ATIVOS DOMÉSTICOS PERDEM EMBALO NO FIM, COM MERCADANTE E FALA CURTA DE BOLSONARO

Blog, Cenário

Aguardada por quase 45 horas, a primeira fala de Jair Bolsonaro após a confirmação da derrota nas urnas foi parcialmente ofuscada pelo noticiário vindo da equipe da transição de Luiz Inácio Lula da Silva. Se mais cedo houve otimismo com a confirmação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), como coordenador-geral do processo, o relato, colhido pelo Broadcast, de que Aloizio Mercadante (PT) será o coordenador da área econômica da transição tirou fôlego dos ativos locais instantes após Bolsonaro iniciar sua fala. Operadores ponderaram ainda que, em seu curto pronunciamento, o presidente não admitiu textualmente que perdeu a eleição nem foi veemente na condenação aos fechamentos de rodovias por manifestantes. Coube ao ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, confirmar que, "com base na lei", o governo vai iniciar o processo de transição. Neste intenso fluxo de informações concentrado entre 16h37 e 16h41, o Ibovespa, que tocou os 118 mil pontos na máxima assim que Bolsonaro se postou diante dos microfones, perdeu força nos minutos seguintes e encerrou em 116.928,66 pontos (alta de 0,77%). O dólar à vista desceu à mínima de R$ 5,0866, voltou ao nível de R$ 5,12 e encerrou o dia em R$ 5,1186 (-0,92%). Por fechar às 16h, a sessão regular dos juros futuros acabou sentindo efeito apenas das expectativas com a fala de Bolsonaro, com os contratos de prazo mais longo em queda. Ainda assim, a tendência geral interna foi oposta à cautela em Nova York nesta sessão pré-decisão do Federal Reserve. O Dow Jones caiu 0,24%, o S&P 500 recuou 0,41% e o Nasdaq cedeu 0,89%. O juro da T-note de 2 anos subiu a 4,54%.

•BOLSA

•CÂMBIO

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BOLSA

Mesmo com protestos ainda interrompendo ou prejudicando o tráfego nas estradas brasileiras nesta terça-feira, e os índices de ações em Nova York mostrando perdas na sessão, o Ibovespa manteve-se no positivo pelo segundo dia, mas ficou volátil durante a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) neste fim de tarde, sem pedido direto de desmobilização dos caminhoneiros e sem cumprimento ao vencedor da eleição do último domingo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Continua esse clima de embate político, ele (Bolsonaro) acabou não falando nada. As manifestações continuam atrapalhando e podem afetar a economia, com falta de produtos, mesmo de combustível. Deveria ter pedido o fim das manifestações", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.

Dessa forma, o Ibovespa chegou a subir menos de 1% na conclusão da fala de Bolsonaro, mas voltou a ganhar um pouco de terreno, logo em seguida, com a confirmação, pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de que a transição de governo será iniciada, conforme prevê a lei. No início do curto pronunciamento do presidente, o Ibovespa chegou a acentuar máxima do dia (+1,92%), aos 118.261,20 pontos, mas perdeu força logo depois, na conclusão da fala.

Assim, a referência da B3 fechou o dia em alta de 0,77%, aos 116.928,66 pontos, entre mínima de 115.547,46 e a máxima de 118.261,20 pontos, com abertura a 116.037,26 pontos. O giro seguiu forte nesta terça-feira, a R$ 40,7 bilhões, após ter chegado a R$ 47,2 bilhões, ontem. Na semana, o Ibovespa avança 2,09%, colocando os ganhos do ano a 11,55%.

Papéis do Banco do Brasil (ON +2,38%) e da Petrobras (ON +0,33%, PN +0,17%), estatais que haviam sofrido muito ontem com a confirmação da vitória de Lula na noite de domingo, tiveram alguma recuperação nesta terça-feira, em dia majoritariamente favorável às ações e aos setores de maior peso no Ibovespa.

"A aversão a risco que parecia que atingiria a Bolsa após a eleição não se confirmou. Percepção positiva surgiu ainda na noite de domingo, no exterior. À tarde, a atenção se voltou para o que Bolsonaro falaria, e se esperava algo mais direto do que veio", diz Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos. No campo oposto, aguarda-se a definição da equipe do novo governo, a começar pela economia, acrescenta Moura.

"O mercado gostaria muito de ver alguém como Henrique Meirelles ou Pérsio Arida de volta ao governo, no comando da Fazenda, mas mesmo que a opção não venha a ser por um técnico, mas por perfil político, não deve assustar tanto se o escolhido não diferir dos nomes já ventilados", diz.

