NOVAS PECS TRAZEM ALÍVIO A DI E DÓLAR, ENQUANTO BOLSA MELHORA COM ARÁBIA SAUDITA

Blog, Cenário

As apostas em novas Propostas de Emenda à Constituição que tratam do financiamento do Bolsa Família trouxeram alívio aos agentes nesta segunda-feira, que diminuíram os prêmios embutidos nos preços dos ativos domésticos nos últimos dias. Ao longo do fim de semana, foram gestadas duas novas PECs, uma de autoria do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), que propõe um extrateto aos programas sociais de R$ 70 bilhões, e outra do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que eleva em R$ 80 bilhões de forma permanente o limite do teto de gastos a partir de 2023. Mesmo que nenhum dos dois textos prospere, o mercado observa que o governo eleito e os congressistas que fazem a interlocução com o Parlamento estão dispostos a fazer um enxugamento substancial da PEC final e a antecipar o debate sobre o novo arcabouço fiscal. Nesse cenário, ficou em segundo plano o mal-estar com a demora em escalação da equipe ministerial, que, conforme a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não deve sair esta semana. A curva de juros futuros embutia no fim da sessão regular Selic a 13,94% no fim de 2023, de 14,18% na sexta-feira. Houve queda de 20 pontos-base nos segmentos mais longos. O dólar à vista caiu para R$ 5,3106, recuo de 1,19%. E a Bolsa subiu aos 109.748,18 pontos, avanço de 0,81%. O mercado acionário local foi ajudado ainda pelo desmentido oficial à tarde do rumor de que Arábia Saudita aumentaria a produção de petróleo, o que fez o Brent sair da mínima na casa dos US$ 82 para terminar o dia em US$ 87,45, ainda em leve queda de 0,20%. As ações da Petrobras tiveram um impulso, com o papel PN apagando as perdas de mais cedo e encerrando em 0,30%. Lá fora, o sinal negativo prevaleceu, de forma mais intensa no Nasdaq (-1,09%), ante dúvidas sobre os próximos passos da política monetária dos Estados Unidos. Perspectivas negativas da economia da China, que enfrenta nova onda de covid-19, pesaram também em setores cíclicos.

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

O mercado de juros começou a semana reduzindo o pessimismo com o cenário fiscal, o que aliviou prêmios e conduziu as taxas para baixo desde a abertura dos negócios, embora ainda falte muito para devolver a alta acumulada nas últimas três sessões. O principal vetor foi a PEC alternativa à da Transição apresentada pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), com valor menor de despesa a ser retirado da regra do teto de gastos para abrir caminho aos programas sociais do novo governo eleito. O mercado também recolheu um pouco das apostas mais agressivas para a Selic, mas continua precificando aumento para a taxa ao longo do primeiro semestre de 2023.

A curva voltou a perder inclinação, mas desta vez com os vértices longos caindo mais do que os curtos, e não em "bear flattening" como na semana passada, quando a curva toda abriu. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 14,26% (regular) e 14,25% (estendida), de 14,337% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 13,71% para 13,54% (regular) e 13,53% (estendida). O DI para janeiro de 2027 cedeu 21 pontos-base, de 13,46% para 13,25% (regular e estendida).

Após o mercado reagir mal tanto à PEC da Transição quanto às declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, de que "a bolsa cai e o dólar sobe não por causa das pessoas sérias mas sim dos especuladores", parece agora haver uma tentativa de aparar as arestas de parte a parte, em busca de um consenso. Como destacou o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, no podcast Diário Econômico, "para além da retórica e dos jogos de cena para a torcida", o governo parece estar disposto a "refazer a ponte com o mercado e com a racionalidade econômica". Ele lembra que já na sexta-feira o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes, foi até a "Faria Lima" conversar com uma dezena de fundos grandes, num aceno de algum enxugamento da PEC.

