Os ativos domésticos sofreram um baque na sessão desta segunda-feira, derivado do aumento da incerteza com a eleição presidencial. O caso Roberto Jefferson fez os investidores adotarem o modo cautela por causa de dois eventuais desdobramentos: de um lado, pelo potencial impacto negativo dele no voto em Jair Bolsonaro, visto com mais simpatia pelos agentes diante do viés mais liberal de sua equipe econômica; de outro, mostra também que o risco de contestação violenta do resultado eleitoral é alto. Desta forma, o 'pacote Bolsonaro' na Bolsa, composto por ações de estatais, liderou as perdas do dia, numa realização do recente rali. Petrobras ON mergulhou 9,89% e PN cedeu 9,20%, ao passo que Banco do Brasil ON recuou 10,03%. O Ibovespa perdeu quase 4 mil pontos em relação ao fechamento de sexta-feira e, por pouco, não encerrou abaixo do suporte de 116 mil pontos. O índice computou perda diária de 3,27%, terminando em 116.012,70 pontos. Nos juros futuros, o contrato de janeiro de 2027 avançou 20 pontos-base. E no câmbio, o dólar escalou aos R$ 5,3029 (+3,01%), encerrando na máxima do dia. Mas na questão da moeda brasileira, e marginalmente nos outros ativos locais, houve influência ainda da liquidação no mercado de ações na China neste começo de semana. Preocupam os agentes o fato de os sinais de desaceleração da economia do gigante asiático não terem vindo com contrapartidas do poder central de Pequim para estimular a atividade, o que, de resto, é ruim para os emergentes como um todo. As commodities sentiram mais esse efeito, com o petróleo cedendo tanto em Londres quanto em Nova York. Mas o mercado de ações americano e europeu operou com forte otimismo, à espera de balanços de grandes empresas de tecnologia e recebendo bem a nomeação de Rishi Sunak como novo primeiro-ministro do Reino Unido. O Dow Jones avançou 1,34%, o S&P 500 ganhou 1,19% e o Nasdaq subiu 0,86%. Em Londres, o FTSE 100 teve alta de 0,64%.
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BOLSA
O fogo amigo do ex-deputado Roberto Jefferson na última semana de campanha trouxe elemento a mais de dúvida ao desfecho da corrida presidencial, no próximo domingo, 30. Se, na semana passada, o mercado parecia celebrar o crescimento do presidente Jair Bolsonaro na reta final, a reação com tiros e granadas de um (ex-)aliado contra o cumprimento de ordem judicial expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) lança o 'sprint' do governo na incerteza, especialmente quanto à reação do eleitor moderado, de centro, apontam analistas. A reação dos investidores na B3 foi clara: venda de ações da Petrobras e do Banco do Brasil, que na semana passada estiveram entre as campeãs de preferência.
Assim, mesmo com o sinal positivo de Nova York e, mais cedo, também na Europa, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 3,27%, aos 116.012,70 pontos, entre mínima de 115.792,69 e máxima de 119.924,17, quase correspondente à abertura, aos 119.921,67 pontos. A correção desta segunda-feira absorveu um pouco menos da metade da alta de 7,01% acumulada na semana passada, quando o Ibovespa ficou invicto, com cinco ganhos seguidos. Em porcentual, a perda foi a maior desde a queda de 3,39% em 26 de novembro de 2021. O giro de hoje ficou em R$ 30,8 bilhões. No mês, a referência da B3 avança 5,43% e, no ano, 10,68%.
Dessa forma, alguma gordura acumulada pelo Ibovespa no mês e no ano facilitou, nesta abertura de semana, a devolução de parte do entusiasmo do período anterior, com reversão do forte avanço de Petrobras e Banco do Brasil que havia dado substância aos ganhos do índice na semana passada. Hoje, Petrobras ON e PN cederam respectivamente 9,89% e 9,20%, na ponta negativa do índice, logo após Banco do Brasil ON (-10,03%, mínima do dia no fechamento), e um pouco à frente de IRB (-8,49%) e de CSN ON (-8,10%). Ao longo da semana passada, Petrobras ON e PN, e BB ON, haviam acumulado ganhos, pela ordem, de 11,87%, 12,87% e 14,10%, decisivos para que o Ibovespa avançasse 7%.
