ATIVOS DOMÉSTICOS TÊM ALÍVIO COM APOSTA QUE BOLSONARO RECONHEÇA DERROTA

Blog, Cenário

A perspectiva de um reconhecimento da derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por parte de Jair Bolsonaro (PL) consolidou nesta tarde um alívio que os mercados locais já experimentavam, em menor medida, desde a manhã. Por mais que o atual presidente ainda esteja em silêncio, o Broadcast Político apurou que ele não deve contestar o resultado, seguindo a linha de aliados próximos, como seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Há também expectativa de que o governo colabore com o processo de transição, tirando de cena os temores de turbulência pós-eleitoral no Brasil. Nem mesmo informações de bloqueios de estradas federais por manifestantes tiraram o ímpeto comprador de Brasil do mercado hoje. O investidor gostou ainda dos relatos da presença do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), na coordenação da transição do lado lulista e aposta, agora, em um nome "amigável" ao mercado no comando da equipe econômica. Neste cenário, os ativos domésticos chegaram ao fim da sessão em rota oposta à tendência de seus semelhantes externos. O dólar à vista terminou o dia aos R$ 5,1659, queda de 2,54%. No mês, a baixa foi de 4,24%. Nos juros futuros, as taxas de prazo mais longo terminaram nas mínimas, com recuo superior a 15 pontos-base em alguns contratos. No mês, a curva perdeu inclinação, com taxas curtas e intermediárias em alta e longas, com leve queda. Na Bolsa, o Ibovespa terminou o dia aos 116.037,08 pontos, valorização diária de 1,31% e mensal de 5,45%. O avanço intraday só não foi maior por causa do mergulho de ações da Petrobras (ON -7,04% e PN -8,47%) com a vitória de Lula. Lá fora, o investidor pôs o pé no freio hoje em meio à expectativa com a decisão do Federal Reserve na quarta-feira. O Dow Jones caiu 0,39%, o S&P 500 cedeu 0,75% e o Nasdaq recuou 1,03%. No mês, contudo, houve valorização de 13,95%, 7,99% e 3,90%, respectivamente.

•CÂMBIO

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

O dólar despencou ao longo da tarde desta segunda-feira (31) e encerrou o dia na casa de R$ 5,16, com relatos de desmonte de posições cambiais defensivas por investidores locais e entrada de fluxo estrangeiro. Segundo analistas, o mercado incorpora à taxa de câmbio a redução do risco político-institucional, em razão da falta de espaço para contestação do resultado da eleição pelo presidente Jair Bolsonaro, e a perspectiva de que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, mostre que vai adotar uma política econômica moderada com a montagem equipe de transição.

Esse movimento de apreciação do real não veio, contudo, sem sobressaltos. Na abertura dos negócios, como previsto, o dólar esboçou uma alta mais forte e chegou a tocar o patamar de R$ 5,40. A valorização da moeda americana no exterior em relação a pares fortes e divisas emergentes, na esteira da leitura ruim de inflação na Europa e indicadores de atividade abaixo do esperado na China, contribuía para pressionar a taxa de câmbio.

O dólar perdeu força no mercado doméstico ainda pela manhã, à medida que surgiam sinais vindos do QG de Lula, em especial a possível indicação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para comandar a equipe de transição de governo. Operadores notavam também influência de fatores técnicos com a disputa pela formação da última taxa Ptax de outubro e rolagem de posições no mercado futuro.

"O mercado amanheceu digerindo o resultado da eleição e com aversão ao risco por conta de dados ruins da Europa e da China. Mas se recuperou quando saiu a notícia de que Lula deve anunciar nomes da equipe de transição, o que diminui um pouco a incerteza sobre a condução da economia", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Já abaixo da linha de R$ 5,20 no fim da manhã, o dólar renovou mínimas ao longo da tarde assim que surgiram relatos de que o presidente Jair Bolsonaro se manifestaria para reconhecer a derrota nas urnas. Com oscilação de cerca de 25 centavos entre a máxima (R$ 5,4085) e a mínima (R$ 5,1544), o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 2,54%, cotado a R$ 5,1659 - menor valor de fechamento desde 21 de outubro. A moeda fecha outubro com desvalorização de 4,24%.

