PEC MENOS DESIDRATADA QUE O ESPERADO PESA EM ATIVOS NO BRASIL, MESMO COM NY EM ALTA

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CENÁRIO-2: PEC MENOS DESIDRATADA QUE O ESPERADO PESA EM ATIVOS NO BRASIL, MESMO COM NY EM ALTA

O clima de cautela predominou sobre os ativos domésticos nesta quinta-feira, em contraposição ao movimento de recuperação visto em Nova York. Por aqui, o principal driver do dia continuou sendo a PEC de Transição, aprovada ontem em dois turnos no Senado e que eleva o teto de gastos em até R$ 168 bilhões, por dois anos. Apesar de o valor ter ficado abaixo da proposta original, de quase R$ 200 bilhões, os investidores acreditavam que o texto seria ainda mais desidratado, frustrando um pouco da reação positiva dos mercados nos últimos dias. Agora, a PEC segue para a Câmara dos Deputados, que deve votar a matéria na próxima semana, quando o STF deve julgar as questões do orçamento secreto, amplificando as incertezas. Para completar, os agentes aguardam para amanhã o anúncio de alguns nomes que vão compor o ministério do governo eleito, entre eles Fernando Haddad para a Fazenda. Esse quadro colocou em segundo plano a decisão do Copom, de certa forma dentro do esperado, na noite de ontem, bem como indicadores e o maior apetite ao risco visto em Wall Street. De certa forma, a bolsa foi quem mais sentiu o impacto deste cenário, em dia de queda de bancos e Petrobras. No fim, o Ibovespa terminou com perdas de 1,67%, aos 107.249,04 pontos. No caso do dólar, em dia de liquidez exígua, a moeda até chegou a testar baixa pontual, mas prevaleceu a aversão ao risco, que fez a moeda ter valorização de 0,20%, a R$ 5,2161. A curva de juros terminou com a ponta curta de lado, enquanto os longos avançaram, recompondo prêmios em reação à leitura de aumento do risco fiscal. Lá fora, após cinco pregões seguidos de queda, houve tempo para um respiro e os principais índices de ações subiram em Nova York, com o mercado em compasso de espera para reuniões de política monetária de grandes bancos centrais na próxima semana, incluindo Fed e BCE.

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Saindo dos 109 mil pontos na abertura, o Ibovespa emendou a segunda perda e retrocedeu aos 107 mil pontos nesta quinta-feira, no menor nível de fechamento desde 5 de agosto. O elevador para baixo ocorreu a despeito do dia positivo em Nova York, onde os ganhos variaram entre 0,55% (Dow Jones) e 1,13% (Nasdaq) no encerramento do dia. Aqui, a referência da B3 fechou aos 107.249,04 pontos, em queda de 1,67%, entre mínima de 106.905,81 (-1,98%) e máxima de 109.285,75 pontos na sessão. O giro financeiro foi a R$ 31,3 bilhões nesta quinta-feira. Na semana, o Ibovespa cai 4,18% e no mês, 4,66%, limitando a alta do ano a 2,31%.

A aprovação da PEC da Transição no Senado, sem desidratação adicional, mantém as preocupações sobre a situação fiscal em cima da mesa, o que deixa os investidores em ativos de risco, como ações, na defensiva. A tramitação na Câmara promete ser mais complicada, em paralelo ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto - situação que, no limite, pode reviver conflito entre poderes, algo que parecia superado com a derrota do Planalto nas urnas, em outubro.

Conforme apurou o Broadcast Político, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou a dizer a líderes partidários da Casa que o texto da PEC da Transição, aprovado ontem no Senado, não foi acordado com deputados.

Amanhã, conforme antecipado hoje pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciará parte dos ministros do futuro governo, aqueles sobre os quais Lula já não tem mais dúvidas. E, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, a fila de indicações deve ser puxada por Fernando Haddad, na Fazenda, e por Rui Costa, ex-governador da Bahia, na Casa Civil, dois nomes que, desde novembro, figuravam nas listas de favoritos a ocupar espaço na próxima administração.

O diretor da consultoria americana de risco político Eurasia, Christopher Garman, avalia que o mercado ainda receberá com preocupação a nomeação de Haddad como ministro da Fazenda, caso venha a se confirmar. Para o analista político, o nome do ex-prefeito de São Paulo "entra não inspirando confiança no mercado financeiro". Ele pondera que o petista pode não ser tão ruim como o mercado teme.

