BOLSA DEVOLVE GANHO, DIS SOBEM E REAL CAI ANTE FRUSTRAÇÃO COM ‘ESTREIA’ DE HADDAD

Blog, Cenário

O mercado esperava mais das declarações na Febraban do ex-ministro Fernando Haddad e, com isso, os ativos domésticos tiveram nova rodada de depreciação. A Bolsa quase zerou os ganhos da véspera, os juros futuros voltaram a subir e o real cedeu mais uma vez. Cotado para assumir o Ministério da Fazenda a partir de janeiro e escalado por Luiz Inácio Lula da Silva para representar o governo eleito, Haddad falou muito sobre a reforma tributária e pouco sobre como resolver o nó orçamentário. Os recados dele foram parcialmente bem recebidos pelos banqueiros, mas mal digeridos pelos investidores, que esperavam uma postura mais assertiva sobre o fiscal e menos protocolar do provável novo chefe da equipe econômica. Assim, o Ibovespa terminou o dia aos 108.976,70 pontos, recuo de 2,55%, um dia depois de subir 2,75%. No cômputo semanal, houve leve alta de 0,10%. Nos DIs foi mais um dia de acúmulo de prêmios. As taxas subiram entre 15 e 25 pontos nos principais contratos. E o dólar à vista subiu aos R$ 5,4105, valorização diária de 1,89% e semanal de 0,66%. Lá fora, a sessão foi de liquidez baixa. As bolsas de Nova York fecharam três horas mais cedo por causa do feriado de Ação de Graças e terminaram o dia sem direção única: Dow Jones subiu 0,45%, S&P 500 caiu 0,03% e Nasdaq recuou 0,52%. Na semana, houve ganhos de 1,78%, 1,53% e 0,72%, respectivamente. Já houve a expectativa por lá com a agenda da próxima semana, que inclui o relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) e falas de dirigentes do Federal Reserve. Entre as commodities, o dia - e a semana - foi de atenção às condições econômicas da China e as chances de uma nova onda forte de covid-19 no país.

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•JUROS

•CÂMBIO

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BOLSA

O Ibovespa quase devolveu a alta de 2,75% de ontem ao fechar esta sexta-feira em queda de 2,55%, aos 108.976,70 pontos, colocando a recuperação ensaiada na semana a apenas 0,10%, após perdas de 3,01% e de 5,00%, respectivamente, nos dois períodos anteriores. Em sessão com fechamento antecipado das bolsas de Nova York como é de costume na Black Friday, o Ibovespa continuou a mostrar volume enfraquecido, como ontem, quando os mercados de lá ficaram fechados no feriado de Ação de Graças.

Hoje, assim como na sessão anterior, a referência da B3 voltou a tocar máxima do dia na casa dos 112 mil pontos (112.025,47 pontos), oscilando para os 108.551,96 na mínima, uma variação de quase 3,5 mil pontos entre os polos da sessão, em que saiu de abertura aos 111.831,16 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 20,2 bilhões nesta sexta-feira, pouco acima dos R$ 18,0 bilhões da sessão de ontem. No mês, o Ibovespa perde 6,08%, limitando os ganhos do ano a 3,96%.

Vale (ON -0,68%) e siderurgia (Gerdau PN -0,94%) devolveram alta que contribuía para moderar perda do Ibovespa na sessão, mais cedo. Ao se firmarem no negativo, tiraram sustentação do índice, pressionado pelo desempenho de Petrobras (ON -2,24%, PN -1,61%) e dos grandes bancos (Itaú PN -3,53%, Unit do Santander -2,77%, BB ON -2,31%, Bradesco PN -1,85%). Após uma quinta-feira em que todas as ações do Ibovespa fecharam em alta, hoje apenas CSN (ON +0,81%) conseguiu escapulir da correção. Na ponta perdedora, destaque nesta sexta-feira para Qualicorp (-8,39%), CVC (-6,85%), Via (-6,28%), Renner (-6,26%), Natura (-5,99%) e Sul América (-5,82%).

