APETITE POR BRASIL DESCOLA ATIVOS DO EXTERIOR, PÕE DÓLAR A R$ 5,16 E BOLSA SOBE

Blog, Cenário

O apetite por Brasil predominou na sessão de fechamento da semana, ainda reverberando o comunicado do Copom de que este ciclo da política monetária pode estar nos ajustes finais. A entrada de recursos estrangeiros abriu espaço para a valorização do real, que foi uma das únicas moedas relevantes a conter a força do dólar frente às demais no exterior. Com giro robusto no mercado futuro (mais de US$ 13 bilhões), o dólar recuou a R$ 5,1663 na mínima do pregão, para encerrar o dia em baixa de 1,03%, a R$ 5,1668, e queda de 0,14% na semana. O Ibovespa voltou a visitar a marca dos 107 mil pontos na máxima do dia, acumulando mais de 3% de ganho semanal. O índice perdeu fôlego mais perto do fim do pregão, uma vez que a referência em Nova York claudicava, mas conseguiu defender a linha dos 106 mil pontos, em alta de 0,55%, aos 106.471,92 no fechamento. Nos juros futuros, os vencimentos mais curtos apontaram viés de alta, mas os longos fecharam em baixa, levando a curva a descolar da abertura protagonizada pelos Treasuries e da recuperação das commodities. Em Nova York, os ativos reagiram aos dados fortes do mercado de trabalho americano, que mostraram que a economia ainda está aquecida e, nesse sentido, pode chancelar a mesma intensidade de alta do juro americano que o Federal Reserve vinha imprimindo - ou seja, nova alta de 0,75 ponto nos Fed funds. Embora em Wall Street tenha prevalecido o tom negativo, o setor de energia se destacou, apoiado pelos ganhos do petróleo. A commodity esteve parte do dia pressionada pela força do dólar, mas acabou por subir, ajustando perdas recentes e auxiliada pelo sinal positivo para a demanda vindo do payroll.

•CÂMBIO

•BOLSA

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

O real brilhou no mercado global de moedas na sessão desta sexta-feira (05), em meio à volta do apetite dos estrangeiros por ativos domésticos, após o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar o fim do aperto monetário, e movimentos de realização de lucros e desmonte de posições cambiais defensivas no mercado futuro.

Com mínima a R$ 5,1663, registrada ao longo da tarde, a moeda encerrou o pregão em baixa de 1,03%, cotada a R$ 5,1668. Assim, a divisa americana termina a primeira semana de agosto com leve queda (-0,14%), após ter recuado 5,90% na semana passada e fechado julho com perda de 1,16%. Termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para setembro, que vinha movimentando cerca de US$ 10 bilhões, apresentou hoje volume superior a US$ 13 bilhões.

No exterior, o índice DXY - referência do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - disparou e chegou a tocar máxima aos 106,930, com ganhos expressivos da moeda americana frente ao iene e ao euro. As divisas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes apanharam, com a exceção do real, do baht tailandês e do rublo russo, com alta de mais de 2% frente ao dólar.

O relatório de emprego (payroll) dos EUA em julho trouxe criação de 528 mil vagas, bem acima da mediana de Projeções Broadcast (250 mil). A taxa de desemprego caiu de 3,6% em junho para 3,5%, contra previsão de estabilidade. O salário médio por hora avançou em ritmo maior ao esperado tanto na comparação mensal quanto na interanual.

Com o mercado de trabalho forte, os riscos de recessão diminuem e cresce a possibilidade de que o aperto monetário nos EUA seja mais rápido e intenso. As taxas dos Treasuries subiram em bloco, com altas entre 5% e 6%. O retorno da T-note de 2 anos - mais ligada ao ritmo de alta do juro básico - superou a faixa 3,20%. Monitoramento do CME Group mostra que as apostas de alta de 75 pontos-base dos Fed Funds em setembro voltaram a ser majoritária.

