A "história" do pregão desta segunda-feira em muito se assemelhou à da sessão da última sexta-feira, com apetite ao risco quase majoritário entre os ativos. Tal como no fim da semana passada, a percepção dos agentes é a de que a inflação ao consumidor já fez o seu pico na maioria dos países e que o recado de juros altos por mais tempo por parte dos bancos centrais dará conta de convergir os preços às metas no médio prazo. Hoje, em particular, o caso dos Estados Unidos esteve no foco, já que amanhã será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto, para o qual se espera deflação na margem (-0,1%), a primeira desde maio de 2020, segundo levantamento do Projeções Broadcast. Os agentes observaram ainda pesquisa da distrital de Nova York do Federal Reserve que apontou queda de 6,2% para 5,7% na expectativa de inflação daqui a 1 ano, na passagem de julho para agosto, e de 3,2% a 2,8% na do horizonte de 3 anos. Neste ambiente, as bolsas de Nova York foram para cima e o índice DXY, para baixo. O Dow Jones começou a semana em alta de 0,71%; o S&P 500, de 1,06%; e o Nasdaq, de 1,27%. O DXY estava na casa de 108,3 pontos neste fim de tarde. Aqui no Brasil, mesmo com a incerteza eleitoral no radar, bolsa e câmbio espelharam este comportamento externo. O Ibovespa encerrou o dia em 113.406,55 pontos, valorização de 0,98%. O dólar à vista caiu a R$ 5,0974, recuo de 0,98%. A exceção ficou com o mercado de juros, que, a despeito do alívio do câmbio, refletiu incômodo com a piora das estimativas para a inflação de 2024 no Boletim Focus. Note-se ainda que a renda fixa teve um dia de liquidez limitada, o que potencializa ajustes às quedas recentes.
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•BOLSA
•CÂMBIO
•JUROS
MERCADOS INTERNACIONAIS
Em um dia de agenda esvaziada, o mercado ajustou posições nesta segunda-feira, na véspera da divulgação dos últimos dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que são determinantes para a trajetória que será seguida pelo Federal Reserve (Fed). Analistas consultados pelo Projeções Broadcast acreditam que o CPI deve ter a primeira deflação mensal do indicador desde maio de 2020, embora também vejam alta robusta no núcleo. Neste cenário, as bolsas de Nova York subiram, assim como os juros longos dos Treasuries, que também reagiram a um leilão do Tesouro americano. Já o índice DXY ampliou perdas recentes, dando impulso às commodities cotadas na divisa americana, como o petróleo. Os contratos futuros do óleo subiram, à medida que crescem os riscos à oferta global após nações europeias criticarem o Irã por falta de compromisso nas negociações para a retomada do acordo nuclear.
O CPI dos EUA deve recuar 0,1% em agosto ante julho, com alta de 8,0% na comparação anual, de acordo com a mediana das projeções de 27 analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Caso a estimativa se confirme, será a primeira deflação mensal do indicador desde maio de 2020. Ainda assim, analistas ressaltam que os preços que formam o núcleo do CPI não devem arrefecer e, portanto, o Fed continuará em um ritmo de aperto monetário forte nos EUA. Além disso, pesquisa da distrital do Fed em Nova York indicou mais um mês de queda nas expectativas de inflação nos EUA. Segundo o levantamento, a mediana das expectativas para o avanço dos preços daqui a um ano caiu de 6,2% em julho a 5,7% em agosto. No horizonte de três anos, a queda foi de 3,2% a 2,8%.
"Wall Street está presa ao relatório de inflação de terça-feira, que provavelmente mostrará alívio da pressão de preços, mas não fará com que o Fed mude sua postura agressiva de aperto da política monetária. Mesmo que a inflação caia abaixo do nível de 8%, o Fed ainda deve entregar uma alta de 75 pontos-base na decisão de política monetária de 21 de setembro", analisa Edward Moya, da Oanda. Para o Citi, uma alta de 75 pontos-base parece quase garantida na próxima semana, apesar de uma leitura provavelmente mais suave do CPI amanhã.
Neste cenário, as bolsas de Nova York subiram, assim como os rendimentos dos Treasuries com prazo mais longo, enquanto a ponta curta terminou o dia em leve baixa. Dessa forma, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,71%, em 32.381,34 pontos, o S&P 500 subiu 1,06%, a 4.110,41 pontos, e o Nasdaq avançou 1,27%, a 12.266,41 pontos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos tinha baixa a 3,565%, o da T-note de 10 anos subia a 3,351% e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,501%.
