EXTERIOR AJUDA REAL E BOLSA A APARAR PERDAS DA VÉSPERA, MAS DI INCORPORA TEMOR FISCAL

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CENÁRIO-2: EXTERIOR AJUDA REAL E BOLSA A APARAR PERDAS DA VÉSPERA, MAS DI INCORPORA TEMOR FISCAL

A semana de liquidação dos ativos domésticos terminou com o real e o Ibovespa buscando algum respiro depois das perdas de ontem, mas os juros futuros ainda refletindo incômodo com a situação fiscal. O adiamento da PEC da Transição para ao menos quarta-feira que vem, pós-feriado da Proclamação da Republica, forneceu certo alívio aos agentes. Há sempre o risco de mais tempo para negociação significar ainda mais concessões à classe política, e isso está embutido na curva do DI. Mas a postergação em si agradou na Bolsa e no câmbio, preocupados com a tentativa do governo eleito de apresentar, debater e votar a proposta a toque de caixa. O embalo externo também ajudou no caso desses últimos ativos, dada a percepção de que o Federal Reserve deve diminuir a intensidade do aperto monetário em curso após surpresa baixista com a inflação ao consumidor e de a China relaxar restrições da política de 'Covid Zero'. O dólar à vista terminou o dia aos R$ 5,3337, recuo de 1,17%. Em termos semanais, contudo, a alta de 5,36% foi a maior desde a semana encerrada em 19 de junho de 2020, marcada pela prisão de Fabrício Queiroz e pela escalada da pandemia. A Bolsa encerrou a sessão aos 112.253,49 pontos, valorização de 2,26%, mas perda semanal de 5,00%. No exterior, o rali do Nasdaq prosseguiu e o índice subiu 1,88% na sessão e 8,10% na semana, a maior desde março. E o petróleo Brent mirou hoje os US$ 96 com dólar fraco e China. Nos DIs, além do fiscal, há também incômodo com a inflação, resiliente no IPCA de outubro e sugerida de assim permanecer por enquanto, dado o fortalecimento do setor de serviços. O saldo da semana foi alta firme para todos os vencimentos.

•CÂMBIO

•BOLSA

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

A derrocada da moeda americana no exterior e a alta das commodities, na esteira de notícias sobre relaxamento da política de covid zero na China, abriram espaço para que o real experimentasse uma recuperação parcial nesta sexta-feira, 11. Tirando um breve período de instabilidade na primeira hora de negócios, o dólar trabalhou o restante da sessão em baixa firme, em um dia típico de ajustes e realização de lucros que sucede movimentos agudos - caso da valorização de 4,41% ontem, fruto de preocupações com a política fiscal no futuro governo após declarações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Embora tenha passando a maior parte do pregão com sinal negativo, o dólar, uma vez mais, apresentou oscilação expressiva. Foram mais de 15 centavos entre a máxima (R$ 5,4058), logo após a abertura, e a mínima (R$ 5,2595), no início da tarde. No fim da sessão, a moeda era negociada a R$ 5,3337, queda de 1,17%. Apesar do refresco hoje, o dólar spot encerra a semana com valorização de 5,36%. Trata-se do maior avanço semanal desde a valorização 5,46% na semana encerrada em 19 de junho de 2020, quando o mercado absorvida a reescalada da pandemia de covid-19 e o aumento da tensão política interna, com a prisão do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ligado à família Bolsonaro.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - chegou a cair quase 2%, com mínima aos 106,218 pontos. Na outra ponta da gangorra, as commodities subiram com retomada do apetite ao risco diante da expectativa de abertura maior da economia chinesa. Na bolsa de Qingdao, o contrato do minério no mercado à vista subiu 4,95%. As cotações do petróleo avançaram mais de 2%. O contrato tipo Brent para janeiro de 2023 subiu 2,42%, cotado a US$ 95,99 o barril.

Além do "fator China", o mercado ainda celebra a alta menor que a prevista do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em outubro, divulgado ontem. A tese de que a inflação americana já fez pico e que, dado o aperto monetário já realizado, tende a arrefecer voltou à baila, alimentando a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) seja mais comedido na alta de juros.

"O dólar caiu hoje por uma questão técnica, porque tinha subindo muito rápido ontem. O Brasil continua como player relevante, em especial se houver essa abertura da China. Mas vamos ter muita volatilidade enquanto não se souber quem vai tocar a Economia e qual o plano do governo para a questão fiscal", afirma João Piccioni, analista da Empiricus.