"A taxa de desemprego nos EUA mostrou desaceleração para o nível pré-pandemia. O mercado entendeu que o Fed tem margem para continuar subindo os juros no ritmo de 75 pontos, o que fortaleceu o dólar no exterior", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

Por aqui, a moeda americana até chegou a seguir a maré externa e ensaiou uma alta mais firme ante o real após a divulgação do payroll, correndo até a máxima de R$ 5,2767. Mas a febre compradora se desfez ainda pela manhã, em sintonia com os ganhos do Ibovespa. Analistas observam que parece estar em curso um movimento de rotação global de carteiras rumo a ativos muito depreciados - caso das ações brasileiras e do próprio real - similar ao observado no primeiro trimestre.

Entre os gatilhos para a volta do estrangeiro ao mercado local estaria o sinal do Copom de fim de ciclo de aperto monetário,o que deu vazão à tese de possível corte da taxa Selic em 2023. Há também a recuperação dos preços das commodities diante da saúde da economia americana EUA e do incentivo ao setor imobiliário na China. Os contratos futuros do cobre, termômetro das expectativas de crescimento econômico, subiram mais de 2%. Recuperando parte das perdas da semana, o minério de ferro avançou 2,63% em Qingdao, na China.

"Pelo lado doméstico, a percepção é que os ativos de risco podem se valorizar na expectativa de queda dos juros até o final de 2023 e normalização da política atraindo fluxo de capitais", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, em referência ao desenlace da corrida eleitoral.

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, observa que, mesmo quando o dólar perdia força globalmente nos últimos dias com a expectativa de uma postura mais amena do Fed, o real já apresentava uma boa performance em relação a seus pares. Segundo Damico, o Brasil se diferencia do resto do mundo por estar já na fase final de aperto monetário, enquanto os Estados Unidos e os outros países emergentes ainda estão em meio ao processo de alta de juros.

"Conseguimos oferecer juros reais mais atrativos que os outros. E tem também um pouco de retorno de recursos para a Bolsa", afirma a economista, ressaltando o fechamento recente da curva de juros doméstica sugere que pode ter fluxo para a renda fixa local. (Antonio Perez - [email protected])

BOLSA

A forte leitura sobre a geração de vagas de trabalho, bem como a evolução da renda salarial nos Estados Unidos em julho, pela manhã, manteve os mercados globais na defensiva nesta última sessão da semana, enquanto, na B3, o Ibovespa voltou a mostrar descolamento, encadeando o quarto ganho diário. Hoje, o índice fechou em alta de 0,55%, aos 106.471,92 pontos, moderando os ganhos no meio da tarde, após ter atingido, na máxima da sessão, os 107.176,06 pontos, maior nível intradia desde 9 de junho (108.510,31).

Na semana, o Ibovespa subiu 3,21%, tendo avançado 4,29% e 2,46% nas duas anteriores. No ano, o índice oscilou do negativo para o positivo desde ontem, acumulando ganho de 1,57%. O giro ficou em R$ 26,3 bilhões na sessão desta sexta-feira, em que o Ibovespa saiu de abertura aos 105.893,28, não muito distante da mínima do dia, aos 105.517,82 pontos.

Hoje como ontem, o apelo da renda variável se manteve conectado, na B3, ao sinal do Copom de que o ciclo de aperto monetário no Brasil está concluído ou bem perto disso, com a possibilidade de um ajuste residual na próxima reunião do comitê, em setembro - o que, além da recuperação da Bolsa, tem apreciado o câmbio, mesmo hoje, na contramão da cautela externa. Nesta sexta-feira, a moeda americana cedeu 1,03% frente ao real, a R$ 5,1668, em desempenho oposto ao do índice DXY, que contrapõe o dólar a referências como euro, iene e libra.

Lá fora, a inflação resiliente e o mercado de trabalho ainda aquecido nos Estados Unidos embaralham um pouco o que pode vir a ocorrer no próximo encontro do Fomc, o comitê de política monetária do BC americano, no mesmo mês de setembro. Assim, após recente animação dos mercados globais com sinais mais amenos que chegaram a ser emitidos pelo Federal Reserve na reunião da semana passada, os dados econômicos desta sexta-feira, que também guiam o Fed em suas deliberações, contribuem para deixar o desfecho de setembro menos claro.

