CENÁRIO-2: COM COMMODITIES, IBOVESPA AVANÇA E DESTOA DE EXTERIOR, QUE VOLTA A TEMER FED
O Ibovespa conseguiu se descolar do movimento negativo dos demais ativos, tanto locais quanto externos. A busca dos investidores por ações ligadas a commodities e bancos, com apelo também para o varejo, sustentaram o avanço superior a 1% e para além dos 103 mil pontos, o melhor nível para o fechamento desde 10 de junho. Contraponto em relação à praça de Nova York, onde houve vaivém constante nos índices do azul para o vermelho, onde terminaram a sessão de negócios. Muito embora o contexto geopolítico esteja no radar - com dúvidas sobre os desdobramentos na relação entre EUA e China pela visita da presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi, a Taiwan -, pesou mesmo a volta das apostas em maior intensidade no aperto monetário nos EUA, de 75 pontos-base, na reunião de setembro do Federal Reserve (Fed). Diante do tom mais duro no discurso de integrantes da instituição, entre eles, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, para quem a inflação americana "não esfriou de forma alguma", o rendimento dos Treasuries disparou, as bolsas titubearam e o dólar se fortaleceu globalmente, fechando com alta de 1,94% em relação ao real, a R$ 5,2792. Diante disso, os juros futuros encerraram em alta, mas com menor ênfase na ponta curta, onde o investidor segue em compasso de espera pelo Copom amanhã, não apenas pela decisão, mas principalmente de pistas sobre o final do ciclo de alta da Selic.
•BOLSA
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•CÂMBIO
•JUROS
BOLSA
Na contramão do exterior negativo, com dólar em alta também por aqui, o Ibovespa recuperou a linha dos 103 mil pontos, vista anteontem no que havia sido seu melhor nível de fechamento desde 10 de junho (105.481,23), superado pelo de hoje. Ao fim, a referência da B3 subiu 1,11%, a 103.361,70 pontos, entre mínima de 101.693,98 e máxima de 103.659,68, saindo de abertura aos 102.225,08 pontos nesta terça-feira. Aos poucos em recuperação, o giro foi hoje aos R$ 25,3 bilhões. Na semana e no mês, o Ibovespa avança 0,19%, com perda no ano limitada agora a 1,39%.
No exterior, a cautela voltou a prevalecer nesta segunda sessão da semana, com os investidores ponderando novas declarações de autoridades do Federal Reserve (Charles Evans, de Chicago; Mary Daly, de São Francisco; e Loretta Mester, de Cleveland, para quem "a inflação não esfriou de forma alguma").
Com as declarações, interpretadas como 'hawkish' pelo mercado, o comportamento dos futuros, na CME, mostrava aumento na chance de que o Fed eleve os juros em 75 pontos-base em 21 de setembro, acima dos 50 pontos-base que vinham, e continuam a ser, majoritariamente precificados pelo mercado. Nesta tarde, subia a 40,5% a expectativa por 75 pontos, de 29,0% ontem, enquanto a possibilidade de alta de 50 pontos-base ainda se mantém majoritária, em 59,5%, comparada a 71% ontem.
Nesta terça-feira, atenção especial também para a visita planejada pela presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha de Taiwan, considerada parte indivisível da China pelos líderes do continente e, de forma mais direta, uma "província rebelde" desde a derrota dos nacionalistas pelos comunistas no imediato Pós-Guerra.
"A ida de Pelosi à ilha pode ser considerada uma afronta à autoridade chinesa, que já disse que irá retaliar caso a visita realmente ocorra", aponta em nota a Guide Investimentos. O evento é mais um fator de tensão militar em cenário já conturbado por disputas geopolíticas entre o Ocidente e o Oriente, com potencial para aproximar ainda mais Rússia e China como contestadoras da ordem liberal conduzida pelos Estados Unidos. Durante a visita de Pelosi, a China programa exercícios militares, entre quinta e domingo, o que contribuiu hoje para puxar os preços do petróleo um pouco para cima.