"Tempestade perfeita no momento, resta saber com quem Haddad virá, caso seja confirmado. Mercado já vinha esperando pelo Haddad na Fazenda, mas segue preocupado também com relação, principalmente, à PEC da Transição, com gasto fiscal ainda muito grande", diz Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos.

Em Brasília, a ex-ministra do Planejamento e integrante do Grupo de Trabalho de Infraestrutura na transição, Miriam Belchior, disse hoje que o governo eleito já está preparando emenda orçamentária para reforçar os recursos para infraestrutura no próximo ano. A sugestão seria apresentada ao relatório do projeto de orçamento de 2023, que será votado após a aprovação da PEC da Transição. O governo Lula conta com a PEC para, além de manter o Bolsa Família em R$ 600, abrir espaço no orçamento para irrigar áreas como transporte, saúde e educação.

O próximo ano será desafiador na avaliação de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), que participaram do IV Seminário de Análise Conjuntural, realizado nesta quinta-feira, de forma virtual, em parceria com o Estadão. "Acho que 2023 é desafiador porque, do ponto de vista cíclico, precisamos desacelerar", disse Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV-Ibre.

Nesse sentido, a notícia de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi sondado por um emissário do presidente eleito Lula para um segundo mandato à frente da autarquia é positiva, por reforçar a independência da autoridade monetária, na avaliação do ex-presidente do BC Gustavo Franco, que participou hoje de evento organizado pelo Itaú Unibanco.

Ontem, no comunicado sobre a decisão de política monetária, em que se manteve conforme esperado a Selic a 13,75% ao ano, o Copom mostrou cautela com relação à situação fiscal, mas em tom dentro do que o mercado aguardava.

"A questão fiscal era esperada, evidentemente é o centro das preocupações. Mas a descrição do cenário internacional, pelo Copom, apareceu de forma mais preocupante, abrindo um espectro de possibilidades amplas, inclusive com relação a questões fiscais no exterior. É realmente um momento de transição pouco transparente para a política monetária, com inflação ainda pressionada nas últimas duas semanas, o que deve persistir no primeiro trimestre (de 2023) em função de reajustes de contratos de serviços indexados, como os de escolas e aluguéis", diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).

"No cenário doméstico, foi reconhecido, como esperado, o ritmo de crescimento mais moderado por parte do PIB, em conjunto de indicadores divulgados recentemente. Entretanto, assume que mesmo com desaceleração do nível de atividade, a inflação ao consumidor continua elevada. Esse movimento pode ser justificado pelos impactos dos auxílios injetados na economia, que aquecem a demanda interna", observa a economista Ariane Benedito, especialista em mercado de capitais.

Na B3, as ações de maior peso e liquidez caíram em bloco nesta quinta-feira, à exceção de Vale (ON +1,23%), revertendo parte da perda de 3,56% da mineradora na sessão anterior. Hoje, a recuperação foi favorecida pelo avanço de preço do minério na China, após a decepção de ontem, dos investidores, com relação aos dados de produção de novembro e, em especial, ao 'guidance' da empresa.

Petrobras fechou em baixa (ON -2,16%, PN -2,25%), com o petróleo estendendo série negativa que coloca, agora, o barril do Brent na casa de US$ 76. O desempenho das ações de bancos também foi ruim nesta quinta-feira, com destaque para queda de 3,51% em Itaú PN. Na ponta negativa do Ibovespa, CVC (-10,23%) e Azul (-7,61%), que haviam puxado a fila de ganhos ontem, ao lado hoje de Pão de Açúcar (-6,97%) e Gol (-6,82%). No lado oposto, Méliuz (+8,85%), IRB (+2,94%) e PetroRio (+1,53%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:21

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 107249.04 -1.66823

Máxima 109285.75 +0.20

Mínima 106905.81 -1.98

Volume (R$ Bilhões) 3.12B

Volume (US$ Bilhões) 6.00B

18:25

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 107120 -2.30289

Máxima 109670 +0.02

Mínima 106990 -2.42

JUROS

A curva de juros fechou a quinta-feira com a ponta curta praticamente estável, enquanto os longos subiram. O aumento da inclinação se deu basicamente por uma correção em relação a ontem, quando a perspectiva de nova desidratação da PEC da Transição na votação do plenário do Senado aliviou prêmios de risco. Como essa expectativa não se concretizou, o mercado devolveu a queda, até porque é vista como baixa a possibilidade de diluição do impacto fiscal na Câmara, dado o prazo exíguo para a tramitação.

