ATIVOS LOCAIS TÊM GANHOS FORTES NA SEMANA COM SALTO DE COMMODITIES E CENA POLÍTICA

Blog, Cenário

A semana terminou com alta firme dos preços de papéis brasileiros, com a disparada na cotação das commodities, a rápida reação aos atos golpistas e o pacote fiscal lançado pelo governo amparando os ativos locais. A aposta da permanência da flexibilização de medidas contra a covid-19 na China, mesmo diante do surto da doença no país, conduziu o petróleo, o cobre e o minério de ferro a altas superiores a 8%, 7% e 5%, respectivamente, em relação à sexta-feira passada. Quedas anuais menores do que o previsto das importações e das exportações chinesas sustentam ainda a visão de recuperação da atividade no gigante asiático. Assim, os países emergentes mais estáveis são os que mais se beneficiam por tabela do crescimento chinês. Aqui no Brasil, embora a semana tenha começado sob o temor de ruptura da ordem democrática, a resposta firme dos Três Poderes à ação de radicais deu ao investidor a percepção de solidez institucional. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também "tocou em frente" e anunciou o primeiro pacote de medidas fiscais, que, embora ousado, agradou por mostrar a gestão de Fernando Haddad na Fazenda sensível ao rombo das contas públicas. Neste ambiente, o dólar à vista fechou em R$ 5,1064, queda de 2,48% ante o dia 6, fazendo com que o real tivesse o sexto melhor desempenho entre as principais emergentes. Foi também a melhor semana desde o início de dezembro. Na sessão, depois de bastante oscilação, houve alta de 0,12%. Nos juros futuros, houve queima forte de prêmios no trecho médio e longo no comparativo semanal. O contrato janeiro 2027, por exemplo, cedeu mais de 50 pontos-base. Na Bolsa, não fosse a crise da Americanas jogar suspeição sobre o setor de varejo, o índice teria performance ainda melhor. Na semana, ganhou 1,79%, ainda que hoje a baixa tenha sido de 0,84%, aos 110.916,08 pontos. Os pares americanos tiveram performance diária e semanal melhores: Dow Jones subiu 0,33% e 2,00%, respectivamente; S&P 500 ganhou 0,40% e 2,67%; e Nasdaq avançou 0,71% e 4,82%. A percepção de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos, tanto por dados correntes quanto nas expectativas, apoiou a busca por risco.

•CÂMBIO

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

O dólar encerrou a sessão em alta de 0,12%, cotado em R$ 5,1064, em leve recuperação após ter sustentado baixas em relação ao real na maior parte da tarde. Apesar do ganho na última meia hora do pregão, a moeda americana encerrou a semana em queda de 2,48%, o mais intenso movimento de recuo semanal desde o início de dezembro. No ano, perde 3,29% na comparação com a moeda brasileira, que teve a sexta melhor performance entre as 25 principais moedas emergentes.

Agentes do mercado consultados pelo Broadcast atribuem o desempenho do real esta semana a uma combinação de dois fatores. Enquanto o ambiente externo se mostrou favorável - com a expectativa de desaceleração do aperto monetário nos Estados Unidos e a alta das commodities -, a resposta dos Três Poderes aos atos golpistas do último domingo, 8, e o anúncio de um plano de ajuste fiscal pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ontem, diminuíram a percepção de risco doméstico.

"O que está movendo o mercado mais estruturalmente é a taxa de juros americana, porque a expectativa de alta diminuiu. As taxas de dois, cinco e dez anos caíram bem, abaixo da mínima de dezembro, o que é positivo para a gente", diz o chefe da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt. "A Europa teve um inverno mais ameno, o pessoal está virando a cabeça com relação à recessão lá. A gente tem também a reabertura da China, com demanda por commodities, o que é bom para o Brasil."

As expectativas de desaceleração do ritmo de aperto monetário por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) mantiveram a pressão sobre o dólar ao longo do dia, após a divulgação de dados de inflação mais fracos do que o esperado ontem, 12. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, caía 0,07% por volta das 17h40 de hoje e acumulava perdas de 1,67% na semana e de 1,28% em 2023.