Até o começo da tarde, o Ibovespa mostrava baixa de cerca de 1% em sessão de variações modestas, sem sinal único, em Nova York. A piora do índice da B3 se impôs após a conclusão da participação de Fernando Haddad - nome que tem ganhado força nas bolsas de apostas para o comando da Economia a partir de 2023 - em almoço anual promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que havia convidado o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em recuperação de uma cirurgia na garganta, Lula designou Haddad para representá-lo no evento, a que esteve presente também o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

“Na falta de fatos novos (para direcionar os negócios), e com volume ainda muito fraco, o mercado se agarrou ao que Haddad disse - e também ao que ele não disse - na Febraban. Falou em reconfigurar o orçamento, em momento em que ainda não se tem definição sobre regra fiscal e em que a PEC da Transição segue como uma questão em aberto”, diz Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, referindo-se aos sinais de que o próximo governo pretende ampliar despesas públicas.

Por sua vez, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) protocolou PEC que amplia em apenas R$ 80 bilhões o limite de gastos para 2023. Considerada uma alternativa à proposta que vem sendo discutida pelo governo eleito, a “PEC da Sustentabilidade Social” já recebeu 20 assinaturas, segundo apurou o Broadcast. A proposta precisa de 27 signatários para começar a tramitar.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou hoje que o governo eleito irá insistir na política para aprovar a PEC da Transição, descartando um plano B. "Queremos insistir no caminho da política”, disse Gleisi em conversa com jornalistas após reunião com o presidente eleito sobre a PEC. Ela afirmou também que Lula ficará a próxima semana em Brasília para encaminhar o texto. Segundo Gleisi, o presidente eleito irá conversar com bancadas, partidos políticos e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Ontem, à espera do jogo do Brasil na Copa, a Bolsa havia surfado no relato de que Haddad teria interesse em que Pérsio Arida, economista de credenciais fiscalistas, venha a ocupar um cargo de peso no futuro governo, seja a secretaria-executiva da Fazenda ou o ministério do Planejamento, que devem ser recriados com o desmembramento da atual pasta da Economia. “As declarações evasivas de Haddad permitem a leitura de que Lula talvez continue procurando outro economista, com perfil um pouco mais heterodoxo, mas que também não assuste o mercado”, diz Acilio Marinello, coordenador do MBA em Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios.

“Ontem, além da vitória do Brasil, a Bolsa subiu bem e houve queda de 15 a 20 pontos-base em toda a curva de juros, uma bela redução na estrutura a termo de taxas de juros, e o real também se apreciou. A possibilidade de enxugamento, de números menores na PEC da Transição, ajuda. Assim como a ideia, que estaria ganhando força, sobre dupla Haddad-Arida na Fazenda e no Planejamento. Embora não se saiba ao certo até que ponto isso possa realmente acontecer, o mercado gostou dessa ideia”, observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Hoje, Haddad referiu-se a Arida - que além de participar da formulação do Plano Real, presidiu o Banco Central em 1995, no início do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso - como um “grande economista brasileiro”, com quem mantém relação “ótima desde sempre”. “Conheço Pérsio como estudante de economia na USP, na época em que eu era mestrando”, disse. Haddad observou também que quanto mais liberdade houver para o presidente eleito escolher a composição do governo, “melhor”. “Não cabe a nós nos insinuarmos, nos colocarmos”, acrescentou.

O quadro das expectativas para o desempenho das ações na próxima semana ficou mais equilibrado no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 40,00% esperam ganho para o Ibovespa; 30%, perda e outros 30%, estabilidade. Na semana passada, para 50,00% dos que responderam o índice fecharia a atual semana em baixa e para 40,00%, em alta. Apenas 10,00% contavam com variação neutra. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108976.70 -2.55247

