ATIVOS LOCAIS TÊM CORREÇÃO NEGATIVA, MAS BOLSA E REAL AINDA SOBEM NA SEMANA

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CENÁRIO-2: ATIVOS LOCAIS TÊM CORREÇÃO NEGATIVA, MAS BOLSA E REAL AINDA SOBEM NA SEMANA

Os investidores em ativos brasileiros aproveitaram a sexta-feira para promover uma realização dos lucros recentes, em um ambiente ainda rodeado de cautela em relação à política fiscal doméstica e antes de decisões de política monetária aqui, nos Estados Unidos e na Europa, todas na próxima semana. No caso do Ibovespa, que encerrou aos 112.316,16 pontos, o recuo das commodities foi fator adicional de pressão em papéis de peso como Vale e Petrobras, o que resultou na maior queda do índice, de 1,63%, desde 3 de janeiro. Mas mesmo com o comportamento negativo das ações da estatal petroleira desde ontem, diante da confirmação de Jean Paul Prates na presidência e desconfiança em relação à política de preços, o índice de referência da B3 acumulou ganhos na semana, de 0,25%. O dólar, que também passou por um processo de correção e subiu 0,74% ante o real hoje, cotado a R$ 5,1120, ainda sustentou recuo no acumulado desde a última sexta-feira, de 1,84%. Tanto o desempenho positivo da moeda quanto o do mercado acionário, neste período, estão diretamente relacionados à leitura de que a reabertura da economia da China e um Fed possivelmente menos agressivo no aperto monetário melhoram a atratividade de ativos das economias emergentes. Os juros futuros até chegaram a devolver prêmios em alguns pregões recentes, mas a alta de ontem e hoje, com avanço do dólar e dos yields dos Treasuries em meio a um cenário doméstico de cautela fiscal e piora de expectativas de inflação, resultou em leve ganho de inclinação da curva na semana. Em Wall Street, depois de uma primeira etapa volátil, as bolsas firmaram alta durante a tarde, o que consolidou os ganhos semanais dos principais índices, apoiados pela percepção de que o aperto monetário nos EUA vai desacelerar - e pode estar perto do fim - sem que a economia americana apresente indícios de uma recessão mais profunda.

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Depois de sustentar por dois dias o nível de 114 mil pontos, o Ibovespa caiu 1,63% hoje, aos 112.316,16 pontos - a maior baixa desde 3 de janeiro (-2,08%) -, diante da queda dos preços de commodities no exterior e do receio com a situação fiscal do País. Às vésperas da virada de mês e das decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos, na próxima quarta-feira, 1º, o ajuste de posições e a realização dos ganhos obtidos nos últimos dois pregões também contribuíram. Mesmo com a queda de hoje, o índice ainda acumula alta de 0,25% em relação à última sexta-feira, na quarta semana consecutiva de ganhos.

Pesaram sobre o mercado declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a defender um papel mais forte de financiamento por parte do BNDES ainda na manhã de hoje. Durante a tarde, após a reunião do mandatário com governadores, o ministro Alexandre Padilha ainda informou que o governo definirá com Estados e municípios um plano de investimentos em obras e criará uma comissão para avaliar os pleitos de recomposição do ICMS. Ambas as medidas podem levar a um aumento das despesas federais e foram vistas com apreensão por investidores.

Como resultado, 68 das 88 ações listadas no Ibovespa encerraram o dia em queda, refletida nas baixas disseminadas entre todos os índices setoriais. "Se eu tivesse de dar um fator hoje, eu ficaria com a questão fiscal, porque toda a nossa curva de juros estressou com a reunião de Lula com os governadores, querendo reaver a questão da tributação de ICMS que ficou perdida", diz o analista de investimentos da Clear Corretora Leandro de Cecchi.

Os ruídos domésticos e a queda do petróleo no mercado internacional - entre 1,0% (Brent) e 1,64% (WTI) - levaram a um novo dia de baixa para os papéis da Petrobras, que cederam 2,27% (ON) e 2,21% (PN), ainda pressionados pela incerteza sobre a gestão, após a confirmação do ex-senador petista Jean Paul Prates para a presidência da petroleira ontem. Siderúrgicas e mineradoras também encerraram o dia em baixa, com destaque para Vale ON (-2,73%), Gerdau Metalúrgica (-2,26%) e Gerdau (-2,21%), apesar da alta de 0,76% do minério de ferro em Cingapura.

"A queda da Petrobras puxa um pouco a Vale e, agora, o desempenho fica por conta do que vai acontecer na segunda-feira, quando o mercado do minério de ferro volta a operar na China", diz o economista e consultor Álvaro Bandeira. Os negócios no gigante asiático estão paralisados desde a última segunda-feira, 23, devido ao feriado do Ano Novo Lunar. "Na semana que vem tem a virada de mês, que interfere um pouco, e tem decisões de política monetária. Então tem também algum ajuste de posições e um pouco da realização dos últimos dias."