Ao mesmo tempo, as importações e exportações chinesas caíram menos do que o esperado em dezembro, o que renovou o otimismo dos mercados com a economia do gigante asiático. Os futuros mais líquidos do petróleo também registraram ganhos de 1,88% (WTI) e 1,49% (Brent), a US$ 79,86 e US$ 85,28 o barril, respectivamente, com altas acima de 8% na semana. Em relatório, a Capital Economics aumentou a sua projeção para o barril do Brent no fim de 2023, de US$ 85 para US$ 95.

No ambiente doméstico, os mercados mantiveram a avaliação de que o plano de ajuste fiscal anunciado ontem por Haddad representa uma preocupação do governo com as contas públicas. Para o diretor de pesquisa macroeconômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, o governo se mostrou empenhado em reduzir o déficit primário de 2023, embora ainda se mostre "relutante" em reconhecer a necessidade de cortes efetivos dos gastos públicos.

O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, considera que a combinação entre o ambiente global favorável e a redução dos ruídos domésticos explica o rali da moeda brasileira esta semana. "Tirou um pouco de pressão o governo sinalizar uma preocupação sobre como vai cobrir o rombo de gastos, aliviou a tensão do mercado", diz o analista, que vê espaço para novas rodadas de apreciação do real caso novas medidas de política fiscal sejam anunciadas.

Para Velloni, o mais provável é que o dólar oscile em um intervalo entre R$ 5,03 e R$ 5,14, teto que deve provocar movimentos de venda à frente. Como o ponto de resistência do dólar continua em R$ 5,08 pelos últimos dois meses, o analista afirma considerar improvável uma queda da divisa americana abaixo do nível de R$ 5,0 no curto prazo.

Para o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, o cenário externo sugere espaço para que o real mantenha o movimento de apreciação frente ao dólar, em especial até 1º de fevereiro, quando o Fed decidirá o seu próximo movimento de política monetária. "Como o mercado está com apetite por risco, a continuação desse movimento global até a reunião pode manter o dólar nessa tendência de queda, até R$ 5,0, ainda mais porque o mercado local está um pouco mais leve", avalia. (Cícero Cotrim - [email protected])

18:31

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.10640 0.1157 5.15420 5.08040

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5116.000 -0.28262 5172.000 5096.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5140.000 0.30257 5140.000 5130.000

JUROS

Depois de uma sequência de pregões agitados, o mercado de juros futuros experimentou uma sessão morna nesta sexta-feira, 13, com as taxas dos principais contratos futuros apresentando oscilações modestas. Os curtos operaram com viés de queda, após o IBC-Br de novembro reforçar a tendência de desaceleração da economia sugerida por dados de varejo e serviços. A leitura é que a política monetária restritiva já faz efeito, abrindo espaço para queda da taxa Selic no segundo semestre. Já as taxas intermediárias e longas subiram cerca de 10 pontos, em sintonia com ajuste de alta dos retornos dos Treasuries.

Na ponta curta da curva doméstica, DI para janeiro de 2024 passou de 13,45% para 13,44%. Após operar entre estabilidade e leve queda, DI para janeiro de 2025 fechou a 12,42%, de 12,39% no ajuste anterior. Do miolo para a parte longa da curva, DI para janeiro de 2027 subiu de 12,11% para 12,22%, e o DI para janeiro de 2029, de 12,21% para 12,31%.

Na semana, o saldo é de forte redução de prêmios de risco, com as taxas longas descendo mais de 50 pontos, em meio a uma confluência positiva de fatores externos e internos. Lá de fora, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de dezembro nos EUA, divulgado ontem, sugere que o pico da inflação americana ficou para trás e estimula apostas em alta mais moderada de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), com taxa terminal não muito além de 5%.

O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, observa que, aos sinais de que a inflação americana desacelera somou-se a visão de melhora da economia da China, o que impulsionou os preços de commodities e, por tabela, levou a uma apreciação do real. "Os dados de inflação nos Estados Unidos se mostraram mais comportados, e o mercado começou a tirar prêmios de risco e o desconto de ativos globais associados à chance de o Fed ser mais duro. Isso influenciou a curva de juros local", afirma Lima.

