MERCADO ESTENDE ALÍVIO À TARDE, COM MERGULHO DO DI, ALTA DO REAL E SALTO DA BOLSA

Blog, Cenário

Com os preços ainda bastante descontados devido ao mergulho dos dois primeiros dias úteis do ano, o investidor foi às compras dos ativos brasileiros nesta quinta-feira. A busca pelo risco doméstico era vista desde a manhã e ganhou uma nova rodada de fôlego na etapa da tarde. Assim, os DIs cederam mais de 20 pontos-base nos vértices intermediários e longos, o real ganhou tração ante o dólar e o Ibovespa ficou perto de mirar os 108 mil pontos. O investidor segue avaliando positivamente o "freio de arrumação" dado ontem pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que negou que mudanças na Previdência são previstas - e disse que a reunião ministerial de amanhã com o presidente Lula servirá para alinhar o discurso e centralizar as decisões no Planalto. Falas fiscalistas da ministro do Planejamento, Simone Tebet, e do secretário do Tesouro, Rogério Ceron, também foram bem recebidas. Nos mercados, os DIs e o dólar, que ontem resistiram ao alívio visto na Bolsa, tiveram ajuste firme para baixo. Contudo, nos juros, a curva ainda se desenha completamente "flattening", com todas as principais taxas ao redor dos 13%. O dólar à vista cedeu aos R$ 5,3518 (-1,85%), o mais baixo dos quatro fechamentos do ano, até aqui. A Bolsa ganhou mais de 2 mil pontos hoje e fechou em 107.641,32 pontos, valorização de 2,19%. No exterior, à tarde, houve uma tentativa de recuperação das perdas motivadas mais cedo pelo ADP mais forte do que o previsto, em meio a comentários do presidente do Federal Reserve (Fed) em St. Louis, James Bullard, sobre a expectativa da desaceleração da inflação em 2023. O movimento, contudo, não perdurou. O Dow Jones recuou 1,02%, o Nasdaq cedeu 1,47% e o S&P 500 perdeu 1,16%. A expectativa no mercado americano é pelo relatório de emprego (payroll), de dezembro, que sai amanhã cedo.

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

Os juros futuros aprofundaram o ritmo de queda ao longo da tarde, em meio ao recuo mais aprofundado do dólar, que renovou mínima na segunda etapa de negócios e ameaçou romper o piso de R$ 5,35. O dia foi marcado por recuperação expressiva dos ativos domésticos e diminuição de prêmios de risco, dada à redução de temores de que o governo Lula adote medidas mais polêmicas na área econômica.

Dados da produção industrial em novembro atestando enfraquecimento da atividade doméstica e fala ao gosto do mercado da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), contribuíram para o recuo das taxas. Pela manhã, o Tesouro realizou o primeiro leilão de prefixados de 2023 e com novos vencimentos. A despeito do risco para o mercado (DV01) ter sido maior, as taxas seguiram em baixa. Nem mesmo o avanço das taxas dos Treasuries, diante de dados fortes do relatório de emprego ADP nos EUA em dezembro, contaminou o mercado local.

Entre os curtos, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 caiu de 13,794% no ajuste de ontem para 13,70%. As quedas foram mais acentuadas no miolo e na ponta longa da curva. DI para janeiro de 2025 fechou a 13,135% (de 13,312% ontem). O DI janeiro 2027 recuou de 13,318% para 13,075%. O DI janeiro 2029 desceu de 13,320% a 13,10%. Nas mínimas, as taxas destes últimos dois contratos chegaram a furar a marca psicológica de 13%.

