BALANÇOS DÃO FÔLEGO A NY ENQUANTO DÓLAR SEGUE EXTERIOR E VAI A MAIOR NÍVEL EM 6 MESES

Blog, Cenário

Resultados trimestrais em linha ou melhores do que o previsto no exterior garantiram ganhos às bolsas de Nova York na tarde desta quarta-feira, ainda que os aumentos dos índices não tenham sido em igual intensidade. O Nasdaq, por exemplo, avançou 1,58%, com destaque para valorização de 7,36% da Netflix, cujos papéis reagiram a uma queda menor do que a prevista no número de assinantes. O S&P 500 subiu 0,59% e o Dow Jones, 0,15%. Há expectativa também com os balanços de Alcoa e Tesla, que saíram após o fechamento dos mercados. No mercado cambial, temores quanto à suspensão do gás natural à Europa pela Rússia se somaram à crise política na Itália, pesando sobre o euro e, consequentemente, apreciando o dólar globalmente. Há também expectativa quanto à decisão do Banco Central Europeu (BCE), amanhã cedo. Aqui no Brasil, o Ibovespa operou boa parte do dia no vermelho, sob peso da Vale ON (-2,16%), que divulgou ontem queda na produção e revisão para baixo do guidance para 2022. Na última meia hora da sessão, contudo, ações do segmento de consumo reagiram positivamente à queda dos juros futuros, levando o índice a subir no encerramento (98.286,83 pontos, alta de 0,04%). Foi a quarta alta seguida da Bolsa brasileira. No câmbio, sob o peso externo e com as commodities em baixa, o real perdeu espaço ante o dólar. A moeda americana à vista subiu a R$ 5,4605, a maior cotação de fechamento desde os R$ 5,5032 de 24 de janeiro. Em julho, a divisa dos EUA já avança 4,31%. A despeito dessa pressão, a curva de juros teve baixa, em um processo de correção - ainda que pequeno - das altas das sessões anteriores.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

Com a temporada de balanços trazendo certo otimismo aos mercados, as bolsas de Nova York conseguiram ganhar fôlego ao longo da sessão e fecharam em alta, com o Nasdaq subindo mais de 1%, enquanto os rendimentos dos Treasuries ficaram mistos. Do outro lado do Atlântico, na Europa, investidores seguem de olho na crise no fornecimento de gás russo - após a Comissão Europeia divulgar um plano para reduzir o consumo do produto no continente - e o imbróglio político na Itália. O primeiro-ministro Mario Draghi venceu o voto de confiança no Senado italiano, mesmo com o boicote de alguns partidos. Neste cenário, um dia antes da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), o euro caiu ante o dólar, o que forneceu apoio ao índice DXY. Além de ser pressionado pela valorização da divisa americana, o petróleo caiu com a divulgação do relatório do Departamento de Energia (DoE) dos EUA sobre os estoques da commodity.

Apesar de terem caído depois que a Associação Nacional de Corretores (NAR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos informou que as vendas de moradias usadas no país recuaram 5,4% em junho ante maio, acima do esperado, as bolsas de Nova York conseguiram se recuperar. De acordo com o economista da Oanda, Edward Moya, as ações subiram em Wall Street à medida que cresce a confiança de que os lucros corporativos não vão "cair de um penhasco". "O sentimento do mercado está pior hoje do que no início da pandemia, até 2008 empalidece em comparação com a baixa atual", disse Keith Buchanan, gerente de portfólio da Globalt, ao The Wall Street Journal. "Esta temporada de lucros pode ser o catalisador para que isso comece a mudar", completou. O Dow Jones fechou em alta de 0,15%, a 31.874,84 pontos, o S&P 500 0,59%, a 3.959,90 e o Nasdaq 1,58%, a 11.897,65. Papéis da Netflix subiram 7,36%, após a divulgação de resultados que agradaram o mercado ontem. Além disso, Tesla (0,80%) e United Airlines (0,51) também avançaram, enquanto o mercado aguardava pela divulgação dos números, após encerramento do pregão. Já o juro da T-note de 2 anos subia a 3,241%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,038% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,164%.

