PADILHA TIRA PRESSÃO SOBRE ATIVOS LOCAIS, ENQUANTO BRAINARD REDUZ PERDAS DE NY

Blog, Cenário

Alexandre Padilha e Lael Brainard. Esses nomes foram definidores de uma mudança de tendência nos mercados financeiros na tarde desta quinta-feira. Aqui, houve alívio nas taxas de juros e no câmbio, abrindo espaço para o salto da Bolsa aos 113 mil pontos. Lá fora, perdas das bolsas de Nova York foram aparadas. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi ao Twitter para ajustar falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem e hoje criticou o nível dos juros e o que chamou de independência do Banco Central. Segundo Padilha, não há "nenhuma predisposição" do governo em mudar a relação com o BC. O ministro disse ainda que Lula deu autonomia ao trabalho de Henrique Meirelles quando esse foi presidente da autarquia e não mudará de postura agora com Roberto Campos Neto. Aliás, o presidente do BC contemporizou as críticas de Lula, dizendo que elas foram tiradas de contexto e que a autarquia tem de mostrar que vai agir de forma independente. Assim, os juros futuros, que chegaram a saltar 40 pontos pela manhã, fecharam em leve alta. O janeiro 2027, mais atrelado ao risco, passou de 12,43% no ajuste de ontem para 12,52% hoje. Movimento semelhante de descompressão ocorreu no dólar, com o segmento futuro operando em queda e o à vista encerrando em 5,1707 (+0,16%), depois de tocar os R$ 5,25 pela manhã. No câmbio, houve ajuda adicional do fator externo. Nos Estados Unidos, Brainard, que é vice-presidente do Federal Reserve, fez um discurso considerado dovish, chancelando as apostas de diminuição da intensidade do aperto ao ressaltar que a inflação tem diminuído e que os efeitos da política monetária ainda estão para ocorrer. As bolsas de Nova York diminuíram as perdas, ainda que tenham terminado em queda dado o temor de recessão que ainda paira nos agentes - Dow Jones cedeu 0,76% e Nasdaq recuou 0,96%. De volta ao Brasil, o Ibovespa embalou a alta à tarde e fechou aos 112.921,88 pontos, valorização diária de 0,62% e ganho acumulado no ano já quase em 3%. O arrefecimento do DI e do câmbio deu espaço para que o setor ligado a commodities subisse forte. Destaque ainda para a perda de 42,53% da Americanas, que entrou com pedido de recuperação judicial hoje e sairá de todos os índices da B3.

•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

JUROS

Os juros futuros reduziram sensivelmente a alta na jornada vespertina, após o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ter garantido não haver "nenhuma predisposição" do governo em mudar a relação com o Banco Central (BC). A afirmação foi lida como um tentativa de acalmar o mercado diante da reação negativa às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem e hoje, críticas à autonomia da autoridade monetária, ao nível atual da Selic e da meta da inflação. E, evitando gerar ainda mais ruído, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, contemporizou sobre a postura de Lula palestra nesta tarde. Ao mesmo tempo, no exterior, os rendimentos dos Treasuries também desaceleraram o avanço na segunda etapa na esteira de comentários "dovish" da vice-presidente do Federal Reserve, Lael Brainard.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,48%, de 13,45% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 12,53% para 12,61%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 12,52%, de 12,43% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2029 terminou em 12,67%, de 12,55%.

Nas máximas da manhã, chegaram a disparar mais de 40 pontos-base, reagindo à entrevista de Lula ontem à Globonews. Após ter questionado o benefício de se ter um BC independente, classificando como "bobagem", e os atuais níveis da meta de inflação, o presidente Lula voltou hoje a comentar sobre as ações do BC. "Qual é a explicação de a gente ter um juros (Selic) de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros", disse. A Selic está em 13,75% ao ano atualmente.

