Os mercados locais não conseguiram manter os ganhos na mesma intensidade vista mais cedo, ainda que o cômputo do dia tenha sido de avanço firme. A busca por risco derivou da cena externa, onde resultados corporativos de bancos americanos e reversão no pacote fiscal do Reino Unido trouxeram alívio aos investidores desde a manhã na primeira sessão da semana. O índice Dow Jones avançou 1,86%, o S&P 500 teve ganho de 2,65% e o Nasdaq saltou 3,43%. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,90%. A libra subiu a US$ 1,1354 e o DXY desceu a 112,039 pontos (-1,12%). Também lá de fora veio uma realização no mercado de petróleo no fim do pregão (WTI caiu 0,18% e o Brent, 0,01%), diante de temores com a desaceleração da economia da China. Em consequência, Petrobras perdeu o ímpeto, encerrando com sinal vermelho (ON -0,65% e PN -0,09%). Assim, o embalo do Ibovespa diminuiu e o índice não conseguiu terminar acima dos 114 mil pontos, como projetava mais cedo. O indicador terminou o dia em alta de 1,38%, aos 113.623,98 pontos. Movimento similar ocorreu no mercado de câmbio. Com uma oscilação estreita - menos de 5 centavos entre a mínima e a máxima -, o dólar à vista terminou o dia aos R$ 5,3028 (-0,37%), quase no maior valor do dia (R$ 5,3038). Os juros futuros destoaram um pouco desse movimento na Bolsa e no câmbio. Isso porque além da dinâmica externa, as taxas cederam em meio a revisões para baixo nas projeções de IPCA contidas na Focus e à baixa de 1,13% do IBC-Br em agosto, perto do piso das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast.
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MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York confirmaram ganhos robustos hoje, em quadro de maior apetite por risco em geral. Balanços seguiam em foco, com a ação do Bank of America em alta de mais de 6%, após resultados melhores que o previsto. A reversão de boa parte do pacote fiscal do governo do Reino Unido também agradou o mercado, com sinal positivo nas bolsas europeias e alta forte da libra, o que levou o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, a recuar. Já o euro avanço, em meio a renovadas promessas do Banco Central Europeu (BCE) de apertar a política monetária para conter a inflação. Mesmo com o dólar mais fraco, o petróleo registrou leve baixa, sem fôlego após subir mais cedo, com sinais da China no radar. Entre os Treasuries, o recuo dos retornos inicial, com menor busca pela segurança dos bônus, acabou em quadro misto no fim do dia.
O mercado acionário de Nova York exibiu força hoje, com a imprensa local falando em recuperação após perdas recentes ou um "rali de alívio". Balanços de bancos estiveram em foco e apoiaram o quadro, com o Bank of America em alta de 6,06% e o BNY Mellon, de 5,12%. Antes de publicar balanço amanhã, Goldman Sachs subiu 2,24%, após a notícia de que deve passar por uma reorganização interna em seus negócios. Entre os setores, serviços de comunicação e tecnologia estiveram entre os maiores ganhos, fazendo o Nasdaq subir ainda mais. O Dow Jones fechou em alta de 1,86%, em 30.185,82 pontos, o S&P 500 subiu 2,65%, a 3.677,95 pontos, e o Nasdaq avançou 3,43%, a 10.675,80 pontos.
Entre os Treasuries, os recuos dos bônus caíram em parte do dia, com a menor busca pela segurança dos papéis. Mais adiante, porém, o quadro ficou misto. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía 4,451%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,011% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,025%. O BMO Capital classificou a sessão de hoje como "apenas mais uma segunda-feira volátil" no mercado de bônus americanos, antes de uma série de discursos do Federal Reserve (Fed) nesta semana e do Livro Bege do BC dos EUA, que sai nesta quarta-feira.
