FLUXO GARANTE 10ª ALTA DA BOLSA NO MÊS, ENQUANTO VAREJO DÁ RELATIVO FÔLEGO A NY

Blog, Cenário

Ainda que timidamente, o Ibovespa apresentou nesta terça-feira mais uma sessão de ganhos, o que levou o índice a 10 altas das 12 sessões de agosto. Tal como nos últimos dias, o fluxo de recursos estrangeiros para ações brasileiras garante a resiliência da Bolsa, a despeito de incertezas na seara externa, com o ajuste monetário e o risco de recessão, e interna, dado o processo eleitoral. Nesta terça-feira, setores como os de exportação, financeiro e alimentos e bebidas foram destaque de alta, bem como o desempenho firme da Vale (ON +2,42%). Mesmo depois de titubear, o índice subiu aos 113.512,38 pontos (+0,43%) no fechamento, garantindo 10,03% de ganho mensal. Tudo ocorreu a despeito do comportamento das bolsas de Nova York. Pressionado por grandes empresas de tecnologia, o índice Nasdaq não mostrou força (-0,19%) enquanto Dow Jones (+0,71%) e S&P 500 (+0,19%) refletiram o bom humor com o setor varejista, na esteira do balanço do Walmart (+5,11%). Ainda assim, há certa cautela antes da divulgação da ata da mais recente reunião do Federal Reserve e com o desempenho da atividade econômica da China, que fez as commodities mergulharem mais um dia (petróleo cedeu 3%). A percepção que emerge, contudo, é a de que, a despeito das dificuldades, a rota de aperto monetário da Fed permanecerá. Apesar do comportamento externo, o dólar subiu durante toda a sessão doméstica. Depois de flertar com o nível de R$ 5,15, a moeda à vista fechou em R$ 5,1405 (+0,96%). Ainda assim, o sinal é de baixa no acumulado de agosto até aqui (-0,65%). Na renda fixa, os juros futuros fecharam próximos ao ajuste da sessão de ontem, depois de tentarem embarcar em uma trajetória de realização de lucros. Nesse mercado, o destaque foi o grande leilão de NTN-B do Tesouro, com o maior lote em termos de risco para o mercado desde agosto de 2021.

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

•JUROS

BOLSA

De grão em grão, o Ibovespa estendeu hoje pelo terceiro dia nova série de ganhos em agosto, vindo na semana passada de sete avanços consecutivos, com apenas duas perdas diárias até aqui no mês. Como ontem, a referência da B3 mostrou indecisão em boa parte do dia, oscilando em torno da estabilidade, mas se firmou em alta no meio da tarde, com ganho moderado como na sessão anterior. Hoje, fechou em alta de 0,43%, aos 113.512,38 pontos, entre mínima de 112.689,84 e máxima de 113.626,04, saindo de abertura aos 113.033,79. O giro financeiro ficou em R$ 30,2 bilhões, um pouco abaixo de ontem, embora mantendo o padrão de retomada visto recentemente.

"O mercado doméstico, como também o internacional, tem mostrado resiliência depois de dados de atividade econômica mais fracos divulgados esta semana nos Estados Unidos e na China. Aqui, o momento dos juros contribui, com o sinal sobre o fim do ciclo de alta da taxa de referência, o que é favorecido por inflação mais baixa - e também no exterior, com menos pressão nas commodities. Há um arrefecimento no curto prazo quanto aos preços", um cenário macro global mais favorável que contribui para o apetite por risco também em ativos brasileiros, aponta Rodrigo Ashikawa, economista-chefe da Claritas, ressalvando que o início formal da campanha eleitoral, hoje, tende a trazer com o tempo volatilidade para os negócios.

"O que tem mandado é o fluxo do gringo, que tem mostrado interesse pelo preço", observa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, destacando nesta terça-feira o desempenho de setores como os de exportação, alimentos e bebidas, e o financeiro, bem como para Vale (ON +2,42%). Mesmo com forte recuo do petróleo na sessão, em queda superior a 3%, as ações da Petrobras fecharam o dia em alta de 1,15% (ON) e 0,91% (PN). Os grandes bancos também foram moderadamente bem na sessão, com Bradesco (ON +1,75%, PN +1,44%) à frente. Ações de commodities e de bancos costumam ser vistas como porta de entrada do fluxo externo.

