MERCADOS APARAM PERDAS DURANTE A TARDE, MAS ACUMULADO SEMANAL É DE QUEDA FORTE

Blog, Cenário

Os ativos domésticos chegam ao final da semana computando perdas firmes, à medida que o mercado passou os últimos dias absorvendo dados de inflação nos Estados Unidos. A surpresa com a taxa positiva no índice ao consumidor bem como a resiliência dos preços apagaram a aposta de uma alta de 50 pontos-base na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) da semana que vem. Mais do que isso até: a chance de uma taxa terminal acima dos 4% disparou na curva de juros americana na mesma velocidade em que minaram aquelas de corte dos Fed funds num horizonte próximo. Ao longo desta sexta-feira, contudo, o mercado testou dois momentos de alívio. Um pela manhã, após a Universidade de Michigan revelar a redução das expectativas inflacionárias para um e cinco anos, e outro à tarde, nas duas horas finais da sessão, em um movimento de correção. Assim, no intraday, as baixas foram suavizadas tanto nos ativos do exterior quanto nos do Brasil. O índice Dow Jones caiu 0,45% hoje; o S&P 500 cedeu 0,72%; e o Nasdaq perdeu 0,90%. Aqui, o Ibovespa encerrou o dia cotado aos 109.280,37 pontos, desvalorização de 0,61%. Na semana contudo, os recuos foram de 4,13%, 4,77%, 5,48% e 2,69%, respectivamente. O real andou em linha com pares emergentes hoje, mas perdeu mais do que eles no acumulado da semana. O dólar à vista terminou o dia aos R$ 5,2592, alta diária de 0,38% e semanal de 2,17%. Na renda fixa externa, os rendimentos dos Treasuries saltaram na semana, ao passo que o da T-note de 10 anos flerta com o nível de 3,5%, o maior em uma década. Aqui, os contratos de DI buscaram algum respiro hoje, mas acumulam alta semanal. Neste mercado, aliás, todos os olhos para a decisão do Banco Central na quarta-feira, mesmo dia do Federal Reserve, em busca de pistas sobre o momento no próximo ano em que pode haver cortes da Selic.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

Os mercados acionários dos dois lados do Atlântico mantiveram a cautela hoje e estenderam as perdas de ontem, já que ainda pesam as preocupações com o aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE), em meio à escalada da inflação. Em Nova York, as bolsas ainda foram pressionadas pela queda dos papéis da FedEx, enquanto os rendimentos dos Treasuries ficaram mistos, depois de reagirem aos dados da Universidade de Michigan, que mostrou recuo nas expectativas inflacionárias nos EUA. O índice DXY, por sua vez, subiu em grande parte da sessão e pressionou a libra - que atingiu seu menor nível em 37 anos ante o dólar -, com o mercado já na expectativa pela decisão do BC americano na próxima quarta-feira. A valorização do dólar não impediu o petróleo de fechar com ganhos, ainda que modestos.

De acordo com o CEO da Tenax Capital, Alexandre Silverio, até poucas semanas atrás, a expectativa do mercado era que o Fed seria capaz de controlar a inflação dos Estados Unidos, com menos juros do que hoje está precificado. "A expectativa de aumento de juros pelo Fed foi subindo ao longo das últimas semanas e ao término dessa sexta-feira, podemos afirmar que o mercado opera com uma alta probabilidade de que o juros será elevado para 4,5% e provavelmente isso se dará com mais um aumento de 75 pontos-base, mais dois de 50 pontos-base e outro de 25 pontos-base", afirma Silverio. Para a Oxford Economics, não será surpresa quando o Fed aumentar as taxas em mais 75 pontos-base na próxima semana, então o foco estará mais "em sinais da coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell e nas projeções atualizadas do FOMC sobre o que vem", destaca.

Além da expectativa por um Fed hawkish na próxima semana, pesou em Wall Street hoje a notícia de que o FedEx alertou ontem que sua receita caiu abaixo de suas expectativas no trimestre fiscal encerrado em agosto. A empresa disse que a desaceleração macroeconômica levou a menores volumes de mercadorias movimentadas ao redor do mundo nas últimas semanas. De acordo com a Stifel, a FedEx, uma das maiores transportadoras do mundo, alerta para a fraqueza macroeconômica. Já o economista Edward Moya, da Oanda, destaca que o enfraquecimento da economia e o aumento da concorrência da Amazon complicam o desempenho da FedEx nesta temporada de festas. "A FedEx pode ter alguns trimestres difíceis pela frente, mas essa não deve ser a história que indica que os tempos de desgraça e tristeza estão aqui para ficar", ponderou.