"Petrobras e Banco do Brasil eram os nomes mais evidentes, as ações que reagiriam mais rápido, em valorização, à confirmação de eventual vitória de Bolsonaro no fim de semana. Se Lula vencer, tampouco se espera uma correção forte do Ibovespa, num primeiro momento. Haverá o benefício da dúvida até que seja anunciado ao menos o nome de quem seria o ministro da Fazenda desse eventual futuro governo. E há bons nomes também com Lula, de economistas com história ligada ao PSDB, e também o próprio Henrique Meirelles, que se mostraram simpáticos e se dispuseram a ajudar", observa César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.
A expectativa mais forte é de que Lula, se eleito, venha a optar por um nome com perfil de negociação política, como foi Antonio Palocci no primeiro mandato do ex-presidente, para lidar com um Congresso em que o governo não teria maioria, a princípio. Mas, ao lado do futuro ministro, independente de quem vier a ocupar o posto em eventual governo do PT, espera-se uma retaguarda técnica que assegure credenciais que atraiam alguma confiança do mercado sobre a trajetória fiscal.
Nesta segunda-feira, em novo aceno aos liberais e ao centro político, a campanha do PT foi a campo para convencer os economistas do Plano Real a participar, nesta noite, do 'Ato em Defesa da Democracia e do Brasil', marcado para as 19 horas no Teatro da PUC-SP, o TUCA. Ex-ministro da Fazenda do governo Temer, e ex-presidente do BC no governo Lula, Henrique Meirelles foi convidado a discursar e afirmou ao Broadcast Político que aceitou fazer uso da palavra.
"Na semana passada, o Ibovespa teve um rali impressionante, de 7%, inclusive chegando a descolar em certos momentos do exterior, como grande destaque do período, com o real também se apreciando um pouco. E Petrobras bateu na marca histórica de US$ 100 bilhões, em semana bastante positiva", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando para esta semana dados importantes, como o IPCA-15, amanhã, e o PIB dos Estados Unidos, na quinta-feira, mesmo dia em que o Banco Central Europeu (BCE) anunciará sua decisão sobre juros - um dia antes, na quarta-feira, o Copom delibera sobre a Selic.
A semana reserva também o resultado da Vale, na quinta-feira, e o relatório de produção da Petrobras, após o fechamento de hoje. Nos Estados Unidos, o período também traz nova fornada de resultados corporativos de peso, especialmente do setor de tecnologia, como Alphabet, Meta, Apple e Amazon, entre outras, observa em nota a Guide Investimentos.
"Das 99 empresas do S&P 500 que já reportaram resultados, 75% superaram as expectativas de consenso para o lucro, segundo a Refinitiv. Os mercados seguirão de olho nesses números, já que a semana será marcada pelos balanços das 'big techs'", aponta Álvaro Feris, especialista da Rico Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 116012.70 -3.26535
Máxima 119924.17 -0.00
Mínima 115792.69 -3.45
Volume (R$ Bilhões) 3.08B
Volume (US$ Bilhões) 5.84B
17:35
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 118070 -3.58091
Máxima 122000 -0.37
Mínima 117675 -3.90
CÂMBIO
O dólar disparou no mercado doméstico de câmbio na sessão desta segunda-feira (24) e voltou ao nível de R$ 5,30, em meio a um ambiente externo desfavorável para moedas emergentes e ao aumento das tensões políticas domésticas, com o episódio envolvendo a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, na semana derradeira antes do segundo turno da eleição presidencial. O real, que vinha apresentando desempenho superior a de seus pares, amargou hoje a maior desvalorização entre as moedas mais relevantes do mercado global.
Já em alta superior a 1% na abertura, o dólar escalou rapidamente e tocou R$ 5,30 ainda pela manhã. Ao longo da tarde, houve um refresco, com divisa oscilando entre R$ 5,27 e R$ 5,29. Nos minutos finais do pregão, contudo, o dólar voltou a escalar e fechou a R$ 5,3029, a máxima do dia, em alta de 3,01% - a maior valorização no fechamento desde 22 de abril deste ano, quando subiu 4%. Com a arrancada hoje, as perdas da moeda americana em outubro passaram a ser de apenas 1,70%.