Prevista inicialmente para hoje à tarde, a apresentação do PEC da Transição ficou para a semana que vem, após o feriado de 15 de novembro. Os sinais são de que os desembolsos com o Bolsa Família vão ser retirados definitivamente do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

A tese foi defendida pela presidente do PT, Gleisi Hoffman. Ela lembrou que a manutenção do benefício no valor de R$ 600 foi promessa de campanha tanto de Lula quanto do presidente Jair Bolsonaro. "Para ficar claro: não é PEC de Transição, é PEC do Bolsa Família", disse a petista, acrescentando que outras promessas de campanha podem ser definidas no Orçamento. O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), integrante da equipe de transição, disse que uma das ideias é fixar um prazo de quatro anos para exclusão do Bolsa Família do teto.

Para a economista-chefe da B. Side Investimentos, Helena Veronese, falta clareza sobre a estratégia fiscal do futuro governo Lula. "O Bolsa Família não entra (no teto de gastos), mas como vai compensar? Talvez não tenha mais teto de gastos, mas qual será a regra fiscal? Já se sabia que o Orçamento de 2023 não seria cumprido integralmente, mas se questiona como vai ser a partir de 2024", diz Veronese, ressaltando que o mercado também não recebeu bem ontem "certos nomes" para a equipe de transição.

A indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, identificado com a chamada Nova Matriz Econômica do primeiro mandato de Dilma Rousseff, para parte o time de Orçamento e Planejamento da equipe de transição causou rebuliço ontem e contribuiu para a escalada do dólar a R$ 5,40 na reta final do pregão. Lula pretende recriar a o ministério do Planejamento e a presença de Mantega na equipe de transição é sugere uma linha mais heterodoxa.

Em entrevista à Globonews hoje à tarde, Mantega disse que não vai ser ministro. "Grupo de transição é para ajudar novo governo a modificar estrutura do governo anterior", afirmou Mantega. "As pessoas que estão lá não são um grupo ministerial. É claro que poderão ser escolhidas pessoas que estão lá. Eu, por exemplo, não serei ministro, já tô indicando".

Veronese, da B. Side, observa que o tombo do dólar na semana após o segundo turno da eleição presidencial se deu em meio a um forte movimento de entrada de capital externo, que parece se reverter. Dados da B3 mostram que os estrangeiros retiraram R$ 2,137 bilhões da bolsa no pregão do último dia 9.

"No pós-eleição, o mercado estava dando o benefício da dúvida ao governo. Houve nomes que na equipe que agradaram, com o do Persio Arida (economista e um dos pais do Plano Real)", diz. "Agora entramos em um túnel que não sabemos aonde vai dar. Enquanto houver essa interrogação gigante no fiscal, o câmbio é para cima." (Antonio Perez - [email protected])

18:27

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.33370 -1.1655 5.40580 5.24950

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5351.000 -0.40945 5426.000 5269.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5370.000 10/11    

BOLSA

Após queda de 3,35% na sessão anterior, o Ibovespa conseguiu aproveitar o bom humor externo e efetivar retomada parcial nesta sexta-feira, ao fechar em alta de 2,26%, aos 112.253,49 pontos. Ainda assim, acumulou perda de 5,00% na semana, comparada a ganho de 5,90% para o índice amplo de Nova York, o S&P 500, no intervalo. Na semana passada, colada ao segundo turno da eleição, o Ibovespa tinha subido 3,16%, após recuo de 4,49% na anterior, que antecedeu o pleito de 30 de outubro.

Hoje, oscilou entre mínima de 109.408,10 e máxima de 113.009,62 pontos, com abertura a 109.775,46 pontos. O giro se manteve elevado nesta última sessão da semana, a R$ 49,8 bilhões. No mês, o Ibovespa cede agora 3,26%, com ganho no ano a 7,09%. A perda de 5% para o Ibovespa na semana foi a pior desde o intervalo entre 13 e 17 de junho, quando cedeu 5,36%.

As recentes idas e vindas do índice mostram um padrão de volatilidade associado especialmente à condução da política fiscal sob o futuro governo, em um contexto externo ainda desafiador em meio ao ajuste das políticas monetárias nas maiores economias, com elevação dos juros. Aqui, a percepção de que a nova administração moverá todos esforços para cumprir promessas de campanha logo na largada de mandato, como o reajuste real do salário mínimo e a manutenção do benefício social (Auxílio Brasil) em R$ 600, mantém os investidores na defensiva.

