A semana decisiva para a PEC da Transição começou com alívio nos mercados locais, em meio à percepção de que a proposta do governo eleito para o estouro do teto vai ser desidratada. Nas mesas, foram bem recebidas as sinalizações de mais cedo, por parte de negociadores da PEC, de que o valor que ficaria fora do teto para financiamento de gastos sociais seria algo em torno de R$ 150 bilhões, e não os R$ 198 bilhões apresentados. A marca de R$ 150 bilhões é mais palatável porque, segundo cálculos do próprio Ministério da Economia, não representaria expansão fiscal em 2023. A PEC acabou sendo protocolada nos termos inicialmente propostos pelo governo eleito já no encerramento da sessão pelo relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), que admitiu que o texto não tem consenso ainda, o que aumenta a expectativa pelo esforço do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na articulação da proposta. O petista chegou ontem a Brasília e passa a semana na Capital Federal acertando os pontos da transição. Há também esperança de que Lula indique o ministro da Fazenda nos próximos dias, com o nome de Fernando Haddad ainda na liderança das apostas. Neste ambiente, os juros futuros cederam forte e o dólar à vista fechou o dia aos R$ 5,3661, recuo de 0,82%. Contudo, a liquidez fraca na etapa da tarde por causa do jogo do Brasil na Copa do Catar e o exterior azedo limitaram os movimentos. Lá fora, os protestos na China contra a dura política anticovid seguiram pesando, mas o sentimento piorou adicionalmente com falas hawkish de dirigentes do Federal Reserve. O presidente da distrital de Saint Louis, James Bullard, disse ver juro em nível elevado em 2023 e 2024. Já o chefe do Fed Nova York, John Williams, afirmou que a desinflação de commodities sozinha não levará os índices de preços à meta do BC americano. Assim, as bolsas de Nova York caíram mais de 1%, impedindo o Ibovespa de surfar no alívio dos demais ativos locais. O índice brasileiro cedeu aos 108.782,15 pontos, recuo de 0,18%.
•JUROS
•CÂMBIO
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•BOLSA
JUROS
Os juros futuros começaram a semana aparando parte do forte avanço da sessão anterior, com taxas em queda mas num ambiente de liquidez limitada. O ajuste foi determinado pela melhora na perspectiva fiscal para a PEC da Transição e um cenário de maior cautela no exterior, com a Covid ameaçando novamente a economia da China. As taxas chegaram a recuar mais de 30 pontos-base na ponta longa no fim da manhã, mas desaceleraram o ritmo na segunda etapa, acompanhando a piora no mercado de Treasuries.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 14,290% (regular) e 14,28% (estendida), de 14,483% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a regular em 13,69% e a estendida em 13,67%, de 13,90% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 13,40% (regular) e 13,36% (estendida), de 13,60%.
A liquidez, como esperado em dias de jogos da seleção brasileira, foi mais fraca, pois parte dos players encerrou o expediente mais cedo para acompanhar a partida contra a Suíça no Mundial do Catar. O vencimento mais líquido, janeiro de 2024, girou 450,6 mil contratos, ante média de 698,5 mil nos últimos 30 dias.
O alívio de prêmios pela manhã já pautava o mercado, na esperança de que a ida do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a Brasília possa destravar as negociações em torno da PEC. Lula e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, cotado para assumir a Fazenda, chegaram ontem à capital para uma série de reuniões. O tamanho do "waiver" para acomodar as despesas do Bolsa Família e por quanto tempo será válido seguiram em discussão. O custo está sendo calculado em até R$ 198 bilhões, mas se espera que caia para R$ 150 bilhões, valor considerado pelos negociadores “neutro” do ponto vista fiscal, ou seja, que mantém as despesas em 2023 em patamar próximo ao que Jair Bolsonaro deve deixar ao final deste ano.