O risco fiscal se sobrepôs a qualquer repercussão ao comunicado do Copom que, em linhas gerais, ficou dentro do esperado. No meio da tarde, o mercado digeria a informação de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teria sido sondado por emissários do governo eleito para mais um mandato, com reação pontual e discreta, de redução da alta nos vencimentos longos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,83% (regular e estendida), de 13,84% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 13,03% para 13,08% (regular) e 13,06% (estendida). A do DI para janeiro de 2027 encerrou em 12,78% (regular) e 12,80%(estendida), de 12,71%.

A pressão sobre as taxas se impôs logo pela manhã. A PEC passou ontem no plenário do Senado por margem confortável de 64 votos, 15 além dos 49 necessários, sem alterações em relação ao que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O impacto, a princípio, é de R$ 168 bilhões por dois anos, sendo que o teto de gastos foi esticado em R$ 145 bilhões para acomodar alta de despesas com o Bolsa Família. Ao longo da tarde de ontem, havia expectativa de um valor menor - um grupo de senadores defendia baixar os R$ 145 bilhões para R$ 100 bilhões e o prazo para um ano.

"É ressaca pós PEC. Tinha gente ainda acreditando em alguma diluição e o que temos são desconfianças sobre os 'penduricalhos' e gastos eventualmente acima dos R$ 168 bilhões", explica o economista-chefe da Terra Investimentos, João Mauricio Rosal. Ele se refere aos cálculos do economista Marcos Mendes apontando uma série de possíveis gastos não esclarecidos no texto que levariam o impacto total a mais de R$ 200 bilhões.

O texto agora segue para a Câmara e tem de ser aprovado até quarta-feira, dia 15, quando também o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento da constitucionalidade do orçamento secreto. Analistas políticos da Warren Renascença têm como cenário base a manutenção pela Câmara do texto que foi aprovado pelo Senado. "Lira (Arthur Lira, presidente da Câmara) participou de várias conversas, inclusive na véspera da votação na CCJ do Senado. Ou seja, ele está na mesa de negociação", disseram os profissionais, não descartando até mesmo que surjam novos penduricalhos. "Mas a tendência é de o valor e o prazo permanecerem."

Conforme apurou o Broadcast Político, porém, Lira passou a dizer a líderes partidários da Casa que o texto aprovado pelo Senado não foi acordado com deputados. No entanto, existe uma avaliação de que, na verdade, a intenção é mostrar de forma velada a insatisfação sobre o julgamento do STF, dado o risco de que a corte possa acabar com o Orçamento secreto.

O gestor de multimercado da Neo, Mario Schalch, viu o movimento das taxas hoje como "de volatilidade normal de mercado", afirmando que os investidores já vinham se posicionando ao longo de novembro tanto ao "waiver" da PEC quanto à possibilidade de um nome do PT para o comando do Ministério da Fazenda - o do ex-ministro Fernando Haddad é dado como certo. "As taxas acima de um ano vinham subindo bem e ontem haviam caído com a aprovação da PEC na CCJ", disse.

Sobre o Copom, a decisão de manter a Selic em 13,75% estava amplamente precificada, restando para os contratos de curtíssimo prazo um ajuste marginal de queda por causa das apostas residuais em alta de 0,25 ponto porcentual. O comunicado trouxe o alerta sobre a questão fiscal, como defendia o mercado, ainda que para alguns o tratamento poderia ter sido mais firme. O BC afirma que a conjuntura de incertezas fiscais requer "serenidade na avaliação dos riscos" e que estará especialmente atento aos efeitos da política fiscal nos preços de ativos e expectativas de inflação.

A precificação de Selic na curva nos próximos meses não se alterou, mostrando em torno de 15 pontos-base de alta em cada uma das reuniões do primeiro trimestre - ou seja, mantém a chance de alta de 0,25 ponto sobre a mesa -, e cortes a partir de agosto.

O CIO da Legacy Capital, Felipe Guerra, afirmou, em evento nesta tarde, que a gestora ainda não tem conforto em fazer alocações em juros reais porque não sabe como será o comportamento das taxas, nem os próximos movimentos do Banco Central. "(No governo Lula) Você mantinha o juro real bem elevado para compensar esse recurso na economia. Se você comprar a NTN-B a 6,5% e o juro realizar a 12%, você está perdendo dinheiro."

