PAYROLL FREIA RALI DOMÉSTICO PÓS-1º TURNO; PETRÓLEO TEM MELHOR SEMANA DESDE FEVEREIRO

Blog, Cenário

As bolsas de Nova York aprofundaram as perdas na segunda etapa desta sexta-feira, levando a reboque o mercado acionário local e diminuindo os ganhos do Ibovespa no acumulado da semana. Lá fora, seguiu pesando a perspectiva de que o Federal Reserve pode seguir com um roteiro mais hawkish em seu processo de aperto monetário após o salvo-conduto do relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll) de setembro. Ainda que os dados não tenham mostrado tanto a pressão salarial sobre a inflação, a taxa de desemprego mais baixa do que o projetado sugere permanência do aperto no mercado de trabalho americano. Assim, a curva de juros embute chance a 84% de elevação de 75 pontos-base nos Fed funds em novembro, ante 75% ontem. O juro da T-note de 2 anos saltou a 4,312%, o retorno da T-note de 10 anos avançou a 3,883% e o DXY subiu à faixa de 112,8 pontos. Nas bolsas, o Nasdaq computou perda de 3,80%, o S&P 500 recuou 2,80% e o Dow Jones caiu 2,11%. Na semana, contudo, os índices ainda assim subiram: 0,73%, 1,51% e 1,99%, respectivamente. Parte deste avanço acionário se deve a papéis ligados a petroleiras. Isso porque o barril do Brent disparou 15,01% na semana, para US$ 97,92 no fechamento hoje, e o do WTI saltou 16,64%, a US$ 92,64, na esteira do corte da produção pelo cartel formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), além de renovadas tensões no Leste Europeu. Foi o maior ganho semanal da commodity energética desde a invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro. Como a bolsa local tem peso forte de empresas produtoras de matérias-primas, o Ibovespa surfou na onda do rali petroleiro. O índice fechou hoje em queda de 1,01%, aos 116.375,25 pontos, mas subiu 5,76% na semana. O bom humor com o resultado do primeiro turno eleitoral, do qual a direita emergiu com força no Congresso, também subsidiou esse movimento. Ainda na esfera da política, os agentes monitoram a onda de apoios aos dois postulantes ao Planalto e aguarda novas pesquisas. No mercado de câmbio, na comparação com a sexta-feira passada, o dólar cedeu 3,38% ante o real, moeda de melhor performance semanal. A divisa americana à vista terminou o dia em R$ 5,2125 (+0,05%). Resiliente à subida dos Treasuries, a curva de juros teve leve perda de inclinação na semana.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

O petróleo terminou a semana com alta acima de 15% em Londres e Nova York, seguindo a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de um corte de 2 milhões de barris por dia na produção, o maior desde o começo da pandemia. Foi o maior avanço para o óleo, que subiu por cinco dias consecutivos, desde fevereiro, quando a Rússia lançou sua incursão contra a Ucrânia, de acordo com a Dow Jones Newswire. Hoje, o payroll apontando para uma queda na taxa de desemprego reforçou as perspectivas de que o Fed irá seguir com seu aperto monetário. Investidores consolidaram as perspectivas de que, na próxima reunião de política monetária da autoridade, uma alta de 75 pontos base nos juros será realizada. Como resultado, o dólar avançou ante outras moedas, enquanto os juros dos Treasuries subiram. Em Nova York, as bolsas contaram com fortes baixas na sessão.

O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 4,74% (US$ 4,19), a US$ 92,64 o barril, com alta semanal de 16,64%. Já o Brent para dezembro avançou 3,71% (US$ 3,50), a US$ 97,92 o barril e ganhou 15,01% na semana. Para a Capital Economics o preço do Brent ficará em torno de US$ 100 por barril no final de 2022. Para a consultoria, além do impacto na oferta de petróleo, a decisão da Opep+ é significativa, pois o grupo decidiu ignorar a pressão dos EUA para aumentar a oferta, avalia. "Nas próximas semanas, poderemos ver a intervenção dos EUA no mercado de petróleo e ou em suas relações com a Arábia Saudita", projeta. Ontem, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, indicou que o tema deve ser foco de atenção do Fed, uma vez que pode impactar nos combustíveis.

Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, as ações caíram à medida que a força do emprego permanece forte, o que significa que provavelmente não veremos uma abrandamento na postura do Fed na próxima reunião, em novembro. Ferramenta do CME Group mostra que a chance de uma elevação de 75 pontos-base nos juros pelo Fed em novembro subiu a 81,6% neste fim de tarde pós divulgação do payroll. Antes da publicação dos dados, essa probabilidade era estimada em 77,1%. Já a chance de uma elevação de juros de 50 pontos-base caiu de 22,9% para 18,4%, na mesma comparação. "Wall Street foi bombardeada com uma porção de discursos do Fed que continuam comprometidos com o combate à inflação e essa atitude agressiva continuará. Resta tudo sobre inflação, então este payroll servirá como aperitivo para os dados de inflação da próxima semana", aponta Moya. Em Nova York, o Dow Jones recuou 2,11%, S&P 500 caiu 2,80% e Nasdaq teve baixa de 3,80%. Na Europa, os movimentos foram mais brandos, com o FTSE 100 caindo 0,09% em Londres e o DAX recuando 1,59% em Frankfurt.

Para Moya, os riscos do Fed continuar agressivo com o aperto da política monetária ainda permanecem sobre a mesa. "O mercado de trabalho está perdendo força, mas as pressões salariais ainda não estão diminuindo. O mercado de trabalho ainda é forte e a inflação não está caindo rapidamente, o que ainda significa que o Fed pode levar as taxas até 5% e isso quebrará partes da economia", avalia.

Os rendimentos dos Treasuries subiram ao lado do dólar americano após o payroll, aponta Moya. No final da tarde, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,312%, o da de 10 anos tinha avançava a 3,883% e o do T-bond de 30 anos ia a 3,837%. Quanto ao dólar, o índice DXY registrou alta de 0,48%, a 112,795 pontos, com ganho de 0,60% na comparação semanal. No fim da tarde, a libra recuava a US$ 1,1069. Após as turbulências causadas pelos planos fiscais agressivos do governo da premiê Liz Truss, os mercados do Reino Unido terão de enfrentar a alternância de ambiente de juros baixos para juros altos, à medida que o BoE caminha com seu aperto monetário, lembra a Capital Economics. Desta forma, a consultoria britânica espera instabilidade para os ativos do país por mais tempo. Já o euro tinha baixa a US$ 0,9738. (Matheus Andrade - [email protected])

BOLSA

Na contramão do desempenho do petróleo na sessão, a virada de Petrobras para o negativo no meio da tarde, embora mitigada no fechamento (ON -0,50%, PN -0,09%), levou o Ibovespa a acentuar perdas, acompanhando à distância a queda em Nova York, que chegou a 3,80% (Nasdaq) no fechamento desta sexta-feira. Por lá, prevaleceu a leitura sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos em setembro, divulgada pela manhã, que reforça a perspectiva de alta para os juros na maior economia do mundo.

Aqui, ao fim de uma semana marcada pelo apetite por risco deflagrado, em especial, pela vitória de maioria conservadora para o Congresso, o Ibovespa cedeu hoje 1,01%, aos 116.375,25 pontos, entre mínima de 115.924,33 e máxima de 117.960,40 pontos, saindo de abertura a 117.560,47 pontos. O giro financeiro foi a R$ 35,9 bilhões nesta sexta-feira.

No ano, o Ibovespa acumula agora alta de 11,02% e, apesar da realização de lucros vista nesta sexta-feira, o índice da B3 registrou na semana ganho de 5,76%, após perda de 1,50% no intervalo anterior. Mesmo não tendo alcançado a casa de 7% que chegou a ser vista nos melhores momentos do período, o desempenho semanal foi o melhor desde o registrado entre 8 e 12 de agosto passado, quando o Ibovespa havia subido 5,91%. Quando avançava cerca de 7%, parecia endereçado à melhor semana desde o começo de novembro de 2020, o que acabou não se confirmando.

Apesar da realização moderada vista nesta sexta-feira, Petrobras ON e PN acumularam ganhos de cerca de 13% na semana, bem superiores aos de Vale (ON +4,82%) e de grandes bancos, como Itaú (PN +4,56%) e Bradesco (ON +3,80%, PN +3,28%), no mesmo período. A redução da oferta, anunciada esta semana pela Opep+ para novembro, deu impulso às cotações do petróleo, com ganhos entre 15% (Brent) e 16% (WTI) no intervalo semanal.

