IBOVESPA VAI A 110 MIL PONTOS COM NY E DI CAI POR GASOLINA, COM PIB NO RETROVISOR

Blog, Cenário

Dados da atividade econômica brasileira no segundo trimestre melhores do que o esperado movimentaram a sessão, mas o alívio da pressão externa foi determinante para o Ibovespa, que interrompeu correção e retomou os 110 mil pontos. Varejistas, bancos e Petrobras ajudaram o índice a fechar em alta de 0,81%, aos 110.405,30 pontos, na máxima. Em Nova York, os índices do mercado acionário claudicaram durante toda a sessão e fecharam sem sinal único, mas melhor que o visto mais cedo na sessão. O Dow Jones subiu 0,47% e o S&P 500, 0,30%, mas Nasdaq caiu 0,26%. Os investidores seguem à espera dos dados do payroll, que será divulgado amanhã, e trabalham com cautela em um contexto no qual se somam as incertezas a respeito da força da política monetária e seu impacto sobre a economia tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Preocupações com o crescimento ao redor do globo também seguiram no radar. Com dados fracos da indústria mundial e riscos à demanda no horizonte, os investidores buscaram refúgio na divisa americana. Nesse contexto, o petróleo afundou mais de 3%, trazendo a cotação do Brent para a marca dos US$ 92 o barril. Outras commodities como cobre, ouro e minério de ferro também sofreram na sessão de hoje. Por outro lado, a cotação mais baixa do petróleo e, principalmente, a gasolina mais barata derrubaram as taxas dos juros futuros, sob a leitura de alívio importante tanto para a inflação corrente como para as expectativas à frente. E, desta vez, o real não conseguiu se esquivar da onda de valorização externa do dólar e sucumbiu juntamente com seus pares emergentes e moedas fortes para encerrar o pregão a R$ 5,2383, em alta de 0,71%.

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•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Mesmo com o PIB mostrando recuperação generalizada da economia brasileira no segundo trimestre, a boa notícia da manhã não parecia o suficiente para que o Ibovespa iniciasse setembro com o pé direito. Os mercados do exterior ainda refletem cautela quanto ao ritmo de atividade global no momento em que a elevação dos juros de referência segue em curso, nos Estados Unidos e na Europa. Ainda assim, o Ibovespa encontrou fôlego no meio da tarde para retomar os 110 mil pontos e para evitar que a correção se estendesse hoje pelo terceiro dia.

Nesta quinta-feira, com contenção de perdas em Nova York ao longo da tarde, o índice da B3 fechou na máxima do dia, em alta de 0,81%, a 110.405,30 pontos, saindo de mínima a 108.217,40, menor nível intradia desde 9 de agosto, e de abertura aos 109.523,84. O comportamento de hoje foi o oposto ao de ontem, quando o Ibovespa fechou na mínima do dia, em queda de 0,82%. O giro foi de R$ 28,6 bilhões na sessão desta quinta. Na semana, o Ibovespa cede 1,69% e no ano ainda avança 5,33%.

Em agosto, o movimento do Ibovespa pôde ser dividido em duas partes, observa Lucas Serra, analista da Toro Investimentos: até o dia 18, viés comprador acentuado, dando continuidade às altas observadas ainda em julho; na sequência, após fazer máximas perto dos 114,4 mil pontos, o Ibovespa entrou "em um movimento não direcional, sinalizando que a força compradora pode ter se exaurido e que poderemos observar a entrada mais forte de vendedores ao longo de setembro".

Os mais recentes dados sobre fluxo externo para a B3 sugerem o mesmo. Os investidores estrangeiros retiraram R$ 733,454 milhões da B3 na sessão de terça-feira, 30, colocando o aporte total do mês a R$ 17,2 bilhões, faltando apenas o dado de 31 para o fechamento da leitura de agosto. O saque de recursos estrangeiros anteontem coincidiu com queda de 1,68% no Ibovespa, então a 110,4 mil pontos.