Assim, na B3, o dia moderadamente positivo para as commodities deu suporte à Petrobras, embora enfraquecido no fechamento (ON +0,05%, PN +0,45%), e especialmente às ações do complexo minero-siderúrgico, com Vale ON (+3,19%) à frente - ainda cedendo 6,42% no ano. Na ponta do Ibovespa, Locaweb (+8,72%), Hapvida (+5,23%) e IRB (+3,65%). No lado oposto, Via (-3,69%), Cyrela (-3,02%), Eztec (-2,80%) e Azul (-2,70%) - esta afetada diretamente pelo avanço do dólar na sessão, de 1,94%, a R$ 5,2792. Na véspera do Copom e próximo à divulgação dos resultados trimestrais do Bradesco, o setor de bancos teve sessão positiva, com Bradesco PN (+1,73%) à frente.
No cenário doméstico, o mercado se prepara para novo aumento de juros pelo Copom na conclusão da reunião deste mês, amanhã - a expectativa é por alta de 50 pontos-base na Selic. "Juros mais altos afetam diretamente as empresas mais alavancadas, com serviços de dívida mais altos, com impacto negativo sobre a parte financeira dessas empresas", diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos.
"Para além do espectro do endividamento, afeta também a disponibilidade de crédito, especialmente em setores mais correlacionados à oferta de financiamento, como a construção civil, assim como a própria demanda do setor. E, por fim, juros mais altos afetam o nível de consumo e de aquecimento da atividade", acrescenta Oliveira. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 103361.70 1.11188
Máxima 103659.68 +1.40
Mínima 101693.98 -0.52
Volume (R$ Bilhões) 2.52B
Volume (US$ Bilhões) 4.83B
17:33
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 103920 1.06492
Máxima 104160 +1.30
Mínima 102115 -0.69
MERCADOS INTERNACIONAIS
Falas mais duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed) contra a inflação nos Estados Unidos voltaram a dar forças a apostas de alta de 75 pontos-base (pb) nos juros em setembro. As bolsas de Nova York perderam fôlego e fecharam no vermelho, enquanto os juros dos Treasuries subiram, acompanhados pelo fortalecimento do dólar ante rivais. A tensão entre Pequim e Washington também permaneceu no radar, com a chegada da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan e especulações sobre possível retaliação chinesa. Neste cenário, um dia antes da reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), o petróleo avançou no mercado futuro.
Os ativos americanos passaram uma montanha-russa nesta sessão, diz o analista da Oanda Edward Moya. No que tange ao banco central americano, dirigentes endureceram o tom e lembraram que ainda "há mais trabalho a ser feito para controlar a inflação", como disse a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester. Com poder de voto nas decisões deste ano, a dirigente afirmou que "a inflação nos EUA não esfriou de forma alguma" e provocou maior cautela nos mercados. Os comentários acompanharam os da presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly (não vota), que disse pela manhã que a tarefa de conter a inflação "não está nem perto de acabar".
Pesidente do Fed de Chicago, Charles Evans demonstrou expectativas quanto a alívio de pressões inflacionárias pelo lado da oferta. Sem direito ao voto nas decisões, o banqueiro afirmou acreditar que ainda "há tempo suficiente para entender que 50 [pontos-básicos] é uma avaliação razoável, mas 75 também pode ser 'ok'" para a próxima reunião, em setembro. Monitoramento pelo CME Group mostra que as apostas para aumento de 75 pb subiram de 29% ontem para 40,5% hoje, enquanto a probabilidade de 50 pb caiu de 71% para 59,5% no mesmo período. Para a última reunião do ano, em dezembro, a aposta majoritária (45,2%) é de taxa dos Fed Funds entre 3,25% e 3,50%. A probabilidade de que esteja entre 3,50% e 3,75%, porém, dobrou entre ontem e hoje - de 16,1% para 31,9%.