O setor financeiro também operou em baixa hoje, com impacto das falas de Lula sobre o BNDES e em meio à expectativa pelo balanço dos grandes bancos para o quarto trimestre de 2022. Investidores aguardam os documentos - que começam a ser divulgados na semana que vem - para avaliar o impacto da crise da Americanas sobre o segmento. Assim, os papéis dos principais bancos tiveram perdas, com destaque para Bradesco PN (-2,97%), Itaú Unibanco PN (-2,12%) e para as units do BTG Pactual (-2,22%). O índice de referência do setor caiu 2,02% hoje e acumula baixa de 0,18% em 2023.

Na ponta negativa do índice, os destaques foram BRF ON (-5,24%), MRV ON (-2,67%), São Martinho ON (-3,39%), Marfrig ON (-3,25%) e Eletrobras ON (-3,23%). Na ponta positiva, as maiores altas ficaram com Magazine Luiza ON (+5,84%), CVC ON (+5,76%), Hapvida ON (+3,60%), Meliuz ON (+2,80%) e Rede D’Or ON (+2,29%).

Na semana que vem, os investidores monitoram as decisões de política monetária de Brasil, Estados Unidos e Europa. Aqui, a mediana da pesquisa Projeções Broadcast indica que o Banco Central deverá manter a taxa Selic estável em 13,75% ao menos ao longo do primeiro trimestre. Nos EUA, a ferramenta de monitoramento do CME Group mostra 99,9% de chance de desaceleração do ritmo de aumento dos juros a 0,25 ponto porcentual. (Cícero Cotrim - [email protected])

18:21

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 112316.16 -1.63026

Máxima 114190.65 +0.01

Mínima 112044.46 -1.87

Volume (R$ Bilhões) 2.20B

Volume (US$ Bilhões) 4.33B

18:22

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112890 -1.58232

Máxima 115060 +0.31

Mínima 112630 -1.81

CÂMBIO

Após quatro pregões consecutivos de baixa, período em que acumulou desvalorização de 2,55%, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 27, em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,1120. Apesar do repique hoje, a divisa termina a semana com recuo de 1,84%, atribuído por analistas, sobretudo, à perspectiva de desaceleração do ritmo de elevação de juros nos Estados Unidos e à valorização das commodities com a reabertura da economia chinesa.

Segundo operadores, o fortalecimento da moeda americana no exterior hoje abriu espaço para um movimento de correção no mercado de câmbio local, em dia de queda do Ibovespa e retorno das preocupações com o rumo da política fiscal, na esteira de sinais contraditórios vindos do governo Lula. Não por acaso, o dólar renovou máxima, a R$ 5,1165, à tarde, em meio a declarações do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, dando conta de que Lula definirá com Estados e municípios plano de investimentos em obras no País - o que aponta para aumento de gastos públicos no momento em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta sinalizar apego à responsabilidade fiscal. Segundo Padilha, o governo também vai formar comissão para discussões sobre o ICMS com participação de governadores e liderança de Haddad.

O sócio e head de câmbio da Nexgen Capital, Felipe Izac, observa que, após dias de agenda interna vazia e ausência de falas negativas vindas de Brasília, o risco fiscal voltou a incomodar os investidores. "Enquanto os ministros da Fazenda (Fernando Haddad) e do Planejamento (Simone Tebet) tentam reforçar agenda de controle de gastos, Lula e outros ministros falam em obras e financiamento do BNDES a outros países", afirma Izac, ressaltando que agentes não reagiram bem à fala de Padilha.

Também teriam contribuído para alta do dólar ao longo da sessão o início de rolagem de contratos futuros que vencem em janeiro e a retomada parcial de posições defensivas já em preparação para a "super quarta" (1º de fevereiro), com decisão de política monetária do Federal Reserve e do primeiro encontro do Copom após críticas de Lula à atuação do BC e à meta de inflação.

Nos Estados Unidos, é quase unânime a aposta de que o Federal Reserve vai desacelerar o ritmo de alta da taxa de juros de 50 pontos-base para 25 pontos-base, levando os Fed Funds para a faixa entre 4,50% e 4,75%. Cresce a expectativa de que a taxa terminal do processo de aperto monetário não ficará muito além de 5% e que o BC americano pode começar a reduzir os juros no fim do ano.

O CEO do Transferbank, Luiz Felipe Bazzo, afirma que os indicadores americanos divulgados esta semana, como o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), vieram em linha com o esperado e reforçaram a expectativa de postura menos dura por parte do Fed. "O dólar subiu hoje, mas vem perdendo valor no mundo, o que favorece o real. Tudo indica que deve permanecer um bom diferencial entre juros interno e externo com o fim do ciclo de alta nos EUA", afirma.

Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY subiu hoje e voltou a superar, na máxima, os 102,100 pontos, com a fraqueza do euro. Em janeiro, o índice já acumula, contudo, baixa ao redor de 1,5%. A moeda americana também subiu hoje frente à maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities, mas apresenta perdas na semana e no mês.

Para a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, o apetite externo ao risco teve papel preponderante na queda do dólar por aqui ao longo da semana, uma vez que não houve fatores domésticos que justificassem uma apreciação do real.

"Vimos um grande apetite do investidor estrangeiro, que está bem evidente no fluxo para a B3. Continuamos com o movimento de 'risk on' lá fora. O Fed deve confirmar redução do ritmo para 25 pontos, o que vai continuar dando fôlego a moedas emergentes", afirma Damico, acrescentando que o real foi favorecido também pela alta dos preços das commodities neste início de ano. (Antonio Perez - [email protected])

18:22

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.11200 0.739 5.11650 5.05680

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5117.000 0.74818 5120.500 5059.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5144.000 0.86275 5144.000 5090.000

JUROS

Com dúvidas quanto à situação fiscal do País, dólar em alta e subida dos retornos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o dia foi de recomposição de prêmios nas taxas brasileiras. A curva acumula também leve ganho de inclinação na semana, com o diferencial entre os vértices 2025 e 2029 passando de 20 pontos na sexta-feira passada a 23 pontos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiu de 13,501% no ajuste de ontem para 13,57% hoje, na máxima ao fim do dia. O janeiro 2025 avançou de 12,700% a 12,85%. O janeiro 2027 saltou de 12,673% para 12,86%. E o janeiro 2029 foi de 12,905% para 13,08%.

A relativa cautela que se instalou hoje no mercado vem das dúvidas dos agentes sobre o nível de heterodoxia econômica do novo governo. De um lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o compromisso com uma nova âncora fiscal em entrevista ao Valor Econômico. Mas de outro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou em usar o BNDES para financiamentos externos e para governos estaduais e municipais, além de admitir ser necessária a discussão das perdas de ICMS geradas por lei aprovada durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Além disso, segundo os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula definirá com Estados e municípios um novo plano de investimento em obras no País. O valor ainda não foi fechado, mas há o temor do mercado de mais pressão ainda nos gastos públicos.

E mesmo depois do superávit primário em 2022, anunciado pelo Tesouro no começo da tarde de hoje, o cenário desenhado por analistas para as contas públicas já é de pressão. Na avaliação da economista da Tendências Consultoria Juliana Damasceno, a dinâmica da arrecadação observada ao longo do ano passado, que contribuiu para o saldo positivo informado hoje, não deve se repetir nos dois próximos anos.

Também está no radar dos agentes o debate aberto dentro do governo em torno da meta de inflação e da política de preços dos combustíveis pela Petrobras.

"Hoje vimos a exaustão do movimento de fechamento da curva que veio acontecendo nos últimos dias. Chegamos à sexta-feira culminando com declarações [do governo] que ainda não estão totalmente alinhadas e sem uma definição clara, uma linha do que vai ser seguido no fiscal", diz o economista e operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio.

Mas, além das questões fiscais, o mercado de DI acompanhou também a alta do dólar ante o real hoje, com a moeda americana subindo a R$ 5,1120 no fechamento (alta de 0,74%), e a abertura das taxas dos Treasuries nos últimos dias.

Nos Estados Unidos, a percepção que se consolidou nos últimos dias foi de que o risco de recessão diminuiu. Indicadores econômicos e até mesmo o balanço de algumas empresas atestaram isso. Do ponto de vista de política monetária, embora não altere a previsão de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) subirá os juros em 25 pontos-base na quarta-feira, reforça a aposta de que as taxas permanecerão altas por mais tempo.

Assim, a T-note de 2 anos subiu de 4,177% no fim da tarde de ontem em Nova York para 4,194% hoje, enquanto a de 10 anos foi de 3,490% a 3,517%.

"Nossas expectativas são de que o presidente do Fed [Jerome Powell] reiterará a necessidade de taxas 'mais altas por mais tempo' e uma barra mais alta para cada aumento incremental a partir de agora, uma vez que o Rubicão do nível restritivo das taxas terá sido ultrapassado. A incógnita resultante é qual grau de cautela de Powell que os investidores perceberão que os cortes de juros estão à mesa para 2023", escreveu o diretor-geral e chefe de estratégia de renda fixa do BMO Capital Markets, Ian Lyngen, em referência à coletiva do presidente do Fed na quarta-feira.