À tarde, as taxas chegaram a esboçar uma reação positiva à possibilidade de um novo mandato para Campos Neto. Conforme informação da Folha de S. Paulo, ele teria sido sondado pelo governo eleito para seguir à frente da instituição. Para o ex-presidente do BC Gustavo Franco, "é uma ótima notícia". A má notícia, continuou, é ter de enfrentar "o pesadelo de todo o Banco Central: a inconsistência fiscal".

Diante da abertura da curva, o Tesouro preferiu reduzir os lotes de prefixados no leilão desta quinta-feira e foi bem-sucedido, colocando integralmente as ofertas de 1,5 milhão de LTN e de 300 mil NTN-F, com risco (DV01) 47% menor ante o último leilão, segundo a Necton Investimentos. Schalch, da NEO, lembra que o Tesouro tem um colchão de liquidez confortável. "Não precisa emitir nesses níveis de prêmio de risco", disse. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

O dólar teve uma sessão volátil e de liquidez estreita, que se refletiu na cotação final da moeda, que terminou o dia em leve alta, bem perto dos ajustes da véspera. Alguma pressão da queda das commodities foi observada à tarde, embora o noticiário local, com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição ainda sendo assimilado, prevalecendo.

A moeda americana à vista subiu 0,20%, aos R$ 5,2161. Entre a máxima (R$ 5,2531) e a mínima (R$ 5,1914) foram pouco mais de seis centavos de diferença. No segmento futuro, às 18h21, o dólar para janeiro subia a R$ 5,2705 (+0,74%). Termômetro da liquidez, o futuro movimentava cerca de R$ 11 bilhões, só maior na semana que a segunda-feira de jogo do Brasil na Copa do Catar. Nesse ambiente, a venda integral de US$ 3 bilhões em leilão de linha de dólares com compromisso de recompra pelo Banco Central ajudou a dar liquidez aos negócios.

Pela manhã, o dólar operou em queda e chegou a ceder abaixo dos R$ 5,20 com a desmontagem de algumas posições defensivas e relatos de ingresso de fluxo comercial. Mas das 14h30 adiante a moeda se firmou no território positivo, ainda que de maneira discreta.

O pano de fundo do dia seguiu sendo o desenlace da situação fiscal do País em 2023. A PEC da Transição foi aprovada ontem à noite pelo Senado e, contrariando algumas apostas, não houve uma desidratação adicional do texto. A proposta tem impacto fiscal de R$ 168 bilhões, sendo R$ 145 bilhões de expansão do teto de gastos para acomodar mais recursos para programas sociais e R$ 23 bilhões extrateto para investimentos.

A PEC foi direcionada para a Câmara, onde deve ser apreciada na semana que vem. Na Casa, contudo, pode não ter vida tão fácil, já que depende do desfecho do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o orçamento secreto. Nesta pressão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse a aliados que o texto da PEC aprovado no Senado não foi acordado com os deputados, como apurou o Broadcast Político.

E nesse cenário de incerteza, agentes do mercado viram espaço para valorização do dólar hoje. "[A subida do dólar hoje] É muito reflexo da aprovação da PEC que vai aumentar consideravelmente o teto de gastos, aumentar o Bolsa Família. E a tendência é de o dólar ir aumentando no curto, médio prazo a partir do momento que você não tem um governo austero com os gastos. São efeitos de um governo que muito provavelmente vai querer gastar bem mais", avaliou o CEO da Trace Finance, Bernardo Brites.

Para o curtíssimo prazo, Brites acredita que o dólar deve andar mais "de lado", esperando as definições do novo governo.

Amanhã cedo o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende anunciar os primeiros ministros de seu governo. Devem ser anunciados os nomes para a Fazenda, Casa Civil e Defesa. O Broadcast Político apurou que as pastas devem ser comandadas, respectivamente, por Fernando Haddad, Rui Costa, e José Múcio.

Em relatório publicado hoje, a Pantheon Macroeconomics considera que as elevadas incertezas políticas sugerem que o real continua sendo uma das moedas emergentes mais vulneráveis. "Olhando para o futuro, ainda esperamos que o real se recupere marginalmente nos próximos meses, graças a um carregamento ainda elevado, uma economia mais forte do que o esperado, condições externas favoráveis para as principais exportações do Brasil e nossas expectativas de uma abordagem fiscal relativamente prudente de Lula", escreveu o economista-chefe de América Latina da consultoria, Andres Abadia.