Máxima 112025.47 +0.17

Mínima 108551.96 -2.93

Volume (R$ Bilhões) 2.01B

Volume (US$ Bilhões) 3.76B

18:27

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109500 -3.08877

Máxima 113030 +0.04

Mínima 109105 -3.44

JUROS

Os juros futuros encerraram a sexta-feira em alta. O alívio de prêmios visto ontem na curva não resistiu ao discurso do ex-ministro Fernando Haddad, apontado como favorito para assumir o ministério da Fazenda na gestão Lula, em almoço na Febraban. As declarações acabaram frustrando o mercado, que esperava uma postura mais contundente em relação à questão fiscal, e também porque não trouxeram novidades sobre a PEC da Transição. Na semana, todas as taxas avançaram, com intensidade maior no miolo da curva, trecho sensível tanto às apostas de Selic no médio prazo quanto à percepção da política fiscal.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a sessão regular em 14,48% e a estendida em 14,44%, de 14,312% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 13,64% ontem para 13,90% na etapa regular e 13,87% na estendida. O DI para janeiro de 2027 avançou a 13,60% na regular e a 13,57% na estendida, de 13,40% ontem. Na semana, abriram, respectivamente, 11 pontos-base, 16 pontos e 11 pontos e, assim como na sexta-feira da semana passada, seguem nas máximas desde 2016.

A manhã foi de certa volatilidade nas taxas, ora em alta ora em queda, sem firmar tendência, com o mercado à espera dos discursos da Febraban, no começo da tarde, sobretudo o de Haddad, cuja participação no almoço da entidade foi considerada como um "teste" para a cadeira de ministro ante uma plateia de banqueiros. Antes de Haddad, houve apresentação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sem novidades em relação ao que vinha afirmando durante participações em eventos na semana.

No início do discurso de Haddad, as taxas estavam em leve baixa, mas foram piorando gradativamente na medida em que o mercado não percebia um posicionamento mais firme em relação a demandas como controle de gastos nem a fontes de receitas para financiar os programas sociais. No geral, a fala foi considerada protocolar e superficial, frustrando a expectativa de uma linha mais ortodoxa, por sua vez, alimentada pela ideia de que, se confirmado ministro da Fazenda, Haddad faria dobradinha com Pérsio Arida, de perfil mais ortodoxo, como secretário-executivo ou ministro do Planejamento.

Haddad disse estar participando do almoço porque Lula, que se recupera de uma cirurgia, teria lhe pedido para representá-lo, e que não recebeu convite para comandar a Fazenda. Sobre Arida, disse que é “grande economista brasileiro” e que sua relação com ele “é ótima desde sempre”.

"Não teve nada de concreto. Fez alguns apontamentos sobre reforma tributária e foi protocolar sobre a PEC. O mercado parece não ter reagido exatamente a alguma fala, mas a expectativa era de que poderia já estar se posicionando como alguém que vai assumir um cargo como a Fazenda", disse a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

Do mesmo modo, banqueiros presentes ao almoço sentiram falta de direção mais concreta dos planos de ação do futuro governo, incluindo para a política fiscal. "Sem meta, sem planos, sem nomes. Nada de concreto", resumiu o presidente de um banco.

Sobre a PEC, Haddad disse que a equipe de transição do governo vai avaliar os impactos sobre a economia e o social para chegar a uma solução. "Vamos analisar as demandas da sociedade, analisar também o impacto disso do ponto de vista de juros futuros, de trajetória de dívida e de atendimento da população para chegar a um denominador comum", disse. O ex-ministro defendeu ainda uma reconfiguração do Orçamento de modo a dar mais consistência e transparência aos gastos e eficiência aos programas. Disse ainda que a gestão do Orçamento tem de ter a participação do Congresso.

Para a próxima semana, a grande expectativa é do desenho final da PEC a ser apresentada ao Congresso até terça-feira (29), com Lula já em Brasília para assumir a frente das negociações. Os parlamentares parecem pouco dispostos a sancionar os R$ 175 bilhões em gastos extrateto propostos pela equipe de transição, tampouco a validade da medida por quatro anos. Por isso, o adiamento da apresentação esperada para esta semana foi visto de modo positivo. "O tempo corre contra a equipe de transição, e o prazo cada vez mais apertado aumenta o poder de barganha do Congresso. Com isso, as apostas são de uma proposta bem mais 'desidratada' até o caminho da aprovação", disseram os profissionais da Levante Investimentos, em relatório. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