Ao afirmar ontem que a meta a ser perseguida para este ano é exagerada - "Por que (o BC) não fazia 4,5% como nós fizemos?" - e obriga a um "arrocho" na economia com aumento dos juros, Lula acentua a desconfiança do mercado sobre um possível ajuste nas metas, que já fomentou em parte a piora das estimativas de inflação na último Boletim Focus.

A equipe da Levante Investimentos, em relatório, destaca que a autonomia pode não ser uma condição suficiente para blindar a economia contra crises, mas é necessária para impedir seu o agravamento, especialmente as provocadas por desequilíbrios econômicos.

À tarde, Padilha foi ao Twitter e ajustou o tom, lembrando que Lula deu plena autonomia a Henrique Meirelles quando presidente do BC em sua gestão e que não vai mudar de postura agora, "ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido". "Não há nenhuma pré-disposição (sic) por parte do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central", disse. Segundo Padilha, o governo sabe que a política monetária e o papel de análise da macroeconomia do Banco Central são de extrema importância.

Foi a senha para que o avanço das taxas perdesse fôlego, mas as mínimas viriam ainda no fim da tarde, com a palestra de Campos Neto na UCLA Anderson School of Management. Quando perguntado sobre as declarações de Lula, ele relativizou o impacto, alegando que "em muitas entrevistas as coisas são tiradas de contexto".

"De um lado, Lula se orgulha de Henrique Meirelles ter sido independente no BC, e de outro diz que acha que não precisa da lei, porque ele garante a independência sem lei", afirmou. Porém, Campos Neto, reforçou a necessidade da garantia em lei para reduzir a volatilidade nos ativos. Para ele, se não fosse a lei "seria uma questão que adicionaria mais volatilidade na curva longa de juros".

Para André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, Campos Neto não teria mesmo necessidade de rebater as declarações, dado o cargo assegurado em lei até o fim de 2024. "Ele é o menos político nessa história toda, não tem necessidade de se afirmar e tem maturidade institucional", disse.

Lá fora, os retornos dos Treasuries igualmente arrefeceram a alta ao longo da tarde, com a taxa da T-Note de dez anos rondando 3,40% no fim da tarde, com máxima de 3,42% mais cedo, de 3,38% ontem. Lael Brainard disse que a pressão da política monetária sobre o crescimento econômico dos Estados Unidos deve aumentar este ano e que a transmissão do aperto monetário aos indicadores macroeconômicos tende a acontecer com certo atraso. "É provável que o efeito total sobre a demanda, o emprego e a inflação do aperto cumulativo ainda esteja por vir", disse.

Pela manhã, com o estresse na curva de juros, o Tesouro optou por reduzir os lotes de prefixados no leilão. Ainda assim, da oferta de apenas 450 mil LTN, vendeu 300 mil, rejeitando todas as propostas no papel mais curto (2024). Já as 100 mil NTN-F (2029 e 2033) foram colocadas integralmente. (Denise Abarca - [email protected])

Volta

CÂMBIO

O dólar à vista ensaiou uma nova arrancada na sessão desta quinta-feira, 19, em meio a ruídos políticos e aversão ao risco no exterior, mas perdeu força na reta final dos negócios e terminou o dia em leve alta (+0,16%), cotado a R$ 5,1707. Com valorização ontem e hoje, a moeda acumula avanço de 1,26% na semana, mas ainda apresenta perda de 2,07% em janeiro.

Nos piores momentos do pregão, pela manhã e no início da tarde, a divisa operou acima da linha de R$ 5,20 e atingiu máxima a R$ 5,2516 (+1,81%). Investidores reagiam à fala de Lula em evento com reitores de universidades federais no Palácio do Planalto, repetindo críticas à autonomia e à atuação do Banco Central que havia feito ontem à noite em entrevista a GloboNews. Jogava contra o real também a onda de fortalecimento da moeda americana em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

A mínima, a R$ 5,1642 (+0,03%), veio no fim da sessão e coincidiu com máximas do Ibovespa, quando investidores digeriam tuítes do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negando que haja planos de interferência no Banco Central. Principal termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para fevereiro trocou de sinal e passou a trabalhar em baixa, com giro robusto, acima de US$ 12 bilhões.