No entanto, Moya acrescenta que o pessimismo não desaparecerá completamente, pois dois grandes eventos de risco ocorrerão nas próximas 24 horas: a decisão de aumento da taxa do BCE e a decisão russa sobre quanto gás deixar fluir através do gasoduto Nord Stream 1. "A política italiana também está diminuindo o clima, já que o governo está à beira do colapso, com o apoio a Mario Draghi diminuindo", completa.

A Comissão Europeia divulgou um plano que busca reduzir o consumo de gás em 15% na União Europeia até março do ano que vem. Do outro lado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que Moscou irá honrar seus compromissos de fornecer gás natural para a Europa, mas alertou que fluxos por meio do gasoduto Nord Stream poderão diminuir em breve se sanções em vigor impedirem nova manutenção de seus componentes. Na Itália, Draghi venceu o voto de confiança no Senado italiano, com 95 senadores favoráveis e 38 contrários. Porém, não votaram os partidos Movimento 5 Estrelas (M5S), Liga Norte e Irmãos da Itália (FI). De acordo com a Dow Jones Newswires, o premiê deverá renunciar, pondo fim a um governo de unidade nacional que durou quase um ano e meio. Draghi ganhou a votação, mas as abstenções em massa de três grandes partidos indicaram que ele não tem mais o apoio da maioria do Parlamento. Comissário da União Europeia (UE) para Economia, Paolo Gentiloni criticou o movimento da oposição ao governo de Draghi. "O balé dos irresponsáveis contra Draghi pode causar uma tempestade perfeita. Agora é a hora de amar a Itália: meses difíceis nos esperam, mas somos um grande país", escreveu, em publicação no Twitter.

Neste cenário de crise na véspera da decisão do BCE, o euro caía ante o dólar, favorecendo o índice DXY, que subiu 0,37%, aos 107,076 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro cedia a US$ 1,0179, a libra depreciava a US$ 1,1978 e o dólar subia a 138,27 ienes. A Western Union destaca também que desde que subiu para máximas de 20 anos em 14 de julho, a alta épica do dólar se moderou com as expectativas recalibradas de aumento da taxa global. "Os mercados agora veem um cenário básico para o Fed aumentar as taxas em 75 pontos-base pelo segundo mês consecutivo, uma postura um pouco menos agressiva em comparação com a semana passada, quando a inflação mais alta estimulou as apostas em um aumento de ponto total. Wall Street no ritmo de seu melhor mês do ano também freou a recuperação do dólar, moderando a fuga para a segurança", analisa.

Entre as commodities, o petróleo fechou em queda, pressionado pela valorização do dólar e pelo recuo inesperado dos estoques do óleo nos EUA, enquanto os de gasolina subiram bem além do estimado. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro recuou 0,85% (US$ 0,86), a US$ 99,88, e o do Brent para o mesmo mês cedeu 0,40% (US$ 0,44) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 106,92.[Letícia Simionato - [email protected]]

BOLSA

Ante os ganhos que se mostravam firmes em Nova York, o Ibovespa oscilou para o positivo no começo da tarde, recuperando a linha de 98 mil pontos que havia sido cedida logo na abertura da sessão, depois de ter sido retomada no fechamento de ontem pela primeira vez desde o encerramento da terça anterior. Ao fim, estendeu pelo quarto dia a moderada recuperação, hoje em leve alta de 0,04%, aos 98.286,83 pontos, entre mínima de 97.277,15 e máxima de 98.365,79, saindo de abertura aos 98.243,69. O giro ficou em R$ 22,1 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 1,80%, com perdas no mês a 0,26% e, no ano, a 6,23%.