Contudo, as perdas acumuladas entre segunda e quinta, que superavam 7% no fechamento de ontem, abriram caminho para recuperação técnica nesta sexta-feira, em sessão favorecida, no exterior, por afrouxamento de parte das medidas de controle da Covid na China, o que deu impulso em particular às ações de mineração e siderurgia. Vale ON, de grande peso no índice e que ontem havia conseguido escapar à correção do Ibovespa, avançou hoje 10,40%, colocando o ganhos na semana a 13,91%.

O dia também foi fortemente positivo para a siderurgia, outro setor correlacionado à China, com ganhos que chegaram a 16,81% em CSN (ON), nesta sexta-feira, em sessão favorável também para Petrobras, com a ON em alta de 3,40% e a PN, de 3,33%, no fechamento. Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, junto com CSN e Vale, destaque para JBS (+11,92%), Usiminas (+10,58%) e Minerva (+10,49%). No lado oposto, Magazine Luiza (-13,07%), Locaweb (-9,82%), Cogna (-5,68%), B3 (-5,48%) e Via (-5,43%).

"Depois de dois dias de queda para o Ibovespa (de 3,35% na quinta e de 2,22% na quarta-feira), o adiamento da apresentação do texto-base da PEC da Transição acabou sendo um fator positivo para a correção de hoje. A esperança do mercado é de que o texto venha ainda a refletir preocupação com a questão fiscal, de qual será a sinalização dos gastos públicos para programas sociais. O mercado segue monitorando de perto a composição desse texto", diz Stefany Oliveira, chefe de análise de trading na Toro Investimentos.

No começo da tarde, o índice renovava então máximas do dia, com reação positiva do mercado a comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em que pareceu mostrar tranquilidade com a situação fiscal doméstica. Durante evento, ele disse que a mudança de governo será um teste para a autonomia formal do BC, mas não deve reverter a medida. "Eu acho que a autonomia segue. É importante que eu fique esses dois anos justamente para mostrar que a autonomia funciona, mas o Banco Central é técnico, vai trabalhar com o governo novo, tentar cooperar no que for possível", afirmou.

Campos Neto reconheceu a forte reação negativa, ontem, dos ativos brasileiros aos planos fiscais do governo eleito, mas tentou passar uma mensagem serena, de que é preciso aguardar o desenho final das medidas.

“Tivemos um dia mais positivo após o forte movimento de queda, ontem. O mercado está bem preocupado com a PEC da Transição, especialmente depois das falas do presidente eleito, que reacenderam temores de postura um pouco mais radical. Ainda está tudo em terreno de incerteza: a equipe de transição tem tempo para trabalhar, há água para rolar”, diz Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos, destacando em particular a preocupação do mercado com relação ao volume de recursos que ficarão de fora do teto de gastos, o que se reflete em aumento da percepção de risco fiscal para o próximo ano.

Pela manhã, a divulgação pelo IBGE do desempenho da atividade de serviços em setembro trouxe surpresa positiva, com crescimento de 0,9% ante agosto, acima do esperado, observa a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. “Os serviços de informação e comunicação puxaram esse resultado, além da expansão que veio também dos serviços prestados às famílias, como alimentação fora de domicílio, turismo e entretenimento. Com o processo mais consolidado de reabertura da economia, que se reflete também na redução da taxa de desemprego, e a própria desaceleração recente da inflação, teremos um crescimento econômico bem melhor do que se previa no início do ano, perto de 3% para 2022”, acrescenta.

Ainda assim, as expectativas do mercado financeiro para as ações no curtíssimo prazo estão mais cautelosas, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 40% esperam queda para o Ibovespa, um salto ante a fatia de 18,18% da pesquisa anterior. Outros 40% acreditam em ganho, e 20,00%, em variação neutra, de 27,27% e 54,55%, respectivamente, no último Termômetro. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:22