O refresco para os ativos domésticos começou ontem com duas sinalizações relevantes. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, garantiu que não há intenção de mexer na reforma da previdência, desmentindo o ministro Carlos Lupi (Previdência). E o futuro presidente da Petrobras, senador Jean Paul Prates (PT-RN), garantiu que a petroleira terá como referências os preços internacionais do petróleo. Além disso, Lula convocou reunião ministerial para amanhã, às 9h30, algo visto como uma tentativa de enquadrar os ministros e afinar o discurso.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, vê a baixa dos DIs hoje como um movimento de realização técnica no contexto "de arrumação do discurso fiscal" e de atividade econômica em queda, já em reflexo do aperto monetário feito ao longo de 2022.

"A equipe econômica precisa urgentemente acionar um ajuste fiscal crível para reverter parte da elevação dos juros futuros nas últimas semanas. E também o comprometimento em aprovar a reforma tributária e uma nova regra fiscal de estabilização da dívida pública", afirma Velho, para quem a "quase totalidade" do ajuste será por aumento da arrecadação, com redução de desonerações e subsídios.

Pela manhã, em seu discurso de posse, Tebet disse que, "sem descuidar da responsabilidade fiscal e da qualidade dos gastos", o governo vai "colocar os brasileiros no orçamento". A ministra afirmou que Lula, ao convidá-la para o cargo, disse que gostaria de divergência na política econômica. "Seremos quatro na economia, um quarteto a favor do Brasil", declarou Tebet, em referência aos colegas de Esplanada Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Esther Dweck (Gestão). Haddad, segundo ela, é o mais importante porque "tem a chave do cofre na mão".

Fontes informaram ao Broadcast, contudo, que Alckmin ficou de fora de uma reunião de ministros da área econômica com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O Broadcast Político também apurou que três líderes petistas têm grande influência nas decisões do governo e formam uma espécie de "Esplanada Paralela": Gleisi Hoffmann (presidente do PT), Aloizio Mercadante (indicado para presidência do BNDES) e a ex-presidente Dilma Rousseff.

Do lado da atividade, o IBGE informou pela manhã que a produção industrial caiu 0,1% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 1,1% a alta de 0,2%, com mediana negativa de 0,2%.

"A atividade segue dando sinais de arrefecimento no quarto trimestre de 2022, o que deve se intensificar no primeiro trimestre de 2023 dados os juros elevados e a incerteza quanto à condução da política econômica", afirma o economista-chefe Banco Modal, Felipe Sichel.

No primeiro leilão de títulos prefixados de 2023, o Tesouro Nacional vendeu 6,750 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) em três vencimentos. A oferta original era de 7 milhões de títulos. O volume financeiro somou R$ 4,9 bilhões. (Antonio Perez - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista caiu 1,85% em relação ao real hoje, a R$ 5,3518, a menor taxa no fechamento desde a última sexta-feira, 29 (R$ 5,2800). O "freio de arrumação" nas declarações do novo governo beneficiou a moeda brasileira em um dia de fortalecimento global da divisa americana. Na expectativa pela reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para afinar o discurso nesta sexta-feira, 6, os agentes de câmbio realizaram os ganhos das últimas três sessões, quando o ruído político levou o dólar a acumular alta de 3,27% em relação ao real.

A moeda americana operou em queda ao longo do dia, enquanto investidores digeriam o realinhamento das sinalizações do governo, que negou a intenção de intervir nos preços da Petrobras e de revisar a reforma da Previdência. As declarações em defesa da responsabilidade fiscal pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), também foram bem recebidas. Com o alívio do risco doméstico, o dólar chegou a atingir a mínima de R$ 5,3508 (-1,86%) após o presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard, falar em "moderação" da inflação nos EUA.

O chefe da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, afirma que as sinalizações do governo balizaram o movimento do dólar na sessão de hoje e permitiram uma dosagem dos prêmios de risco na taxa de câmbio. Em meio à valorização das commodities com as notícias sobre a reabertura da China - com altas de 1,14% do petróleo WTI para fevereiro, a US$ 73,67 o barril, e de 1,09% do Brent para março, a US$ 78,69 - e diante da moderação das taxas dos Treasuries após as declarações de Bullard, a melhora da percepção de risco político e fiscal permitiu uma correção do real.