Por aqui, a resposta enérgica dos Três Poderes aos atos golpistas de 8 de janeiro e, sobretudo, indicações de que o governo tende a ter uma postura mais moderada na área fiscal - a despeito de críticas a medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda na quinta-feira, 12 - soterraram previsões mais pessimistas sobre a condução das contas públicas.

Segundo operadores, essa confluência de fatores pegou o mercado tecnicamente desequilibrado, dado o pessimismo de fundos locais, e levou a uma onda de ordens de 'stop loss' que turbinou o recuo das taxas, em especial as longas. A estratégia do Tesouro Nacional, que optou por leilões menores de prefixados, contribuiu para amenizar as pressões na curva local.

Para o economista-chefe da Western, o governo Lula conseguiu mostrar que está atento à dinâmica fiscal, contribuindo para desfazer a espiral negativa que havia se exacerbado com as primeiras falas de Lula e ministros. Além de medidas de reversão do déficit superior a R$ 200 bilhões neste ano, vazadas a conta-gotas ao longo da semana e apresentadas ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, houve boa recepção à equipe técnica anunciada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.

"Com isso, o mercado começou a tirar o excesso de prêmio nos juros futuros. Apesar de todas as incertezas com o resultado efetivo das medidas fiscais, porque há muitas dúvidas sobre a estimativa de receitas, a sinalização é de que não vai haver um descontrole que colocaria pressão na política monetária", diz Lima, ressaltando que ainda é preciso ver se o governo vai "aceitar" a desaceleração da economia e evitar cair na tentação de dar estímulos à demanda com crédito via bancos públicos. "Precisamos ver a execução dessas medidas [anunciadas por Haddad] e o debate sobre o novo arcabouço fiscal, que precisa trazer regras simples e críveis".

Divulgado pela manhã, o IBC-Br caiu 0,55% em novembro na comparação com outubro, perto do piso de queda de 0,60% do intervalo de estimativas do mercado financeiro coletadas pelo Projeções Broadcast e marcando a quarta queda consecutiva na margem.

Na avaliação do Goldman Sachs, o indicador reforça a percepção de enfraquecimento da economia, tendência que deve perdurar. Em relatório, o diretor de pesquisa macroeconômica do banco para América Latina, Alberto Ramos, espera que "a atividade permaneça fraca ao longo do primeiro semestre de 2023 devido a uma série de ventos contrários ao crescimento doméstico e externo". (Antonio Perez - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa emendou o segundo dia de perdas apesar da relativa recuperação em parte das ações do setor de varejo, pressionadas no dia anterior pela revelação, na noite da quarta-feira, da inconsistência contábil de R$ 20 bilhões em Americanas, o que afetou também as ações do setor financeiro, hoje ainda majoritariamente em desempenho negativo na sessão. Na semana, contudo, o Ibovespa conseguiu acumular ganho de 1,79%, vindo de perda de 0,70% no primeiro intervalo do ano. Em 2023, o índice da B3 acumula ganho de 1,08%, tendo passado ao positivo na terça-feira.

Hoje, cedeu 0,84%, aos 110.916,08 pontos, entre mínima de 110.427,64 e máxima de 111.846,71, saindo de abertura aos 111.843,47, quase igual ao pico do dia. Fraco, o giro financeiro desta sexta-feira ficou em R$ 20,7 bilhões.

"O Ibovespa vinha de seis altas nesse começo de ano, em bom rali, mas houve uma contaminação, ontem, do caso Americanas, inclusive em bancos. Nos Estados Unidos, a inflação tem dado sinais auspiciosos, em nível mais brando, o que favorece emergentes como o Brasil, com a reabertura da China sendo outro fator favorável. O plano do Haddad, focado em aumento de arrecadação, mas também com corte de gastos, foi bem recebido pelo mercado, embora sem euforia, mesmo com a indicação, muito otimista, de que se pretende zerar o déficit (primário)", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Nesta sexta-feira, as ações de Americanas - que permaneceram em leilão ao longo da maior parte da sessão anterior, em que cedeu 77% - subiram hoje 15,81%, também passando por leilões em parte do dia. "Apesar de ter abdicado da posição, o ex-CEO (da Americanas) Sergio Rial segue orientando a diretoria interina na tomada de decisões. E isso se reflete nas ações da empresa na Bolsa, em forte alta após a queda de ontem, com a percepção de que os papéis estão muito baratos, o que atrai os investidores mais arrojados", diz Acilio Marinello, coordenador do MBA em Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios.