A PEC foi protocolada no começo da noite, após o fechamento do mercado. De acordo com o relator Marcelo Castro (MDB-PI), o texto excepcionaliza o Bolsa Família do teto de gastos por quatro anos e permite retirar até R$ 23 bilhões em investimentos. O PT defendia que a PEC fosse enviada sem alterações, sob o argumento de que o texto não pode ser desidratado "já na largada", deixando espaço para eventuais recuos nas instâncias seguintes.
O operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio, afirma que o mercado vem amadurecendo a ideia de que o Congresso deve colocar um freio em eventuais exageros da PEC e o tempo exíguo para a tramitação joga a favor neste sentido. "Me parece que não vai ser terra arrasada, liberdade fiscal sem limites", disse, acrescentando que a esperada entrada de Lula nas negociações traz também um viés positivo. "Ele tem noção de quem pode ou não ser ouvido e experiência em articulação."
Além de aguardar a PEC, há ainda o compasso de espera pelo anúncio de quem vai comandar o Ministério da Fazenda. Mesmo a contragosto do mercado, o nome mais forte segue sendo o de Fernando Haddad que tem acompanhado Lula aonde ele for. À CNN Brasil, o secretário da Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, cogitado para comandar o Tesouro na gestão Lula, avaliou que a possível indicação de Haddad para ocupar o cargo, "pode ser, sim, algo positivo", pois é um nome que "carrega muita experiência". Segundo o deputado e líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes, a equipe econômica do novo governo deve ser anunciada "nos próximos dias" e que isso será importante para se ter uma política fiscal consolidada.
Ainda segundo André Alírio, também houve influência do exterior na curva, especialmente o risco de hard landing da economia da China em função da política da Covid zero no país que também pode ter desdobramentos políticos. A rigidez das medidas gera protestos por parte da população, que pede a renúncia do presidente Xi Jinping.
Analistas do Danske Bank avaliam que, com a chegada do inverno, se a China afrouxar ainda mais a política para atender às demandas, surtos ainda maiores podem ocorrer e até risco de descontrole do vírus. "Já se o país voltar a adotar restrições mais rígidas para interromper os surtos, os protestos provavelmente aumentariam", argumenta o banco.
Depois das taxas cederem às mínimas no fim da manhã, em mais de 30 pontos no caso das longas, o recuo "estacionou" em aproximadamente 25 pontos durante o jogo do Brasil, mas na retomada, após o fim da partida, arrefeceu ainda mais. A trajetória acompanhou a maior cautela Treasuries, cujas taxas zeraram a queda e passaram a exibir viés de alta, após comentários considerados "hawkish" de dirigentes do Federal Reserve. (Denise Abarca - [email protected])
CÂMBIO
O dólar abriu a semana em baixa no mercado doméstico de câmbio, devolvendo parte da valorização de 1,89% na sexta-feira, 25, em meio ao desconforto com declarações do ex-prefeito Fernando Haddad, nome mais cotado para ocupar o ministério da Fazenda. Operadores afirmam que, embora o ambiente ainda seja de cautela, a perspectiva de desidratação da PEC da Transição e da indicação integrantes da equipe econômica, com a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília, abriu espaço para ajustes e movimento de realização de lucros.
Tirando uma alta pontual e bem limitada na abertura dos negócios, o dólar operou ao longo de todo o dia em terreno negativo. Com mínima a R$ 5,3493 (-1,13%), a moeda encerrou o pregão cotada a R$ 5,3661, em baixa de 0,82%, o que reduz a valorização acumulada em novembro a 3,88%. O apetite por negócios foi fraco, com o contrato de dólar futuro para dezembro movimentando menos de US$ 10 bilhões, em sessão marcada pelo jogo segundo jogo do Brasil na Copa do Catar.
"O dia foi de pouca liquidez, com o mercado devolvendo parte da puxada do dólar sexta-feira, quando teve a fala de Haddad e a notícia de que o Persio Arida estava fora do jogo", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, em referência ao fato de Arida ter afirmado que não pretende ocupar cargo no governo de Lula. "Os ativos brasileiros estão sem tendência definida, porque existe muita incerteza."