Por outro lado, o índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, estendeu perdas recentes. De acordo com o Western Union, o dólar dos EUA caiu à medida que as ações globais mais altas minaram a demanda por ativos mais seguros. "O dólar amplamente mais fraco flertou com baixas de duas semanas em relação à libra esterlina e ao dólar canadense, e se aproximou de um fundo de quatro semanas em relação ao euro. O destino do dólar esta semana é visto principalmente nas mãos do consumidor americano com vendas no varejo na sexta-feira. A inflação subjacente teimosamente alta, juntamente com um consumidor resiliente, tenderia a manter intacto o amplo rali do dólar", analisa. O índice DXY registrou queda de 0,62%, a 108,330 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 142,76 ienes, o euro avançava a US$ 1,0121 e a libra tinha alta a US$ 1,1682.
O arrefecimento da divisa americana, por sua vez, deu impulso ao petróleo. Além disso, cresceram os riscos à oferta global após nações europeias criticarem o Irã por falta de compromisso nas negociações para a retomada do acordo nuclear. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega para outubro fechou em alta de 1,14% (US$ 0,99), a US$ 87,78, e o do Brent para novembro avançou 1,25% (US$ 1,16) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 94,00. [Letícia Simionato - [email protected]]
BOLSA
Acompanhando o apetite por risco no exterior, na véspera da divulgação da inflação ao consumidor em agosto nos Estados Unidos - da qual se espera nova leitura em moderação -, o Ibovespa subiu hoje 0,98%, aos 113.406,55 pontos, com o terceiro ganho consecutivo colocando o índice no melhor nível de fechamento desde 25 de agosto (113.531,72). Nesta segunda-feira, oscilou entre mínima de 112.304,57 (quase igual à abertura, a 112.307,24) e máxima de 114.159,53 (maior nível intradia desde 18 de agosto), com giro financeiro a R$ 26,4 bilhões na sessão. Em setembro, o Ibovespa avança 3,55%, estendendo o ganho do ano a 8,19%.
O dia foi de avanço distribuído, com ganhos desde o setor de commodities (Vale ON +0,86%) - em sessão marcada por enfraquecimento global para o dólar - a bancos (BB ON +1,26%, Bradesco ON +1,31%, Itaú PN +1,20%) e ações do varejo, com destaque para Magazine Luiza (+9,13%), na ponta do Ibovespa no encerramento, à frente de Ecorodovias (+7,03%) e de Positivo (+4,95%). No lado oposto, Assaí (-1,86%), Iguatemi (-1,80%) e PetroRio (-1,68%). Apesar do ganho de pouco mais de 1% para o petróleo, Petrobras mudou de sinal no fim da tarde e caiu 0,59%, na mínima do dia no fechamento da ON, e 0,66% (PN), limitando o avanço do Ibovespa.
"Projeções melhores para inflação e PIB em 2022, que têm vindo no boletim Focus, ajudaram hoje o setor de varejo e também bancos, com exposição à economia doméstica. Lá fora, a expectativa favorável para o CPI (índice de preços ao consumidor) nos Estados Unidos, amanhã, traz de volta a estimativa de um aumento menor, de 50 e não de 75 pontos-base, para a taxa de juros americana na decisão do Federal Reserve do próximo dia 21", diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.
Ele acrescenta que fatores de risco ainda pendentes sobre o cenário, como a crise energética na Europa, a possibilidade de uma recessão global em 2023 e a indefinição sobre a política econômica doméstica no pós-eleição, especialmente pelo lado fiscal, recomendam cautela aos investidores. "Há margem para correção", observa.
"O Ibovespa acompanhou hoje o movimento dos mercados internacionais, que têm encontrado espaço para recuperação depois de um período de depreciação com a expectativa de uma forte elevação de juros principalmente nos Estados Unidos. Na ausência de novidades que estressem o cenário, e na véspera do CPI, os investidores estão na expectativa por desaceleração na leitura sobre o ritmo de alta dos preços ao consumidor, de 8,5% para 8%, em agosto", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, referindo-se à expectativa de deflação mensal, ao redor de 0,1%, que resultaria em desaceleração da inflação em 12 meses.
"Há recuperação das commodities, que contribui para a devolução da Bolsa a patamar não visto desde (meados de) agosto, retomada favorecida também por enfraquecimento global do dólar e avanço das moedas de emergentes", acrescenta a economista.
Ela destaca também o corte de preço no gás de cozinha, que favorece o movimento do mercado de correção, para baixo, nas expectativas de inflação para 2022, "já visto no Focus de hoje e que deve se intensificar". "Espera-se também novo corte de preço da gasolina", observa Camila, ressaltando o efeito de inflação mais comportada para ações de setores como os de consumo e construção.
Para Letícia Sanches, especialista em renda variável da Blue3, a queda nas projeções do IPCA e o aumento nas estimativas para o PIB, visíveis no Boletim Focus desta segunda-feira, foram essenciais para que o Ibovespa encontrasse fôlego e desse sequência, hoje, ao rali do fim da semana passada, beneficiando em especial os segmentos de varejo e construção.