O BMO Capital Markets observa que os comentários de Daly, Mester e Evans reiteraram de forma eficaz o tom adotado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após a mais recente decisão monetária. A decisão de Powell de não se comprometer explicitamente com uma amplitude de aumento de juros em setembro é interpretado como uma mudança do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) para o modo de completa dependência de dados macroeconômicos, afirma o banco. A chegada em segurança de Pelosi a Taipé também contribuiu para a venda de títulos, nota o BMO. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note subia a 3,065%, o da T-note de 10 anos avançava a 2,765% e o do T-bond de 30 anos subia a 3,027%.
Também considerado um ativo seguro, o dólar se fortaleceu ante rivais e o índice DXY fechou com alta de 0,75%, a 106,241 pontos. Na marcação, a moeda americana subia a 132,95 ienes, enquanto o euro caía a US$ 1,0180 e a libra, a US$ 1,2176.
Já as bolsas de Nova York ficaram no vermelho, com o índice Doe Jones tendo recuado 1,23%, a 32.396,17 pontos, o S&P 500, 0,67%, a 4.091,19 pontos, e o Nasdaq, 0,16%, a 12.348,76 pontos.
A visita de Pelosi a Taiwan segue no radar, com expectativas de que a presidente da Câmara encontre o presidente taiuanês, Tsai Ing-wen, na quarta-feira, de acordo com fontes a veículos internacionais. Nesta tarde, a Casa Branca afirmou estar monitorando a segurança de Pelosi durante a viagem e que não há razão para que a China use a visita como uma motivação para atacar. Em relatório, a Capital Economics avalia que Pequim pode reforçar o controle sobre a ilha de Taiwan, sem que necessariamente invada o território.
Diante das incertezas e expectativas sobre a reunião da Opep+ amanhã, o petróleo subiu no mercado futuro. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro fechou em alta de 0,56% (US$ 0,53), a US$ 94,42, e o do Brent para o mês seguinte subiu 0,51% (US$ 0,51), a US$ 100,54, na Intercontinental Exchange (ICE). Segundo fontes à Reuters, o Comitê Técnico Conjunto da Opep+ cortou sua projeção de um superávit no mercado de petróleo neste ano em 200 mil barris por dia (bpd), a 800 mil bpd. (Ilana Cardial - [email protected])
CÂMBIO
Em trajetória ascendente desde a abertura dos negócios, o dólar acelerou os ganhos no mercado doméstico de câmbio ao longo da tarde e encerrou a sessão desta terça-feira (2) em alta de 1,94%, cotado a R$ 5,2792, após ter registrado máxima a R$ 5,2801. O dia foi marcado por uma corrida global à moeda americana. À tensão geopolítica entre China e Estados Unidos desencadeada pela visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan, somou-se um rearranjo de apostas para o ritmo de alta dos juros americanos, na esteira de declarações duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed).
Termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou em alta firme e voltou a superar os 106,300 pontos, com ganhos frente ao euro e ao iene. O dólar também subiu em bloco na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities, com alta superior a 2% ante pares do real como o rand sul-africano e os pesos mexicano e chileno.
As taxas das Treasuries dispararam, com o retorno do papel de 2 anos - mais ligado às perspectivas para o aperto monetário nos EUA - subindo mais de 6% e voltando a passar de 3%. Ala relevante do mercado volta a encampar a aposta de que o Fed pode elevar a taxa básica em 75 pontos-base em setembro - hipótese que havia minguado na semana passada, após o presidente do BC americano, Jerome Powell, dizer que seria apropriado diminuir o ritmo do ajuste monetário, dado que a taxa básica já estaria perto do nível neutro.