Destaque negativo da sessão entre as blue chips, Vale ON encerrou o dia em queda de 2,16%, apesar de leve recuperação do minério nesta quarta-feira na China, ainda abaixo de US$ 100 por tonelada. Na B3, o desempenho das ações refletiu certa frustração do mercado quanto a dados da empresa divulgados na noite anterior. Apesar de os números sobre produção e vendas da Vale no segundo trimestre terem ficado relativamente em linha com o consenso e também com as projeções do Bank of América, foram "um pouco decepcionantes", na avaliação do banco.

A produção de 74,1 milhões de toneladas de minério pela Vale no segundo trimestre foi 2% inferior à expectativa do Morgan Stanley. Em relação à revisão de projeções de produção para este ano, as estimativas atuais do banco estão no topo do novo guidance, de 310 a 320 milhões de toneladas, anunciado ontem pela mineradora junto com o relatório de produção e vendas entre abril e junho.

Na B3, a sessão também se mostrou ao longo da tarde negativa para outras empresas de maior peso no índice, com Petrobras ao fim sem sinal único na ON (+0,85%, máxima do dia no fechamento) e na PN (-0,03%), e perdas entre os grandes bancos que chegaram a 1,61% (Bradesco ON) no fechamento - exceção para BB ON (+0,03%). Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para Weg (-3,60%), Hypera (-3,19%), Raia Drogasil (-2,87%), Vale (-2,16%) e Suzano (-2,07%). Na ponta oposta, Locaweb (+15,54%), Via (+12,99%) e Magazine Luiza (+10,04%). "Os setores de varejo e tecnologia se valorizaram com recuo dos juros futuros (nesta quarta-feira)", aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

O BTG Pactual espera que a Locaweb apresente resultados sólidos no segundo trimestre de 2022. Em relatório, o banco projeta recuperação de margens e faturamento de R$ 280 milhões, alta de "impressionantes" 52% ante o mesmo período do ano passado. O movimento deve ter impulso de M&As (fusões e aquisições) e em forte expansão orgânica no negócio de comércio.

Para além do noticiário relativo a empresas e setores, o cenário macro, aqui e no exterior, continua a suscitar cautela entre os investidores. "De modo geral, os indicadores de sentimento do mercado têm se tornado cada vez mais negativos, dado um possível cenário de recessão à frente", observa Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.

"O posicionamento médio está tão a favor de um movimento de queda do mercado no curto prazo, que quem se posiciona comprado no mercado de ações já pode se considerar uma pessoa corajosa. O que pode ser bom para o otimista e para quem pensa no longo prazo, imaginando o momento em que o mercado voltará a subir", acrescenta o analista. "Ainda são esperados mais dias de mercado agitado. Conforme a temporada de resultados e indicadores macro apresentem novas informações sobre a economia, as bolsas devem continuar respondendo com volatilidade."

"A grande ajuda de ontem para o Ibovespa subir e voltar aos 98 mil pontos foi o exterior, com as commodities, e os resultados de empresas americanas que puxaram Nova York para cima. Por outro lado, o juro longo do Brasil foi ontem ao maior nível desde 2016, um dado ruim", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. "Hoje, a agenda de dados esteve bem esvaziada e a grande expectativa se volta, amanhã, para a decisão do Banco Central Europeu, de que se espera o fim da longa era de juros nominais negativos na zona do euro, que retrocede à crise de 2012." (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 98286.83 0.04278

Máxima 98365.79 +0.12

Mínima 97277.15 -0.98

Volume (R$ Bilhões) 2.20B

Volume (US$ Bilhões) 4.06B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 99000 -0.29709

Máxima 99245 -0.05

Mínima 98080 -1.22

CÂMBIO

Após uma manhã marcada por trocas de sinal, o dólar se firmou em alta ao longo da tarde acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana tanto em relação a divisas fortes, em especial o euro, quanto emergentes. Entre mínima a R$ 5,3911 e máxima a R$ 5,4708, o dólar encerrou o dia em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,4605 - maior valor de fechamento desde 24 de janeiro (R$ 5,5032). Assim, a divisa passou a acumular valorização de 4,31% em julho, após ter fechado junho com alta de 10,15%.

