selic, inclusive para o Copom de maio. Na semana, a curva registrou perda de inclinação, com leve avanço da ponta curta e queda nas demais, ante os níveis da última sexta-feira.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,06%, de 13,18% ontem, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,12% para 11,93%, pela primeira vez abaixo de 12% desde 7/11/2022, quando encerrou a 11,95%. O DI para janeiro de 2027 fechou a 12,20%, de 12,37% ontem. O DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 12,75%, de 12,84%. Na semana, tais vencimentos tiveram variações de +10 pontos, -13 pontos, -27 pontos e -18 pontos respectivamente.
As preocupações com a escalada dos conflitos entre o Banco Central e o governo após o comunicado do Copom que ontem puxaram as taxa para cima hoje foram colocadas em stand by, dando lugar à cautela com a situação do sistema financeiro global. "Há medo de contaminar a atividade e a desaceleração ser mais forte que o antecipado", resume o economista da BlueLine Asset Flávio Serrano.
A nova onda de tensão foi deflagrada pelo avanço do CDS, um instrumento de proteção contra calotes, do Deutsche às máximas em quatro anos, para perto de 200 pontos. Na linha dos discursos de outras autoridades buscando passar uma mensagem de tranquilidade após os casos do Credit Suisse, Signature Bank e SVB, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disse não haver motivos para preocupações.
Ao mesmo tempo, sugiram relatos de investigações contra o UBS nos Estados Unidos, por supostamente ter contribuído com oligarcas russos para burlar sanções. Os custos do Credit Default Swap (CDS) em dívidas subordinadas de 5 anos do UBS subiram 35 pontos entre hoje e ontem, para 336 pontos, segundo informações da S&P Market Intelligence.
A S&P Global Ratings estima que os riscos de crédito deverão aumentar para empresas da América Latina até o fim de 2024, com a inadimplência chegando antes no Brasil do que nos mercados vizinhos. A agência alerta para a exposição dos balanços das empresas brasileiras a dívidas atreladas a taxas flutuantes. Num momento em que o Copom ameaça retomar o ciclo de aperto monetário caso as expectativas de inflação não convirjam às metas, o risco de aumento nos pedidos de recuperação judicial e falências não pode ser menosprezado.
Apesar do recado do Copom, o mercado voltou a aumentar as apostas no ciclo de afrouxamento da Selic, com a crise dos bancos elevando as chances de postura dovish dos bancos centrais das economias principais. As ferramentas do CME Group mostram quase 100% de probabilidade de manutenção dos juros pelo Federal Reserve no encontro de maio e para a reunião de junho, a chance de corte já é majoritária. Aqui, o mercado recolocou a possibilidade de queda da Selic em maio, ontem zerada, em 20% para uma queda de 25 pontos-base. Para junho, essa probabilidade sobe para 40%. Para o fim de 2023, a curva aponta Selic em 12,25% e para o fim de 2024, em 10,25%. Os números são da BlueLine. Ontem, a curva indicava Selic perto de 12,50% para o fim deste ano e de 12% no fim do ano que vem.
A leitura dos dados do IPCA-15 de março foi benigna, ainda que o índice cheio, de 0,69%, tenha vindo acima da mediana das estimativas (0,67%). "Apesar da surpresa para cima, a inflação cedeu em comparação com a prévia de fevereiro (0,76% m/m) e o fechado de fevereiro (0,84% m/m)", avaliam os economistas da Terra Investimentos. O índice de difusão caiu, a média dos núcleos desacelerou e ficou abaixo da mediana estimada e os preços de serviços também subiram menos, ainda que sigam em patamar elevado no acumulado em 12 meses.