"Há de novo a questão dos preços domésticos da Petrobras ante essa recuperação dos internacionais, que pode resultar em defasagem para os combustíveis, algo que o mercado acompanha de perto. Mas a semana foi amplamente positiva não só para Petrobras como também para o Ibovespa, quando se olha o desempenho de fora. Aqui, desde a definição no domingo de um Congresso mais conservador para 2023, positivo para a pauta econômica de interesse do mercado, o índice andou bem", diz Felipe Moura, sócio e gestor da Finacap Investimentos.

"Semana foi muito positiva, na carona de um resultado mais equilibrado do que mercado aguardava para o primeiro turno das eleições, enxergando que ambos os candidatos (à Presidência) precisam dar aceno mais ao centro (do espectro político). Nenhum dos dois terá carta branca no caso de vitória", diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

Apesar do sentimento ainda muito favorável em relação ao desfecho do primeiro turno eleitoral, no fim da tarde acabou prevalecendo a piora do humor em Nova York, onde as perdas chegaram a superar 4% no Nasdaq - ao fim, o índice de tecnologia mostrava queda um pouco menor, de 3,80%, com o Dow Jones em baixa de 2,11% e o S&P 500, de 2,80% na sessão.

Ações que conseguiam mostrar desempenho favorável até o meio da tarde, como Vale (ON -0,05%), não conseguiram escapar ao azedume de Nova York no encerramento, em dia no qual parte das ações de grandes bancos também apararam o desempenho da semana na B3, em baixa nesta sexta-feira entre 0,97% (Santander) e 2,42% (Bradesco ON), à exceção de BB (ON +0,22%) e de Itaú (PN +0,21%) na sessão.

Na ponta negativa do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para Cosan (-8,72%), Petz (-8,33%), Raízen (-6,05%) e MRV (-5,72%). No lado oposto, Cielo (+2,75%), TIM (+1,66%), BB Seguridade (+1,37%) e Americanas (+1,34%). Entre os destaques do noticiário corporativo, a Cosan anunciou compra de 4,9% do total de ações da Vale. E planeja atingir participação de 6,5%, com a adição de fatia de 1,6% que ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Com o aval, o montante poderá ser convertido em participação direta na mineradora.

O mercado financeiro ajustou seu otimismo sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, mas a expectativa de alta para o Ibovespa segue majoritária no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, 54,55% disseram esperar avanço do índice na próxima semana, ante 75,00% no Termômetro da semana passada. A fatia dos que preveem queda caiu de 25,00% para 18,18%, enquanto os que acreditam em variação neutra representam 27,27% do total - na pesquisa anterior não houve respostas apontando estabilidade.

Nesta semana, nos ombros do alívio proporcionado pela interpretação do mercado aos resultados do primeiro turno eleitoral, o Ibovespa mostrou descolamento, perseverando em alta de segunda à quinta-feira, vindo de ganho superior a 2% na sexta anterior - cinco ganhos consecutivos, portanto. Mesmo com alguma realização de lucros na sessão de hoje, o desempenho semanal excedeu ao visto em referências do exterior, da Ásia (Nikkei +4,55%) à Europa (FTSE 100 +1,41%) e aos Estados Unidos (S&P 500 +1,51%).

Lá fora, ainda prevalecem dúvidas sobre inflação, grau de elevação dos juros de referência e o efeito que terá sobre o ritmo de atividade, já em desaceleração. Hoje, a leitura do relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em setembro contribuiu para reforçar a aposta em custos de crédito mais altos para conter as pressões inflacionárias, derivadas também de um mercado que roda agora com taxa de desemprego a 3,5%, no menor nível em cinco décadas - o que tem elevado a renda salarial nos Estados Unidos.

"O payroll americano superou o esperado, reforçando as expectativas por tom ainda mais hawkish do Federal Reserve na condução da política monetária e no combate ao aumento de preços, o que se refletiu no dólar", diz Ariane Benedito, economista especializada em mercado de capitais.