Após ter enfrentado mesmo dias de turbulência externa para levar a recuperação iniciada em meados de julho adiante, o Ibovespa tem dado sinais de cansaço. O cenário global desafiador em componentes centrais, como EUA, Europa e China, é um teste para a resiliência do índice da B3, que saiu em cerca de um mês das mínimas desde novembro de 2020 para as máximas desde abril de 2022.

Divulgado hoje nos EUA, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial em agosto, do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), deve chancelar uma alta de 75 pontos-base na taxa básica de juros americana em setembro, avalia o Citigroup em relatório. O PMI industrial do ISM ficou estável em agosto, a 52,8, contrariando a expectativa de queda. Todos os principais componentes do índice - novos pedidos, produção e emprego - ficaram acima do nível 50, o que indica expansão, lembra o Citi.

Por outro lado, na China, a queda abaixo de 50 do índice de gerentes de compras (PMI) do setor industrial da China em agosto, da Caixin, é mais um sinal de que o crescimento do gigante asiático estagnou, em quadro que deve piorar diante da perda de fôlego das exportações e crise do setor imobiliário, avalia o economista-sênior para China da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade, na margem. O PMI oficial, divulgado também nesta semana, registrou contrações tanto em julho como em agosto.

Com a incerteza externa neste miolo de terceiro trimestre, a leitura de hoje sobre o PIB do segundo trimestre no Brasil acabou sendo recebida no retrovisor. "O PIB do 2T22 cresceu 1,2% e o do 1T22 foi revisado de 1% para 1,1%; com isso, chegamos num PIB que supera o nível pré-pandemia em 3%, e 0,3% abaixo do ponto mais alto da série, no 1T14", aponta Igor Barenboim, sócio e economista-chefe da Reach Capital. "O destaque do crescimento ficou com o setor de serviços por conta da reabertura da economia: o segmento cresceu 1,3% e corresponde a 70% da economia."

"Na ótica da despesa, ressaltamos o crescimento do consumo das famílias (2,6%), dos investimentos (4,8%) e das importações (7,6%). Os dados refletem a abertura da economia, benefícios fiscais e a demanda represada na pandemia", observa Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "Para o segundo semestre, a perspectiva é de arrefecimento da atividade diante dos efeitos da elevação dos juros e da alta inflação", diz. Mas, ressalva o economista, "a dinâmica do mercado de trabalho, reduções tributárias sobre itens importantes (combustíveis e energia) e novos incentivos fiscais, como a PEC dos Auxílios, darão fôlego para o 3º trimestre."

"Os dados antecedentes do terceiro trimestre indicam manutenção do sentimento positivo tanto dos consumidores quanto dos empresários, impulsionados por melhora da percepção, com mercado de trabalho mais forte e aumento da renda disponível", diz Pedro Patrão, economista da HCI Invest. "Mas também esperamos perda de ímpeto da atividade econômica no segundo semestre, diante dos impactos da taxa Selic em patamar contracionista", acrescenta.

"Para 2023, o PIB deve frear por conta das muitas incertezas acerca do futuro político do País, sem contar o impacto do ciclo de alta da Selic, elevada de 2% no final do ano passado para o patamar de 14%, além das dúvidas que ainda pairam sobre a gestão das contas públicas", avalia Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos

Ainda sem apresentar qual a âncora fiscal em eventual governo do PT, o candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta quinta-feira críticas ao teto de gastos, durante participação em evento em Belém (PA). "Não aceito a ideia de criar teto de gastos. Teto de gastos é o compromisso moral que a gente tem com esse País. A gente não pode gastar mais do que arrecada, mas é preciso saber o que é gasto e o que é investimento para não ficar 'tudo é gasto'", disse Lula.

Nesta quinta-feira, dentre as ações e setores de maior liquidez na B3, Petrobras conseguiu operar na contramão do forte ajuste em andamento nas cotações da commodity, em queda superior a 3% no WTI e Brent, com a referência americana sendo negociada na faixa de US$ 86 e a global, de US$ 92 por barril. Ainda assim, Petrobras ON e PN fecharam o dia, respectivamente, em alta de 1,80% e 1,87%, contribuindo para equilibrar o efeito de Vale ON (-0,95%, queda bem moderada no encerramento), em dia sem sinal único para a siderurgia (CSN ON -1,67%, Usiminas PNA +1,75%). Entre os grandes bancos, a direção foi majoritariamente positiva no fechamento, à exceção de Bradesco ON, que fechou sem variação, estável na sessão.

Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para MRV (+7,59%), Cyrela (+6,92%), Banco Pan (+5,45%) e JHSF (+5,16%). No lado oposto, IRB (-14,63%), Pão de Açúcar (-5,26%), Petz (-2,49%) e Embraer (-2,39%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110405.30 0.80569

Máxima 110405.30 +0.81

Mínima 108217.40 -1.19

Volume (R$ Bilhões) 2.86B

Volume (US$ Bilhões) 5.50B

17:53

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112085 0.34018

Máxima 112115 +0.37

Mínima 109620 -1.87

JUROS

Os juros futuros conseguiram se desvencilhar do mau humor nos mercados internacionais, que penalizou o câmbio nesta quinta-feira. O anúncio de redução nos preços da gasolina pela Petrobras e a nova queda do petróleo derrubaram as taxas, dado o alívio importante que devem trazer tanto para a inflação corrente como para as expectativas futuras. A medida da Petrobras já trouxe impacto nas estimativas para a inflação de setembro, com várias instituições revisando para baixo também seus números de IPCA em 2022.

O recuo de mais de 3% do petróleo, com o barril do tipo Brent fechando a US$ 92 e estendendo as perdas de 8% vistas em agosto, reforçou a perspectiva de novos ajustes em baixa para os combustíveis internamente. O PIB brasileiro acima do consenso não produziu reação nas taxas, ainda que tenha desencadeado uma onda de revisões para cima nas projeções de crescimento este ano. O leilão de prefixados, foi, de maneira geral, bem sucedido, com destaque para o de LTN, absorvido na íntegra.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,875%, de 12,98% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,96% para 11,76%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,54% (mínima), de 11,75% ontem.

A taxa que mais caiu (26 pontos-base) foi a do DI para janeiro de 2026, passando de 11,77% para 11,56% (mínima). Este DI vem ganhando liquidez, hoje com giro de cerca de 390 mil contratos, muito acima dos 176 mil na média diária dos últimos 30 dias. O vencimento coincide com o do papel prefixado mais ofertado pelo Tesouro nos últimos leilões, a LTN 1/1/2026, e que tem tido grande demanda pelos investidores.

Na contramão da alta do dólar e dos rendimentos dos Treasuries, que avançaram diante do aumento das apostas em ação agressiva do Federal Reserve, os juros aqui passaram a sessão praticamente toda em baixa, com exceção da abertura em alta. Pouco depois das 10h, a Petrobras divulgou redução no preço da gasolina, de R$ 0,25 por litro, a partir de amanhã. A medida já era esperada, uma vez que os preços internos estavam acima da paridade e que ontem o presidente Jair Bolsonaro havia dito que até o fim da semana deveria haver uma "boa notícia" da companhia sobre preços de combustíveis. De todo modo, o anúncio fez preço na curva, com os economistas calculando em até 0,25 ponto porcentual o impacto de queda no IPCA de 2022. Não se descarta, inclusive, que a inflação venha zerada este mês.

A medida, porém, não foi suficiente para mexer com as apostas para a Selic de curto prazo, com a curva mantendo entre 65% e 70% a probabilidade de manutenção da taxa básica em 13,75% no Copom deste mês, contra de 30% a 35% de chance de aumento de 25 pontos-base, nos cálculos da Greenbay Investimentos. Também não alterou a expectativa que o ciclo de queda comece em maio. "Mas aumentou um pouco a precificação para o tamanho dos cortes", afirmou o economista-chefe da instituição, Flávio Serrano, destacando que por isso o alívio de prêmios foi concentrado no miolo da curva. Segundo ele, a curva passou a precificar um orçamento total de queda de 300 pontos-base para a Selic.