"Esta semana, ouvimos falas de vários ministros que, na maioria, foram negativas para os preços de ativos. Mas, hoje, Tebet fez comentários mais positivos e teve uma 'arrumação de casa', pararam de dar declarações que estavam gerando muita confusão", diz Weigt. "O real tem oscilado muito em função dessas declarações, do lado positivo e negativo, acho que vai continuar assim por algum tempo, até a gente entender como vai ser a atuação do Ministério da Fazenda, do BNDES, da Petrobras e da Caixa."

Para o operador de câmbio da Fair Corretora Hideaki Iha, o "freio de arrumação" no discurso de ministros do governo permitiu a realização dos ganhos das últimas terça e quarta-feiras, quando a divisa americana se aproximou dos R$ 5,50, em meio ao ruído político. "Não dava para sair comprando dólar a R$ 5,45 para ganhar dinheiro. Então, temos um alívio por causa da política: o dólar subiu demais e, agora, está tendo um ajuste, mas continua o ambiente de cautela, no início do governo", afirma Iha, para quem a reunião de Lula com ministros dará o tom do mercado amanhã.

Em um dia de criação de empregos acima do esperado nos EUA, o dólar operou em alta no mundo. O índice DXY, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de seis moedas desenvolvidas, teve ganhos na maior parte do dia, em torno dos 105 mil pontos. Às 17h45, a moeda americana subia 1,22% em relação ao dólar australiano e 0,72% ante o dólar canadense - ambos correlacionados às commodities -, e avançava 0,06% e 1,75% frente às divisas emergentes lira turca e rand sul-africano, respectivamente. (Cícero Cotrim - [email protected])

18:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.35180 -1.85 5.42910 5.35080

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5380.000 -1.47422 5459.000 5378.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5501.756 21/12    

BOLSA

O Ibovespa recuperou e manteve a linha dos 107 mil pontos no fechamento desta quinta-feira, encadeando o segundo dia de retomada parcial após a pressão vista na abertura do ano, especialmente sobre as ações de Petrobras, que encerraram hoje em alta de 3,24% (ON) e 3,60% (PN). Hoje, na máxima da sessão aos 107.743,23 pontos, o índice da B3 mostrava alta de 2,29%, saindo de mínima aos 105.333,08 pontos, quase igual ao ponto de partida da sessão (105.336,15). No fechamento, o Ibovespa subia 2,19%, aos 107.641,32 pontos, com giro a R$ 27,9 bilhões.

Além do bom desempenho de Petrobras, destaque também para outras ações de grande liquidez e peso no índice, como Vale (ON +1,68%) e as de grandes bancos (Bradesco PN +4,34%, BB ON +4,57%), assim como para as siderúrgicas (CSN ON +6,62%, Gerdau PN +2,45%). O dia foi negativo em Nova York, com perdas que chegaram a 1,47% no encerramento da sessão (Nasdaq), mas os três índices de lá, embora também no vermelho, mantêm performance melhor do que a do Ibovespa neste começo de 2023.

Na semana, o índice da B3 ainda acumula perda de 1,91%, após a correção vista na segunda e terça-feira. Em dólar, o Ibovespa encerrou o ano passado, no dia 29, aos 20.783,06. Em retração nas duas primeiras sessões de 2023, foi aos 19.105,61 pontos, com o dólar à vista atingindo no encerramento do dia 3, anteontem, o maior nível desde julho, na casa de R$ 5,45. Em 2021, o Ibovespa, na moeda americana, havia encerrado o ano a 18.799,19 pontos, comparado a 22.937,77 pontos no fechamento de 2020, quando a referência da B3 marcava um nominal de 119.017,24 e o dólar à vista estava em R$ 5,1887. Em 2021, o dólar à vista fechou a R$ 5,5759.