A novela em torno da PEC de Transição e a falta de declarações mais firmes em favor da responsabilidade fiscal por parte do ex-ministro Fernando Haddad, principal nome cotado para ocupar o ministério da Fazenda, azedaram o humor do mercado nesta sexta-feira, 25. Em alta desde a abertura dos negócios, alinhado ao fortalecimento da moeda americana no exterior, o dólar ultrapassou o teto de R$ 5,40 ao longo da tarde em meio à fala de Haddad em almoço da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no qual o petista compareceu como representante do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Com máxima a R$ 5,4245, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,89%, cotado a R$ 5,4105 - acima da linha de R$ 5,40 no fechamento pela primeira vez desde o último dia 17. Apesar de oscilações fortes nas últimas sessões, a divisa termina a semana com variação modesta (+0,66%). Em novembro, o dólar acumula ganhos de 4,73%. Houve melhora na liquidez na volta do feriado de Dia de Ação de Graças ontem nos EUA, com o contrato de dólar futuro para dezembro movimentando mais de US$ 10 bilhões.

"Existe um desconforto muito grande com o cenário fiscal e a pasta da Economia. Não há outra notícia que tenha impacto nos mercado a não ser as falas de Haddad, que já esta se portando como possível ministro", afirma o especialista em câmbio da SVN Investimentos Gustavo Guimarães, que classificou o discurso do petista como "moderado".

Em fala no almoço com banqueiros, Haddad disse que a prioridade de Lula na largada do mandato é a reforma tributária, criticou a "desorganização do orçamento público" no governo Jair Bolsonaro, mas não tocou na questão do teto dos gastos. O ex-ministro afirmou que "não é possível continuar crescendo 0,5% ao ano", ecoando, ainda que indiretamente, a fala de Lula de que é preciso haver metas de crescimento.

Em seguida, Haddad disse a jornalistas que não foi à Febraban discutir a PEC de Transição, mas que Lula "é de diálogo e nunca se opôs à responsabilidade social e fiscal". Seria "mais prudente", contudo, debater a nova âncora fiscal após o desenlace da PEC, segundo ele. "Vamos analisar as demandas da sociedade, analisar também o impacto disso do ponto de vista de juros futuros, de trajetória de dívida e de atendimento da população para chegar a um denominador comum", afirmou o petista. "O presidente Lula foi eleito há 25 dias; PEC não é coisa simples".

Haddad disse que não foi convidado para ser Ministro da Fazenda e que sua relação com o ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida, cotado para eventual dobradinha com o petista na equipe econômica, é "ótima desde sempre". Especula-se que Arida possa ocupar o ministério do Planejamento, que deve ser recriado, ou secretária executiva da Fazenda, com Haddad como ministro. "Não cabe a nós nos insinuarmos, nos colocarmos", disse o petista.

Repórteres do Broadcast apuraram que o discurso de Haddad não tocou no tema que o público mais queria ouvir: a trajetória das contas públicas do País. "Não foi um desastre, mas também não foi a fala que vai deixar todo mundo feliz", disse uma fonte, minutos após o fim do discurso. "Sem meta, sem planos, sem nomes. Nada de concreto", resumiu o presidente de um banco.

Para o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, o mercado está "caindo na real" de que Haddad deve ser realmente o próximo ministro da Fazenda, após ter representado Lula na Febraban. Ele considera que o real até tem se comportado bem recentemente na comparação com a Bolsa e, em especial, os juros futuros, que refletem mais o risco fiscal. "Bolsa e juros estão relativamente piores. Dólar deve ter mais espaço para subir se confirmado tudo [Haddad na Fazenda]", afirma.

Fontes disseram ao Broadcast que o senador Tasso Jereissati protocolou hoje no Senado PEC que amplia em R$ 80 bilhões o limite para gastos em 2023, vista como alternativa ao texto proposto pela equipe de transição de governo. Dado o impasse, voltou a circular a ideia de aprovação de crédito extraordinário para bancar as despesas com o Bolsa Família em 2023. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, descartou a possibilidade de um "Plano B" de PEC e disse que vai insistir no caminho da política.