Lá fora, após o refresco de ontem, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas forte - voltou a subir, trabalhando a maior parte do dia acima da linha dos 107 pontos. O dólar também avançou em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares do real como os pesos chileno e mexicano, além do rand sul-africano.

Ironicamente, o euro apanhou na véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE) em que deve ser anunciada a primeira alta de juros na região em 11 anos. Embora o consenso seja de elevação em 25 pontos-base, ontem havia forte especulação de uma alta de 50 pontos-base. A economia da Europa sofre os efeitos ao mesmo tempo recessivos e inflacionários da escalada dos preços de energia em razão da guerra na Ucrânia.

A Comissão Europeia anunciou hoje plano para reduzir o consumo de gás na União Europeia em 15% até março de 2023, dados os riscos de fornecimento pela Rússia. Um eventual corte total do fornecimento da commodity reduziria o Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia em até 1,5%, segundo estimativas da própria UE. As cotações do petróleo fecharam em queda, com o contrato do tipo Brent para setembro, referência para a Petrobras, em baixa de 0,40%, a US$ 106,92 o barril.

Segundo a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, na ausência de indicadores domésticos relevantes, o mercado basicamente operou de olho no exterior, sobretudo na Europa, que pode mergulhar em uma recessão em meio a um quadro de inflação global muito forte. "Todos os olhos hoje estão voltados para a Europa, com o risco de racionamento de gás e a decisão do BCE amanhã. Existe um movimento de aversão ao risco que fortalece a moeda americana. Isso fez o dólar subir hoje aqui e se aproximar de R$ 5,50", afirma Consorte.

Em tal ambiente, a alta de 1,52% no minério de ferro em Qingdao, na China, e promessas do governo chinês de estímulo à atividade econômica para atingir metas de crescimento não foram suficiente para estimular o apetite pelo real. Até porque as ações da Vale, que apresentou dados fracos no segundo trimestre, reduzirem a atratividade da bolsa brasileira. Como previsto por analistas, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as taxas básica de um ano e de cinco anos estáveis. O gigante asiático volta a sofrer com problemas no setor imobiliário, com incorporadoras endividadas e mutuários boicotando o pagamento de hipotecas de imóveis cuja construção ainda não foi concluída.

Por aqui, o Banco Central informou que, após encerrar março com entradas líquidas de US$ 2,851 bilhões, o fluxo cambial foi positivo em US$ 7,727 bilhões - resultado de saída líquida de US$ 3,683 bilhões pelo canal financeiro e entrada de US$ 11,410 bilhões do lado comercial. Mesmo com nova atualização, os dados de fluxo cambial ainda estão atrasados devido à greve dos servidores do BC, encerrada no dia 5 de julho. Hoje, deveriam estar disponíveis os resultados até o dia 15 deste mês.

O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, observou hoje, no Twitter, que desde 11 de julho, o real apresenta depreciação frente ao dólar maior que a de outras divisas. "Então, há um componente maior de aversão ao risco local", afirmou Weigt.

Na outra ponta, o economista-chefe do Instituto Finanças internacionais (IIF), Robin Brooks, afirmou, também no Twitter, que o tombo do real não diz respeito ao que acontece no Brasil. "O fato de a taxa de câmbio ter voltado para R$ 5,40 está ligado ao aumento do risco de recessão global, que está pesando sobre os preços globais das commodities", escreveu Brooks. "O Brasil é um espectador inocente em tudo isso." (Antonio Perez - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.46050 0.7435 5.47080 5.39110

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5477.500 0.91194 5484.500 5404.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5515.000 1.30419 5515.000 5515.000