"As bolsas de Nova York interromperam, na sexta-feira, uma sequência de três semanas negativas, com crescimento da demanda por ações que ficaram descontadas nessas quedas recentes", diz Letícia, destacando também a expectativa do mercado para a leitura de amanhã sobre o CPI e o efeito positivo, visto hoje nos mercados da Europa, da queda de preço do gás natural - em dia de fraca leitura sobre a produção industrial no velho continente, em retração acima do esperado.
"Com mais um dia de euro para cima e dólar para baixo, tivemos na Europa as maiores altas do dia, à frente de nosso índice Bovespa", diz Álvaro Feris, especialista da Rico Investimentos. "A expectativa é de que a inflação tenha arrefecido (nos Estados Unidos), mas se esse dado não vier conforme o esperado, os ânimos podem reverter esse apetite a risco que vemos no mercado", acrescenta. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 113406.55 0.98498
Máxima 114159.53 +1.66
Mínima 112304.57 0.00
Volume (R$ Bilhões) 2.63B
Volume (US$ Bilhões) 5.15B
17:29
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 114720 1.01704
Máxima 115395 +1.61
Mínima 113885 +0.28
CÂMBIO
O dólar abriu a semana em queda firme, abaixo da linha de R$ 5,10, em meio à continuidade do movimento de enfraquecimento global da moeda americana e de valorização dos ativos de risco iniciado na última sexta-feira (9). Operadores relataram ao longo da sessão fluxo de recursos estrangeiros para a bolsa doméstica e desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio.
Após uma queda até certo ponto contida pela manhã, o dólar aprofundou a baixa ao longo da tarde e tocou mínima a R$ 5,0842 (-1,23%). No fim do dia, a moeda era cotada a R$ 5,0974, recuo de 0,98% - o que fez o real ter uma das melhores performances entre moedas pares latino-americanas e de exportadores de commodities. Após as perdas nos três últimos pregões, o dólar passou a acumular queda de 2% no mercado doméstico em setembro.
"O dólar devolveu toda a gordura da semana passada. Ainda vejo fundamento para um real mais apreciado no curto prazo, com o dólar talvez testando novamente os R$ 5,05", afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha.
Com a agenda de indicadores esvaziada, investidores operaram à espera da divulgação, amanhã, do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos em agosto para balizar as apostas sobre o ritmo e magnitude da alta de juros pelo Federal Reserve. A tese que embala a recuperação dos mercados de risco é a de que a inflação americana já atingiu seu pico e começará a dar sinais claros de arrefecimento. Isso facilitará o trabalho do Fed no controle das expectativas e abrirá caminho para um 'soft landing' da economia dos EUA. A perspectiva de alta dos Fed Funds em 75 pontos-base no próximo dia 21 já parece bem assimilada.
Mediana das estimativas de 27 analistas consultados pelo Projeções Broadcast é de recuo de 0,1% do CPI em agosto, com alta de 8% na comparação anual. Caso a estimativa se confirme, será a primeira deflação mensal do indicador desde maio de 2020. Pesquisa da distrital do Federal Reserve em Nova York, divulgada nesta segunda-feira, mostrou que a mediana das expectativas para o avanço dos preços daqui a um ano caiu de 6,2% em julho a 5,7% em agosto. No horizonte de três anos, a queda foi de 3,2% a 2,8%.
Analistas também ressaltam que houve uma rodada muito forte de apreciação global do dólar nas semanas anteriores, tanto pela busca por segurança quanto pela fraqueza de pares fortes, como o euro e o iene. A mudança de discurso do Banco Central Europeu (BCE), que elevou a taxa da zona do euro em 75 pontos-base na semana passada e prometeu novas altas, diminuiu o desalinhamento entre as políticas monetárias europeia e americana, contribuindo para um movimento de realização da divisa dos EUA.
Termômetro desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, com predomínio do euro, o índice DXY - que havia superado os 110,000 pontos na semana passada, atingindo o maior patamar em 20 anos - agora opera pouco acima da linha dos 108,000 pontos. Entre as commodities, as cotações do petróleo apresentaram recuperação hoje, com o tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, em alta de 1,25%, a US$ 94 o barril. Não houve negócios com minério de ferro em razão do feriado lunar chinês.
"A perspectiva é de que a inflação pode desacelerar nos EUA. As cadeias produtivas e de suprimentos, que provocaram escassez de produtos, estão se normalizando. E o petróleo, um dos grandes responsáveis pela aceleração da inflação, não está mais tão pressionado", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, para quem o Fed poderia reduzir o ritmo de alta da taxa básica para 50 pontos-base já neste mês.