Entre os nomes do PT especulados até o momento estão os do senador Jaques Wagner (BA); do governador da Bahia, Rui Costa; do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha; e do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. Conforme esperado, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, confirmou hoje que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), comandará a equipe de transição. O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) será o responsável pela interlocução sobre o Orçamento de 2023. Uma fonte informou ao Broadcast que Aloizio Mercadante (PT) será coordenador de economia pela parte técnica da equipe de Lula na transição.

O desbloqueio de rodovias pelo País, obstruídas por protestos realizados por caminhoneiros, depende mais do reconhecimento do presidente Jair Bolsonaro sobre o resultado das eleições do que da atuação dos policiais, apesar de "uma coisa não ser ligada à outra", na avaliação do presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Dovercino Neto, ao Broadcast Político.

A Polícia Rodoviária Federal informou que os pontos de interdições e bloqueios em rodovias do País caíram de 227, às 13h30, para 206, às 14h27 desta terça-feira. Ainda há ocorrências no Distrito Federal e em 21 Estados: Amazonas, Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

O risco de desabastecimento total em virtude da paralisação de caminhoneiros ainda é considerado baixo por grandes redes de varejo alimentar, segundo fontes do setor ouvidas pela jornalista Talita Nascimento, do Broadcast. O ponto mais sensível são os estoques de frutas, legumes e verduras, que, por serem muito perecíveis, não são estocados em quantidades robustas. Ainda assim, carregamentos recebidos no início da semana seriam suficientes no caso de as manifestações serem apaziguadas em breve, como é esperado.

Hoje, Carrefour Brasil (-2,88%) figurou entre as ações que cederam terreno na sessão, atrás de Cielo (-7,73%), Hypera (-3,74%) e Totvs (-3,17%). Na ponta oposta, Copel (+8,92%), CSN Mineração (+7,58%), São Martinho (+6,64%), IRB (+6,38%) e Dexco (+5,88%). Destaque também para Vale (ON +3,04%) e para as siderúrgicas, que mostraram ganhos até 4,64% (CSN ON) no fechamento desta terça-feira.

"Investidores aguardam mais notícias sobre a composição ministerial do futuro governo e devem reagir a sinais sobre o nível de governabilidade de Lula após a posse", observa Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos. Segundo ela, a volatilidade tende a permanecer presente "até que haja definições concretas sobre as políticas econômicas que serão adotadas pelo (futuro) governo, especialmente aquelas que impliquem maiores gastos, com foco no questionamento de como a conta será paga".

Amanhã, feriado no Brasil, será divulgada a decisão sobre a taxa de juros do Federal Reserve, o BC americano, e a declaração de seu comitê de política monetária, o Fomc, quanto aos próximos passos sobre juros nos EUA, "o que pode trazer mais volatilidade para a semana", aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116928.66 0.76836

Máxima 118261.20 +1.92

Mínima 115547.46 -0.42

Volume (R$ Bilhões) 4.07B

Volume (US$ Bilhões) 7.90B

17:47

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 117440 0.01277

Máxima 119900 +2.11

Mínima 117005 -0.36

CÂMBIO

Após uma manhã de instabilidade e troca de sinais, o dólar se firmou em baixa no início da tarde e encerrou a sessão desta terça-feira (1º) em queda forte, mas longe das mínimas da sessão, na casa de R$ 5,08. Operadores voltaram a relatar entrada de fluxo estrangeiro para ativos doméstico e desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio, em meio às expectativas para a transição de governo.

Já na reta final do pregão, o dólar tocou nova mínima, ao descer pontualmente até R$ 5,0866 (-1,545), quando o mercado digeria o primeiro pronunciamento público de Jair Bolsonaro após o segundo turno da eleição presidencial. Embora não tenha reconhecido explicitamente a derrota nas urnas, o presidente disse que continuará "cumprindo todos os mandamentos da Constituição". O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, vai tocar a transição pelo lado do governo. Bolsonaro disse que protestos de apoiadores são "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como seu deu o processo eleitoral", mas ressaltou que manifestações precisam ser pacíficas.

Apesar de bloqueio de rodovias e eventuais turbulências, consolida-se a sensação de redução do risco político-institucional. As atenções se voltam à formação do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mercado celebrou no início da tarde a indicação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para comandar a equipe de transição do lado petista. Mas houve certo receio diante da informação, divulgada pelo Broadcast na reta final dos negócios, de que o ex-ministro Aluizio Mercadante será o coordenador de economia pela parte técnica. "Mercadante ter algum poder em qualquer coisa relacionada à economia é ruim", disse um trader, resumindo o sentimento do mercado, que aguarda um nome que afaste a possibilidade de medidas heterodoxas.