Hoje, após a pressão vista na segunda e terça-feira, o dólar encerrou o dia em baixa de 1,85%, a R$ 5,3518, no segmento à vista, renovando mínimas da sessão com os DIs longos enquanto o Ibovespa buscava máximas, no meio da tarde. Assim, em dólar, o Ibovespa foi aos 20.113,10 pontos no encerramento desta quinta-feira.

Como ontem, a melhora da percepção do mercado sobre o começo do novo governo trouxe algum alívio para os ativos brasileiros. "Depois de dois dias muito pesados, veio respiro (desde ontem), com noticiário mais ameno. Mercado segue a tônica de aguardar para ver medidas mais práticas, do ponto de vista fiscal também, e então fazer as contas", diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

"Claramente, a atual equipe econômica é mais política do que a comandada por Guedes (Paulo Guedes, ex-ministro da Economia)", observa em nota Thomas Haugaard, gerente de portfólio para dívida de emergentes na Janus Henderson. "De forma mais ampla, o retorno a um modelo de desenvolvimento econômico liderado pelo Estado também é uma das nossas principais preocupações no longo prazo, pois isso pode levar o Brasil de volta a um crescimento abaixo da média, o que tornará a situação fiscal ainda mais difícil de administrar."

Hoje, contudo, prevaleceu o viés de esperar um pouco mais para conferir, o que sustentou o apetite por ativos do País, apesar do volume de negócios ainda um pouco moderado na B3. Na ponta do Ibovespa, destaque nesta quinta-feira para Americanas (+11,00%), Azul (+9,38%) e Locaweb (+9,18%), com Raízen (-2,71%), São Martinho (-2,14%) e Qualicorp (-1,82%) no lado oposto.

"Apesar de um início de ano conturbado para a bolsa brasileira, marcado por ruídos políticos, o Ibovespa voltou a operar acima dos 107 mil pontos, depois de o ministro da Casa Civil (Rui Costa) negar que o novo governo deve rever a reforma da Previdência de 2019", diz Vanessa Naissinger, especialista da Rico Investimentos. "Declarações menos intervencionistas do indicado à presidência da Petrobras, Jean Paul Prates, e a notícia de convocação de reunião ministerial na sexta-feira para afinar o discurso do governo também ajudaram a aliviar os ânimos do mercado."

Assim, "o 'valuation' atrativo, o petróleo em alta e algum alívio na curva de juros favoreceram a tomada de risco, com o Ibovespa em forte alta desde o início do pregão, puxado principalmente pelos papéis da Petrobras, dos bancos e Vale", aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. Ele destaca dois catalisadores de peso nesta sexta-feira (6): a divulgação de índices de inflação na Europa e de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que devem "trazer volatilidade e dar a direção dos mercados para o fechamento da semana". (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 107641.32 2.19003

Máxima 107743.23 +2.29

Mínima 105333.08 -0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.78B

Volume (US$ Bilhões) 5.15B

18:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109200 2.24719

Máxima 109250 +2.29

Mínima 106650 -0.14

MERCADOS INTERNACIONAIS

Apesar de terem reduzido perdas momentaneamente, diante de alguns comentários do presidente do Federal Reserve (Fed) em St. Louis, James Bullard, sobre a expectativa da desaceleração da inflação em 2023, o movimento não foi suficiente, e os mercados acionários de Nova York ainda assim fecharam em queda. O baixo sentimento de risco se deve a dados fortes de emprego nos EUA e falas hawkish de outros dirigentes do BC americano, que sustentaram os juros do Treasuries e o dólar. A avaliação nos mercados é de que o cenário apoia a perspectiva de contínuo foco no combate à inflação. Ainda assim, o petróleo avançou, após dados de estoques dos EUA mostrando alta demanda, com quedas de estoques de gasolina e destilados.