Em evento hoje à tarde, o ex-secretário do Tesouro e economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, afirmou que o real não deve perder valor ante o dólar no próximo ano, uma vez que, mesmo com a alta dos juros nos países de menor risco, o diferencial das taxas que remuneram o investidor no Brasil seguirá elevado. Mansueto, nesse ponto, lembrou que se o Federal Reserve dá sinal de que não vai cortar os juros tão cedo, o Banco Central (BC) tampouco indica que vai fazer diferente. "O diferencial de juros é grande, ninguém espera desvalorização do real no ano que vem. Os mais cautelosos esperam taxa de câmbio relativamente constante", afirmou Mansueto. (Antonio Perez - [email protected], com Eduardo Laguna)
17:29
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.09740 -0.9752 5.13900 5.08420
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL 5118.000 -1.21598 5165.000 5110.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5191.000 -0.70773 5191.000 5191.000
JUROS
O mercado de juros descolou da trajetória de ganhos exibida nos demais ativos domésticos, com taxas em viés de alta durante toda a sessão, enquanto o dólar operou em queda, fechando abaixo de R$ 5,10. O movimento é atribuído a uma recomposição de prêmios da curva, após o recuo das taxas na semana passada, estimulado principalmente pela expectativa com relação ao índice de inflação ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos, amanhã. Internamente, a agenda esvaziada e o noticiário sem destaques abriram caminho para o ajuste, que, no entanto, não teve respaldo de volume. As taxas curtas fecharam em níveis acima do das longas, em dia de piora na mediana de IPCA para 2024 no Boletim Focus e a despeito do anúncio da redução do preço do gás de cozinha pela Petrobras.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou na máxima de 13,74%, de 13,72% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,92% para 12,99%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,72%, de 11,64%, e a do DI para janeiro de 2027 avançou a 11,32%, de 11,28%.
Os juros operaram o dia todo na contramão dos demais segmentos. O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, afirma que a segunda-feira não trouxe "drivers" para o mercado e o desenho da curva nesta segunda-feira parecia ser mais um ajuste antes do CPI. "Tivemos queda importante na semana passada, principalmente nos longos, o que abre espaço para uma correção, e ainda o petróleo subindo", comentou. O tipo Brent fechou em alta de 1%, aos US$ 94 por barril. De um lado, a commodity vai deixando para trás a marca de US$ 90, mas de outro a fraqueza do dólar tem levado o barril novamente para perto de US$ 100. Os rendimentos dos Treasuries também subiram, com a taxa da T-Note de 10 anos em 3,351% e a de 2 anos, em 3,565%, perto das 17h, ante 3,32% e 3,56% no fim da tarde de sexta-feira.
O consenso das estimativas para o CPI amanhã é de deflação marginal, -0,1%, no dado mensal de agosto, com a taxa anualizada a 8%. Porém, para o núcleo a expectativa é de que avance 0,3%, com a leitura anual chegando a 6,1%. Em julho, essas altas haviam sido de 0,3% e 5,9%, respectivamente.
No Podcast Diário Econômico, o economista-chefe do Banco Original, Marco Antonio Caruso, afirma que confirmadas as previsões para o núcleo, o cenário de alta de 75 pontos-base para o juro pelo Federal Reserve em setembro, atingindo 3,25%, pode se consolidar.
No front doméstico, a Petrobras anunciou esta tarde queda de 4,7% no preço do gás de cozinha (GLP) a partir de amanhã, mas as taxas futuras não tiveram reação, na medida em que um cenário desinflacionário nos próximos meses parece estar precificado. Até porque também o alívio no IPCA este ano é residual, entre 0,03 e 0,04 ponto porcentual, nos cálculos dos analistas.
Depois do alerta dado por dirigentes do Banco Central (BC) no começo da semana passada, o mercado reforçou as preocupações com as expectativas de inflação de longo prazo. O avanço da mediana para 2024, de 3,43% para 3,47%, na pesquisa Focus gerou desconforto e foi apontado por operadores como um dos fatores a pesar hoje sobre a curva, à medida que vai distanciando da meta de 3,00% para 2024. Na última terça-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, admitiu durante evento organizado pela Bradesco Asset que as expectativas para 2024 o incomodam, com desancoragem para o centro e que é inconsistente o mercado projetar uma inflação acima do centro da meta em 2024 e discutir queda de juros em 2023.
No entanto, em conversas fechadas com economistas, dirigentes do Banco Central tem visto muito ruído no cenário e a mediana das projeções do mercado ainda num nível compatível com o cumprimento da meta. Aos profissionais, o BC tem indicado que essas estimativas são importantes, mas podem estar contaminadas por uma perspectiva de retorno gradual da cobrança de impostos sobre combustíveis nos anos à frente (veja detalhes em matéria publicada às 13h44). (Denise Abarca - [email protected])
17:29
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