Dirigentes do Fed com direito a voto nas reuniões de política monetária falaram duro hoje. Pela tarde, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse, em evento, que a inflação nos EUA "não esfriou de forma alguma" e que o BC americano ainda "tem mais trabalho a fazer". Pela manhã, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, já havia alertado para os riscos inflacionários ao dizer que o trabalho do BC americano não está nem perto de ser concluído. "Nós elevaremos os juros e os manteremos lá por um tempo".
"O dólar está se valorizando frente a todas as divisas emergentes. Esse movimento está sendo guiado por fatores técnicos e, principalmente, pelo temor de que o Fed mantenha uma postura mais 'hawkish' nas próximas reuniões", afirma o especialista em mercados internacionais do C6 Bank Gabriel Cunha, ressaltando que a parte curta da curva de juros americana sobe mais de 20 pontos-base, impulsionando o dólar. "Membros do Fed indicaram hoje que a inflação ainda está muito alta e não descartam uma nova alta de 0,75 ponto na próxima reunião".
Embora a perspectiva de elevação dos Fed Funds em 50 pontos-base em setembro siga majoritária, a aposta em alta de 75 pontos subiu de 29% ontem para 40,5% hoje à tarde, segundo monitoramento do CME Group. Relatório Jolts mostrou que a abertura de postos de trabalho nos EUA caiu a 10,698 milhões em junho, após 11,303 milhões em maio (dado revisado). As expectativas são para a divulgação, na sexta-feira (5) do relatório de emprego nos EUA (payroll) em julho.
Para o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, a escalada do dólar no exterior hoje está mais ligada a questões geopolíticas que às apostas em torno da intensidade e magnitude do aperto monetário nos EUA. Velloni lembra que havia a possibilidade de os governos americano e chinês costurarem acordo para suspensão de tarifas, o que ajudaria a retomar os fluxos comerciais e de abastecimento e, por tabela, a controlar a inflação.
A China considera a ilha de Taiwan, onde os nacionalistas chineses ser refugiaram em 1949 após perder a guerra civil contra os comunistas, ainda parte do seu território e reivindica uma reintegração. O recrudescimento das tensões geopolíticas volta a suscitar temores intervenção chinesa em Taiwan, levando a uma crise com o Ocidente. A China anunciou realização de exercícios militares e navais no estreito de Taiwan.
"Essa visita da Pelosi a Taiwan gera muita insegurança e faz o mercado correr para o dólar. Mas acredito que esse movimento deve perder força quando essa visita terminar", diz Velloni, para quem o nível de R$ 5,20 como adequado para a taxa de câmbio. "Na próxima reunião do Fed, o panorama de inflação deve estar melhor. O payroll de sexta-feira já deve refletir um mercado menos aquecido", afirma.
Por aqui, o mercado não espera grandes surpresas da decisão amanhã do Copom. A expectativa majoritária é de alta da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. A dúvida é se o Banco Central vai manter a porta aberta para uma alta adicional da taxa básica em setembro ou decretar o fim do ciclo de aperto monetário. (Antonio Perez - [email protected])
17:33
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.27920 1.9426 5.28010 5.19080
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5324.500 1.65139 5326.500 5233.500
DOLAR COMERCIAL 5274.684 27/07
JUROS
Após quatro sessões consecutivas de baixa, os juros fecharam a terça-feira em alta, em movimento de realização de lucros a partir do ambiente externo, que penalizou moedas de economias emergentes, incluindo o real. Os trechos intermediário e, principalmente, longo foram os que avançaram, em meio ainda à abertura da curva americana, com redução nas apostas de moderação na postura do Federal Reserve para a política monetária. A ponta curta pouco se mexeu, com o mercado aguardando o resultado do Copom amanhã. É consenso a elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic e a grande expectativa é pelo comunicado, mais precisamente pela eventual sinalização sobre o fim do ciclo de aperto. No leilão de NTN-B, o Tesouro colocou lote menor em termos de risco com oferta concentrada no papel mais curto.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,785%, de 13,821% ontem no ajuste, com volume robusto de mais de 1 milhão de contratos negociados nesta véspera de Copom. A do DI para janeiro de 2024 avançou de 13,26% para 13,31%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,675%, de 12,559%, e a do DI para janeiro de 2027 ficou em 12,635%, de 12,479%.