Ainda assim, para a equipe da gestora, é prematuro comemorar a melhora da abertura da inflação, tomando-a como uma inflexão na tendência. Lembram que os preços de serviços seguem bastante resistentes, "o que creditamos à piora nas expectativas de inflação e ao fato de que a desaceleração da atividade é relativamente recente". (Denise Abarca - [email protected])
CÂMBIO
O dólar à vista caiu 0,74% em relação ao real nesta sexta-feira, 24, a R$ 5,2511, devolvendo parte da alta de 1,01% observada na véspera. Com o resultado, zerou os ganhos da semana e encerrou a sessão em baixa de 0,36% na comparação com a sexta-feira passada. Operadores atribuem o movimento a um fluxo atípico - e pontual - de capital para a Bolsa, devido ao nível descontado das ações brasileiras.
Não à toa, a divisa americana atingiu a máxima de R$ 5,3413 (+0,97%) às 9h42 - antes da abertura da Bolsa - e migrou para o terreno negativo no fim da manhã, à medida que ao Ibovespa acelerava o ritmo de ganhos. Às 14h18, caiu abaixo de R$ 5,24, na mínima de R$ 5,2395 (-0,95%), enquanto a principal referência da B3 consolidava alta acima de 1,0% e se aproximava das máximas do dia.
"Parece que teve um fluxo grande de entrada de dólares aqui. Contra fluxo, não tem argumentos", resume o operador de câmbio da Fair Corretora Hideaki Iha. "Quando a Bolsa fica abaixo dos 100 mil pontos, aparecem oportunidades, o mercado funciona desta forma. E, como o dólar subiu bastante esta semana, teve uma realização. No nível em que estava, não tinha como sair comprando e ganhar dinheiro."
O fluxo pontual levou o real ao melhor desempenho entre seus pares emergentes hoje, em um dia de fortalecimento do dólar no mercado internacional, devido aos temores de desaceleração da economia global - após dados de atividade mais fracos na zona do euro e Reino Unido - e à renovação das preocupações com a saúde do sistema financeiro global, diante das preocupações com a solidez do Deutsche Bank.
O cenário de aversão ao risco levou a quedas dos preços do petróleo, entre 1,0% (WTI) e 1,20% (Brent), e a uma alta de 0,57% do índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de rivais fortes. A moeda americana teve ganhos também em relação a pares emergentes do real como o peso chileno (+0,40%), rand sul-africano (+0,35%), apesar de uma queda de 0,62% frente ao peso mexicano.
Para o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, a recuperação do real nesta sexta-feira é um movimento técnico que sucede as perdas da véspera, puxadas por uma nova leva de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu governo ao Banco Central. O analista alerta, no entanto, que o desempenho desta sessão tem caráter pontual e não deve se refletir em uma queda sustentada da moeda americana na próxima semana.
"Olhando em relação a outras moedas, o real apanhou bastante esta semana, ficou barato e, hoje, devolveu um pouco. O estrangeiro saiu bastante do Brasil no último mês, está esperando para ver como o governo lida com o arcabouço fiscal e com essa tentativa de politizar a política monetária", diz Velloni, que vê um intervalo de variação entre R$ 5,08 e R$ 5,23 para o dólar nas próximas semanas.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, também considera que o movimento desta sessão é pontual e não deve se repetir na próxima semana, diante da incerteza doméstica em torno da nova regra fiscal e da expectativa de desaceleração da economia global, que deve pesar negativamente sobre as commodities e, consequentemente, sobre o real.
"Hoje, vimos uma correção do movimento exagerado de quinta-feira. Não é uma recuperação que convence", diz.
Nesta sexta, o BC vendeu o lote integral de 16 mil contratos de swap cambial para rolagem de vencimentos programados para maio, a um valor total de US$ 800 milhões. O contrato futuro de dólar para abril, termômetro do apetite por negócios, movimentou cerca de US$ 14 bilhões. (Cícero Cotrim - [email protected])
18:02
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.25110 -0.7353 5.34130 5.23950
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL 5255.500 -0.96109 5348.500 5246.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5360.000 0.61949 5360.000 5360.000