Neste cenário, as bolsas NY caíram: o índice Dow Jones fechou em queda de 0,45%, a 30.822,42 pontos, o S&P 500 recuou 0,72%, a 3.873,33 pontos, e o Nasdaq cedeu 0,90%, a 11.448,40 pontos. Na semana, as quedas acumuladas foram de 4,13%, 4,77% e 5,48%, respectivamente. Papéis da Fedex tiveram queda de 21,40%. No câmbio, no fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 142,87 ienes, o euro avançava a US$ 1,0012 e a libra recuava a US$ 1,1422 - tendo chegado a ser negociada a US$ 1,1350, seu menor patamar desde 1985. Já o DXY registrou alta de 0,02%, a 109,764 pontos. Na comparação semanal, o índice DXY subiu 0,70%.

Os rendimentos dos Treasuries, por sua vez, chegaram a subir em bloco, mas depois ficaram mistos, após a Universidade de Michigan informar recuo nas expectativas inflacionárias para um e cinco anos nos EUA. Além disso, o índice de sentimento do consumidor avançou de 58,2 em agosto a 59,5 na leitura preliminar de setembro. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam alta maior, a 60,0. No fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos caía a 3,858%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,452% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,521%.

Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo fecharam com ganhos, apesar de registrar sua terceira semana consecutiva de perdas, diante de temores sobre a demanda futura. O petróleo WTI para novembro fechou em alta de 0,13% (US$ 0,11), em US$ 84,76 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês avançou 0,56% (US$ 0,51), a US$ 91,35 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o WTI caiu 2,34% e o Brent teve baixa de 1,60%. De acordo com a Reuters, a Arábia Saudita e Rússia, os líderes de fato do grupo produtor de petróleo Opep+, veem US$ 100 o barril como um preço justo que a economia global pode absorver, disseram à agência fontes familiarizadas com o pensamento do governo nos dois países. (Letícia Simionato - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa encerrou a semana da forma como se manteve desde a última terça-feira, no negativo, contido pela cautela em torno da inflação americana e o efeito que terá nas próximas decisões sobre juros nos Estados Unidos, uma combinação que reduz o apetite por ações e outros ativos de risco associados à atividade econômica, como as commodities. O cenário de 'hard landing', que se conjuga a outros fatores de risco no horizonte imediato, como a crise de energia na Europa às vésperas do outono e a desaceleração chinesa, mantém os investidores na defensiva neste início de segunda quinzena de setembro, após a retomada do Ibovespa de julho para agosto.

Com a queda de 0,61%, aos 109.280,37 pontos no fechamento desta sexta-feira, a referência da B3 oscila para o vermelho em setembro (-0,22%), acumulando perda de 2,69% na semana depois da sequência de quatro baixas diárias. Na semana anterior, o índice havia avançado 1,30%. O desempenho desta semana que chega ao fim foi o pior desde o recuo de 3,73% no intervalo entre os dias 11 e 15 de julho, há dois meses. Hoje, o Ibovespa oscilou entre mínima de 108.488,90 e máxima de 109.952,49 pontos, quase igual à abertura aos 109.950,92 pontos. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro financeiro foi a R$ 39,7 bilhões. No ano, o Ibovespa avança 4,25%.

"Em moeda local, a Bolsa brasileira é uma das poucas que ainda sobem no ano, como a chilena - no caso de lá, pelo alívio proporcionado pela rejeição, em plebiscito, do que seria a nova Constituição. Havia gordura aqui e o mercado tem se ajustado desde a última terça-feira com a inflação nos Estados Unidos em agosto. Está bem precificado que o Fed vai elevar em 75 pontos-base os juros americanos na próxima quarta-feira", diz Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez. "Ficou muito claro o compromisso deles [Fed] em controlar a inflação mesmo que ao custo da atividade econômica. O cenário de 'hard landing' ganha força e, combinado a outros fatores, como a grave crise na Europa, mantém o risco de recessão global. As incertezas são ainda muito grandes", acrescenta.