Apesar do otimismo nas mesas, entre os economistas, a expectativa de recuo da taxa no primeiro semestre parece prematura. "A composição da inflação não está boa. Os combustíveis estão puxando para baixo, mas os preços de alimentos estão rodando em níveis elevados e a inflação de serviços é preocupante. Não dá para falar em corte de juro tão cedo", afirma Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, para quem a Selic só começará a cair no segundo semestre de 2023.

Em boa medida, o rali no mercado de juros visto desde ontem tem tido sustentação no comportamento do petróleo, que hoje caiu mais de 3%, abrindo espaço a mais reduções nos combustíveis. Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, destaca que o Brent na casa de US$ 92 por barril dá oportunidade para a Petrobrás reduzir agora os preços do diesel, que, embora não tenham impacto direto no IPCA como a gasolina, tem efeitos indiretos na cadeia logística e inflação no atacado. "O petróleo abre oportunidade para a Petrobrás fazer ajuste no diesel, que teve só duas reduções. A gasolina já teve quatro", comentou, destacando que esse descompasso se deve à pressão do mercado internacional e a escassez da oferta do óleo.

Quanto ao PIB, que subiu 1,2% no segundo trimestre na margem, acima do consenso das estimativas de 0,9%, o mercado deixou em segundo plano, na medida em que a expectativa é de perda do ritmo a partir do segundo semestre, a despeito das medidas de estímulo fiscal adotadas pelo governo. "É consenso que haverá desaceleração forte em 2023", afirma Abdelmalack.

No leilão de prefixados, o Tesouro vendeu integralmente o lote de 15 milhões de LTN em três vencimentos, concentrado (12 milhões) no papel para 1/1/2026. As taxas ficaram dentro do consenso, mas a deste papel especificamente veio abaixo, segundo a Necton Investimentos. Entre as NTN-F, a instituição vendeu todo o lote de 300 mil no papel mais longo (1/1/2033) e 50 mil das 150 mil NTN-F ofertadas para 1/1/2029. (Denise Abarca - [email protected])

17:50

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.68

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

CÂMBIO

Apesar de o crescimento do PIB brasileiro no segundo trimestre ter vindo acima do esperado, o real não escapou da onda global de valorização da moeda americana na sessão desta quinta-feira (1º), marcada por tombo das commodities e aumento das apostas em ajuste mais agressivo da política monetária dos Estados Unidos.

Afora uma baixa pontual pela manhã, quando desceu até a mínima de R$ 5,1480 (-1,03%), em meio a relatos de entrada de fluxo comercial, o dólar operou em alta firme no mercado doméstico de câmbio durante toda a sessão. As máximas vieram ao meio da tarde, quando a divisa chegou a romper o teto de R$ 5,25 e tocou R$ 5,2572 (+1,07%). No fim do dia a moeda era cotada a R$ 5,2383, avanço 0,71%. Foi o terceiro pregão seguido de alta do dólar, período em que saiu do patamar de R$ 5,03 para superar R$ 5,23, acumulando uma valorização de 4,07%.

Uma vez mais, o principal indutor da depreciação do real foi o ambiente externo, embora haja um pano de fundo de cautela com o quadro fiscal doméstico a partir de 2023, dadas as promessas que tomam conta da corrida eleitoral. Dados do setor industrial americano acima do esperado reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), vai promover nova alta da taxa básica americana em 75 pontos-base neste mês. O PMI industrial dos EUA medido pelo ISM ficou estável em 52,8 em agosto, contrariando expectativas de queda. Há também uma postura defensiva à espera da divulgação, amanhã (2), do relatório de empregos (payroll) nos EUA em agosto.

As taxas dos Treasuries subiram em bloco, com o retorno do título de 2 anos, mais ligado a perspectiva para o aperto monetário, superando 3,5%. O índice DXY - que mede o desempenho dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - voltou a trabalhar acima dos 109,000 pontos e se aproximou dos 110,000. O euro, que vinha ensaiando uma recuperação, hoje perdeu quase 1% frente a divisas americana.