Houve também desaceleração da alta dos Treasuries e das perdas de divisas emergentes, com declarações da vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Lael Brainard, de que o efeito da política monetária sobre demanda e inflação ainda está por acontecer). Referência do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, o índice DXY operava no limiar dos 102,000 pontos, perto da mínima aos 101,991 pontos.

"O mercado de câmbio está bem arisco e basicamente repercutiu a fala de Lula. Tivemos onda positiva com sinalização do Fernando Haddad [ministro da Fazenda] sobre reforma tributária e medidas fiscais. Mas as declarações do presidente acabaram jogando tudo por terra", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, lembrando que Lula, além de críticas ao BC, prometeu nesta semana correção da tabela do Imposto de Renda e deixou a porta aberta para aumento maior do salário mínimo, o que aumenta as pressões sobre as contas públicas.

Em suas falas, Lula criticou a autonomia do BC e o nível de meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetária Nacional (CMN). "Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando faz isso, é preciso arrochar mais a economia para atingir aquele 3,7%. Por que não faz 4,5%, como fizemos [nos mandatos anteriores]?, afirmou o presidente ontem à GloboNews. "Qual é a explicação de a gente ter um juros de 13,5% hoje? O Banco Central é independente, a gente poderia nem ter juros", afirmou Lula hoje a reitores. A taxa Selic, diferentemente do que disse o presidente, está em 13,75% ao ano.

"O problema maior hoje é que, além de não termos nenhuma direção concreta sobre os passos futuros na condução da economia, temos diariamente discursos conflitantes e desvinculados dos reais desafios para a evolução segura do pais", afirma o sócio da NCH Capital Brasil, Sergio Machado, no Twitter.

Em uma aparente operação de "contenção de danos", o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que não há intenção de modificar o status do BC nem interferir em suas ações. "O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido", escreveu Padilha, acrescentando que não há disposição "por parte do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central".

Quando o mercado à vista já estava fechado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em palestra nos EUA, evitou aumentar a temperatura do debate e disse "achar" que comentários de Lula "foram tirados de contexto". Campos Neto argumentou que a autonomia do BC em lei "reduz volatilidade" e reiterou que a instituição vai "agir de forma independente". As declarações de Campos Neto não provocaram marolas no mercado futuro de câmbio, com o contrato de dólar futuro em fevereiro mantendo-se em níveis observados antes de sua fala. (Antonio Perez - [email protected])

18:21

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.17070 0.1569 5.25610 5.16420

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5185.000 -0.28846 5267.000 5176.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5199.500 18/01    

MERCADOS INTERNACIONAIS

Atentos às falas de membros do Federal Reserve (Fed), os mercados acionários de Nova York reduziram as perdas no fim da tarde desta quinta-feira depois que a vice-presidente da instituição, Lael Brainard, apesar de destacar importância de continuidade do aperto monetário, afirmou que a inflação tem diminuído. Ao mesmo tempo, os temores de recessão da economia global persistem, o que favorece a manutenção da curva de Treasuries invertida, com todos os rendimentos subindo. Já o índice DXY do dólar foi pressionado em grande parte pelo euro, que avançou diante de comentários hawkish da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do bloco comum.

Brainard reiterou hoje que a inflação nos Estados Unidos segue "muito alta" e avisou que ainda deve demorar algum tempo até que os índices de preços voltem à meta de 2%. Dessa forma, ela defendeu que a instituição deve manter a política monetária em território restritivo por um prazo ainda indeterminado. Por outro lado, a banqueira central fez a ressalva que a inflação tem diminuído ao longo dos últimos meses, num contexto de crescimento moderado, sendo que a moderação da economia pode ajudar a intensificar o processo de desinflação nos EUA. Para ela, o esfriamento da demanda agregada pode abrir caminho para a redução da inflação nos Estados Unidos sem um impacto significativo no mercado de trabalho. Já a presidente da distrital de Boston do BC americano, Susan Collins, disse acreditar que há um caminho para a redução da inflação à meta sem que seja necessária uma desaceleração econômica significativa, defendendo que é apropriado mudar o ritmo acelerado do aumento de juros para um mais lento.