Nesta última sessão da semana, as perdas na B3 voltaram a se espalhar pelos segmentos de maior liquidez e peso no índice, com destaque para o setor financeiro, em que os grandes bancos, como Bradesco PN (-1,14%) e BB (ON -1,13%), recuaram. Dia negativo também para Petrobras (ON -0,55%, PN -0,90%) mesmo com ajuste marginal, para cima, nas cotações do petróleo na sessão. Vale mostrava leves ganhos à tarde, mas também cedeu terreno no fechamento (ON -0,15%), com poucas siderúrgicas (CSN ON +1,31%, Gerdau PN +0,83%) conseguindo chegar ao fim do dia no positivo, em semana ruim também para o segmento (Vale ON -1,87%, Gerdau PN -6,32%, CSN ON -7,16%).

Na ponta negativa do Ibovespa, destaque nesta sexta-feira para Natura (-10,47%), Cogna (-9,22%) e Yduqs (-5,52%). No lado oposto, BB Seguridade (+4,02%), Fleury (+2,97%), Magazine Luiza (+2,76%) e Carrefour Brasil (+2,60%).

Ante as incertezas externas e domésticas - entre as quais, sobre como ficará a gestão fiscal no próximo ano, com pressão decorrente de desonerações tributárias e concessões de benefícios sociais -, cresceu fortemente o pessimismo do mercado financeiro sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, embora a percepção de alta ainda predomine. Com a perspectiva de estabilidade para o Ibovespa na próxima semana reunindo apenas 6,67% dos participantes, o quadro das expectativas ficou quase binário, com 53,33% acreditando em ganhos e 40,00%, em perdas. Na pesquisa anterior, 60,00% esperavam avanço do Ibovespa nesta semana; 20,00%, queda; e outros 20,00%, variação neutra.

"A piora de perspectiva sobre o crescimento econômico nos EUA com a manutenção de um Fed duro no combate à inflação, ilustrada por forte inversão na curva de juros americana, segue atuando como principal vetor de pressão para os mercados", observa em nota a Guide Investimentos. "A crise energética europeia, que ameaça colocar a economia do bloco em grave recessão, além da postura mais amena do BC japonês na política monetária, dá força adicional ao dólar, já beneficiado pela busca por proteção", acrescenta a casa, referindo-se a novo recorde atingido hoje, acima de 110 pontos. pelo índice DXY, que contrapõe a moeda americana a referências como euro, iene e libra.

"As bolsas seguem em tendência de queda desde a surpresa com o CPI [índice de preços ao consumidor nos EUA], na última terça-feira. Foi a pior semana desde junho para as bolsas americanas. No Brasil, as surpresas continuam positivas, como o IBC-Br, mostrando atividade mais forte do que o previsto, o que bateu um pouco na curva de juros daqui, ontem, com abertura, alta de juros [futuros] refletindo percepção de convergência mais lenta [da inflação para a meta no Brasil], e também, claro, juros mais altos nos Estados Unidos, com [o yield da] Treasury de 10 anos na máxima de 10 anos, acima de 3,40%", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Se os rendimentos de 10 anos escalaram à elevada faixa de 3,44%, os de 2 anos estão agora em torno de 3,85%, ainda mais altos - a inversão vista entre os juros de 2 e 10 anos é considerada um prenúncio de recessão nos Estados Unidos.

"A fraqueza do S&P 500 foi destaque do dia, os ativos de risco em geral sofreram bastante com a abertura da Treasury e a perspectiva de o BC americano puxar mais fortemente a taxa de juros na semana que vem. Declarações de membros do Fomc [o comitê de política monetária do Fed] e os dados de inflação mostraram que isso é possível", diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109280.37 -0.61233

Máxima 109952.49 -0.00

Mínima 108488.90 -1.33

Volume (R$ Bilhões) 3.96B

Volume (US$ Bilhões) 7.49B

17:33

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110255 -0.33446

Máxima 110455 -0.15

Mínima 109430 -1.08

CÂMBIO

O dólar emendou nesta sexta-feira (16) a segunda sessão consecutiva de alta, flertou com o rompimento do teto de R$ 5,30 nos momentos de maior estresse e encerrou a semana com valorização superior a 2%. A rodada de depreciação do real veio na esteira de uma busca global pela moeda americana diante da perspectiva de alta mais intensa e prolongada da taxa de juros dos EUA, após o índice de preços consumidor (CPI, na sigla em inglês) em agosto surpreender para cima na terça-feira (13).