"Hoje, o mercado caminhou para uma leve alta acompanhando o exterior, que também trabalhou no campo positivo. Mas em alguns setores já se percebe uma certa realização (de lucros) após fortes altas em sessões anteriores, como o de siderurgia, com Gerdau (PN -2,36%) à frente, o que tem a ver também com expectativa de desaceleração da China, e nos Estados Unidos - em razão de grande parte do resultado da Gerdau, neste último trimestre, ter vindo da subsidiária nos Estados Unidos. Como o papel estava bem esticado, veio uma certa realização", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Por outro lado, Moliterno destaca o setor de proteína animal, com desempenho bem forte nesta terça-feira, "fora da curva", com a queda de preço das commodities agrícolas, que são um fator de custo para o segmento. Na ponta do Ibovespa, BRF (+6,53%), à frente de Positivo (+4,94%), JBS (+4,89%) e Marfrig (+4,78%) nesta terça-feira. Na ponta oposta, Yduqs (-11,76%), Méliuz (-9,80%) e PetroRio (-3,99%).

"Apesar da pressão negativa das commodities no dia de hoje, com o petróleo e o minério de ferro corrigindo internacionalmente, as ações domésticas permaneceram dando ritmo ao Ibovespa, o que reflete a expectativa de menores altas nas taxas de juros. Se o mundo cresce menos, a inflação tende a ser mais baixa - e as ações que até então foram mais pressionadas podem ser beneficiadas por esse alívio", observa Gabriel Félix, especialista em renda variável da Blue3. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:26

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 113512.38 0.42501

Máxima 113626.04 +0.53

Mínima 112689.84 -0.30

Volume (R$ Bilhões) 3.01B

Volume (US$ Bilhões) 5.87B

17:26

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 113705 0.48162

Máxima 113765 +0.53

Mínima 112695 -0.41

MERCADOS INTERNACIONAIS

Novos dados da indústria e da construção nos EUA não alteraram a percepção do mercado quanto à postura firme do Federal Reserve (Fed) em sua trajetória de aperto monetário. Os juros dos Treasuries subiram e as bolsas de Nova York fecharam mistas, com os ganhos sendo liderados pelo setor varejista, após a divulgação de balanços de Walmart e Home Depot. Na Ásia, segue a expectativa por mais medidas de socorro ao setor imobiliário, que para analistas "continua extremamente frágil". Entre as commodities, o petróleo fechou em forte queda, com o avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia.

As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos tiveram recuo de 9,6% em julho, na comparação com junho, informou hoje o Departamento do Comércio, ao ritmo anualizado de 1,446 milhão. Analistas previam queda menor, de 2,5%. Já a produção industrial americana teve crescimento de 0,6% em julho, na comparação com o mês anterior, quando o esperado era 0,3%. De acordo com o economista Edward Moya, da Oanda, o mercado imobiliário está esfriando, o que será bem recebido pelo Fed. "O Fed pode continuar com seu cronograma agressivo de aperto de taxas enquanto está funcionando", destaca Moya. Josh Jamner, analista de estratégia de investimentos da ClearBridge, disse ao The Wall Street Journal que acredita que os novos dados imobiliários alimentarão os temores de uma recessão contínua."O bolo não está assado", disse Jamner. "Certamente há um caminho e uma chance para o Fed nos guiar em direção a um pouso suave. Esses dados dizem OK, vamos nos afastar um pouco desse resultado de pouso suave", completou.

Neste cenário, no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,253%, o da T-note de 10 anos avançava a 2,812% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,089%. Também considerado um ativo seguro, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, teve baixa modesta. "Houve um aumento no dólar desde os dados de inflação encorajadores da semana passada", disse Ivan Asensio, do Silicon Valley Bank, ao WSJ. "Mas há notícias econômicas infelizes da China hoje, levantando preocupações globalmente de um pouso forçado, e os dados imobiliários dos EUA foram extremamente suaves", ponderou. No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 134,22 ienes, o euro estava estável, em US$ 1,0167 e a libra subia a US$ 1,2092. O DXY recuava 0,06%, a 106,480 pontos.