Já no câmbio, o dólar recuou claramente. O euro era apoiado por sinais do BCE. Membro do conselho deste e presidente do BC alemão, Joaquim Nagel destacou o fato de a inflação ser um problema global e disse que os bancos centrais devem resolvê-lo. Mas a libra se destacou mais, com o recuo do governo britânico em boa parte de seu pacote fiscal bem recebido. O BBH ainda vê o Reino Unido "caminhando para uma recessão", mas acredita que agora o quadro "não é tão horrível quanto antes", quando investidores reagiram com ceticismo aos planos do governo da premiê Liz Truss de grandes cortes de gastos para estimular a economia. Hoje o ministro das Finanças Jeremy Hunt disse estar "completamente alinhado" com o Banco da Inglaterra (BoE) sobre a necessidade de estabilidade na economia. No horário citado, o dólar subia a 148,96 ienes, o euro avançava a US$ 0,9841 e a libra tinha alta a US$ 1,1354. O DXY registrou queda de 1,12%, a 112,039 pontos.
Entre as commodities, o petróleo subiu mais cedo, ajudado pela queda do dólar, mas não teve fôlego, embora ainda bem perto da estabilidade. O contrato do WTI para novembro caiu 0,18%, a US$ 85,46 o barril, na Nymex, e o Brent para dezembro recuou 0,01%, a US$ 91,62 o barril, na ICE. O TD Securities diz que surtos pontuais de casos da covid-19 na China seguem como foco nesse mercado, pesando sobe os preços. O governo de Pequim reafirmou o que considera ser o sucesso de sua estratégia de covid zero, embora analistas econômicos alertem para o custo econômico da medida. Segundo o Julius Baer, a postura da China na pandemia não deve trazer grande peso sobre os ativos, com essa estratégia da política local já refletida nos preços. Já nos EUA, a Casa Branca afirmou hoje que ainda não vê um consenso no acordo nuclear do Irã no futuro próximo, com a porta-voz do governo reafirmando a intenção de manter sanções contra Teerã. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
BOLSA
Como nas máximas da sexta-feira, o Ibovespa voltou a flertar hoje com o nível de 114 mil pontos, após uma sequência de cinco perdas que o retirou, depois do fechamento do último dia 6, dos 117,5 mil pontos - que havia sido seu melhor nível de encerramento desde 8 de abril. Assim, após série de 10 sessões dividida ao meio entre cinco ganhos e cinco perdas, a referência da B3 retomou terreno nesta segunda-feira, em alta de 1,38%, a 113.623,98 pontos, com giro a R$ 28,0 bilhões. Entre a mínima e a máxima, oscilou dos 112.090,36 aos 114.406,03 pontos, saindo de abertura aos 112.106,80 pontos. No mês, avança 3,26% e, no ano, 8,40%.
"O local se manteve hoje muito conectado ao internacional, com forte desempenho em Nova York, animado pelos resultados do Bank of America, que ajudou aqui as ações de bancos, em dia também de recuperação na Europa, com a reconsideração pelo governo britânico de propostas fiscais que haviam sido mal recebidas pelo mercado. Por aqui, com agenda meio esvaziada nesse começo de semana, o boletim Focus ainda traz projeções melhores para IPCA e PIB, uma combinação que sempre ajuda", diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.
Na ponta negativa do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para MRV (-11,42%), por conta de prévias operacionais que trouxeram desaceleração de vendas e queima de caixa, resultados que decepcionaram os investidores, aponta Harada. Por outro lado, empresas com exposição ao câmbio como as do setor de viagens (Azul +6,11%) e turismo (CVC +9,18%) estiveram entre as campeãs do dia, favorecidas por recuo do dólar ante o real, ainda que bastante moderado ao longo da tarde - a moeda americana fechou o dia em leve baixa de 0,37%, a R$ 5,3028.
Aqui, "os juros futuros recuaram com perspectiva de melhora da inflação, pela queda no preço das commodities, e a divulgação do Boletim Focus projetando IPCA mais baixo para 2022 e 2023, o que favorece os ativos de risco", aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. No câmbio, acrescenta o analista, o dólar acabou mostrando ao fim recuo muito leve frente ao real, alinhado ao mercado externo, com a recuperação da moeda americana observada no final do pregão refletindo "alguma cautela por parte dos investidores".
Na B3, "o mercado acompanhou a volta do investidor para os ativos de risco vista lá fora. Uma melhora grande no exterior, principalmente com a decisão do governo britânico de revogar grande parte dos cortes de impostos que haviam sido propostos, e que estavam levando as contas públicas daquele país para uma situação complicada", diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset, chamando atenção para o efeito "tranquilizador" não apenas para a libra mas também para os mercados acionários. "Um problema a menos para o mundo", acrescenta.