Redução das expectativas de inflação para um e cinco anos revelada hoje com a divulgação do índice de sentimento do consumidor nos EUA, da Universidade de Michigan, trouxe alívio momentâneo na pressão compradora, mas não conseguiu fazer o dólar trocar de sinal. Já é dado como certo que, na próxima quarta-feira (21), o Federal Reserve vai promover, ao menos, nova elevação de 75 pontos-base da taxa básica, hoje no patamar entre 2,25% e 2,50%. Apostas em desaceleração para aumento de 50 pontos-base não apenas foram eliminadas como deram lugar a chances, embora minoritárias, de uma aceleração para 100 pontos-base. Mais: o mercado já espera Fed Funds superior a 4% no fim do atual ciclo de aperto.

"O último dado de inflação (CPI) foi bem ruim, com números bastante pressionados, espalhamento e alta na margem de serviços e de bens, que voltou a acelerar. A inflação no curto prazo não permite ao Fed reduzir o ritmo. É claro que vai fazer 75 pontos [na semana que vem]", afirma a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico. "Essa constatação de que o problema da inflação é um pouco maior do que se imaginava gera também discussão de final de ciclo. Eu acho que o Fed vai aumentar as projeções [nos gráficos de pontos] para algo como 4,5%".

Nesta semana, o juro real para 10 anos nos EUA tocou 1%, no maior patamar desde 2018. Hoje, as taxas dos Treasuries de 2 anos e 10 ano recuaram ao longo da tarde, em uma leve correção da escalada dos últimos dias. O índice DXY, que chegou a superar os 110,000 pontos pela manhã, com máxima aos 110,260 pontos, também perdia parte do ímpeto e rodava a estabilidade, na casa dos 109,700 pontos. O euro apresentou leve alta em dia no qual foi revelada que a taxa de inflação na zona do euro acelerou de 8,9% em julho para 9,1% na leitura final de agosto, nova máxima histórica. Em relação a divisas emergentes, o comportamento da moeda americana foi misto, com alta frente ao rand sul-africano, queda frente ao peso chileno e oscilações marginais do peso mexicano.

Por aqui, o dólar abriu em alta e trabalhou sempre com sinal positivo. Na máxima, pela manhã, rompeu o teto de R$ 5,30 e tocou R$ 5,3105. Com moderação dos ganhos ao longo da tarde, em sintonia com o ambiente externo, a moeda encerrou o dia em alta de 0,38%, a R$ 5,2592 - novamente no maior valor desde 3 de agosto (R$ 5,2780). Depois de cair 0,72% na semana passada, o dólar acumulou valorização de 2,17% nesta semana. Assim, a divisa agora exibe ganhos de 1,11% em setembro. No ano, o dólar ainda apresenta perdas (de 5,68%).

Dados mais recentes fluxo cambial nesta semana e da bolsa mostram que houve realmente saída de capital externo pela conta de capital neste mês. A B3 informou hoje que os investidores estrangeiros retiraram R$ 500,116 milhões na sessão de quarta-feira (14), o que levou a retirada líquida da Bolsa em setembro a R$ 1,729 bilhão. No ano, o aporte estrangeiro na B3 está positivo em R$ 68,424 bilhões.

"Tem uma preocupação grande com o crescimento global por conta do aumento de juros nos EUA e na Europa, o que tem provocado aversão ao riscos. Esse ambiente de cautela deve permanecer com o mercado esperando novos sinais do Fed e também do Copom na super quarta (21)", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Damico, da Armor, observa que, apesar de sofrer nos últimos dias com a aversão ao risco e o fortalecimento global do dólar, o real tem conseguido manter uma "performance relativa razoável" na comparação com seus pares. "Temos o diferencial de juros, de crescimento e o fato de o exportador estar trazendo mais recursos. Isso impacta na performance relativa do real. De todo modo, a gente não consegue ficar totalmente imune ao risk-off, tanto que o dólar se aproximou de R$ 5,30". (Antonio Perez - [email protected])