Os bancos credores da Americanas concordaram em rolar a dívida da companhia, para evitar que ela quebre e gere efeito cascata tanto no sistema financeiro quanto no varejo. Mas condicionam que a empresa faça uma capitalização rapidamente, que deve se dar por meio da emissão de ações, em uma oferta de alguns bilhões de reais. O martelo sobre a oferta pode ser batido ainda nesta sexta-feira, reportam os jornalistas Altamiro Silva Junior e Matheus Piovesana, do Broadcast.

Rial se encontrou ontem, 12, com o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, e outros representantes da reguladora do mercado de capitais, conforme apurou o Broadcast, no Rio. A autarquia já abriu três processos para apurar o caso da inconsistência contábil.

Logo abaixo de Americanas na sessão, destaque ainda para Magazine Luiza (+7,52%), que mostrou resiliência ontem ao fechar em alta, na ponta do Ibovespa como hoje, logo à frente de Minerva (+4,67%) e de Carrefour Brasil (+2,50%) nesta sexta-feira. No lado oposto do Ibovespa, BRF (-6,54%), Alpargatas (-6,13%) e CVC (-5,93%).

Entre as blue chips, apesar de o petróleo ter subido mais de 1% na sessão com o leve enfraquecimento do dólar no exterior e os dados da balança comercial na China, o dia foi moderadamente negativo para Petrobras, em baixa de 0,22% (ON) e de 0,24% (PN) no fechamento. Vale ON operou perto da estabilidade e encerrou dia com ganho de 0,09%, enquanto os bancos se mantiveram em ajuste negativo nesta sexta-feira (BTG -2,93%; Itaú PN -0,50%, Bradesco PN -0,33%, Unit do Santander -1,94%), à exceção de BB ON (+0,22%) e de Bradesco ON (+0,38%), entre as maiores instituições.

O índice de consumo (ICON) fechou o dia ainda em baixa de 1,56%, enquanto o de materiais básicos (IMAT) teve leve ganho de 0,13% na sessão.

O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira mostra um cenário não muito diferente daquele que foi registrado na semana passada. Desta vez, os participantes indicaram ligeira redução no otimismo com o desempenho do Ibovespa para a próxima semana, ao mesmo tempo em que as perspectivas negativas aumentaram. Na pesquisa encerrada hoje, a estimativa de alta para o Ibovespa ficou em 40%, contra 44,4% na semana passada. As previsões de estabilidade recuaram de 33,3% para 30% agora. E 30% dos respondentes desta semana apontaram queda para o Ibovespa na semana adiante, enquanto esse porcentual havia ficado em 22,2% na semana passada. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110916.08 -0.83517

Máxima 111846.71 -0.00

Mínima 110427.64 -1.27

Volume (R$ Bilhões) 2.07B

Volume (US$ Bilhões) 4.05B

18:31

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112000 -0.88496

Máxima 112915 -0.08

Mínima 111425 -1.39

MERCADOS INTERNACIONAIS

Dados que mostraram aumento do sentimento do consumidor e queda nas expectativas de inflação dos EUA ajudaram a sustentar as altas das bolsas de Nova York, depois da rodada de balanços de bancos estadunidenses reduzir o apetite ao risco, na manhã desta sexta-feira. Já os juros dos Treasuries, por sua vez, subiram após as quedas dos últimos dias - ocasionadas pelo crescimento da perspectiva de um Federal Reserve (Fed) menos hawkish. Junto com o enfraquecimento do dólar, o otimismo com a China, exacerbado por dados da balança comercial da segunda maior economia do mundo caindo menos que o esperado, deu força às commodities hoje.