Primeiro integrante do círculo mais próximo a Bolsonaro a se manifestar nas rendes sociais, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) agradeceu no Twitter às pessoas que votaram no seu pai. "Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!", escreveu. Fontes ouvidas pelo Broadcast relatam que o presidente disse a ministros que não vai contestar o resultado das eleições, mas que há possibilidade de críticas à atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, além das dúvidas sobre o rumo da política econômica em um governo Lula, os preços dos ativos locais refletiam o risco institucional, dada a possibilidade de que Bolsonaro contestasse o resultado eleitoral. A movimentação política interna e o reconhecimento da vitória de líderes internacionais diminuíram o espaço para contestação.

"Apesar de ainda termos de esperar pelo o que o Bolsonaro vai dizer, existe uma diminuição desse risco institucional. A reação natural do mercado é promover essa correção que estamos vendo no câmbio", afirma Velho, ressaltando que o dólar operou descolado do comportamento global da moeda americana na semana passada. "Agora, está mais alinhado a níveis convergentes com a sinalização do Federal Reserve de que pode desacelerar o ritmo de alta de juros a partir de dezembro".

Segundo o economista, embora deva haver mudanças na política econômica, dada a fé de economistas alinhados do PT no papel da expansão dos gastos públicos para o crescimento econômico, não se espera uma guinada radical rumo à heterodoxia. "A sensação é de que não vai ter nenhuma maluquice. Existe memória do primeiro governo Lula, com bons nomes de equipe econômica, e possibilidade de nova âncora fiscal para substituir o teto de gastos", afirma.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis pares fortes - voltou a superar a linha dos 111,600 pontos, com fraqueza do euro, iene e libra. Leitura preliminar do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro subiu a taxa anualizada de 10,7% em outubro, aceleração ante setembro e acima do esperado por analistas (10%), o que aumenta as chances de uma recessão na Europa.

As divisas emergentes de países exportadores de commodities também recuaram frente ao dólar, com dados fracos da China. Índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de indústria e serviço de outubro vieram abaixo de 50 pontos, o que significa contração da atividade. Crescimento do número de casos de coronavírus no gigante asiático também avivam temores de mais desaceleração econômica com novos bloqueios prescritos pela política de covid zero. (Antonio Perez - [email protected])

17:41

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.16590 -2.5375 5.40850 5.15440

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5257.500 -0.83931 5405.500 5244.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5203.500 -2.47399 5442.500 5186.000

JUROS

A segunda-feira do pós-eleição que encerra outubro começou pesada para o mercado de juros, com taxas em alta pela manhã, mas ainda na primeira etapa a pressão se dissipou e passaram a cair, com mínimas à tarde. O ajuste à confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial, que na visão dos agentes trazia risco à agenda liberal, durou pouco tempo, na medida em que informações ao longo do dia sugeriam uma transição civilizada, com menor probabilidade de contestação do resultado. Em especial, o mercado se animou com a informação de que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), pode assumir o processo, o que elevaria as chances de um nome amigável ao mercado para comandar a equipe econômica.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,915%, de 12,963% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,81% para 11,70%. O DI para janeiro de 2027 encerrou na mínima de 11,49%, de 11,64% no ajuste anterior. No mês, a curva perdeu inclinação, com as taxas curtas em alta e as longas, com viés de baixa.

A abertura dos negócios foi pautada por estresse, como esperado, uma vez que o "cenário Lula" estava apenas parcialmente precificado, a paralisação de caminhoneiros sugerindo tumulto no pós-eleição e o risco de questionamento de resultado alimentado pelo silêncio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Até o fim da tarde, o mandatário ainda não tinha se pronunciado oficialmente, mas teria dito a ministros que não vai questionar o resultado das urnas.

Os receios de contestação, porém, já vinham sendo de certa forma mitigados pelas declarações dos líderes do Congresso, autoridades e instituições ainda ontem e, nesta tarde, as Forças Armadas garantiram ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, seja qual for a postura do presidente, não partirá dos generais qualquer resistência à diplomação e posse de Lula.

"Com isso a possibilidade de contestação fica bem desidratada", afirmou o economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel. Ele avaliou ainda que a margem de diferença muito apertada - cerca de 2 milhões de votos - na disputa entre Lula e Bolsonaro reforça a necessidade de negociação com o Congresso, o que contribuiu para o alívio dos prêmios de risco. "Não é uma carta branca", disse.

Outro fator que ajudou a distensionar os mercados é a perspectiva de que Alckmin seja o condutor do processo de transição. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que coordenou a campanha de Lula, o vice-presidente eleito e o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante (PT), são cotados. "Se for Alckmin, a sinalização é de um nome para a Fazenda mais amistoso para o mercado, como Henrique Meirelles, Pérsio Arida ou Marcos Lisboa, que passam credibilidade e por si só já indicam qual seria a linha da política econômica", afirmou Sichel.