"Isso [crédito extraordinário] seria o melhor cenário, mas ativos brasileiros não vão conseguir subir muito mesmo assim. Para reconstruir a credibilidade perdida vai levar mais tempo", diz Jolig, da Alphatree Capital. (Antonio Perez - [email protected])

18:27

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.41050 1.8927 5.42450 5.30610

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5415.000 1.88147 5429.500 5310.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5446.000 1.83516 5457.000 5446.000

Volta

MERCADOS INTERNACIONAIS

A semana encerrou com a Black Friday e pregão reduzido nos Estados Unidos, por conta do dia de Ação de Graças. Com menor liquidez, as bolsas de Nova York fecharam sem sinal único, com investidores atentos aos sinais do consumidores nesta sexta-feira de descontos, que devem dar indicações sobre a economia diante da inflação elevada e da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed). Na próxima semana, os principais dados de emprego nos EUA serão publicados, incluindo o payroll, na sexta-feira. As divulgações são aguardadas com grande expectativa, já que podem dar maiores indicações dos próximos passos do Fed. Neste cenário, o dólar e os juros dos Treasuries avançaram, recuperando parte das perdas que sofreram após a divulgação da ata do banco central americano, na quarta-feira. Já o petróleo fechou em baixa, pressionado pela situação da covid-19 na China e as negociações por um teto de preços para as exportações russas de hidrocarbonetos.

A Capital Economics nota que os dirigentes de bancos centrais geralmente continuaram a subir juros recentemente, mas alguns começaram a suavizar sua linguagem sobre a necessidade de mais aperto, levando os investidores a reduzir as expectativas para as taxa. "Mesmo assim, achamos que os investidores ainda estão superestimando o quão rígida será a política nos próximos um ou dois anos na maioria dos países", avalia. Por sua vez, a consultoria espera que o fraco apetite por risco influencie as ações nos próximos meses. "Achamos que as expectativas de ganhos corporativos dos analistas serão perdidas se algo menos do que um pouso suave se materializar. Portanto, mantemos nossa visão de que mais problemas estão reservados para as ações e partes do mercado de títulos corporativos nos próximos dois trimestres, antes que eles se recuperem no segundo semestre de 2023", conclui.

Hoje, o destaque foi para o varejo, com questionamentos sobre o desempenho na Black Friday. Entre as maiores, papéis da Amazon, Costco e Target caíram 0,76%, 0,16% e 0,01%, respectivamente. The Kroger (+2,50%) e Walmart (+0,44%), por sua vez, subiram. Entre os índices, Dow Jones subiu 0,45%, aos 34.347,03, S&P 500 caiu 0,03%, aos 4.026,12 pontos e Nasdaq recuou 0,52%, aos 11.226,36 pontos. Já na semana, o desempenho foi de altas de 1,78%, 1,53% e 0,72%, respectivamente. Na Europa, as principais bolsas ficaram perto da estabilidade, como o FTSE 100, em Londres, que avançou 0,27%.

Já na renda fixa, a Capital Economics avalia que "os rendimentos dos títulos terminarão 2023 mais baixos do que agora, à medida que as pressões inflacionárias diminuírem e com os bancos centrais girando sua postura". Já hoje, os juros tiveram alguma recuperação, e, ao final da tarde, o juro da T-note de 2 anos avançava a 4,483%, a T-note de 10 anos subia a 3,703% e o T-bond de 30 anos tinha alta a 3,760%.

No câmbio, a Convera aponta que o dólar se estabilizou depois de passar o feriado de Ação de Graças definhando perto das mínimas. "As moedas da Europa foram pouco alteradas, com as primeiras oscilando em torno dos máximos de vários meses", indica. Para o ING, o DXY segue com um forte suporte próximo a 105,00. O índice DXY subiu 0,13%, aos 105,959 pontos. Ao final da tarde, o dólar avançava a 139,10 ienes, o euro recuava a US$ 1,0402 e a libra tinha queda a US$ 1,2095.

Já o petróleo caiu, com o mercado de olho em possível problemas na demanda da China devido à covid-19 e em discussões sobre o teto aos hidrocarbonetos russos. Ontem, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a preparação de um nono pacote de sanções contra a Rússia e afirmou estar "confiante" na aprovação do teto de preços para o gás natural russo. O WTI para janeiro de 2023 fechou em queda de 2,13% (US$ 1,66), a US$ 76,28 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês fechou em queda de 2,69% (US$ 1,61), a US$ 83,63 o barril. Na semana, os recuos foram de 4,75% e 4,55% respectivamente. (Matheus Andrade - [email protected])

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