Logo após a informação sobre Mercadante, o dólar reduziu bastante o ritmo de alta e não apenas ultrapassou novamente o nível de R$ 5,10 como tocou pontualmente a casa de R$ 5,13. No fim do dia, era cotado a R$ 5,11,86, em alta de 0,92% - o que leva a baixa acumulada nos dois primeiros pregões após a eleição de Lula a 3,43%.

Amanhã, o mercado local estará fechado em razão do feriado do Dia de Finados. No exterior, as atenções se voltam à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), que pode acenar com redução do ritmo de alta dos juros a partir de dezembro.

"Os investidores estrangeiros gostaram a vitória de Lula e estamos vendo entrada de dólares desde ontem. O Brasil tem juros reais muito elevados e a taxa Selic só deve começar a cair no meio do ano que vem", afirma o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, para quem o dólar pode recuar ainda mais dependendo de quem Lula indicar para o Ministério da Fazenda. "Se o mercado, principalmente o internacional, gostar do nome, o dólar pode chegar a R$ 5,00."

O Citi afirma, em relatório, que a margem apertada da eleição presidencial, ao lado do aumento de parlamentares de direita no Congresso, sugere que Lula vai adotar uma postura mais moderada. Com o risco de contestação das eleições reduzido, o banco acredita que o mercado vai monitorar de perto a formação do ministério, em especial ao nome que comandará a Fazenda. Do ponto de vista fiscal, o Citi avalia que Lula vai ter uma postura pragmática, com aumento de gastos mas também de impostos.

Embora o foco no momento esteja na composição do futuro governo, o Citi afirma que o cenário externo deve seguir como o principal fator para o comportamento do real. O ambiente para economias emergentes está se tornando "menos amigável", com expectativa de mais aperto das condições financeiras em meio a uma tendência persistente de queda nos preços de commodities. "Esperamos taxa de câmbio ao redor de R$ 5,30 até o fim de 2022. O déficit em conta corrente deve ser de cerca de 2,5% do PIB neste ano com superávit comercial enfraquecendo (US$ 40 bilhões ou 2% do PIB) devido à demanda global e preços de commodities mais fracos". (Antonio Perez - [email protected], com Renata Pedini)

17:47

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.11860 -0.9156 5.20530 5.08660

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5168.500 -0.85364 5238.000 5114.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5228.640      

JUROS

O recuo dos juros futuros visto durante boa parte da terça-feira perdeu força no fechamento dos negócios e, no fim da sessão regular, apenas a ponta longa ainda sustentava o movimento, com as demais perto da estabilidade. Na etapa estendida, as taxas de curto e médio prazos tinham viés de alta e as longas pouco se mexiam.

Havia a expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro, finalmente, admitisse a derrota no pleito que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República, o que poderia eliminar o risco de contestação e também dissipar os bloqueios de caminhoneiros das rodovias. Ele até se manifestou no fim da tarde, mas sem qualquer comentário sobre o resultado das urnas, esfriando o ímpeto de queda dos juros. De todo modo, a percepção de que a transição seria liderada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), foi confirmada e, ainda que tenha sido antecipada pelo mercado, foi bem recebida. O exterior mais uma vez ficou em segundo plano, assim como a agenda, mesmo em dia de ata do Copom.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou com taxa de 12,92%, de 12,91% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,70% para 11,69%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com a taxa estável em 11,48%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 11,55%, de 11,58%.

Evento mais esperado desde domingo à noite, o pronunciamento de Bolsonaro trouxe certa decepção aos investidores, que contavam com uma menção clara sobre o desfecho da eleição. Após o silêncio de quase 45 horas, ele agradeceu os votos recebidos, disse que as manifestações de caminhoneiros refletem "injustiça na condução do processo eleitoral" e que cumprirá a Constituição.

A reação dos ativos só não foi pior porque, segundo o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), o presidente autorizou o início do processo de transição. "Parece que ele realmente não vai questionar as urnas e está isolado, enfraquecendo a história do terceiro turno", afirmou a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira.

Para a equipe a Warren Renascença, com o pronunciamento, vira-se uma página e inicia o processo de transição. "Dentro desse novo capítulo duas peças vão andar juntas. Negociações para a composição do novo ministério e com o atual Congresso sobre sucessão, waiver, teto dos gastos, Orçamento e Orçamento Secreto", disseram os profissionais.

Além disso, é um alívio para o mercado o fato de Alckmin ter sido confirmado como o coordenador técnico da transição nos próximos dois meses. "É uma boa notícia a escolha de alguém que não é do PT para uma função tão relevante, contrariando a prática do partido de não dividir atribuições. Isso faz diferença e faz preço", disse Pereira. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que Lula ainda não definiu quem vai liderar a área econômica da transição. Porém, segundo apurou o Broadcast, o nome escolhido é de Aloizio Mercadante.