Aqui, a leve retração de 0,1% em agosto ante julho, na pesquisa mensal sobre o varejo divulgada de manhã pelo IBGE, contribuiu para ajuste nas ações do segmento, que estiveram entre as beneficiadas pelo apetite por renda variável desde a segunda-feira. Assim, o índice de consumo (ICON) fechou a sessão desta sexta-feira em queda de 2,35%, bem superior à observada no IMAT, de materiais básicos (-0,37%), que reúne as de commodities. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116375.25 -1.00848

Máxima 117960.40 +0.34

Mínima 115924.33 -1.39

Volume (R$ Bilhões) 3.59B

Volume (US$ Bilhões) 6.87B

17:34

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 117030 -0.25144

Máxima 118165 +0.72

Mínima 116055 -1.08

CÂMBIO

Com muita instabilidade e troca de sinais, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (7) praticamente estável no mercado doméstico de câmbio, apesar da nova rodada de fortalecimento da moeda americana frente a pares fortes e do avanço das taxas dos Treasuries. Dados do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em setembro mostraram um mercado de trabalho ainda apertado, reforçando a perspectiva de manutenção do ritmo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano).

Operadores observam que o real e seus pares emergentes, como o peso mexicano, resistiram muito bem à onda de liquidação de ativos de risco e ao derretimento das Bolsas em Nova York - o que pode ser atribuído à alta dos preços do petróleo e de commodities agrícolas, além de peculiaridades de cada país, como nível de taxa de juros. No caso da moeda brasileira, ainda reverbera no mercado a visão de que, seja quem for o vencedor do segundo turno na corrida ao Palácio do Planalto, haverá pouco espaço para aventuras heterodoxas na área econômica, dada a nova configuração do Congresso e o arco de alianças políticas.

Pela manhã, em reação inicial à divulgação do payroll, o dólar até chegou a ensaiar uma rodada mais forte de alta por aqui, correndo até a máxima de R$ 5,2515 (+0,80%). Mas o movimento comprador perdeu fôlego ainda pela manhã, com relatos de entrada de fluxo estrangeiro, fechamento de exportação e operações de realização de lucros. Sem firmar tendência clara ao longo da tarde, o dólar acabou encerrando o pregão cotado a R$ 5,2125, variação de 0,05%. Na semana, a moeda acumula perdas de 3,38%, sobretudo em razão da baixa de 4,09% na segunda-feira (3), quando houve uma forte redução de prêmios de risco embutidos na taxa de câmbio em resposta ao resultado do primeiro turno da eleição presidencial e da nova configuração do Congresso.

"Depois do primeiro turno, houve a percepção de que, com o novo Congresso, será mais difícil uma grande expansão fiscal na largada ou mudanças micro relevantes, o que ajudou a moeda", afirma o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, ressaltando que, apesar de o ambiente externo apontar ainda para um dólar forte, com a perspectiva de juros mais altos nos EUA, o principal fator de risco para o real é doméstico. "O câmbio já está bem depreciado. O risco maior e que pode trazer uma mudança significativa de patamar do câmbio é alguma barbeiragem na área fiscal".

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta fortes, em especial o euro - operou em alta firme, aproximando-se novamente do patamar dos 113,000 pontos, com máxima aos 112,871 pontos. As taxas dos Treasuries subiram em bloco, com a T-note de 10 anos voltando a tocar 3,90% nas máximas do dia. Entre as commodities, as cotações do petróleo avançaram novamente, com o tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, em alta de 3,71%, a US$ 97,92 o barril.

O payroll mostrou criação de 263 mil vagas de trabalho em setembro, levemente abaixo da mediana de Projeções Broadcast (270 mil vagas). A taxa de desemprego recuou de 3,7% em agosto para 3,5% em setembro, contrariando a expectativa de estabilidade. O salário médio por hora subiu 0,31% em setembro (projeção de 0,40%). Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,98% no último mês, praticamente em linha com o projetado (5%).

"O payroll veio dentro do esperado, mostrando mercado de trabalho apertado e não muda nada na expectativa para o Fed. A taxa de juros americana deve superar 4% como os 'dots' (gráfico de pontos que trazem projeções de dirigentes do BC americano) sinalizaram", afirma Lima, da Western Asset.

Logo após a divulgação do payroll, monitoramento do CME mostrou que as chances de uma alta de 75 pontos-base na taxa básica dos EUA em novembro subiram de 77,1% para 81,1%. À tarde, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, voltou a dizer que é preciso subir ainda mais os juros para controlar a inflação, que "está muito alta".