Segundo apurou o Estadão, Alckmin, que fez a ponte com economistas de fora do PT que deram apoio a Lula, tem conversado com economistas sobre a política fiscal que deveria ser adotada pelo próximo governo. A bolsa de apostas continua pendendo para um ministro político, mas o nome que ganha mais força é do ex-governador da Bahia, Rui Costa, pela 'entrega' de 3,7 milhões de votos a mais para Lula do que para Bolsonaro. Nesse grupo, outros citados na campanha são Wellington Dias, ex-governador do Piauí, senador eleito e próximo de Lula, e o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Atual secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, ligado a Alckmin, pode assumir o Tesouro.

Para os economistas do Citi, contudo, a eleição não deve ser o principal condutor para as taxas, mas sim a política monetária do Banco Central e o mercado global seriam os fatores-chave. "O Brasil mantém-se como um dos poucos mercados que reúne os critérios para posições aplicadas: inflação já atingiu o pico e o BC provavelmente já fechou seu ciclo de alta de juros", avaliam. Segundo o banco, o ciclo de corte pode ser iniciado ainda enquanto os demais bancos centrais estiverem subindo juros. Desse modo, afirmam ser "doadores" no DI para janeiro de 2025.

Para a ata do Copom que sai nesta terça-feira, a expectativa é de repetir o tom do comunicado, sem grandes expectativas. Segundo apurou o Projeções Broadcast, o documento deve reiterar a preocupação com o futuro do arcabouço fiscal e os analistas também buscarão atualizações sobre as estimativas do BC para o hiato do produto, além de explicações sobre as mudanças feitas nas projeções de inflação da autarquia.

Com os desdobramentos da eleição em foco, o mercado de juros deixou hoje em segundo plano o ambiente externo. Os retornos dos Treasuries tiveram avanço firme, às vésperas da decisão do Federal Reserve, que deverá apertar novamente o juro em 75 pontos-base na quarta-feira. (Denise Abarca - [email protected])

08:21

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

BOLSA

Com giro reforçado a R$ 47,2 bilhões nesta última sessão do mês, o Ibovespa encerrou outubro acumulando ganho de 5,45% no período, estendendo série positiva que retrocede a julho. Hoje, o índice manteve ampla faixa de flutuação da mínima (112.113,34) à máxima (116.763,47) do dia, e conseguiu ir além da linha dos 114 mil pontos, das duas sessões anteriores, ao fechar em alta de 1,31%, aos 116.037,08 pontos, saindo de abertura aos 114.533,14. No ano, o Ibovespa sobe agora 10,70%.

Nesta segunda-feira, a forte queda de Petrobras (ON -7,04%, PN -8,47%) e de Banco do Brasil (ON -4,64%), com o prosseguimento da reversão do 'kit estatais' após a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite de ontem, não foi o suficiente para lançar o Ibovespa em correção nesta última sessão do mês, ao contrário do que antecipavam analistas de mercado no fim do domingo.

Ainda assim, em linha com o que se esperava, Petrobras e BB seguraram a ponta negativa do Ibovespa nesta sessão pós-eleitoral, mas acumularam no mês um desempenho bem discreto: Petrobras ON e PN ainda avançaram 0,54% e 0,03%, respectivamente, e BB ON cedeu 3,89%. As três ações ainda mantêm desempenho amplamente positivo no ano, com ganhos, pela ordem, de 56,44%, 56,07% e 37,77%.

No lado oposto do Ibovespa nesta última sessão de outubro, destaque hoje para CVC (+9,63%), Alpargatas (+9,04%) e Azul (+8,91%). O índice de consumo, que reúne ações com exposição à economia doméstica, fechou o dia em forte alta de 3,98%, enquanto o de materiais básicos, das ações de commodities, cedeu 0,62%. Vale ON encerrou esta segunda-feira em baixa de 0,47%. Os grandes bancos, por sua vez, subiram, com ganhos acima de 2% na sessão, à exceção de BB.

Na transição para o novo governo, a falta de ruídos iniciais mais intensos contribui para tranquilizar os investidores, com rápida proclamação do resultado, reconhecimento externo de países como Estados Unidos e China, e mesmo o silêncio do presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas que havia contestado em boa parte do processo eleitoral.

A pronta admissão pública da derrota entre aliados próximos, como Arthur Lira (presidente da Câmara), ainda na noite de domingo, contribui para reduzir ao mínimo o risco de contestação, que poderia estender a eleição a um "terceiro turno" após ter sido decidida por estreita margem de 2,1 milhões de votos.