Em contraponto à proposta original que indica gastos de R$ 198 bilhões a serem contabilizados fora do teto e sem período determinado, Vieira propôs limitar a R$ 70 bilhões o valor extrateto por um prazo de quatro anos, apelidada de "PEC Alternativa". Porém, para o ex-ministro Nelson Barbosa, que integra a área de economia na equipe de transição, R$ 70 bilhões seriam insuficientes para que o governo consiga trabalhar no orçamento do próximo ano. Segundo ele, mesmo se o governo aumentar o gasto em R$ 136 bilhões em 2023, ainda não haveria expansão fiscal em proporção do Produto Interno Bruto (PIB).

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) também apresentou outra proposta, mas sugerindo aumento em R$ 80 bilhões de forma permanente do limite do teto partir de 2023, batizada por ele mesmo de "PEC da Sustentabilidade Social".

"O mercado melhorou com a PEC alternativa. Sabe-se que o tamanho do Estado vai aumentar, mas resta agora aguardar em que proporção", resumiu o head da Mesa de Juros da CM Capital, Jefferson Lima, lembrando que, porém, a reversão das posições mais defensivas montadas nos últimos dias depende, em boa medida, da definição do valor que ficará livre das amarras da regra. "O aumento em si é dado, mas, na dúvida, o mercado mantém apostas de alta da Selic", comentou.

Em cálculos fornecidos pelo Banco Mizuho, a curva aponta apostas entre 25 e 50 pontos nas próximas reuniões do Copom até maio, com início dos cortes somente no segundo semestre. No fim de 2023, projeta taxa básica de 13,94%, ante 14,18% na sexta-feira.

A pressão do cenário fiscal sobre as expectativas da inflação na semana passada se traduziu hoje na piora das medianas de IPCA e Selic no Boletim Focus. A mediana de IPCA em 2023, ano central no horizonte da política monetária, voltou a subir depois de quatro meses, de 4,94% para 5,01%. A de 2022 avançou de 5,82% para 5,88% e a de 2024 ficou parada em 3,50%. No caso da Selic, após dez semanas de estabilidade em 11,25%, a previsão para o fim de 2023 avançou para 11,50%. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

A perspectiva cada vez mais forte de desidratação da PEC da Transição e acenos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva à agenda de responsabilidade fiscal levaram o dólar a recuar na sessão desta segunda-feira (21), na contramão da onda de fortalecimento da moeda americana no exterior. Segundo profissionais do mercado, investidores deram continuidade hoje do movimento de ajustes e realização de lucros iniciado na sexta-feira, aparando excessos cometidos nos pregões anteriores em meio à "reprecificação" da taxa de câmbio à percepção de aumento de risco fiscal.

Tirando uma alta pontual e bem limitada na abertura, a moeda trabalhou em baixa ao longo de toda a sessão, furando o piso de R$ 5,30 pela manhã, quando registrou mínima a R$ 5,2983. No início da tarde, a divisa chegou a ensaiar zerar a queda, tocando o patamar de R$ 5,36, com o Ibovespa nas mínimas do dia. Mas a virada da Bolsa para campo positivo ao longo da segunda etapa de negócios, na esteira da diminuição das perdas do petróleo, jogou a moeda mais para baixo novamente. No fim do dia, o dólar era cotado a R$ 5,3106, em queda de 1,19%, o que reduz a valorização acumulada em novembro para 2,80%.

"O dólar está descolado hoje da alta lá fora em função da possibilidade de a PEC ser 'menos pior' do que se imaginava. Mas é um ajuste pontual, e não uma tendência", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, ressaltando que os ativos domésticos apresentam uma deterioração relevante em novembro. "O dólar passou a oscilar entre R$ 5,30 e R$ 5,40, a Bolsa está rateando e a curva de juros não prevê mais corte da Selic neste ano. O mercado ainda está cauteloso com a espera pelo tamanho da PEC e a definição do ministro da Fazenda".

Surgiram propostas de mudanças e versões paralelas para a PEC da Transição, cujo texto original prevê tirar desembolsos com o Bolsa Família do teto por tempo indeterminado e gastos extrateto de R$ 198 bilhões em 2023. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), por exemplo, apresentou uma proposta que limita a R$ 70 bilhões o valor que ficaria fora do teto e propõe que um novo arcabouço fiscal seja instituído, por meio de lei complementar, até 17 de junho do ano que vem.