"A taxa de desemprego caiu, mas a gente não viu os salários subirem. É um dado que ainda mostra o mercado de trabalho extremamente forte. No geral, não tem grandes mudanças para o Fed. Segue o plano de voo de mais 75 pontos-base na próxima reunião", afirma o economista-chefe da RPS Capital, Victor Candido, em comentário sobre o payroll. (Antonio Perez - [email protected])

17:34

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.21250 0.0499 5.25150 5.19610

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5234.000 -0.26677 5276.000 5218.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5263.599 05/10    

JUROS

O mercado de juros aguentou firme o tranco do cenário internacional e as taxas fecharam a sexta-feira perto dos ajustes de ontem, com viés de alta, resilientes à influência negativa do avanço dos Treasuries, do petróleo e do tombo das bolsas americanas, em dia novamente marcado pelo temor sobre as consequências para a economia de um aperto monetário agressivo pelo Federal Reserve. O relatório de emprego nos EUA em setembro mostrou um mercado de trabalho relativamente forte, o que deve manter as pressões inflacionárias elevadas. No Brasil, além das taxas já terem subido nas últimas sessões, a relativa estabilidade do câmbio e a melhora na percepção do processo eleitoral ajudam a explicar o comportamento da curva, que no balanço da semana teve leve perda de inclinação.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,765%, de 12,737% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 11,55% para 11,56%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,36%, de 11,34%.

A curva manteve a tendência das últimas sessões, de uma dinâmica mais concentrada na ponta longa, onde estão os riscos externos e fiscais, mas hoje até mesmo este trecho oscilou com moderação. Com o fim do ciclo de aperto da Selic, o movimento dos DIs curtos está atrelado à expectativa sobre o início dos cortes e, por ora, os indicadores de atividade nesta semana não alteram a concentração das estimativas entre o fim do primeiro e começo do segundo trimestre de 2023.

Hoje, saíram as vendas do varejo, relativamente sem surpresas. As do conceito restrito caíram 0,1% em agosto ante julho, ante mediana de -0,3%, e no ampliado o resultado (-0,6%) veio pouco pior do que o consenso (-0,2%).

"O BC não deve começar a cortar juro enquanto o Fed não tiver encerrado do ciclo de aperto", prevê o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladmiri Caramaschi, para quem as condições locais mais positivas do que no exterior ajudam a blindar a curva doméstica. "A expectativa é de desaceleração da inflação mais rapidamente aqui do que em países avançados e estamos perto do fim do processo eleitoral. Os resultados (da eleição) que poderiam ser mais prejudiciais já estão sendo descartados. A composição do Congresso reduz a chance de medidas radicais", avalia.

Enquanto isso, no exterior, a aversão ao risco pautou os negócios, penalizando as bolsas e puxando para cima as taxas dos Treasuries, a partir da avaliação do payroll de setembro, que surpreendeu principalmente pela queda da taxa de desemprego, de 3,7% para 3,5% ante expectativa de estabilidade. "Para a política monetária, a implicação é clara. Não tem motivos para (o Fed) se preocupar com a meta referente ao emprego e mirar exclusivamente no combate inflacionário", afirma o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

"Está pintando um cenário de dólar forte, mas no Brasil isso não deve representar uma vulnerabilidade", diz Caramaschi, da CA Indosuez. "Temos um balanço de pagamentos em ordem e o ciclo de alta de juros já encerrado, o que deve segurar o impacto externo sobre os ativos. Se hoje lá fora não estivesse tão negativo, possivelmente teríamos dólar e juros em queda", comentou.

Ante os níveis da sexta-feira passada, as taxas de curto e médio prazo ficaram praticamente estáveis enquanto a ponta longa fechou cerca de 20 pontos-base. "O DI janeiro de 2031 fechou um pouco mais do que 20 pontos, em reação principalmente à leitura majoritária entre os analistas de que a composição do Congresso limita o espaço para a adoção de medidas heterodoxas e para o retrocesso das reformas, além da perspectiva de que ambos os candidatos caminhem mais para o centro", explicou o estrategista-chefe da Renascença DTVM, Sérgio Goldenstein. (Denise Abarca - [email protected])

17:33

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

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