Ao longo do dia, o mercado trabalhou com possibilidade de desidratação do valor de R$ 198 bilhões que constava na minuta entregue pela equipe de transição. Circulariam nos bastidores duas propostas alternativas. Uma com o aumento do teto de gastos em R$ 150 bilhões e outra em R$ 175 bilhões. Essas duas minutas usam o modelo de PEC apresentada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que, em vez de retirar os gastos do teto, aumentam o seu limite de forma permanente.
"Continuo acreditando que há boa vontade do mercado em dar o benefício da dúvida de curto prazo, caso haja um sinalizações clara e um plano concreto de ajuste fiscal para o País no longo prazo", afirma, em relatório, o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa. "Por ora, não parece haver nenhum sinal nesta direção, o que deverá manter o viés dos ativos locais mais negativos e com bastante volatilidade".
Após às 18h, o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciou que protocolou a PEC de acordo com o texto apresentado pela equipe de transição, com retirada do Bolsa Família e de até R$ 23 bilhões em investimentos do teto de gastos. O valor total de despesas extrateto é de R$ 198 bilhões e o prazo, de quatro anos. Castro disse que o ideal é que tudo seja aprovado antes do dia 16 de dezembro. "Ideia inicial era formar texto de consenso, mas negociação demorou muito", afirmou Castro. "Combinamos com líderes que daríamos entrada e vamos então buscando texto comum".
No exterior, após uma baixa pontual no início do dia, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma sexta de seis divisas fortes - operou ao longo da tarde em alta firme, ultrapassando a barreira dos 106,700 na máxima da sessão, na esteira de declarações duras de dirigentes do Federa Reserve.
Principal falcão do BC americano, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que prefere chegar rápido à taxa terminal e que será necessário manter os juros em nível elevado em 2023 e 2024. Presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, falou duro contra a inflação e disse esperar alta modesta do PIB neste e no próximo ano em razão do aperto monetário.
A moeda americana também subiu em relação à maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities, embora tenha perdido fôlego frente a pares latino-americanos do real, como peso mexicano e o chileno. Entre commodities metálicas, o minério de ferro subiu, mas o cobre fechou em baixa. Investidores monitoram a tensão política na China, com aumento de protestos contra a política de 'Covid Zero' e sinais de enfraquecimento da atividade.
Segundo o economista Rodrigo Simões, da FAC-SP, a perspectiva é a de que o dólar apresente forte volatilidade nos próximos dias, tanto em razão das negociações para formação do governo de transição quanto pela safra pesada de indicadores da economia americana ao longo da semana, que culmina com a divulgação, na sexta-feira, 2, do relatório de emprego (payroll) nos EUA em novembro. "Lula em Brasília pode destravar a PEC da Transição e talvez saiam nomes de ministros. No exterior, temos os dados do mercado de trabalho americano e essa preocupação com aumento de casos de covid e protestos na China", afirma Simões. (Antonio Perez - [email protected])
18:31
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.36610 -0.8206 5.43060 5.34930
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5367.500 -0.83141 5434.000 5351.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5410.000 -0.66104 5462.500 5395.000
MERCADOS INTERNACIONAIS
Dirigentes do Federal Reserve (Fed) voltaram a mostrar comprometimento no combate à inflação nos Estados Unidos nesta tarde, o que incluiu o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, que indicou que os juros podem seguir altos até 2024 para manter uma política restritiva. Além disso, as perspectivas para a China, onde protestos por conta da postura covid zero do governo levaram cautela sobre a atividade no país, seguiram pesando em ativos de risco durante a sessão. Assim, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, enquanto o dólar operou com ganhos. Já os rendimentos dos Treasuries recuaram. No entanto, no caso do petróleo, novos rumores de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) poderá realizar cortes na produção impulsionaram a commodity, que terminou o dia em alta após operar em baixa durante grande parte do pregão.