Moya ressalta ainda que a ata do Fed, que será divulgada amanhã, confirmará a dependência do Fed com a próxima rodada de dados de inflação, o que deve sugerir que outro aumento maciço da taxa de 75 pontos-base ainda está na mesa. "As ações dos EUA subiram após ganhos de varejo decentes", destaca. "A tecnologia está sendo duramente atingida, já que os fabricantes de chips estão enfrentando um consumidor muito mais fraco", completa.O índice Dow Jones fechou em alta de 0,71%, em 34152,01 pontos, o S&P 500 avançou 0,19%, a 4305,20 pontos, e o Nasdaq caiu 0,19%, a 13102,55 pontos. Papéis do Walmart e Home Depot subiram mais de 4%, enquanto Microsoft, Alphabet e Intel fecharam no vermelho.

Na Ásia, a preocupação é com o enfraquecimento do mercado imobiliário da China. O Julius Baer destaca que o sentimento sobre o mercado imobiliário chinês "continua extremamente frágil", antes do que devem ser resultados trimestrais fracos, enquanto riscos de default continuam a crescer. Na avaliação do banco, o piso está próximo para esse setor, "mas a volatilidade será elevada nesta fase".

Além das preocupações com a demanda do país asiático, o petróleo fechou em forte queda, com o avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia. A UE considerou a resposta de Teerã "construtiva", o que sinaliza maior chance de sucesso nas negociações. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 3,22% (US$ 2,88), a US$ 86,53 o barril, e o Brent para outubro recuou 2,90% (US$ 2,76), a US$ 92,34 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). [Letícia Simionato - [email protected]]

CÂMBIO

O dólar se manteve em alta desde a abertura da sessão de negócios, encerrando o dia com valorização de 0,96%, a R$ 5,1405 no segmento à vista. O dia de agenda esvaziada e a falta de pressões externas contribuíram para menor volatilidade do que vistas em dias anteriores e a divisa oscilou entre a mínima a R$ 5,1124 e a máxima a R$ 5,1545. Para analistas, o pregão de hoje foi de ajustes a um real que vem se apreciando, principalmente, desde que o Banco Central indicou o fim do aperto de política monetária no Brasil. Em 30 dias, o dólar acumula recuo de 5,84% frente à moeda doméstica.

"O real vem se valorizando mais do que os seus pares e essa temática teve início pós-decisão do BC brasileiro, que sinalizou que o ciclo [de aperto monetário] vai terminar", disse Laszlo Lueska, sócio-gestor da Octante, ressaltando que os investidores estrangeiros estão mais otimistas com o país uma vez que é um dos primeiros a sinalizar o fim do arrocho. "A calmaria no mercado externo hoje, sem variação significativa de Treasuries, permite ajustes."

O declínio da cotação das commodities também ajudou o dólar a se valorizar, principalmente em relação a moedas de exportadores. Os contratos futuros de petróleo fecharam em forte baixa em razão do avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia. Operadores também aguardavam dados sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. O petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 3,22%, a US$ 86,53 o barril, e o Brent para outubro recuou 2,90%, a US$ 92,34 o barril. Já o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, perdeu fôlego após dois dias de altas, e há instantes operava em baixa de 0,08%, a 106.460 pontos.

Para o nível da cotação, acima de R$ 5,00, fatores internos têm impacto. "O real ainda está depreciado e o motivo disso é toda a incerteza relacionada às eleições. Está embutido nesse nível atual muito do ruído político e das incertezas com relação a médio e longo prazo", afirmou Lueska.

A visão é compartilhada com Nicolas Giacometti, especialista em Renda Fixa da Blue3, para quem as inseguranças eleitorais começam a aparecer. Hoje teve início oficial da campanha eleitoral de 2022 e, a 15 dias do prazo final para que o governo entregue o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023 ao Congresso Nacional, uma peça fictícia será apresentada.