Dada a agenda doméstica reduzida à divulgação da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a força do exterior se impôs e como a curva de juros vinha devolvendo prêmios sucessivamente desde a reunião do Federal Reserve, havia espaço para a recomposição. Mesmo com o dólar subindo desde a abertura, as taxas ainda conseguiam operar em baixa em parte da manhã, alinhadas à curva dos Treasuries, cujos rendimentos recuavam refletindo a busca do investidor pela segurança. A aversão ao risco se instalou pela confirmação da visita da presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, provocando tensão geopolítica com a China.
Ainda pela manhã, porém os juros dos títulos do Tesouro americano passaram a subir, com declarações de dirigentes do Federal Reserve, e os DIs acompanharam, na medida em que também o dólar escalava. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que o trabalho para conter a inflação "não está nem perto de concluído" e que, em sua perspectiva, "nós elevaremos os juros e os manteremos lá por um tempo". À tarde, a presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, destacou que o BC americano ainda tem "mais trabalho a fazer" para equilibrar a demanda aquecida nos EUA e, desta forma, controlar a inflação.
Como resultado, saltou de 29% ontem para 40,5% nesta tarde a chance de um novo aumento de 75 pontos-base no juro americano na reunião do Fed de setembro, segundo o monitoramento do CME Group. A possibilidade de uma alta de 50 pontos-base seguia como majoritária, em 59,5% (de 71% ontem). No fim da tarde, a taxa da T-Note 2 anos disparava a 3,06% (2,89% ontem) e a de 10 anos 2,75% (2,59% ontem).
No Brasil, a aposta de alta de 50 pontos na Selic mantém-se amplamente majoritária na precificação dos DIs, com 92% de probabilidade contra 8% de chance de elevação de 25 pontos. Para setembro, a curva aponta 22 pontos-base, ou seja, quase 100% de chance de aperto de 25 pontos. Por fim, a curva projeta Selic terminal de 14%. Os cálculos são do Banco Mizuho.
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco, não acredita que o Copom vai encerrar o ciclo amanhã. "Os diretores devem sinalizar que, sim, o ciclo está próximo de terminar e indicar uma redução do ritmo para 25 pontos em setembro", afirma. Segundo Rostagno, ainda não seria possível encerrar o processo dados os riscos fiscais e o próprio fato de que as expectativas para 2023 estão bastante desancoradas ante as metas de inflação. Por outro lado, o bom comportamento dos preços das commodities e os sinais de desaceleração da economia dos EUA são argumentos para uma desaceleração do ritmo, além do fato de que um aperto expressivo já foi aplicado.
Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, o BC não deveria se comprometer para a próxima decisão, deixando em aberto uma nova elevação ou não da taxa básica de juros em setembro pelo balanço de riscos. "Vemos oportunidades na curva curta dos juros, que ainda não precifica plenamente um prolongamento da alta da Selic superior à 13,75%. Hoje, queda de -0,4% da produção industrial, próximo da mediana, foi sem impacto no mercado", disse. O resultado da produção veio levemente pior do que a mediana das estimativas, que era de retração de 0,3% em junho ante maio.
No leilão, o Tesouro ofertava 1,3 milhão de NTN-B e vendeu quase tudo (1.280.150). O lote se concentrava no papel curto (15/5/2027), de 1 milhão. Dos 150 mil para 15/5/2035, vendeu 130.150 e colocou todo o lote de 150 mil para 2060. Vale lembrar que nesta semana é o período de hiato dos dealers, ou seja, as operações com títulos não são contabilizadas para o ranking. (Denise Abarca - [email protected])
17:33
Operação Último
CDB Prefixado dias (%a.a) 13.59
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.15
Over Selic (%a.a) 13.15