Analistas observam que as perspectivas para o real hoje já eram negativas em razão das perdas em bloco de divisas emergentes e de países exportadores de commodities frente à moeda americana, em razão de dados ruins da economia chinesa (balança comercial e venda de moradias). Aumentam as preocupações com o futuro do gigante asiático após o Congresso do Partido Comunista Chinês resultar em mais concentração de poder nas mãos do presidente Xi Jinping, considerado mais hostil ao Ocidente.
Os ventos externos ruins foram turbinados por aqui pelo quadro político conturbado com o episódio envolvendo o aliado do presidente Jair Bolsonaro e ex-deputado federal Roberto Jefferson, que, em um primeiro momento, resistiu à ordem de prisão expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e atacou policiais federais com tiros e granadas. A leitura nas mesas de operação é que o entrevero é prejudicial à campanha de Bolsonaro e pode frear a tendência de crescimento das intenções de voto do presidente identificada nas últimas pesquisas eleitorais.
Foi senha para que investidores retomassem posições defensivas e se aproveitassem para realizar lucros acumulados recentemente na Bolsa, sobretudo em papéis de estatais, como Petrobras e Banco do Brasil, que haviam disparado com a perspectiva de reeleição de Bolsonaro. O episódio envolvendo Roberto Jefferson aviva temores de que haja uma reação violenta de apoiadores do presidente em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Essa questão política descolou a Bolsa lá de fora, com queda de Petrobras e Banco do Brasil, e bateu também no câmbio. Esse caso do Roberto Jefferson provoca ruído e faz o mercado entender que Bolsonaro pode ter dificuldades na reta final da campanha", afirma o diretor de produtos da Venice Investimentos, André Rolha. "Temos também uma questão técnica. O real e a bolsa tinham andando bastante, com o dólar beliscando R$ 5,15. Havia espaço para um ajuste".
A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, observa que o ruído político com "caso Roberto Jefferson" aumenta o grau de cautela que já era esperado na última semana de negócios antes do segundo turno das eleições. "O resultado do Congresso do Partido Comunista na China, embora fosse esperado, joga pressão sobre as moedas emergentes. Aqui a grande preocupação dos mercados é o impacto fiscal das promessas dos candidatos. Isso contribui para uma piora acentuada do real", afirma Quartaroli.
Além da reta final das eleições, analistas ressaltam que a agenda desta semana é carregada de eventos que podem mexer com os preços dos ativos. Por aqui, o mercado aguarda a divulgação amanhã (25) do IPCA-15 de outubro e, na quarta-feira (26) o Copom, que deve manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. No exterior, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia sua decisão na quinta-feira (27), seguida de entrevista da presidente da instituição, Christine Lagarde. Também na quinta sai a leitura preliminar do PIB dos EUA no terceiro trimestre e o Índice de preços de gastos com consumo (PCE), medida de inflação preferida pelo Federal Reserve.
Em relação a divisas fortes, o dólar teve um comportamento misto: leve baixa em relação ao euro e alta na comparação com o iene, apesar de rumores de intervenção do Banco do Japão (BoJ), e a libra esterlina. Os efeitos positivos da ascensão do ex-ministro de Finanças Rishi Sunak ao cargo de primeiro-ministro, que deve ser confirmada amanhã, já teriam sido embutidos nos preços. Dado esse jogo de forças, o índice DXY operou a maior parte do dia em leve queda, no limiar dos 112,000 pontos. (Antonio Perez - [email protected])
17:35
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.30290 3.0089 5.30290 5.20700
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5310.000 2.698 5312.500 5212.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5320.000 2.50482 5331.000 5204.000
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JUROS
Inseridos no contexto negativo para os demais ativos domésticos, os juros começaram a semana do Copom em alta, mais pronunciada nos vencimentos longos, refletindo a piora na percepção de risco político-eleitoral nesta reta final do segundo turno das eleições. Por mais que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) tenha tentado desvencilhar sua imagem da do ex-deputado Roberto Jefferson, o mercado passou a precificar maior risco para o seu desempenho nas urnas, corrigindo parcialmente movimento da semana passada quando a melhora das intenções de voto mostrada nas pesquisas produziu um rali dos ativos domésticos. Neste domingo, Jefferson atirou contra policiais que cumpriam ordens de prisão preventiva em sua casa, no interior do Rio de Janeiro. O exterior, com destaques da China, Reino Unido e PMIs, hoje ficou em segundo plano.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a etapa regular em 12,875%, de 12,832% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,67% para 11,82%. A do DI para janeiro de 2027 passou de 11,51% para 11,71%. O giro, normalmente mais fraco às segundas-feiras, hoje foi reforçado pelo ajuste de posições decorrentes do quadro eleitoral.