Por outro lado, desde a noite de ontem e supostamente sem um comando central, caminhoneiros têm obstruído rodovias em diferentes Estados, afetando artérias importantes, como a Dutra e a Régis Bittencourt. Manifestantes queimaram pneus e, além de algumas camisas da seleção brasileira, portavam também mensagens como 'Help Brazil' e pedidos de intervenção militar, contestando o resultado eleitoral.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse hoje que o presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa resolver os bloqueios de caminhoneiros. "São bloqueios políticos e estão causando prejuízo ao Brasil e à população. A responsabilidade é dele e dos órgãos que ele governa", disse a presidente do PT.

No início da tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicava 111 pontos de manifestação em rodovias federais, com base em informações registradas em sistema interno até as 12h30, enviado a participantes do setor de transporte e obtido pelo Broadcast Agro. Segundo o documento, são 71 interdições, onde o fluxo fica parcialmente impedido; 29 bloqueios, nos quais o fluxo está totalmente impedido; e 11 pontos de concentração, em que um grupo de manifestantes fica fora da rodovia, sem influência no tráfego.

Fontes ouvidas pelo Broadcast Político apontaram que Bolsonaro quer ver o relatório das Forças Armadas sobre o resultado das urnas antes de se manifestar sobre a derrota para Lula. Aliados do presidente, contudo, tentam convencê-lo a desistir da ideia. Políticos próximos a Bolsonaro, principalmente do Centrão, já sinalizaram que estão dispostos a cooperar com o presidente eleito, Lula.

Relatos desta segunda-feira apontaram que ministros como Paulo Guedes (Economia) e Carlos França (Relações Exteriores) estariam envolvidos na redação de um texto a ser sugerido ao presidente Bolsonaro sobre o resultado da eleição. Ontem à noite, após a confirmação da derrota pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro isolou-se no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.

O presidente disse a ministros nesta segunda-feira, 31, que não vai contestar o resultado da eleição, mas há a possibilidade de criticar a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A informação foi antecipada pela coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, e confirmada pelo Broadcast Político. Bolsonaro permanece em silêncio desde a noite de ontem, sem reconhecer o resultado nas urnas, nem parabenizar o presidente eleito.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que coordenou a campanha de Lula, confirmou hoje que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante (PT), são cotados para comandar a transição. O nome de Alckmin é muito bem visto pelo mercado para exercer tal função.

Em outro desdobramento considerado positivo, a presidente da Caixa, Daniella Marques, pode participar da equipe de transição de governo, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast. Daniella foi o braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o processo de transição de Michel Temer para Jair Bolsonaro, no fim de 2018.

"O desfecho da eleição foi o mais apertado da história da Nova República, desde 1988. O discurso de Lula (de ontem à noite na Avenida Paulista) foi em tom tranquilo, conciliador, bem mais leve do que o esperado", diz Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital. Ele observa que a campanha vitoriosa na eleição ainda não deu muitas indicações sobre economia, apesar do aceno sobre responsabilidade fiscal e "previsibilidade".

"Não há nenhum grande indicativo sobre o que se vai fazer. Precisamos esperar os próximos dias, esperar principalmente o anúncio do próximo ministro da Fazenda, que deve acontecer relativamente rápido, na minha opinião", acrescenta o economista, referindo-se a "dias e não semanas".

A Fitch, agência de classificação de risco de crédito, acredita ser improvável que a vitória de Lula resulte em grande mudança na política macroeconômica brasileira. No entanto, destaca que "um sinal importante será o esclarecimento de quais serão os planos de mudança das regras fiscais".

No front político, "o establishment aceitou a derrota (de Bolsonaro), o que envolve não apenas o Centrão mas também pessoas próximas ao presidente, sem espaço para contestação. O presidente ainda não falou, e precisamos saber qual será sua fala. Se continuarmos nesse cenário de tranquilidade, de aceitação do resultado, não vai ter nenhum soluço grande do mercado", diz Candido, da RPS Capital, destacando a presença do investidor estrangeiro, do lado comprador na B3, em outubro. "Os próximos dias podem ser ainda de um pouco de apreensão", ressalva.