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 112253.49 2.25736

Máxima 113009.62 +2.95

Mínima 109408.10 -0.33

Volume (R$ Bilhões) 4.98B

Volume (US$ Bilhões) 9.38B

18:27

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 113555 2.3018

Máxima 114265 +2.94

Mínima 110180 -0.74

JUROS

O respiro que tiveram hoje o real e o Ibovespa não chegou ao mercado de juros. As taxas tiveram nova rodada de alta, desta vez mais firme na ponta curta, refletindo a percepção de que a Selic pode permanecer no atual patamar muito mais tempo do que o imaginado ou pior, até voltar a subir, caso se concretize o desenho fiscal da PEC da Transição pretendida pelo novo governo. Até porque também os dados de atividade e de inflação têm surpreendido. Após o IPCA de outubro, ontem, ficar acima das estimativas, hoje foi a vez do volume de serviços de setembro superar as previsões, sugerindo certa resistência aos efeitos da política monetária. O saldo da semana foi alta expressiva para todos os vencimentos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a sessão regular em 13,92% e a estendida em 13,97%, de 13,63% ontem, abrindo 30 pontos-base. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 13,05% para 13,30% (regular e estendida), e a do DI para janeiro de 2027, de 12,97% para 13,19% (regular) e 13,15% (estendida). Na semana, avançaram, respectivamente, 103, 158 e 169 pontos-base, ante os ajustes da sexta-feira passada.

A apresentação da PEC ficou para a próxima semana, provavelmente para quarta-feira (16). A postergação chegou a dar um alívio momentâneo, na primeira etapa dos negócios, na escalada das taxas, que vêm subindo sem parar desde segunda-feira. Havia expectativa de que após a repercussão negativa nos mercados ontem, houvesse um ajuste nos números de forma a não parecer um cheque em branco para o novo governo, mas declarações dos envolvidos nas negociações ao longo da sexta-feira não autorizaram nenhum otimismo. Segundo o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), que lidera as discussões orçamentárias na equipe de transição, ainda é considerada a fixação de um prazo de quatro anos para o Bolsa Família ficar fora do teto de gastos.

"O tempo ganho na negociação não garante, no entanto, que o governo de transição irá abandonar totalmente seu objetivo de começar 2023 com conforto orçamentário. Foram as respostas eloquentes do mercado e as mais sutis de aliados moderados que levaram à suspensão da iniciativa petista", avalia a equipe da XP Política. "Até quarta-feira, muitos bombeiros terão de continuar a agir para que se chegue a uma proposta mais razoável do ponto de vista fiscal."

Segundo apurou o Broadcast, o mercado fez interlocução direta com a equipe de economia da transição e foi claro: há um forte temor de que haja reedição da pior fase do governo de Dilma Rousseff em relação às contas públicas, uma espécie de Dilma 3.0. Além do incômodo de ainda não haver um nome que ficará à frente do Ministério da Fazenda, agentes estão preocupados com a possibilidade de PEC realmente tirar R$ 105 bilhões para pagamento do benefício da regra do teto de gastos, o que elevaria a dívida em relação ao PIB.

Apesar do adiamento da PEC, como destaca o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, nada se comentou sobre o valor de R$ 175 bilhões para acomodar todas as despesas extrateto, valor muito elevado, de cerca de 10% do total da despesa prevista para 2022, que deve ser financiado "via dívida", uma vez que não se fala sobre a contrapartida das receitas. Para ele, a esperança é que a Câmara barre os exageros fiscais, caso contrário, questiona, "será que o Banco Central fica confortável com a Selic no atual patamar nesse ritmo de expansão de gasto?"

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu hoje que o governo precisa ter "um olho para social e também um olho para o equilíbrio fiscal", de forma a não elevar as expectativas de inflação e desorganizar o setor produtivo. Reconheceu a forte reação dos ativos ontem, mas tentou passar uma mensagem mais serena, de que é preciso aguardar o desenho final das medidas, o que também contribuiu para tirar um pouco da pressão da curva, de forma pontual, no começo da tarde.

Ele ainda assegurou que o BC vai trabalhar junto com o novo governo e ajudar o máximo possível para resolver a equação entre a necessidade social e o equilíbrio fiscal. "É cedo para eu falar algo, ainda não tem um plano, é normal aumentar ruído em transição. Precisamos esperar para ver qual é a consolidação disso", disse, em evento virtual "O Cenário Econômico e a Agenda BC#", promovido pelo CFA Society Brazil, em São Paulo.

De todo modo, os DIs apontam Selic acima de 14% no fim deste ano e de 13,25% no fim do ano que vem, segundo cálculos da Greenbay Investimentos. Ou seja, ainda que a volatilidade do mercado esteja trazendo distorções aos preços, há apostas na retomada das altas nas próximas reuniões. A precificação de início dos cortes, que ontem era maio, agora passou para junho.