“Os 528 mil empregos criados em julho nos Estados Unidos surpreenderam bastante o mercado, e o dólar [no mundo] se fortaleceu após a divulgação. A expectativa era por 250 mil vagas no mês. O mercado de trabalho americano continua forte, e coloca na mesa de discussão, na próxima reunião do Federal Reserve, em 21 de setembro, a chance de subir os juros de lá mais uma vez em 0,75 ponto porcentual”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

“Mas desta vez, diferentemente de outras ocasiões, a taxa de desemprego não caiu de forma uniforme para todos os grupos. Houve aumento de desemprego entre os menos escolarizados, embora leve, de 5,8% para 5,9%”, acrescenta. “De forma geral, os números ainda mostram que quem busca emprego nos Estados Unidos, consegue”, observa o estrategista, destacando também a evolução da ganho salarial, com o mercado de trabalho mostrando força.

Após os dados do payroll, ainda pela manhã, a probabilidade de um novo aumento de 75 pontos-base dos Fed funds em setembro voltou a ultrapassar com folga a chance de alta de meio ponto porcentual, segundo dados da CME: 69,5% ante 30,5%, comparando o primeiro ao segundo cenário, invertendo o que se via ontem.

Em meio a dúvidas sobre o grau a que o Fed precisará elevar os juros nos Estados Unidos, o otimismo sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo ficou um pouco menor no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a expectativa de alta para o Ibovespa na próxima semana caiu de 84,62% na última sondagem para 70%, ainda amplamente majoritária. Os que esperam queda representam 20% do universo e os que preveem estabilidade, 10%. No Termômetro anterior, as estimativas de variação neutra e de queda tinham, ambas, fatia de 7,69%.

“Ontem, vários papéis subiram mais de 10%, com forte desempenho de 'small caps' e de ações ligadas ao varejo, num rali de Bolsa brasileira com os mercados do exterior meio de lado. E a explicação para esse 'fenômeno Brasil' é o fim do ciclo de alta de juros no País - a rigor, não muda nada mesmo que ainda ocorra um aumento residual”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em referência ao “otimismo pós-Copom”.

Assim, o dia mais uma vez foi amplamente positivo também para as ações de maior peso e liquidez, como bancos (Santander +1,92%, Itaú PN +1,88%, Bradesco PN +1,20%), após os resultados trimestrais do Bradesco, e para as commodities (Petrobras ON +1,74%, PN +1,93%, Vale ON +1,30%). Na ponta do Ibovespa, Braskem (+3,55%), Minerva (+3,16%) e PetroRio (+3,08%), com Alpargatas (-13,54%), Americanas (-7,82%) e Fleury (-6,65%) no lado oposto.

Em meio a expectativas de que o comportamento recente da inflação contribui para que o BC ponha fim ao ciclo de elevação de juros, tal otimismo foi de alguma forma amparado hoje pela leitura do IGP-DI de julho, em queda de 0,38% no mês, após alta de 0,62% em junho - a retração foi superior à mediana do Projeções Broadcast, que apontava queda de 0,18% para julho. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o resultado do mês foi condicionado pelo desempenho das commodities no atacado, bem como por recuos, já esperados, nos preços médios dos combustíveis e da energia elétrica ao consumidor. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 106471.92 0.54744