Já proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), obtida com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, eleva em R$ 80 bilhões de forma permanente o limite do teto de gastos a partir de 2023, o que manteria a atual âncora fiscal em vigor. Jereissati batizou o texto de "PEC da Sustentabilidade Social".

Apesar de pipocarem novas versões para a PEC, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), designado por Lula para negociar a peça Orçamentária, disse à GloboNews que o Congresso está "muito próximo" de um consenso sobre a versão final do texto. Em evento hoje em São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) afirmou que o tempo para tratar do tema é exíguo e que haverá uma reunião conjunta entre Câmara e Senado para discutir a proposta.

Segundo o head de câmbio da Trace Finance, Evando Caciano dos Santos, o mercado já incorpora nos preços dos ativos a perspectiva de uma desidratação da PEC da Transição. "Já temos parlamentares oferecendo projetos paralelos. E o próprio Lira diz que o tema vai ser discutido e em conjunto pela Câmara e pelo Senado com preservação da responsabilidade fiscal", afirma.

Velho, da JF Trust, ressalta que, mesmo com a desidratação da PEC, haverá uma piora do resultado fiscal em 2023, com déficit primário de pelo menos 2% do PIB, após provável superávit primário de 1% do produto neste ano. Essa piora das contas públicas no curto prazo pode ser contrabalançada pela adoção de uma nova âncora fiscal crível e pela indicação de um ministro da Economia confiável e pragmático. "O mercado já piorou bastante. Tem agora muito espaço para melhorar se os sinais forem positivos", afirma o economista.

Ex-ministro da Fazenda e integrante da equipe de transição na área econômica, o economista Nelson Barbosa disse que, mesmo se o governo aumentar o gasto em R$ 136 bilhões em 2023, não haverá expansão fiscal. "A minha opinião é de que R$ 70 bilhões é pouco [para a PEC], porque o orçamento que foi enviado para 2023 tem um gasto em proporção do PIB inferior ao de 2022", disse.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes - trabalhou em alta firme e chegou a ameaçar o teto dos 108,000 pontos, ao registrar máxima aos 107,933 pontos. A moeda americana ganhou terreno lá após dirigentes do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) voltarem a falar duro, acenando com mais altas de juros para controlar a inflação. Na outra ponta da gangorra, as commodities metálicas recuaram diante da notícia da primeira morte por Covid-19 na China em seis meses, o que pode levar a nova onda de lockdowns e, por tabela, abalar a demanda global. (Antonio Perez - [email protected])

18:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.31060 -1.1945 5.38220 5.29830

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5328.000 -1.13194 5394.000 5308.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5380.000 -0.30575 5395.000 5380.000

BOLSA

O desmentido da Arábia Saudita quanto ao rumor de que a Opep+, cartel dos maiores produtores, estaria perto de elevar a oferta de petróleo - em momento de dúvidas sobre o nível de demanda, ante a desaceleração econômica global - foi decisivo para que o Ibovespa invertesse o sinal e fechasse o dia no positivo, mesmo com o desempenho negativo de Nova York. Ao fim, após três perdas consecutivas, a referência da B3 mostrava alta de 0,81%, aos 109.748,18 pontos, mais perto da máxima (110.235,29) do que da mínima (107.957,01) da sessão, após abertura aos 108.868,18 pontos. No mês, ainda registra perda de 5,42%, que limita o ganho do ano a 4,70%. O giro financeiro nesta abertura de semana ficou em R$ 37,4 bilhões.

A Arábia Saudita não apenas desmentiu o rumor de aumento da produção como indicou que o cartel pode vir a optar por novo corte da oferta, o que quase zerou as perdas da commodity na sessão, cujos preços, até o começo da tarde, caíam perto de 6% nesta segunda-feira, tanto para o WTI como para o Brent. O movimento foi acompanhado por mudança de sinal nas ações da Petrobras que, no entanto, encerraram o dia sem direção única, com a ON em baixa de 0,36% e a PN, alta de 0,30%. Mais cedo, a confirmação da distribuição de dividendos da estatal contribuía para amortecer o efeito da queda das cotações da commodity sobre as respectivas ações.