JUROS

Os juros futuros fecharam a quarta-feira em queda, corrigindo uma pequena parte das altas acumuladas em quatro das últimas cinco sessões. Após uma manhã marcada pela volatilidade, se estabeleceram em queda no início da tarde, mesmo contrariando a piora do câmbio. O movimento esteve relacionado a fatores técnicos e autorizado pelo desempenho favorável dos mercados em Wall Street, em mais um dia de agenda e noticiário esvaziados. O recuo foi mais pronunciado até os vencimentos intermediários, com a ponta longa mais resistente, diante das incertezas fiscais e do risco eleitoral.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,88%, de 13,927% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 voltou a ficar abaixo de 14%, fechando em 13,885%, de 14,037% ontem. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 13,345%, de 13,445%, e a do DI para janeiro de 2027 fechou em 13,295%, de 13,36%.

A escalada recente vinha mantendo as taxas nas máximas desde 2016, o que, em tese, abriria espaço para um movimento de retirada de prêmios. E ele até veio, mas de forma tímida e ainda na contramão da alta do dólar, o que torna ainda mais complicada uma avaliação de tendência, num mercado considerado bastante machucado. "Hoje não tivemos um gatilho claro, mas é fato que já temos muita coisa ruim precificada. O problema mais foi ontem, quando o mercado poderia ter ido melhor. Hoje, no geral, tivemos bastante instabilidade", resumiu o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier.

Nas mesas de renda fixa, parte da dinâmica recente é atribuída a operações de arbitragens no mercado de NTN-B. De acordo com um gestor, fundos estavam carregados de papel curto e se defendiam com posições tomadas no DI. "As pioras no pré nos últimos dias estavam acontecendo durante os calls de NTN-B", disse, destacando que o movimento hoje pode ter cessado, retirando a pressão tomadora nos últimos dias.

O carrego negativo das NTN-B curtas vem aumentando desde que a Anbima divulgou projeção de deflação para o IPCA de julho e na esteira das constantes revisões para baixo para o mês feitas pelos Departamentos Econômicos, diante da medidas de desoneração tributária que aliviaram preços de combustíveis e do anúncio da Petrobras de redução na gasolina. Nesse contexto, o juro real do papel tem de subir para compensar o prejuízo e a porta de saída para quem tem estes títulos fica estreita. "O Tesouro tem colaborado ao reduzir o DV01 (risco para o mercado) das NTN-B nos leilões", disse Xavier.

A ponta longa, porém, segue mais atrelada às perspectivas (negativas) para o quadro fiscal e o risco eleitoral, à medida em que o pleito de outubro se aproxima, e recua com menor intensidade. Os investidores não querem se expor antes de um quadro mais claro para as contas públicas, num momento em que a regra do teto de gastos está em xeque.

No curto prazo, o governo deve ser obrigado a cortar e cancelar novamente despesas para o cumprimento do teto. Os cálculos iniciais apontam uma necessidade de corte efetivo de cerca de R$ 5 bilhões, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Mas o valor poderá cair para um nível mais próximo de R$ 3 bilhões com ajustes por dentro do próprio Orçamento. O tamanho do corte só deverá ser definido na próxima sexta-feira no envio ao Congresso do novo relatório bimestral de avaliação de despesas e receitas do Orçamento.

Economistas do Bradesco destacam que à medida em que os estímulos relacionados à pandemia vão sendo retirados, a retomada do arcabouço fiscal volta a ter protagonismo em todo o mundo. Mas, diferentemente do contexto pós-crise crise de 2008 ou à redução dos preços de commodities entre 2014 e 2015, a política monetária global está em claro processo de reversão. "E em meio a um ambiente global de aperto das condições financeiras, o espaço fiscal tende a ser menor, sobretudo no caso das economias relativamente mais vulneráveis", disseram os profissionais. (Denise Abarca - [email protected])

17:28

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.35

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.15

Over Selic (%a.a) 13.15

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