Mesmo após reconhecer que a inflação americana está "muito alta", Bullard projetou que a escalada dos preços deve arrefecer este ano. Ele ainda acrescentou que os juros ainda não estão em níveis "suficientemente restritivos", mas deve alcançar esse patamar em breve. Mais cedo, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, comentou que aumentou sua projeção para a taxa terminal para mais de 5% e que vê os juros se mantendo nesse nível possivelmente até 2024. Já o dirigente de Atlanta Raphael Bostic reafirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) continua determinado em trazer a inflação de volta à meta de 2%.

Em meio à rodada de falas de membros do BC americano, investidores ainda tiveram que digerir dados fortes do mercado de trabalho dos EUA: o setor privado criou empregos em dezembro, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada hoje pela ADP, acima da previsão. Já os pedidos de auxílio-desemprego tiveram queda a 204 mil, quando a expectativa era de 223 mil solicitações. Os indicadores vieram antes do payroll, que será divulgado amanhã. Mediana de economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast aponta que a economia americana criou 210 mil vagas de trabalho em dezembro.

"As ações dos EUA estão caindo depois que Wall Street digeriu a ata dura do Fed, dados trabalhistas robustos e outra rodada de declarações do Fed que sugerem que eles manterão as taxas em níveis mais altos", disse o economista da Oanda Edward Moya. Neste cenário, o Dow Jones caiu 1,02%, aos 32.930,08 pontos, o S&P 500 perdeu 1,16%, aos 3.808,10 pontos, e o Nasdaq teve queda de 1,47%, aos 10.305,24 pontos.

"O mercado de títulos ainda espera cortes de juros no final do ano, mas as pressões salariais podem eventualmente forçá-los a adiar essas chamadas de corte de juros até o próximo ano", acrescentou Moya. Na renda fixa, no final da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia 4,449%, o de 10 anos tinha alta a 3,706%, e o do T-bond de 30 anos recuava a 3,784%. "Na minha opinião, o pivô do Fed vai ocorrer quando os dados estiverem ruins, não quando o mercado sentir que o Fed está apertado o suficiente", disse Robert Stimpson, diretor de investimentos da Oak Associates, ao The Wall Street Journal.

Monitoramento do CME Group mostrava alta na chance de uma elevação de 50 pontos-base nos juros pelo Fed em sua reunião do início de fevereiro, de 30,3% ontem a 38,9% há pouco. A possibilidade de uma alta menor, de 25 pontos-base, segue majoritária, passando de 69,7% ontem a 61,1% hoje.

O dólar, por sua vez, também se fortaleceu, em meio à crescente perspectiva de um Fed hawkish. O índice DXY subiu 0,76%, aos 105,052 pontos. Ao fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 132,32 ienes, o euro recuava a US$ 1,0526 e a libra tinha baixa a US$ 1,1912. O fortalecimento da divisa americana não foi suficiente para fazer com que os contratos futuros do petróleo fechassem em baixa. O óleo foi beneficiado por dados da commodity nos Estados Unidos, que mostraram que os estoques de petróleo subiram acima do previsto, ao passo que os de gasolina e de destilado caíram mais que o esperado. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para fevereiro de 2023 fechou em alta de 1,14% (US$ 0,83), a US$ 73,67 o barril, enquanto o Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 1,09% (US$ 0,85), a US$ 78,69 o barril.

Por outro lado, para o Julius Baer, a pandemia e os desafios de reabertura da China colocam sob escrutínio a tese otimista de uma recuperação da demanda. "Com a produção crescendo, as restrições políticas diminuindo e a demanda estagnada, vemos a oferta diminuindo em vez de diminuir daqui para frente. Surpresas geopolíticas e uma recuperação do sentimento podem elevar os preços no curto prazo, enquanto os fundamentos mais fracos apontam para preços ainda mais baixos no longo prazo", analisa o banco.

Ainda no front asiático, hoje o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) afirmou que o ciclo global de crédito apoiou o crescimento no início da pandemia da covid-19, mas desde então ele tem se mostrado mais negativo, com "boa parte" desse movimento de piora provocado pela China.(Letícia Simionato - [email protected])

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