Em discurso ao Parlamento britânico, o ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse hoje que o governo precisa "fazer mais e mais rápido" para dar segurança aos mercados sobre seus planos fiscais. A fala vem após uma série de reversões no plano fiscal anunciado havia poucas semanas pela equipe da primeira-ministra Liz Truss. As movimentações políticas do Reino Unido ficaram assim em foco nesta segunda-feira, com a decisão de reverter quase todos os cortes de impostos previstos pelo novo governo.
Com alguma melhora na percepção de risco lá fora - com destaque para o índice de tecnologia de Nova York, o Nasdaq, que fechou em alta de 3,43% -, os investidores também retomaram as compras na B3. Até o começo da tarde, os ganhos eram bem distribuídos pelas ações e segmentos de maior peso no Ibovespa, o que levou o índice a marcar ganhos pouco acima de 2% nas máximas do dia. No meio da tarde, a virada, ainda que leve, observada nos preços do petróleo tirou ímpeto de Petrobras, que fechou o dia em baixa (ON -0,65%, PN -0,09%).
Entre os setores de maior liquidez, embora também com desempenho amortecido no fechamento, destaque nesta segunda-feira para os grandes bancos, como Itaú (PN +0,80%), Santander (Unit +0,90%) e BB (ON +0,84%). "Nos Estados Unidos, a temporada de balanços continua com força nesta semana. Hoje, mais cedo, foi divulgado o balanço do Bank of America, superando as estimativas para lucro e receita", aponta em nota a Guide Investimentos.
O setor minero-siderúrgico teve desempenho misto na sessão, apesar da queda do preço do minério de ferro na China nesta segunda-feira (-1,93% em Dalian), em meio à ausência de estímulos econômicos, no curto prazo, para fazer frente aos efeitos dos lockdowns sobre o ritmo de atividade, especialmente na construção civil, observa Martinez, da Kilima. Vale ON fechou em alta de 1,20% e Gerdau PN, de 2,09%, mas Usiminas PNA e CSN ON cederam, respectivamente, 1,22% e 0,70%.
Na agenda doméstica, se por um lado o Focus contribuiu para que o Ibovespa se alinhasse ao bom humor externo, por outro o IBC-Br de agosto, também divulgado nesta manhã pelo Banco Central, decepcionou. O indicador de atividade econômica do BC avançou 4,86% em relação a agosto de 2021, mas, na margem, recuou 1,13%, em desempenho pior do que o mercado antecipava para a comparação com julho, observa em nota a Terra Investimentos. "Além disso, os resultados dos últimos meses foram revisados predominantemente para baixo", acrescenta a casa.
Conforme o Termômetro Broadcast Bolsa, a expectativa de alta para o Ibovespa nesta semana segue majoritária, com fatia de 55,56% entre os participantes, levemente maior do que os 54,55% da semana anterior. Os que esperam estabilidade são 22,22%, de 27,27% no levantamento anterior. Já a estimativa de queda teve aceleração, de 18,18% para 22,22%. Na semana passada, o índice cedeu 3,70%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 113623.98 1.3845
Máxima 114406.03 +2.08
Mínima 112090.36 +0.02
Volume (R$ Bilhões) 2.79B
Volume (US$ Bilhões) 5.30B
17:29
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 115870 1.7832
Máxima 116520 +2.35
Mínima 114425 +0.51
CÂMBIO
O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (17) em queda moderada no mercado doméstico de câmbio, em sintonia com o sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. O dia foi marcado por recuperação dos ativos de risco lá fora, na esteira de balanços positivos de grandes bancos nos Estados Unidos e do recuo do governo do Reino Unido do pacote de cortes de impostos, o que aliviou a pressão sobre os mercados de dívida e a libra esterlina.
A corrida presidencial, que teve um capítulo importante ontem com o primeiro debate do segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantém um pano de fundo de cautela com o real, embora não tenha tido hoje papel relevante na formação da taxa de câmbio, segundo operadores. Isso apesar do mau humor com a possibilidade de mudança na política de preços da Petrobras, sobretudo em caso de vitória do petista.