Máxima 107176.06 +1.21

Mínima 105517.82 -0.35

Volume (R$ Bilhões) 2.62B

Volume (US$ Bilhões) 5.03B

17:32

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 106875 -0.00936

Máxima 107635 +0.70

Mínima 105840 -0.98

JUROS

Os juros futuros fecharam a sexta-feira com taxas curtas mostrando viés de alta e as longas em queda, em mais um dia de apetite do investidor estrangeiro por Brasil, que fez a curva descolar da abertura dos Treasuries e da recuperação das commodities. Apesar da disparada dos retornos dos títulos dos Estados Unidos, refletindo a possibilidade de um aperto monetário mais forte no juro americano endossada pela surpresa com o payroll, o fluxo externo acabou falando mais alto, até porque nem mesmo o dólar resistiu em alta ante o real. Na ponta mais curta até o miolo, o efeito do comunicado do Copom parece ter se esgotado, com o mercado agora à espera da ata da reunião na terça-feira.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,765%, de 13,746% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 passou de 13,008% para 13,020%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,10%, de 12,097% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 ficou em 12,00%, de 12,11%. Vale destacar o DI janeiro de 2026, que fechou com taxa abaixo de 12%, a 11,96%, de 12,003%.

No balanço da semana, a curva teve expressiva redução da inclinação, com as taxas até o miolo caindo em torno de 30 pontos-base e as longas, 60. Para se ter ideia, o diferencial negativo entre os contratos de janeiro de 2024 e janeiro de 2027 voltou a três dígitos, fechando hoje em -102 pontos, o pico desde que a curva ficou invertida no final de outubro de 2021. Na sexta-feira passada, o spread era de -73 pontos.

Depois do comunicado do Copom ter ontem provocado um rali no mercado de juros, hoje as atenções estavam voltadas à agenda externa. Apesar da surpresa com o relatório de emprego nos EUA referente a julho, os vencimentos longos no Brasil passaram incólumes ao efeito de alta nos retornos dos Treasuries. A taxa da T-Note de 2 anos subiu cerca de 20 pontos-base e a da de dez anos, em torno de 15 pontos.

O documento trouxe não somente a criação de vagas (528 mil) muito acima do esperado (250 mil), como revisão para cima no payroll de maio e junho, queda na taxa de desemprego ante expectativa de estabilidade e salários subindo além do previsto. "O mercado de trabalho mostra aperto considerável, com indicações de restrições prolongadas no lado da oferta (taxa de participação). Assim, acreditamos que a tarefa do Fed será mais difícil do que o precificado atualmente pelo mercado", afirmou o economista-chefe da ModalMais, Felipe Sichel. O monitoramento do CME Group indica que a aposta de aumento de 75 pontos-base no juro americano voltou a ganhar força.

O economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, afirma que não é de hoje que a curva longa vem fechando em função do exterior, mais precisamente desde que o Banco Central Europeu (BCE) abandonou seu forward guidance e, depois, a comunicação do Federal Reserve foi percebida como "dovish". "Ao longo de todo o mês de julho, tivemos um fechamento relevante dos spreads de crédito high yield nos Estados Unidos, que têm grande correlação o que vemos no CDS de emergentes. O do Brasil, desde 14 de julho, caiu 54 pontos-base, de 330 para 275 pontos", destacou.

Os vértices de curto e médio prazo não acompanharam a ponta longa, porque o mercado agora prefere esperar a ata do Copom na terça-feira para confirmar se a leitura do comunicado de que o cenário base agora é de manutenção da Selic está correta. Se ratificada tal perspectiva, Olivares vê como natural que o mercado comece agora a "operar" o timing para o início do ciclo de queda, mas defende que o Banco Central deixe o aperto monetário "fazer o seu trabalho", uma vez que as expectativas de inflação estão desancoradas ante as metas. "Agora, o BC vai ter de gerenciar no discurso essas expectativas de corte, vai ser mesmo no gogó", comentou.

A ideia da parada no ciclo se sustenta também pela queda da inflação corrente. Nesta sexta, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o IGP-DI de julho caiu 0,38%, deflação bem acima da mediana estimada (-0,18%). O recuo de 1,19% do IPC-DI dentro do indicador foi a maior já registrada no Plano Real, informou André Braz, coordenador do IPC. (Denise Abarca - [email protected])

17:30

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

Mais sensível à política monetária, o retorno da T-note de 2 anos estendeu ganhos à tarde, com a avaliação de que o relatório de empregos (payroll) de hoje dos Estados Unidos reforça apostas de altas de juros pelo Federal Reserve (Fed). Os retornos dos Treasuries subiram em conjunto e o dólar também foi impulsionado pelo dado, com geração de vagas acima do esperado e salário médio por hora também crescendo acima da expectativa. Nas bolsas de Nova York, o tom negativo prevaleceu, com a perspectiva de aperto monetário, mas alguns setores subiram e o fechamento foi misto, com o índice Dow Jones no azul. Entre os setores, energia foi o destaque positivo, apoiado pelos ganhos do petróleo. A commodity esteve parte do dia pressionada pela força do dólar, mas acabou por subir, ajustando perdas recentes e auxiliado pelo sinal positivo para a demanda vindo do payroll.