Além dos riscos inflacionários vindos da área fiscal, mais um dado forte da atividade no terceiro trimestre sugere que pode não haver espaço para alívio monetário tão cedo, uma vez que os estímulos fiscais recentes vão na direção contrária. "Uma parte do excesso do DI para janeiro de 2024 é um pouco disso", afirmou Lima. O volume de serviços prestados subiu 0,9% em setembro ante agosto, acima do teto das previsões (0,8%). (Denise Abarca - [email protected])

08:29

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

A movimentação desencadeada pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) apontando a desaceleração da inflação nos Estados Unidos seguiu hoje, com a busca por ativos de risco. A percepção é a de que o Federal Reserve (Fed) pode moderar seu aperto monetário a partir desde momento. As bolsas de Nova York fecharam em alta, enquanto o dólar sofreu mais uma forte queda ante os principais rivais. O câmbio deu impulso às commodities, em um dia que contou ainda com sinalizações de que a China pode retirar algumas das restrições da sua política para covid-19, o que levou o petróleo a fechar em alta. O mercado de Treasuries ficou fechado por feriado local.

Para a Oxford Economics, os mercados ainda estão precificando um aumento total de 50bps para dezembro, com pouca chance de um aumento de 75bps. Como resultado, a consultoria aponta que houve o maior ganho semanal do S&P 500 desde 24 de junho, após o maior avanço diário desde abril de 2020. Além disso, foi o maior ganho semanal do Nasdaq desde 18 de março, depois da maior subida diária desde março de 2020. Entre os avanços, um destaque é a Amazon, que vem acumulando ganhos desde a notícia de que a empresa planeja uma série de cortes de custos. Hoje, os papéis subiram x,xx%. Entre os índices, o Dow Jones subiu 0,10%, aos 33.749,18 pontos, o S&P 500 avançou 0,93%, aos 3.993,05 pontos e o Nasdaq ganhou 1,88%, aos 11.323,33 pontos. Na semana, os avanços foram de 4,15%, 5,90% e 1,88%, respectivamente. Já na Europa, as bolsas ficaram sem sinal único, com o FTSE 100 recuando 0,78% em Londres e o DAX avançando 0,56% em Frankfurt.

Já no mercado de cripto, o bitcoin e outros ativos recuaram, em dia no qual a plataforma FTX entrou com pedido de recuperação judicial - um rápido fim para uma empresa que foi aclamada como plataforma confiável há apenas uma semana. Em um comunicado oficial, a empresa disse que o presidente-executivo, Sam Bankman-Fried, renunciou ao cargo, mas que permaneceria para ajudar em uma transição ordenada.

"Os sinais de uma reviravolta no ciclo inflacionário resultaram em um dia monstruoso para ativos de risco e contundente para o dólar, que sofreu sua maior queda diária em sete anos", aponta a Convera. O euro avançou mais de 2% ante a moeda americana, enquanto a libra ficou acima de linha de tendência descendente e fechou acima de sua média móvel de 100 dias pela primeira vez desde fevereiro, o que levou ao questionamento sobre a possibilidade da moeda retomar a cotação de US$ 1,20 mais cedo do que se pensava. No entanto, o ímpeto perdeu força após a divulgação dos dados do PIB do Reino Unido, que mostraram que a economia encolheu no terceiro trimestre de 2022. Ainda assim, a libra se valorizou a US$ 1,1838. O euro subiu a US$ 1,0358, enquanto o dólar recuava a 138,64 ienes, ficando abaixo da marca de 140. O DXY fechou em baixa de 1,77%, a 106,292 pontos.

O movimento impulsionou o petróleo, mas a Capital Economics avalia que, se as autoridades do Fed recuarem contra o otimismo do mercado sobre a queda da inflação, os preços das commodities poderiam facilmente devolver seus ganhos recentes. Além disso, os primeiros pequenos passos para a flexibilização dos regulamentos que foram anunciados pelo governo chinês permitiram que os preços do petróleo voltassem a subir, embora isso de forma alguma constitua um desvio da rígida política do país, avalia o Commerzbank. O petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,88% (US$ 2,49), a US$ 88,96 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro de 2023 subiu 2,42% (US$ 2,32), a US$ 95,99 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o país está lidando com as mudanças climáticas de forma "urgente para garantir um planeta melhor para todos nós". Em discurso na COP27, o líder destacou que uma boa política climática se reflete em uma boa política econômica. Ademais, ele reafirmou o compromisso com o objetivo de reduzir a emissão de carbono, conforme o Acordo de Paris.

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