Em menor grau, o dia também foi negativo para os preços do minério de ferro na China, com novos sinais sobre a Covid-19 no país acentuando a incerteza quanto ao momento em que, de fato, o país conseguirá flexibilizar de forma significativa as medidas de distanciamento social, que afetam o ritmo de atividade da segunda maior economia do mundo. “Pelo que especialistas explicam, é improvável que haja alguma mudança importante em relação que se vê na China até o Ano Novo Lunar, em fevereiro”, diz Edmar de Oliveira, especialista em renda variável da One Investimentos.

No quadro doméstico, há relativa melhora da percepção sobre o cenário fiscal, com os últimos sinais de que, para ser aprovada no Congresso, o mais provável é que volume menor de recursos do que os cerca de R$ 200 bilhões inicialmente propostos ficarão, de fato, fora do teto de gastos. “É algo que não deveria surpreender tanto, na medida em que se costuma fazer assim, como se viu também na Reforma da Previdência: o começo é sempre por um montante maior, para se testar a reação, e depois vem o ajuste à realidade, ao que poderá se aprovado (no Congresso)”, acrescenta Oliveira.

No sábado, veio a boa notícia para o mercado: a PEC do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) que propõe reduzir de R$ 175 bilhões para R$ 70 bilhões o valor destinado ao programa de transferência de renda que ficaria fora do teto de gastos.

Na B3, o destaque absoluto desta abertura de semana foram as ações da Copel (PNB), que fecharam o dia em alta de 22,07%, após o Estado do Paraná informar que tem a intenção de transformar a empresa em uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador. Com a valorização de dois dígitos na sessão, as ações da empresa fecharam esta segunda-feira cotadas a R$ 8,74.

“Aos preços atuais e mantendo 10% das ações ordinárias, o Estado arrecadaria quase 90% do que a secretaria da Fazenda estima como perdas de receitas pela redução do ICMS em 2023, o que mostra que a oferta de ações é uma alternativa que faz bastante sentido como solução para esse problema”, observa Bernardo Viero, analista da Suno Research. “Nenhum acionista ou grupo em acordo poderá exercer votos em número superior a 10%, independentemente do tamanho de sua posição na companhia. A ideia é semelhante à recém-utilizada com sucesso na privatização da Eletrobras.”

Além de Copel, destaque na sessão para outra companhia do setor de energia, Cemig (+7,54%), junto com Cyrela (+8,01%), Sabesp (+7,32%), Magazine Luiza (+7,30%), IRB (+6,76%) e Americanas (+6,55%), após ações dos setores de varejo e construção terem estado, na semana passada, entre os mais afetados pela pressão na curva de juros futuros, em meio aos temores sobre a situação fiscal no próximo governo. “Há uma recuperação das empresas varejistas em relação à caixa, e o aumento de vendas que vem no fim do ano, com Natal e a própria Copa do Mundo, o que ajuda as ações das empresas do setor a subir”, diz Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos.

Na ponta perdedora nesta segunda-feira, destaque pra Klabin (-3,13%), Suzano (-2,87%) e Usiminas (-2,37%). Entre as blue chips, Vale ON fechou em baixa de 1,13%, em dia que se mostrou, ao final, majoritariamente positivo para as ações dos grandes bancos, à exceção de Bradesco (ON -0,83%, PN -0,70%).