17:33

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.25920 0.3837 5.31050 5.25110

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5275.500 0.17089 5329.000 5268.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5316.000 0.26405 5344.500 5316.000

JUROS

Após passarem boa parte da sessão oscilando entre estabilidade e leve alta, os juros futuros testaram uma correção faltando meia hora para o encerramento da etapa regular. As taxas de médio e longo prazo fecharam em baixa, enquanto as curtas ficaram estáveis. O mercado aproveitou uma "brecha" na pressão dos Treasuries para devolver uma pequena parte dos fortes prêmios acumulados em quatro sessões de avanço, num movimento técnico, uma vez que nada mudou nas preocupações com o cenário inflacionário global e que deve exigir mão firme dos bancos centrais. Dessa forma, os investidores buscaram algum respiro antes das reuniões do Copom, Federal Reserve e Banco da Inglaterra na semana que vem. No balanço da semana marcada pelo choque com os dados de inflação nos Estados Unidos, a curva local teve ligeiro ganho na inclinação, pelo avanço pouco mais acentuado da ponta longa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,23%, de 13,22% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 12,07% para 12,02%. Em ambos, houve avanço de cerca de 30 pontos-base ante o ajuste da sexta-feira passada. A do DI para janeiro de 2027 encerrou hoje a 11,70%, de 11,77% ontem no ajuste, com alta de 41 pontos na semana.

Apesar dos dados positivos de atividade na China e de espaço para devolver prêmios, as principais taxas oscilaram praticamente o dia todo perto da estabilidade e quando se mexiam, era para cima, até porque a revisão da inflação na zona do euro confirmou o índice recorde de 9,1% anualizado em agosto. A impressão é que nos Estados Unidos e Europa a pressão de preços deve resultar em aperto monetário agudo com risco de recessão. Relatório do Banco Mundial aponta que a postura firme pode deflagrar um cenário de recessão global já em 2023, advertindo para o crescente risco de crises financeiras em economias emergentes e em desenvolvimento.

Assim, o mercado de juros por aqui deixou para aparar possíveis excessos somente no fim do dia quando as taxas das T-Notes, sobretudo a de dois anos, pararam de subir. "Até há espaço para a correção técnica, mas o fim de semana se avizinhando e as preocupações inflacionárias elevadas inspiram cautela", afirmou o operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos André Alírio. Ele lembra ainda que a concessão de benefícios fiscais e a resiliência da atividade no Brasil não permitem redução grande de prêmios na curva. Por outro lado, é preciso haver algo muito fora do contexto para que o fim do ciclo de aperto da Selic seja adiado.

Para o Copom da próxima semana, a expectativa de 41 entre 50 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast é de manutenção da Selic em 13,75%, com as demais nove esperando alta de 25 pontos. Na precificação da curva, o quadro é um pouco mais apertado, com respectivas probabilidades de 60% e 40% aproximadamente.

Já para a reunião do Federal Reserve, na mesma quarta-feira (21) do Copom, a expectativa majoritária é de nova elevação de 75 pontos-base no juro, mas não se descarta uma aceleração do ritmo para 100 pontos.

Conforme destaca a Renascença, a precificação para os Fed funds no final do ciclo de ajuste, que seria em março de 2023, no final da semana passada embutia uma taxa terminal de 4,01% e hoje, de 4,41%. "Nesse sentido, a elevação dos yields nos EUA representou o principal fator de pressão altista sobre a curva de juros doméstica no período", afirma o chefe da área de Estratégia da Renascença DTVM, Sérgio Goldenstein. "O core CPI ficou em 0,6%, bem acima da mediana das expectativas de 0,3%. Isso levou a uma reprecificação da trajetória esperada da política monetária e a um movimento de bear flattening da curva de juros norte-americana", explica.

Internamente, a semana terminou sem agenda capaz de influenciar as taxas, mesmo com o IGP-10 de agosto (-0,90%) recuando bem mais do que apontava a mediana das estimativas (-0,60%). (Denise Abarca - [email protected])

17:31

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.74

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

Gostou do post? Compartilhe:

Pesquisar

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Categorias

Newsletter

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Posts relacionados

Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?