Mesmo com as falas de Brainard e Collins dando certo apoio às bolsas no final da tarde, os medos de recessão pesaram em Nova York. Dessa forma, o índice Dow Jones registrou queda de 0,76%, aos 33.044,56 pontos, o S&P 500 caiu 0,76% aos 3.898,85 pontos e o Nasdaq recuou 0,96%, aos 10.852,27 pontos. Dados da economia americana também estiveram no radar: o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu 15 mil na última semana, ficando abaixo da expectativa. Já as construções de moradias iniciadas no país tiveram queda mensal de 1,4% em dezembro, menor do que se previa. Para o analista da Oanda Edward Moya, a manhã teve uma rodada de dados econômicos que contavam duas histórias: os dados iniciais de pedidos de auxílio-desemprego confirmam que o mercado de trabalho continua forte, enquanto o mercado imobiliário permanece preso em uma recessão. A distrital do Fed de Atlanta afirma que seu modelo "GDP Now" sugeria, na atualização de hoje, crescimento anualizado de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2022.

Já na renda fixa, por volta das 18h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,126%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 3,402%, e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,567%. A Oxford Economics comenta que a curva de rendimentos do Tesouro está entre as mais invertidas em décadas, uma indicação das perspectivas de mercado para a economia e dos riscos associados. "Historicamente, a curva de juros tem sido um bom sinal de recessão, mas a intensidade da inversão atual não deve ser interpretada como um sinal sobre a gravidade de uma possível recessão", diz a consultoria, que destaca que o caminho de curto prazo para a curva de rendimento do Tesouro dependerá do tom da decisão política do FOMC em 1º de fevereiro. "Se o comitê der qualquer sugestão de que os aumentos de juros possam terminar após um aumento esperado de 25 pontos-base na reunião de fevereiro, o que está de acordo com nossa visão, a curva de juros deve se inclinar, mas permanecer invertida", analisa.

No câmbio, o dólar foi pressionado pelo avanço do euro. A divisa europeia foi beneficiada por discursos hawkish do BCE e pelo conteúdo da ata da instituição. Em Davos, Lagarde disse que a instituição irá manter a trajetória atual de aumentos das taxas de juros, uma vez que a inflação da zona do euro permanece "muito alta". Já Klass Knot, membro da instituição, falou em 'múltiplos aumentos de 50 pontos-base nas taxas de juros. Enquanto que a ata trouxe que vários dirigentes da entidade expressaram preferência por elevar os juros básicos em 75 pontos-base na reunião de 14 e 15 de dezembro, mas a maioria acabou aceitando a sugestão do economista-chefe da instituição, Philip Lane, de aumentar as taxas em 50 pontos-base. Neste cenário, o índice DXY, que mede a divisa americana ante seis rivais fortes, recuou 0,29%, aos 102,058 pontos. O dólar recuava a 128,41 ienes, o euro avançava a US$ 1,0835 e a libra subia a US$ 1,2397.

O enfraquecimento da divisa americana apoiou as commodities, como o petróleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março de 2023 fechou em alta de 1,02% (US$ 0,81), a US$ 80,61 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,39% (US$ 1,18), a US$ 86,16 o barril. Além disso, o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA informou que as reservas de petróleo e de gasolina subiram mais do que a previsão de analistas, ao passo que o estoque de destilados caiu além do esperado.