As commodities voltaram a apanhar. As cotações do petróleo caíram mais de 3,5%, com o contrato tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, aproximando do piso de US$ 90 o barril. Fechou hoje em queda de 3,43, a US$ 92,36. O minério de ferro e o cobre recuaram novamente, em meio a preocupações com a economia chinesa, após notícia de novos surtos de covid. Não por acaso as divisas de países emergentes e de exportadores de commodities, com raras exceções, se enfraqueceram ante o dólar, com destaque para o peso colombiano, o rand sul-africano e o próprio real.

Para o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, o comportamento da taxa de câmbio está muito atrelado ao ambiente externo de fortalecimento do dólar, com fatores locais ficando em segundo plano. "De manhã, houve até uma queda [do dólar] com a divulgação dos dados bons do PIB, mas o mercado voltou logo a acompanhar o exterior ao longo da tarde", afirma Gusmão.

Na mesma linha, o operador Hideaki Iha, da Fair Corretora, observa que, com a redução do fluxo de entrada de recursos da manhã e a aceleração do dólar ante algumas divisas no exterior, a moeda passou a refletir mais precisamente o quadro e cautela com as incertezas do exterior.

O IBGE informou que o PIB brasileiro cresceu 1,2% no segundo trimestre (na margem), acima da mediana de Projeções Broadcast (0,9%). Na comparação anual, a alta foi de 3,2%, também superior à mediana das expectativas (+2,8%). A divulgação do resultado causou uma onda de revisões das expectativas do mercado para o PIB de 2022, incluindo as de instituições como Bank of America (2,5% para 3,25%), Goldman Sachs (2,2% para 2,9%), Banco Original (2,3% para 2,6%), e Ativa Investimentos (1,0% para 2,0%).

O Banco MUFG Brasil avalia que o cenário se tornou negativo para divisas emergentes com o tom duro do Federal Reserve, a possibilidade de recessão em Estados Unidos e Europa, e crescimento abaixo do esperado na China, o que atinge os preços das commodities. Embora o diferencial entre juro externo e interno ainda beneficie operações de carry trade, o banco considera que o real deve se depreciar daqui para frente dado o ambiente externo desafiador.

"Adicionalmente, o BC brasileiro parece ter encerrado o aperto monetário. Então, novas altas pelo Fed vão reduzir rapidamente o diferencial [de juros] e, no curto prazo, isso pode afetar o ingresso de fluxo estrangeiro", afirma, em relatório, o economista-chefe Carlos Pedroso e o economista sênior Mauricio Nakahodo.

Eles observam que o ambiente político interno também representa um risco para o desempenho do real, uma vez que o mercado pode começar a precificar, especialmente após a eleição, o risco fiscal, dada a postura dos líderes na corrida presidencial. "Em suma, consideramos que o atual patamar do real não é sustentável. Mantemos nosso call de R$ 5,60 no fim do ano". (Antonio Perez - [email protected])

17:53

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.23830 0.7075 5.25720 5.14800

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5277.000 1.00488 5295.500 5185.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5315.000 0.67241 5315.000 5315.000

MERCADOS INTERNACIONAIS

Um dia antes da publicação do relatório de empregos, os mercados no exterior seguem sem apetite por risco. A expectativa de que o payroll mostre um mercado de trabalho forte nos Estados Unidos, em meio à escalada inflacionária, deu novo impulso às apostas de alta de 75 pontos-base (pb) pelo Federal Reserve no próximo dia 21. Na espera de um banco central 'hawkish', os juros dos Treasuries subiram, enquanto as bolsas de Nova York ficaram sem sinal único. No câmbio, o dólar se fortaleceu ante rivais, após indicadores dos dois lados do Atlântico pressionarem o euro, enquanto o iene chegou a cair abaixo de 140 por dólar pela primeira vez em 24 anos. Pela terceira sessão consecutiva, o petróleo fechou com baixa, de 3%.