No mesmo dia, após o fechamento dos negócios, o Banco Central (BC) decide o nível da Selic. É unânime a estimativa de manutenção da taxa em 13,75% na pesquisa do Projeções Broadcast. O consenso é de corte dos juros brasileiros no terceiro trimestre. (Mateus Fagundes - [email protected])

MERCADOS INTERNACIONAIS

Uma rodada de dados da economia americana, incluindo inflação e sentimento do consumidor, corroborou com a perspectiva quase unânime de que o Federal Reserve (Fed) deve elevar juros em 25 pontos-base na semana que vem. Já os temores de recessão ficaram em segundo plano hoje, apesar de ainda não haver consenso entre os participantes do mercado sobre se e como os países serão atingidos por ela. Dessa forma, as bolsas de Nova York, após operarem voláteis, fecharam em alta, assim como os juros dos Treasuries. Já o dólar subiu ante rivais, enfraquecendo algumas commodities cotadas nele, como o petróleo. O óleo também vem sendo prejudicado por preocupações com a demanda chinesa.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE) nos EUA subiu 0,1% em dezembro ante novembro, como se previa. Apenas o núcleo do PCE avançou 0,3% no período, também como esperado. Já os gastos com consumo dos EUA caíram 0,2% na comparação mensal de dezembro, um pouco mais do que o previsto, e a renda pessoal avançou 0,2%, em linha com as expectativas.

Para o CEO da Conti Capital, Carlos Vaz, os dados são consistentes com a leitura de que o BC americano está atingindo sua meta de desacelerar a inflação. Dev Kantesaria, fundador da Valley Forge Capital, disse ao The Wall Street Journal que está bastante otimista sobre a situação. "A inflação está melhorando em todos os setores". Já o analista Edward Moya, da Oanda, comenta que as ações dos EUA estão ligeiramente mais altas, à medida que os investidores digerem balanços mistos e mantêm a esperança de que o Fed não apertará demais a política monetária.

O índice Dow Jones subiu 0,08%, aos 33.978,08 pontos, o S&P 500 avançou 0,25%, aos 4.070,56 pontos, e o Nasdaq fechou em alta de 0,95%, aos 11.621,71 pontos. Ações de petroleiras foram pressionadas, após balanço da Chevron decepcionar o mercado. Dessa forma, Chevron (-4,44%), ExxonMobil (-1,83) e Occidental Petroleum (-0,82%) se desvalorizaram. No fim da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos se elevava a 4,194%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,517% e do do T-bond de 30 anos subia a 3,635%.

O Julius Baer acredita que o aumento recente nos preços de gasolina pode impulsionar as expectativas de inflação nos Estados Unidos e os juros dos Treasuries. Para 2023, a previsão do banco suíço ainda é de que a redução das pressões inflacionárias induza o Fed a cortar juros na etapa final do ano. Para o Mizuho, o tom dos comentários dos principais membros do Fed passaram claramente de aumentos antecipados das taxas para conter a inflação, para orquestrar um pouso suave. O CME Group mostrava, no fim da tarde em Nova York, uma chance praticamente universal (99,8%) de uma elevação de juros em 25 pontos-base pelo Fed em sua decisão da próxima quarta-feira.

No entanto, a Capital Economics avalia que o rali recente do índice acionário americano S&P 500 não deve ser sustentável. Segundo a consultoria, a economia americana em breve entrará em recessão, "gerando mais alguma dor no curto prazo para as ações dos EUA". Além disso, a consultoria destaca que a queda no consumo nos Estados Unidos além do esperado por analistas indica que a recessão no país pode já ter começado. Investidores também acompanharam dados da Universidade de Michigan, que mostraram alta do índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos e queda nas expectativas para a inflação em 12 meses.

No câmbio, o dólar recuava a 129,89 ienes, o euro caía US$ 1,0870 e a libra tinha baixa de US$ 1,2391. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,09%, a 101,927 pontos. Pressionados pela divisa americana, os contratos futuros mais líquidos do petróleo fecharam em baixa hoje. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em queda de 1,64% (US$ 1,33), a US$ 79,68 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 1,0% (US$ 0,88), a US$ 86,40 o barril. Na variação semanal, as quedas forma de 2,4% e 1,40%, respectivamente.

Também no radar estão as preocupações com a possibilidade de o ritmo de recuperação da China frustrar expectativas. "O fim mais cedo e mais rápido do que o esperado das restrições da covid zero na China é um bom presságio para a economia global e aumenta a recente série de notícias positivas. Mas estamos céticos de que a China salvará o mundo da recessão e não achamos que o provável aumento da demanda chinesa justifique as recentes mudanças nos preços de metais e outras commodities", analisa a Oxford Economics.

A secretária de Estado americana, Janet Yellen, afirmou hoje que os Estados Unidos e a União Europeia estão no meio de discussões sobre um limite de preço para o petróleo da Rússia. Já o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, afirmou que os preços de petróleo podem subir no mercado internacional este ano mesmo com o crescente risco de que as principais economias do globo entrem em um quadro de recessão.(Letícia Simionato - [email protected])

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