Enquanto no exterior o dia foi positivo para ativos de risco, por aqui o evento do domingo disparou correção, um pouco mais expressiva nas ações e na moeda justamente porque eram os ativos que mais tinham "andado" na esteira do quadro de empate técnico nas pesquisas eleitorais entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Os juros, diante da pressão do Treasuries e risco fiscal, devolveram prêmios com mais parcimônia na semana passada e era natural que hoje sofressem em menor intensidade. O Ibovespa caiu 3% e o dólar voltou para R$ 5,30.
De todo modo, a curva teve ganho de inclinação, com a ponta longa abrindo cerca de 20 pontos-base. "Tivemos indicadores de atividade fraca nos PMIs, mas o que está pegando de verdade são as notícias envolvendo o caso Roberto Jefferson. Sabemos que isso será explorado nas campanhas, apesar de Bolsonaro ter respondido até que bem, sem atacar o STF, condenando o episódio", afirmou a economista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, lembrando que Bolsonaro afirmou que "quem atira em policial é bandido".
Jefferson atacou os policiais com tiros de fuzil e granadas, que feriram dois deles. Depois de resistir à prisão por horas, foi capturado e está detido em um presídio no Rio. Bolsonaro disse ser "mentira" que ele e o político já tenham sido próximos. Em transmissão ao vivo ontem pela internet, negou que tivesse uma relação de proximidade e chegou a dizer que não tinha sequer uma fotografia com o ex-deputado. Porém, Jefferson tem uma relação antiga e próxima Bolsonaro e outros integrantes de sua família. Em fevereiro de 2003, empregou o filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), então com apenas 18 anos, no gabinete da liderança da bancada do PTB na Câmara.
O inesperado ataque esquenta ainda mais a semana pesada de eleição, eventos e indicadores, o que por si só tenderia a chamar alguma cautela. Amanhã, tem o IPCA-15 de outubro, que, segundo a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, deve acelerar a 0,09%, depois de cair 0,37% em setembro. Na quarta-feira, o Copom decide sobre a Selic e o consenso das apostas aponta para manutenção no nível de 13,75%. Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, afirma que o foco deverá estar na sinalização do comunicado para 2023. "Esse é o 'game' do Copom. No entanto, é difícil para o BC fazer grandes indicações neste período de grande incerteza. Precisa acompanhar o desfecho da eleição, entender qual vai ser a orientação da política econômica e fiscal", disse.
No exterior, haverá decisão reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta e a inflação do PCE (preços de gastos com consumo em inglês), na sexta, que vai testar os discursos mais dovish do Federal Reserve na semana passada.
Na agenda, a segunda-feira trouxe alívio nas medianas de IPCA para 2022 (5,62% para 5,60%) e 2023 (4,97% para 4,94%) no Boletim Focus, mas a de 2024, ano que vai ganhando espaço no horizonte de política monetária, avançou, de 3,43% para 3,50%. (Denise Abarca - [email protected])
08:35
Operação Último
CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 1308:31313.613.66
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.65
Over Selic (%a.a) 13.65
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MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York deram continuidade aos ganhos da semana passada e fecharam no positivo, à espera de balanços de grandes empresas e 'big techs' norte-americanas nos próximos dias. Os juros dos Treasuries também subiram, enquanto o dólar ficou misto ante rivais, em paralelo às crescentes expectativas de que o Federal Reserve (Fed) reduzirá o ritmo de alta de juros a partir de dezembro. Os mercados se animaram com a nomeação do ex-ministro das Finanças Rishi Sunak a novo premiê do Reino Unido, ainda que a questão fiscal britânica siga como um desafio. De olho em indicadores da economia chinesa e decorrente preocupação com a demanda, o petróleo fechou em queda no mercado futuro.