Enquanto isso, centenas de bloqueios em rodovias do País comprometem o abastecimento de uma série de produtos, entre eles combustíveis, mas o mercado relativizou eventuais impactos sobre a inflação, na expectativa de que o pronunciamento de Bolsonaro esvaziasse o movimento.

Quanto à ata do Copom, houve uma percepção levemente dovish do documento, mas sem impacto nas apostas para a política monetária. A equipe da Terra Investimentos destaca as menções aos dados de crédito que já estariam aparecendo sensibilizados pela política mais restritiva, à atividade e ociosidade que também já estariam impactadas pela política monetária, ainda que de forma marginal. Ainda, o Copom cita a atividade global mais adversa em virtude de ajustes concertados nas condições monetárias. "Sem grandes novidades no documento, mantemos nossa expectativa de corte de juros a partir de junho de 2023, onde a maior incerteza continua centrada na resolução das questões referentes ao novo arcabouço fiscal", afirmam. (Denise Abarca - [email protected])

08:29

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam em baixa hoje, na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), com destaque para os recuos de ações ligadas a tecnologia. As perspectivas por uma alta de juros de 75 pontos base amanhã se consolidaram, especialmente com a publicação de indicadores que reforçaram pressões inflacionárias e a força do mercado de trabalho americano. As possibilidade do aperto monetário seguir forte apoiou um avanço dos rendimentos curtos dos Treasuries. No câmbio, o dólar ficou perto da estabilidade ante as principais moedas, em semana que conta ainda com a decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Entre as commodities, a maioria acumulou ganhos, estimuladas por indícios de que a China pode voltar atrás em parte de sua política para a covid-19, o que poderia dar força à demanda.

Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, as ações em Nova York "estão lutando enquanto o mercado de trabalho se recusa a esfriar, o que deve impedir o Fed de entregar uma alta dovish amanhã". As pressões salariais não vão desaparecer tão cedo e isso impedirá que a inflação esfrie, avalia. Os juros podem precisar permanecer mais altos por mais tempo se o mercado de trabalho ainda estiver saudável e a inflação acabar sendo mais rígida do que os mercados estão pensando inicialmente, projeta o analista. A abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos avançou a 10,717 milhões em outubro, segundo o relatório Jolts. "O mercado de trabalho permanece historicamente apertado e isso deve servir para encorajar não apenas uma alta de 75 pontos-base amanhã, mas um aperto adicional no final do ano e em 2023", conclui o BMO.

Algumas das principais quedas nas ações estiveram em tecnologia. Um destaque é a Amazon, que recuou 5,52%, caindo pelo quinto dia seguido e acumulando baixa de quase 20% desde então. Entre os índices, Dow Jones 0,25%, aos 32.650,83 pontos, S&P 500 recuou 0,41%, aos 3.856,02 pontos e Nasdaq baixou 0,89%, aos 10.890,85 pontos. Nos Treasuries, os rendimentos de curto prazo ganharam força. No fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,540%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,054% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,198%.

Na Europa, os rumores de que a China estava se preparando para uma reabertura após anos de política restritiva pela covid-19 deram impulso às bolsas. Em Londres, o FTSE 100 subiu 1,29%, enquanto o PSI20 avançou 1,92% em Lisboa. O movimento também teve importante impulso para commodities que dependem da demanda chinesa. O petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 2,12% (US$ 1,84), a US$ 88,37 o barril, enquanto o Brent para janeiro de 2023 subiu 1,98% (US$ 1,84), a US$ 94,65 o barril. Já o cobre, na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o metal com entrega prevista para dezembro avançou 2,89%, a US$ 3,4725 por libra-peso.

Na visão da Western Union, recém-saído de seu primeiro mês de perdas desde maio, o dólar cedeu mais terreno à medida que os mercados se preparam para reuniões do Fed e do BoE. "O banco central americano certamente aumentará as taxas em mais 75 pontos-base, para 4%, com a inflação mostrando poucos sinais discerníveis de desaceleração significativa", avalia. No caso britânico, a avaliação é de que para a libra estender sua recuperação das mínimas recordes no final de setembro, ajudaria se o BoE na quinta-feira adotasse uma postura mais agressiva de combate à inflação e aumentasse as taxas em 75 pontos-base, para 3%. Ao final da tarde, a libra avançava a US$ 1,1484, o euro recuava a US$ 0,9878 e o índice DXY fechou em baixa de 0,04%, a 111,481 pontos. (Matheus Andrade - [email protected])

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