Na semana, o destaque da agenda está programado para a quarta-feira, quando será divulgada a ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve, o BC americano. "A sinalização dos membros do comitê tem sido mista. O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que é a favor de uma desaceleração do ritmo dos aumentos de juros na próxima reunião, para garantir um pouso suave para a economia. Já a presidente do Fed de Boston, Susan Collings, reforça que as opções estão abertas para a reunião de dezembro, incluindo a possibilidade de outro aumento de 0,75 pp (ponto porcentual)", aponta Alvaro Feris, especialista da Rico Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:24

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109748.18 0.80647

Máxima 110235.29 +1.25

Mínima 107957.01 -0.84

Volume (R$ Bilhões) 3.74B

Volume (US$ Bilhões) 7.02B

18:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110715 1.06344

Máxima 111105 +1.42

Mínima 108725 -0.75

MERCADOS INTERNACIONAIS

O cenário do dia contou com cautela dos investidores, diante das perspectivas de mais alta de juros nos Estados Unidos para tentar conter a inflação. A presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, destacou hoje que uma taxa de juros entre 4,75% e 5,25% parece ser razoável. Assim, as bolsas de Nova York fecharam em baixa, enquanto o dólar ganhou força. Já os juros dos Treasuries ficaram sem sinal único. A moeda americana teve impulso ainda pelas perspectivas para a economia da China, onde a primeira morte por covid-19 em meses reforçou a visão de que as medidas de restrição continuarão em vigor. A conjuntura no país asiático pressionou ainda o petróleo, mas a commodity ganhou força após uma autoridade saudita negar supostas intenções de um aumento na produção.

Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, as ações estão em baixa porque o cenário de crescimento global é afetado pelos bloqueios à Covid-19 na China e a economia dos EUA pode ter que lidar com uma greve massiva de trabalhadores ferroviários antes do feriado de Ação de Graças, na quinta-feira. Somando-se ao tom de aversão ao risco estão as crescentes preocupações de que futuros ataques russos ao suprimento de energia nuclear da Ucrânia possam ser catastróficos, indica. "Wall Street está hesitante em comprar ativos de risco, já que a primeira onda de manchetes de Pequim a uma votação do sindicato ferroviário parece provavelmente alimentar ainda mais as pressões inflacionárias", resume. Neste quadro, o Dow Jones fechou em baixa de 0,13%, aos 33.700,87 , S&P 500 caiu 0,39% aos 3.949,99 e Nasdaq recuou 1,09%, aos 11.024,51. Na Europa, os principais índices tiveram queda, como o FTSE 100, que caiu 0,12% em Londres e o DAX, que recuou 0,36% em Frankfurt.

Na política monetária, Daly afirmou que o aumento mais agressivo das taxas foi uma forma de conseguir amenizar “a dor das pessoas” pela alta dos preços. Apesar de indicar que o Fed ainda tem trabalho a fazer, a presidente afirmou que pretende ser “resoluta e atenta". Nesta semana, o mercado aguarda a publicação da ata da última reunião de política monetária do banco central americano.

O petróleo tinha forte queda neste cenário, mas ganhou impulso depois que o ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, negou categoricamente relatos recentes de que a Arábia Saudita esteja discutindo com outros produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) um aumento de produção de 500 mil barris por dia. "Se houver necessidade de tomar outras medidas, reduzindo a produção para equilibrar a oferta e a demanda, estaremos sempre prontos para intervir", disse. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro de 2023 fechou em baixa de 0,1% (US$ 0,07), a US$ US$ 80,04 o barril, enquanto o Brent para o mesmo mês negociado na Intercontinental Exchange (ICE) recuou 0,2% (US$ 0,17), a US$ 87,45 o barril.

Já a recuperação do dólar de mínimas de vários meses ganhou força à medida que o aumento das infecções por Covid-19 na China abalou os mercados globais e estimulou uma fuga para a segurança, avalia a Convera. O porto-seguro subiu para máximas de uma semana e meia em relação aos rivais da Europa. O dólar havia caído para mínimas de três meses na semana passada, depois que a inflação mais baixa nos EUA sugeriu um ritmo mais lento de aumento das taxas de juros pelo Fed. Ao fim da tarde, o euro se desvalorizava a US$ 1,0243 e a libra recuava a US$ 1,1820, enquanto o DXY teve alta de 0,85%.

Já os juros dos Treasuries estavam sem sinal único, com o rendimento da T-note de 2 anos subindo a 4,535%, o da de 10 anos avançando a 3,828% e o do T-bond de 30 anos caindo a 3,903%%. (Matheus Andrade - [email protected])

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