Wall Street se prepara para a publicação dos resultados trimestrais da 3M (+1,34%), Coca-Cola (+2,97%), General Electric (+0,74%), General Motors (+2,06%) amanhã. Além de Twitter (+3,27%), Microsoft (+2,12%), Alphabet (+1,37%) e Visa (+0,12%).
Para além dos balanços corporativos, operadores seguem digerindo as avaliações para postura do Fed. Uma alta de 75 pontos-base (pb) nos juros básicos na reunião da próxima quarta-feira, 2 de novembro, pelo banco central norte-americano já está precificada. Mas para meados de dezembro, o mercado se divide. Monitoramento do CME Group mostra 47,2% de probabilidade para aumento de 50 pb e 52,6% para um de 75 pb na última reunião do ano.
O BMO Capital Markets afirma que dezembro pode marcar um novo pivô na política monetária dos Estados Unidos. Além da decisão de juros, haverá a publicação do "amado" gráfico de pontos, lembra o banco canadense. Em nota, a instituição diz que esta segunda-feira "deixou a desejar" para aqueles que esperavam relativa calma com o período de silêncio do Fed. O intervalo para rendimento da T-note de 10 anos foi de 16 pb no intraday.
No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 10 anos subia a 4,246%, o da T-note de 2 anos avançava a 4,496% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,389%. Já entre índices acionários, o Dow Jones subiu 1,34%, a 31.499,62 pontos, o S&P 500 ganhou 1,19%, a 3.797,34 pontos, e o Nasdaq avançou 0,86%, a 10.952,61 pontos.
Em nota a clientes, a Oanda afirma que crescem as expectativas, ainda voláteis, de que uma economia enfraquecida nos EUA permitirá que o Fed pause seu aperto monetário após fevereiro do ano que vem. Os resultados do índice de gerentes de compras (PMI), aquém do esperado, mostraram fraqueza tanto através de serviços quanto da indústria, destaca, o que é uma boa notícia para os que anseiam pela pausa do BC norte-americano. O PMI da indústria chegou aos níveis mais baixos em 18 meses. "A economia dos EUA está caminhando para uma recessão, mas não será um declínio constante, pois grande parte da economia ainda tem força", afirma a consultoria.
Indicadores da China também foram monitorados, com resultados entendidos como mistos por analistas. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou mais que o previsto no terceiro trimestre, mas as vendas no varejo em setembro, por exemplo, ficaram aquém do esperado. Os bancos ANZ e Nordea reforçaram projeção de crescimento de 3% do PIB chinês neste ano. A preocupação com a demanda permeou as negociações de commodities nesta tarde e o petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 0,55% (US$ 0,47), a US$ 84,58 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 0,26% (US$ 0,24), a US$ 93,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Em relatório, o Commerzbank comenta que as perspectivas para o mercado do petróleo têm se deteriorado, com dólar operando em altos níveis.
Hoje, porém, a divisa americana ficou sem sinal única ante seus principais rivais. Na marcação, o dólar avançava a 148,96 ienes, o euro subia a US$ 0,9877 e a libra tinha baixa a US$ 1,1278. O índice DXY registrou queda de 0,02%, a 111,989 pontos.
A libra perdeu forças e a Bolsa de Londres se fortaleceu depois da notícia de que Sunak assumirá como primeiro-ministro no Reino Unido, com o FTSE 100 tendo fechado em alta de 0,64%, a 7.013,99 pontos. A liderança do ex-ministro das Finanças deve servir como "um período de calma depois de uma tempestade recente", com a política fiscal mais apertada do que Sunak encarou enquanto liderava a pasta de Finanças, diz a Capital Economics. Já o Eurasia Group destaca que a prioridade imediata para o novo premiê será ganhar suporte de Conservadores para o anúncio fiscal planejado pelo atual ministro das Finanças, Jeremy Hunt. A expectativa é também de que Sunak seja mais pragmático em relação à União Europeia do que sua antecessora, Liz Truss, diz a consultoria. (Ilana Cardial - [email protected])