De acordo com a Universidade de Michigan, o índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos avançou na leitura preliminar de janeiro, ao passo que as expectativas para a inflação em 12 meses caíram. O Wells Fargo acredita que os números devem contribuir para a decisão do BC americano de diminuir o ritmo de aperto monetário e subir juros em 25 pontos-base na próxima reunião. "Esperamos que o Fed veja as expectativas de inflação bem ancoradas", afirma o banco. Já a Capital Economics pondera que a leve melhora apresentada no índice do sentimento do consumidor não deve prevenir uma nova queda nos níveis de consumo do país.

De qualquer forma, os dados ajudaram a sustentar os mercados acionários de Nova York. Assim, o índice Dow Jones subiu 0,33%, aos 34.302,61 pontos, o S&P 500 avançou 0,40%, aos 3.999,09 pontos, e o Nasdaq fechou em alta de 0,71%, aos 11.079,16 pontos. Na semana, os ganhos foram de 2,00%, 2,67% e 4,82%, respectivamente.

Mais cedo, entretanto, as bolsas americanas penaram em meio à abertura da temporada de balanços com resultados que decepcionaram o mercado. O Wells Fargo teve queda no lucro líquido, assim como o Citigroup, e a receita frustrou a previsão. Já o JPMorgan aumentou o lucro, mas o seu CEO fez um alerta sobre desafios à economia americana. Porém, as ações dos três bancos citados acabaram subindo 3,25% ,1,69% e 2,52%, respectivamente.

"Até agora, os bancos se beneficiaram dos aumentos das taxas de juros do Fed, o que lhes permite ganhar mais com empréstimos", disse Kiran Ganesh, estrategista do UBS, ao The Wall Street Journal. "Tem sido um forte início de ano para as ações dos bancos, apoiados por uma combinação de taxas de juros mais altas e a contração econômica não sendo tão severa quanto o esperado", acrescenta. Para o analista da Oanda Edward Moya, porém, Wall Street prevê que os lucros cairão significativamente e as margens serão testadas. "Este é o trimestre em que as empresas anunciarão demissões e medidas de corte de custos, já que a economia ainda parece estar em recessão", conclui.

No fim da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos avançava a 4,211%, de 4,115% ontem; a da T-note de 10 anos aumentava a 3,498%, de 3,429% na véspera; o do T-bond de 30 anos subia a 3,616%, de 3,554% na sessão anterior. "Embora os 25 pb adicionais sejam certamente significativos para os investidores, o foco do Fed estará cada vez mais na duração do período de pausa. Dado o nível dos rendimentos de 2 anos no momento, o mercado não espera que o ponto final deste ciclo chegue a 5,25%, nem se mantenha ao longo do ano", analisa o BMO.

Já no câmbio, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,04%, a 102,204 pontos. O euro caía a US$ 1,0835, enquanto a libra subia a US$ 1,2236. O dólar ainda caía a 127,87 ienes. Para a Capital Economics, o fim da política de controle da curva de rendimento do Japão parece cada vez mais provável, o que poderia levar o iene ainda mais cima.

A desvalorização da divisa americana, por sua vez, deu força às commodities. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2023 fechou em alta de 1,88% (US$ 1,47), a US$ 79,86 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,49% (US$ 1,22), a US$ 85,28 o barril. Na semana, os avanços foram de 8,26% e 8,54%, respectivamente.O óleo também foi favorecido pelo otimismo com a demanda chinesa, com os resultados da balança comercial da China, que mostraram que tanto as exportações quanto as importações tiveram uma queda menor que a esperado pelo mercado na comparação anual de dezembro. Segundo análise da Capital Economics, o petróleo também vem reagindo à mudança "inesperadamente rápida da China para lidar com a covid-19".

No âmbito fiscal, a Casa Branca reiterou o pedido do governo americano para que o Congresso amplie o teto da dívida pública do país. Antes, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, enviou uma carta a deputados e senadores em que estima que o limite da dívida será alcançado no próximo dia 19. Após essa data, o Tesouro iniciará uma série de medidas extraordinárias para honrar compromissos financeiros. (Letícia Simionato - [email protected])

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