A projeção é que os EUA criaram 300 mil vagas no mês de agosto, de acordo com a mediana das Projeções Broadcast. Se confirmado, o número representaria uma desaceleração em relação aos 528 mil postos do mês anterior, mas reforçaria as percepções de mercado de trabalho forte. "Um relatório mais forte do que o esperado provavelmente influenciará as expectativas do mercado para uma alta mais rápida e considerável [de juros básicos], enquanto um mais suave pode minar a confiança na necessidade de uma ação política mais agressiva em setembro", diz a Stifel, que ressalta que o indicador de amanhã é um dos elementos-chave para a decisão do Fed daqui a 20 dias. A empresa relembra que, em julho, um payroll mais forte que o esperado provou alta nos juros dos Treasuries e investidores redirecionaram suas expectativas para a taxa básica, de 50pb para 75pb.

Hoje, as apostas monitoradas pelo CME Group apontam para 78% de probabilidade para 75 pb (contra 69% ontem) e 22% para 50 pb (ante 31% ontem).

Em relatório, o Wells Fargo diz esperar que o crescimento do payroll desacelere no restante do ano, à medida que a atividade econômica, no geral, diminui o ritmo "sob o peso das taxas de juros mais altas, da demanda reprimida e do fraco crescimento da renda real em meio à inflação ainda forte". No entanto, determinados fatores podem manter uma distância "incomumente grande" entre o payroll e outros sinais do mercado de trabalho, afirma o banco.

Apesar do atraso entre as decisões monetárias e o real impacto sobre a economia, entre outros fatores, os indicadores auxiliam o mercado a se posicionar para a decisão do Fed. Em meio às falas recentes de dirigentes, o BMO Capital Markets nota que a mediana e resposta mais popular para a taxa terminal do banco central norte-americano tem sido 4%, o que significaria que os juros precisam subir em mais 150 pb. Em pesquisa feita pelo banco canadense sobre quanto tempo levaria para este movimento acontecer, as respostas variaram de 3 a 25 meses, com média de 8 meses. "Supondo que o aumento final deste ciclo seja o final de 2022 ou o início de 2023, isso fará com que o final do próximo ano seja o período de batalha para [o presidente Jerome] Powell e companhia tentarem manter a política no que será um território firmemente restritivo".

De olho nas movimentações, no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,519%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,261% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,369%.

No mercado acionário, as bolsas de Wall Street ficaram sem sinal único. O Nasdaq caiu 0,26%, a 11.785,13 pontos, com destaque para queda de 33,7% da Okta, após uma série de revisões para baixo no preço-alvo do papel, e recuo de 7,67% da Nvidia, que alertou em documento a possibilidade de perder até US$ 400 milhões em vendas depois do governo dos EUA revisar exigências para entrega de chips à China.

Mesmo tendo operado no vermelho a maior parte do pregão, o Dow Jones conseguiu fechar em alta de 0,46% a 31.656,42 pontos, assim como o S&P 500, que subiu 0,30%, a 3.966,85 pontos. Entre os setores, o de energia foi o que mais pesou sobre os índices, na esteira das perdas dos contratos do petróleo no mercado futuro. O WTI para outubro fechou em queda de 3,28% (-US$ 2,94), em US$ 86,61 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro caiu 3,43% (-US$ 3,28), a US$ 92,36 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Os temores sobre a demanda pelo petróleo foram renovados após uma bateria de índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) mostrar queda na indústria global, dos EUA, China e zona do euro, na leitura de diferentes instituições. Também estão no radar as expectativas pela reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) na próxima segunda-feira, 05.

Ainda, o avanço do dólar ante rivais pressionou os preços da commodity, com o índice DXY tendo subido 0,91%, a 109,691 pontos. Na marcação, a divisa norte-americana avançava a 140,17 ienes, com tal marca superada pela primeira vez desde 1998. Já o euro caía a US$ 0,9947, mais uma vez abaixo da paridade, e a libra tinha baixa a US$ 1,1538.

Commodities metálicas também foram pressionadas, com queda de 2,95%, a US$ 3,4145 por libra-peso, do cobre para setembro na Comex, divisão de metais da Nymex. (Ilana Cardial - [email protected])

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