A criação de 528 mil vagas em julho, solidamente acima das expectativas do mercado, reforçava apostas de altas de juros nos EUA. O monitoramento do CME Group, no fim desta tarde, embutia 69,5% de chance de uma alta de 75 pontos-base nos juros em setembro pelo Fed, quando no dia anterior a maior possibilidade era apontada para uma elevação de 50 pontos-base.

O Citi acredita que o dado de emprego deixará os dirigentes do BC americano "mais preocupados com a pressão inflacionária sobre os salários e menos dissuadidos por uma desaceleração do crescimento". O banco diz esperar alta de 75 pontos-base no próximo mês pelo Fed, não descartando inclusive que, caso a inflação e o próximo payroll mostrem vigor, a opção seja por uma alta de 100 pontos-base. Já o Credit Suisse espera 50 pontos-base em setembro e também em novembro, seguido de uma alta de 25 pontos-base em dezembro. O Credit ainda pondera que temores menores de recessão "limitam a probabilidade de cortes de juros no próximo ano".

Analistas também se mostram agora bastante atentos à próxima leitura do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que sai na próxima quarta-feira. Para o Morgan Stanley, o forte recuo nos preços de gasolina em julho deve levar para baixo o índice cheio do CPI, mas as pressões do núcleo da inflação "seguem significativamente elevadas". O banco espera alta mensal de 0,1% do CPI e de 0,5% do núcleo, com altas anuais de 8,6% e 6,1%, respectivamente.

Nos mercados, os juros dos Treasuries avançaram hoje com o payroll, com o da T-note de 2 anos estendendo ganhos na segunda metade da sessão. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos subia a 3,217%, o da T-note de 10 anos avançava a 2,839% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,070%.

No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,88%, a 106,621 pontos. No horário citado, o dólar ainda avançava a 134,97 ienes, o euro caía a US$ 1,0184 e a libra tinha baixa a US$ 1,2074.

O dólar forte chegou a fazer o petróleo recuar em parte do dia, mas a commodity defendeu ganhos. Além de corrigir parte das perdas recentes, o óleo foi sustentado pelo sinal positivo para a demanda, com o payroll dos EUA. O contrato do WTI para setembro fechou em alta de 0,53%, em US$ 89,01 o barril, na Nymex, e o Brent para outubro avançou 0,85%, a US$ 94,92 o barril, na ICE.

Nas bolsas de Nova York, o tom negativo prevaleceu em boa parte do dia, com a percepção de que o dado do mercado de trabalho americano reforça apostas de altas nos juros. Mais para o fim do pregão, o Dow Jones virou para o positivo, em quadro volátil e com os setores de energia e financeiro entre os que exibiram ganhos. O Dow Jones fechou em alta de 0,23%, em 32.803,47 pontos, o S&P 500 recuou 0,16%, a 4.145,19 pontos, e o Nasdaq avançou 0,50%, a 12.657,55 pontos.

Na arena geopolítica, a Casa Branca voltou a criticar a China por suas ações em Taiwan, durante entrevista coletiva nesta tarde. A porta-voz do governo Joe Biden qualificou as ações de Pequim como "fundamentalmente irresponsáveis" e disse que visitar a ilha era um direito da presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi. A China, enquanto isso, começava a endurecer regras de importação para Taiwan, inclusive em rótulos, reportava a Bloomberg, como retaliação após a visita de Pelosi, vista como uma intromissão em assuntos internos por Pequim. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

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