O verdadeiro orçamento de 2023 só será definido após o resultado das urnas, comandado pelo grupo que sairá vencedor na disputa. A proposta do Supremo Tribunal Federal (STF) de reajustar salários do Judiciário em 18% embaralhou ainda mais a já complicada tarefa dos técnicos de elaborar o projeto do Orçamento de 2023, que tem que ser enviado ao Congresso Nacional em duas semanas. O movimento do Judiciário teve um efeito cascata: levou a reação no Legislativo em busca de aumento e fez crescer a pressão sobre o Executivo para um reajuste maior para seus servidores.

Para quarta-feira, os investidores aguardam a divulgação da ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Caso venha mais "dovish" o dólar tende a perder força frente a outras divisas e o real pode ter um novo dia de valorização.(Simone Cavalcanti - [email protected])

17:26

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.14050 0.9604 5.15450 5.11240

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5163.500 0.77088 5177.500 5135.000

DOLAR COMERCIAL 5205.000 0.78178 5205.000 5190.000

JUROS

Os juros futuros fecharam a sessão perto dos ajustes anteriores, após percorrerem boa parte do dia em alta, em movimento de realização de lucros. Numa terça-feira de agenda e noticiário esvaziados, a correção das taxas perdeu força no começo da tarde, com a melhora do apetite ao risco que alimentou as bolsas e reduziu o ímpeto do dólar. O petróleo aprofundou as perdas, o que também favoreceu o fluxo vendedor no mercado de juros. Internamente, o destaque foi o grande leilão de NTN-B do Tesouro, com o maior lote em termos de risco para o mercado desde agosto de 2021.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,71%, estável ante o ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2024 encerrou na mínima de 12,77%, de 12,80% ontem. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 11,77%, de 11,647% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 11,39% para 11,41%.

Como tem sido recorrente nos últimos dias, as taxas voltaram a testar uma realização de lucros na primeira etapa dos negócios, mas não conseguiram levar até o fim. Zeraram a alta no começo da tarde, diante do aumento da demanda por ativos de risco e na falta de um vetor mais forte para conduzir os negócios. "Não tem fluxo de notícias nem algo mais relevante hoje nos mercados em geral. Lá fora, à tarde as bolsas melhoraram, índice VIX cedeu e o petróleo caindo é algo que também traz alívio por amenizar o problema da inflação", disse Rogério Braga, diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset.

Nem mesmo a alta do dólar, que persistiu durante toda a sessão, conseguiu segurar as taxas em alta, até porque a curva dos Treasuries esteve bem comportada e os preços do petróleo voltaram a cair fortemente, fechando em baixa de cerca de 3%, com o avanço nas negociações do acordo nuclear entre Irã e União Europeia e à espera de dados sobre os estoques nos Estados Unidos. O comportamento da commodity traz boas perspectivas para queda na inflação de combustíveis, na medida em que os preços da Petrobras acompanham as cotações internacionais.

Com a queda recente dos preços da gasolina e do diesel, seguindo o movimento no mercado internacional do petróleo, o Banco Inter revisou a estimativa de IPCA para o ano de 7,5% para 6,5%. "Em geral, a acomodação das cotações de commodities deve contribuir para uma menor inflação de bens nos próximos meses", afirma a economista-chefe Rafaela Vitória. Para 2023, porém, a projeção subiu de 4,4% para 4,7% devido à antecipação da redução dos preços dos combustíveis para 2022 e impacto ainda relevante da inflação de serviços.

O movimento de correção nos DIs pela manhã ocorreu ainda em meio ao leilão de NTN-B, com oferta de 2,750 milhões de papéis, vendida integralmente, com risco para o mercado (DV01) cerca de 180% superior às operações anteriores. Segundo a Renascença, o lote em PVBP foi de R$ 8,119 milhões, o maior desde 10/08/2021 (R$ 10,192 milhões).

Vale lembrar que nesta segunda-feira (15) houve vencimento histórico de R$ 172,5 bilhões de NTN-B, além de pagamento de cupom de papéis de anos pares de R$ 23,4 bilhões. Ou seja, quase R$ 200 bilhões liberados ao sistema. Além disso, a Renascença destaca o book building de R$ 2 bilhões em debêntures da PetroRio, cujo indexador é a NTN-B 2028, nesta terça. (Denise Abarca - [email protected])

17:26

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

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