No front fiscal, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, informou que o governo começou hoje a adotar medidas extraordinárias para continuar honrando os compromissos financeiros, já que há um impasse no Congresso americano para aumentar o teto da dívida pública, que já estava previsto para "vencer" nesta quinta-feira, segundo a legislação. (Letícia Simionato - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa sustentou o terceiro dia de alta hoje (+0,62%), em 112.921,88 pontos. O fortalecimento das commodities no mercado internacional - com ganhos acima de 1% nos contratos mais líquidos de petróleo - beneficiou os papéis da Petrobras, Vale e siderúrgicas, que puxaram a Bolsa brasileira. A garantia do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de que o governo respeitaria a autonomia do Banco Central também retirou pressão dos ativos domésticos.

As declarações de Padilha corrigiram o tom adotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, quando o petista questionou a independência do BC, e ajudaram o índice a subir a partir das 15h30, em meio ao alívio na alta dos juros futuros. Às 16h50, o Ibovespa atingiu a máxima de 113.138,66 pontos (+0,81%), diante da melhora observada em Nova York após a vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard, ressaltar que a inflação tem diminuído e que os efeitos dos juros altos ainda vão se materializar nos Estados Unidos.

O alívio da pressão doméstica e externa permitiu que os papéis brasileiros pegassem carona no aumento das commodities, puxado pela reabertura da China e desvalorização global do dólar. A Petrobras subiu entre 3,40% (ON) e 3,03% (PN), em linha com os ganhos do Brent (1,39%) e WTI (1,02%). O cenário também beneficiou ações da Vale (+0,43%) e de empresas como Gerdau (+0,27%) e CSN (+0,58%), em um dia de alta de 1,55% do minério de ferro na Dalian Commodity Exchange.

“O que puxou o Ibovespa hoje foram as commodities: tanto o petróleo, como o minério de ferro em alta e com uma cautela dos investidores em relação aos ativos mais relacionados ao cenário interno”, diz o operador de renda variável da Manchester Investimentos Gabriel Mota. “Estamos vendo há algum tempo que, por causa da mudança recente na política econômica, empresas mais voltadas ao cenário externo estão ganhando alocação, que é uma forma segura de se manter em ativos brasileiros fugindo do risco político.”

O discurso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à tarde, não alterou a direção dos ativos brasileiros no fim do pregão. Em palestra na UCLA Anderson School of Management, o dirigente reiterou o compromisso de permanecer no cargo até o fim do seu mandato, no fim de 2024, e minimizou as falas de Lula sobre a autarquia ontem. “Eu acho que em muitas entrevistas as coisas são tiradas de contexto”, disse. Ele ainda afirmou que a autonomia formalizada em lei reduziu a volatilidade no mercado.

Para o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, o Ibovespa teve performance positiva diante dos demais ativos brasileiros hoje, em um cenário no qual as falas de Lula não assustaram os investidores estrangeiros diante do aumento dos preços de commodities. "O mercado está digerindo a redução de posições pessimistas com relação à China, que vem desde o início do ano, e isso tem favorecido principalmente as commodities de energia", diz o analista, para quem há espaço para continuidade da valorização.

Durante a tarde, a B3 informou que excluirá a Americanas de todos os índices, inclusive o Ibovespa, a partir da próxima semana, após a varejista ter entrado com pedido de recuperação judicial. A empresa liderou as perdas do índice, em queda de 42,53%, seguida por Braskem (-2,79%), BTG Pactual (-2,74%), BRF (-2,65%) e Cielo (-2,61%). Na ponta positiva, os destaques foram Magazine Luiza (+7,02%), Rede D’Or (+6,19%), CCR (+5,18%), PetroRio (+3,98%) e Hapvida (+3,80%. (Cícero Cotrim - [email protected])

18:17

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 112921.88 0.61793

Máxima 113171.83 +0.84

Mínima 111306.96 -0.82

Volume (R$ Bilhões) 3.07B

Volume (US$ Bilhões) 5.90B

18:21

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 113625 0.5798

Máxima 114165 +1.06

Mínima 111510 -1.29

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