A Pantheon estima taxa de câmbio em R$ 5,20 no horizonte de um mês, R$ 5,00 no de três meses, R$ 5,15 em seis meses e R$ 5,30 em doze meses. (Mateus Fagundes - [email protected])

18:25

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.21610 0.1979 5.25310 5.19140

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5267.500 0.67852 5276.500 5216.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5257.742      

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York subiram hoje, recuperando parte das perdas após cinco sessões consecutivas de quedas. No radar, segue a postura do Federal Reserve (Fed), que tem seus dirigentes ainda em período de silêncio em virtude da decisão de juros da autoridade na próxima semana. No câmbio, o dólar recuou ante a libra e o euro, com os respectivos bancos centrais também tendo suas últimas reuniões do ano marcadas para a semana que vem. Já as perspectivas para a economia global pesaram nos preços do petróleo, que fechou em baixa. Mais cedo, a commodity ganhou força depois que o oleoduto americano Keystone foi fechado após um vazamento em Nebraska. Na renda fixa, os juros dos Treasuries avançaram, ainda com atenção aos movimentos de inversão na curva.

As ações americanas estão se recuperando enquanto os investidores aguardam uma rodada importante de dados de preços que podem inclinar a balança sobre quanto mais aperto o Fed fará na reunião de política monetária de fevereiro, avalia Edward Moya, analista da Oanda. Amanhã, são publicados nos EUA o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e o Índice de Confiança do Consumidor do Instituto Michigan. No entanto, "parece que a sequência de perdas para as ações terminará não por causa de catalisadores positivos, mas pela exaustão após cinco dias de quedas", avalia Moya. "Wall Street não aproveitará muito os ganhos de hoje, pois se concentra nos próximos dados de preços e na decisão do Fed da próxima semana", conclui o analista. Neste cenário, Dow Jones subiu 0,54%, aos 33.780,16 pontos, S&P 500 avançou 0,75%, aos 3.963,45 pontos e Nasdaq teve alta de 1,13%, aos 11.082,00 pontos. Já na Europa, a maioria das principais bolsas caiu, como o FTSE 100, que recuou 0,23% em Londres.

No câmbio, a Convera avalia que sustentar ganhos tem se mostrado um desafio para o dólar, especialmente porque os rendimentos mais baixos do Treasuries sinalizam uma convicção crescente de que o Fed terá que mudar para sua postura para cortes nas taxas de juros no final do ano que vem se sua política agressiva de aperto levar a maior economia do mundo à recessão. Ao final da tarde, o euro subia a US$ 1,0558 e a libra avançava a US$ 1,2239, enquanto o DXY caiu 0,31%, a 104,774 pontos. "Os dados de hoje e de amanhã vão esclarecer o mercado de trabalho e a inflação. O relativo mar de tranquilidade cambial de hoje provavelmente sofrerá um abalo nas reuniões de juros de finais do ano na próxima semana para Fed, Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), avalia a Convera. Já nos Treasuries, o dia foi de alguma recuperação para os rendimentos. Ao fim da tarde, a T-note de 2 anos subia a 4,320%, a de 10 anos avançava a 3,487% e o T-bond de 30 anos tinha alta a 3,439%.

No petróleo, a paralisação das atividades do Keystone, e o engarrafamento de petroleiros na Turquia chegaram a influenciar os negócios, mas não sustentaram altas nos preços, e a commodity acumulou sua quinta queda seguida. Com níveis do petróleo recuando ao patamar antes da guerra da Ucrânia, o presidente Joe Biden celebrou hoje a "ótima notícia" hoje de que o preço médio da gasolina nos EUA ficou abaixo do que um ano atrás. Já o economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, destacou que a desaceleração da economia global tende a levar a novas quedas dos preços do petróleo no mundo. "O declínio do petróleo e as conversas sobre a potencial resposta (ao teto de preços para o combustível na Europa) tem sido um movimento bem cíclico, temos visto uma demanda mais fraca". O WTI para janeiro de 2023 fechou em queda de 0,76% (US$ 0,55), a US$ US$ 71,46 o barril, enquanto o Brent para fevereiro fechou em queda de 1,32% (US$ 1,02), a US$ 76,15 o barril. (Matheus Andrade - [email protected])

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