Em setembro, com ganho de 3,71% para o dólar no mês, bem superior ao visto no Ibovespa, o índice de ações retrocedeu para 20.397,58 pontos, na moeda americana - ainda assim, em patamar mais alto, em dólar, do que na virada do primeiro para o segundo semestre, vindo de 19.937,90 pontos em julho e de 18.824,39 pontos no encerramento de junho. Em agosto, com o dólar em leve alta de 0,53% no mês, o Ibovespa foi aos 21.056,01 pontos, na moeda americana.

Agora em outubro, dois meses depois, aponta 22.462,12 pontos, com o Ibovespa em alta de 5,45% e o dólar em baixa de 4,24% no mês. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116037.08 1.30788

Máxima 116763.47 +1.94

Mínima 112113.34 -2.12

Volume (R$ Bilhões) 4.72B

Volume (US$ Bilhões) 8.98B

17:41

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 117085 0.07265

Máxima 118450 +1.24

Mínima 112510 -3.84

MERCADOS INTERNACIONAIS

Às vésperas da decisão monetária do Federal Reserve (Fed), as bolsas de Nova York iniciaram a semana em queda, com o mercado precificando um aumento de 75 pontos-base (pb) pelo BC norte-americano nesta quarta-feira, 2 de novembro. No mês de outubro, porém, o Dow Jones acumulou ganhos de 14%, o S&P 500, de 8% e o Nasdaq, de 4%. Nesta sessão, apenas o setor de energia fechou no azul, apesar da expectativa de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anuncie ainda hoje um novo imposto para petroleiras. Também de olho em indicadores econômicos que apontam para desaceleração da indústria ao redor do globo e avanço da inflação, o dólar subiu ante rivais, o que pressionou a negociação de commodities. O petróleo ficou no vermelho, digerindo também projeções pela Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) para o mercado.

Este mês foi marcado pela publicação de resultados corporativos mistos nos Estados Unidos. Entre empresas com uso intensivo de tecnologia, por exemplo, Meta (-6,09%) e Amazon (-0,94%) acumularam perdas em torno de 30% e 10%, respectivamente, em outubro. Já a Apple (-1,54%) teve alta mensal de pouco mais de 10%. Entre petroleiras, Chevron (+0,51%) e ExxonMobil (+0,10%) avançaram cerca de 26% no mês.

Mais cedo, os papéis das produtoras de energia chegaram a perder fôlego e algumas tocaram território negativo após a notícia de que Biden estaria planejando um novo imposto para lucros exacerbados das companhias do setor. A informação foi dada por fontes familiarizadas com o assunto à Associated Press.

No fechamento, o Dow Jones caiu 0,39%, a 32.732,95 pontos, o S&P 500 cedeu 0,75%, a 3.871,98 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 1,03%, a 10.988,15 pontos. No mês, os avanços foram de 13,95%, 7,99% e 3,90%, respectivamente. De acordo com a 'CNBC', este foi o melhor resultado mensal para o Dow Jones desde 1976.

Ainda, permearam as negociações as expectativas para a postura do Fed na quarta-feira, com predomínio da aposta de alta de 75 pb entre analistas e operadores. Monitoramento do CME Group mostrava, no fim desta tarde, 86,6% de probabilidade para elevação nesta magnitude, contra 13,4% para 50 pb.

Uma desaceleração no aperto monetário da autoridade monetária norte-americana em dezembro, como especulam operadores, exigiria uma mudança nas mensagens do Fed, destaca o BMO Capital Markets. O desafio será se o presidente da instituição, Jerome Powell, estará disposto a dar início a tal processo antes de ver o resultado do núcleo de índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), a ser publicado no próximo dia 10. Para o banco canadense, é improvável que Powell forneça um guidance, mas sim enfatize que todas as opções estão à mesa.

Pelo levantamento do CME Group, para a última reunião do ano, há 50,6% de chance de alta de 75 pb, 44,3% para 50 pb e 5,1% para 25 pb.

No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,474%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,069% e o do T-bond de 30 anos tinha alta de 4,198%.

A queda além do previsto no índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos EUA e China em outubro também esteve no radar, assim como a inflação mais forte que o previsto na zona do euro. O dólar ganhou forças ante rivais e o índice DXY fechou com alta de 0,70%, a 111,527 pontos. Na marcação, o dólar subia a 148,73 ienes, o euro recuava a US$ 0,9881 e a libra, a US$ 1,1470.

Assim, o petróleo WTI para dezembro fechou em queda de 1,56% (US$ 1,37), a US$ 86,53 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro de 2023 perdeu 1,02% (US$ 0,96), a US$ 92,81 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Operadores também digeriram as projeções da Opep, que espera forte demanda global por petróleo até 2025, seguida por desaceleração.

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