Bullard afirmou hoje que a autoridade deverá manter os juros em um nível elevado em 2023 e 2024, e que acredita que chegar na taxa terminal de juros o mais rápido possível é o melhor para combater a inflação. Na visão do dirigente, o mercado de trabalho dos EUA permanece extremamente forte, uma vez que a taxa de desemprego de 3,7% é historicamente baixa, o que dá espaço para a ação do Fed. A declaração vem em uma semana com uma série de publicações sobre o emprego americano, que terminará com o payroll de novembro, divulgado na sexta-feira. Já a presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que o Fed poderia ter começado a aumentar as taxas de juros antes do período em que de fato aconteceu. "Parte disso foi porque queríamos ter certeza de que não estávamos surpreendendo o mercado, mas estávamos explicando por que estávamos fazendo o que estávamos fazendo", disse.
A BMO Markets lembra que, na linguagem da declaração do Fed de novembro, o Comitê foi ao ponto de enfatizar explicitamente que "levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e as condições econômicas e financeiras desenvolvimentos". "Essa cautela é o principal impulsionador da redução para uma alta de 50 pontos base (pb) em vez de 75 pb em 14 de dezembro", aponta. "O mercado de trabalho ainda é forte o suficiente para suportar o que em qualquer outro ciclo seria considerado um grande passo de aperto. Afinal, a taxa de desemprego está em 3,7%, o payroll deve apontar perto de 200 mil novas vagas e os ganhos médios por hora estão subindo bem acima de 4% em uma base anual", aponta.
Neste cenário, e ainda pressionadas pela situação na China, o Dow Jones recuou 1,45%, aos 33.849,66 pontos, o S&P 500 caiu 1,54%, aos 3.964,02 pontos e o Nasdaq teve queda de 1,58%, aos 11.049,50 pontos. Na renda fixa, no fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos caia a 4,438%, o da de 10 anos recuava a 3,691% e o T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,735%.
"A aversão ao risco se traduziu em suporte para apostas mais seguras como o dólar. O declínio da libra em relação ao dólar mais fraco também refletiu as preocupações contínuas com a saúde e as perspectivas da economia britânica, que já entrou em uma recessão que pode se estender até 2024, de acordo com as principais autoridades do Reino Unido", aponta a Convera. Ao fim da tarde, a libra tinha desvalorização relevante, a US$ US$ 1,1946. O euro recuava a US$ US$ 1,0336, enquanto o DXY teve alta de 0,68%, a 106,681 pontos.
No petróleo, a Bloomberg noticiou durante a tarde que a Opep+ planeja realizar novos cortes na produção durante a reunião do grupo na próxima semana. Nos últimos dias, o tema vem trazendo volatilidade ao mercado da commodity. O WTI para janeiro fechou em alta de 1,26% (US$ 0,96), a US$ 77,24 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para fevereiro avançou 0,21% (US$ 0,18), a US$ 83,89 na Intercontinental Exchange (ICE). (Matheus Andrade - [email protected])
BOLSA
A acentuação de perdas em Nova York no meio da tarde, em queda até 1,58% (S&P 500) no fechamento da sessão, limitou a alta do Ibovespa e, ao fim, colocou o índice em leve baixa de 0,18%, aos 108.782,15 pontos, após recuo de 2,55% na sexta-feira. Hoje, a referência da B3 oscilou entre mínima de 108.377,75 e máxima de 109.476,06 pontos, saindo de abertura aos 108.976,70. O giro financeiro ficou limitado a R$ 22,2 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa cede 6,25%, com ganho no ano a 3,78%.