Após acumular alta de 2,11% na semana passada, o dólar iniciou o dia em baixa firme e desceu até a mínima de R$ R$ 5,2541 (-1,29%) ainda pela manhã, em meio a relatos de entrada de fluxo (de estrangeiros e exportadores) e à redução de posições defensivas no mercado futuro. Com moderação das perdas ao longo da tarde e renovação de máxima nos últimos minutos de negócios (R$ 5,3038), a divisa acabou encerrando o pregão em baixa de 0,37%, cotada a R$ 5,3028. Em outubro, o dólar agora apresenta perda de 1,70%.
"Semana passada houve um movimento forte de piora do real por conta do cenário externo. Hoje é um dia de ajuste e realização", afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, para quem a taxa de câmbio deve continuar a apresentar movimentos amplos nas próximas semanas, até que haja mais clareza sobre o cenário externo e a definição da eleição presidencial.
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente uma cesta de seis divisas fortes - caiu mais de 1%, chegando a romper o piso de 112,000 pontos na mínima (111,922) pontos. Euro subiu mais de 1% e a libra chegou, nos melhores momentos, a apresentar ganhos de mais de 2% em relação à moeda americana. No Parlamento, o novo ministro de Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, anunciou hoje que o governo britânico vai reverter quase todas as propostas de cortes de impostos anunciadas em 23 de setembro. Os planos fiscais da primeira-ministra Liz Truss haviam provocado mergulho da libra e disparada das taxas dos gilts, levando a uma intervenção do Banco da Inglaterra (BoE), encerrada na sexta-feira (14).
A reação de euro e libra hoje pode ser vista como uma correção do exagero das perdas recentes. A perspectiva é de um dólar ainda forte em relação ao seus pares, tanto pela deterioração das expectativas para a zona do euro, às voltas com os efeitos da guerra na Ucrânia, quanto pela perspectiva de aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, após leitura ruim da inflação ao consumidor em setembro e falas duras de dirigentes do Federal Reserve na semana passada.
O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, vê um mundo marcado por múltiplos fatores de risco que podem atingir a moeda brasileira. Na semana passada, o foco esteve na disparada das taxas de juros dos gilts e nas dúvidas sobre a saúde de fundos de pensão no Reino Unido. Outros pontos relevantes são a crise de energia na Europa, que acelera a inflação e deprime o crescimento na zona do euro, e eventuais medidas que possam emergir do Congresso do Partido Comunista na China. Há muitas dúvidas sobre o tamanho do aperto monetário nos Estados Unidos e seus efeitos sobre a atividade econômica.
"Temos incertezas de todos os lados e cada hora o mercado coloca peso maior em uma questão. O real era até para ter um desempenho melhor hoje quando se olha o comportamento de outros emergentes", afirma Weigt, que ainda vê um prêmio de risco associado à corrida presidencial refletido na moeda brasileira. "Hoje a aposta majoritária é Lula vencer a eleição. Ele já disse que não vai divulgar o nome do ministro da Fazenda, mas se divulgasse um nome bom, o dólar cairia. Tem espaço para um câmbio um pouco mais baixo."
Pela manhã, o mercado de câmbio monitorou o resultado do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) de agosto, que caiu 1,13% em relação a julho, perto do piso das estimativas de Projeções Broadcast (-1,20%). A mediana era de queda de 0,30%. Em 12 meses (até agosto) o índice acumula alta de 2,08%. Em relação a igual trimestre de 2021, houve avanço de 3,91%.
À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 638,3 milhões na segunda semana de outubro (10 a 16). Com isso, no mês, a balança comercial acumula superávit de US$ 2,126 bilhões. No acumulado do ano, até a segunda semana de outubro, a balança comercial registra superávit de US$ 49,845 bilhões. (Antonio Perez - [email protected])
17:29
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.30280 -0.3739 5.30380 5.25410
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5300.000 -0.76765 5320.000 5270.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5313.000 -0.96925 5313.000 5313.000
JUROS
O mercado de juros doméstico também se favoreceu da melhora do apetite ao risco global, com taxas em queda, sobretudo a partir dos vértices intermediários, com as notícias externas dando suporte principal aos ativos, e alguma contribuição de fatores internos. O recuo dos juros no exterior e a fraqueza generalizada do dólar abriram espaço para devolução de prêmios na curva, após as taxas terem avançado nas três últimas sessões, mas o volume hoje foi bastante reduzido. A agenda econômica, com as novas reduções de IPCA na Pesquisa Focus e a queda do IBC-Br maior do que apontava a mediana das estimativas, encorajou o ajuste.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 caiu de 12,87% no ajuste de sexta-feira para 12,84% e a do DI para janeiro de 2025, de 11,78% para 11,64%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 11,48%, de 11,62%.
O alívio generalizado nos mercados globais nesta segunda-feira deu vazão parcial ao acúmulo de prêmios nos DIs no fim da semana passada, quando a curva ganhou inclinação justamente em função do ambiente internacional nebuloso. Os balanços do setor financeiro nos Estados Unidos têm agradado, hoje com números do BofA, mas a principal notícia do dia foi o anúncio da reversão do pacote fiscal no Reino Unido que, desde quando foi divulgado, em 23 de setembro, vinha trazendo turbulência ao mercado da dívida. O governo britânico irá reverter quase todas as propostas de cortes de impostos, que tinham potencial para insuflar ainda mais a inflação no país. Com isso, a libra se fortaleceu ante o dólar e os juros dos gilts tiveram queda expressiva. Os juros dos Treasuries também cederam.
O operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos André Alírio confirma que a melhora externa trouxe apetite ao risco também no Brasil, mas classifica a dinâmica hoje como ajuste técnico. "Não tem mudança estrutural de cenário. Até pela liquidez fraca, que acaba potencializando o efeito de movimentos pontuais", disse.
Do mesmo modo, para o estrategista-chefe da Necton Investimentos, Felipe Beckel, pode não haver fôlego para levar a queda adiante, dadas as múltiplas frentes de preocupação. No fim de semana, a tensão geopolítica cresceu, com novos ataques da Rússia à Ucrânia e o governo da China pedindo a seus cidadãos que deixem o país do leste europeu. Ainda, o presidente Xi Jinping, em discurso no Congresso do partido comunista, deixou claro que a política de covid-zero será mantida. "Dificilmente veremos juros aqui mais para baixo do que já estão. E pra cima, tem bastante espaço", disse Beckel.
Segundo o estrategista, também vale monitorar o movimento das taxas implícitas de 1 ano no Brasil e nos Estados Unidos, que vêm disparando. "Lá fora saiu de 1,75% no final de setembro e já está 2,85%. Aqui de 5,2% para 6,1%", alerta. No caso brasileiro, há certa influência da expectativa de aumento nos preços de combustíveis pela Petrobras, dada a ampliação da defasagem em relação aos preços internacionais. "E a energia elétrica também veio muito forte em setembro, mais do que o dobro em relação ao IPCA-15", comentou.
A Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, anunciou hoje o terceiro reajuste nos preços de gasolina e diesel, para atender ao critério de paridade com os preços externos. Aumentou o diesel entre 4,9% e 8,9% e a gasolina de 3,3% a 3,8%, dependendo do mercado. Segundo a Necton, os novos reajustes têm impacto de +0,8 ponto no IPCA de outubro e +1,2 ponto no IPCA novembro.
No Brasil, o IBC-Br de agosto caiu 1,13% ante julho, bem mais do que apontava a mediana das estimativas (-0,30%) e veio perto do piso (-1,20%). Não mudou os cenários do mercado para o PIB nos próximos trimestres, mas confirmou a percepção de que o que tem segurado a economia é o setor de serviços. "Abre espaço para reduções (da Selic) no fim do primeiro ou começo do segundo trimestre", afirmou Alírio, da Nova Futura.
A percepção sobre a política monetária pode ter alívio vindo também do comportamento das expectativas futuras, na medida em que as medianas de IPCA para o horizonte relevante na Pesquisa Focus continuam caindo. A projeção para 2023 recuou de 5,00% para 4,97%, ainda acima do teto de 4,75%, e a de 2024 passou de 3,47% para 3,43%, abaixo do teto de 4,50%, mas acima do centro de 3,00%. (Denise Abarca - [email protected])
17:28
Operação Último
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