No exterior, a aversão a risco prevaleceu nesta segunda-feira desde a sessão na Ásia, estendendo-se aos horários de negócios na Europa e nos Estados Unidos. “Os protestos contra os lockdowns e a política de Covid-zero na China se agravaram no fim de semana, os piores dos últimos anos, talvez mesmo da última década. Com relação ao número de casos da doença no país, a situação ainda não foi controlada, até piorou. Traz preocupação, especialmente aos preços de commodities: o petróleo segue caindo, chegando a perder quase 3% pela manhã, perto das mínimas do ano”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Ainda assim, os contratos futuros de petróleo encerraram o dia em alta, após terem operado na maior parte do pregão no vermelho, reagindo a renovadas especulações a respeito de um possível novo corte de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que se reúne na próxima semana. O barril do petróleo WTI para janeiro fechou em alta de 1,26% (US$ 0,96), a US$ 77,24 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para fevereiro avançou 0,21% (US$ 0,18), a US$ 83,89 na Intercontinental Exchange (ICE).
Em dia também positivo para o minério de ferro, em alta de 2,37% em Dalian (China), o desempenho das principais ações de commodities na B3 - Petrobras (ON +2,47%, PN +2,10%), embalada pelos fartos dividendos, e Vale (ON +0,49%) - contribuiu para limitar a retração do Ibovespa na sessão, negativa para a maioria dos grandes bancos, com destaque para Itaú (PN -1,81%) e exceção para BB (ON +1,81%). Petrobras ON teve a segunda melhor performance entre os componentes do Ibovespa na sessão, atrás apenas de Rumo (+3,65%) e à frente de CCR (+2,29%) e de Petrobras PN. No lado oposto, Americanas (-9,68%), Via (-6,70%), Marfrig (-5,93%) e CVC (-5,77%)
No exterior, os investidores sustentaram desde cedo grau maior de cautela, em início de semana carregada na agenda de indicadores econômicos, observa em nota a Guide Investimentos, com potencial para eventual recalibragem de apostas quanto à última decisão de política monetária do Federal Reserve, em dezembro. “Além do CPI da zona do euro (na quarta-feira) e os PMIs oficiais de novembro na China (terça), receberemos o Livro Bege (também na quarta), a inflação (PCE) de outubro (quinta-feira) - o índice de preços preferido do Fed - e o relatório oficial de empregos em novembro nos Estados Unidos, na sexta-feira”, aponta a Guide.
Hoje, declarações de autoridades do Fed voltaram a causar inquietações, o que contribuiu para deteriorar o sentimento dos investidores no meio da tarde, em Nova York. Conhecido pelo viés “hawkish”, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou hoje que o BC americano precisará manter os juros em nível elevado em 2023 e 2024, e que chegar à taxa terminal de juros o mais rápido possível é o melhor, no momento. Segundo Bullard, ainda há algum caminho no aperto monetário para colocar a política monetária em nível restritivo.
Por outro lado, o presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, também com direito a voto no comitê de política monetária (Fomc), defendeu cautela para reduzir os altos índices de inflação. "Não podemos arriscar períodos sustentados de deflação. O ideal é que ela fique em torno de 2% ao ano", explicou, durante participação em evento no Clube Econômico de Nova York.
Em entrevista ao Financial Times, a presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, com direito a voto em 2022, lamentou que o banco não tenha feito o máximo possível este ano, reafirmando que talvez seja necessário apertar ainda mais a economia. Mester apontou que o Fed poderia ter começado a aumentar as taxas de juros antes do período em que de fato aconteceu. “Parte disso foi porque queríamos ter certeza de que não estávamos surpreendendo o mercado, mas estávamos explicando por que estávamos fazendo o que estávamos fazendo”, disse. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
18:22
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 108782.15 -0.17852
Máxima 109476.06 +0.46
Mínima 108377.75 -0.55
Volume (R$ Bilhões) 2.21B
Volume (US$ Bilhões) 4.12B
18:31
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 109415 -0.00457
Máxima 110080 +0.60
Mínima 107920 -1.37