A semana termina com perdas menos pronunciadas nos ativos ao redor do planeta, à medida que os investidores recalibram suas rotas a partir de dados divulgados hoje. Medidas pela Universidade de Michigan, a redução das expectativas de inflação e a melhora do sentimento pelo consumidor americano trouxeram ânimo tanto para quem achava que o Federal Reserve teria de endurecer adicionalmente o tom para ajudar a controlar os preços quanto para quem acreditava em um processo de recessão derivado do aperto monetário. O saldo final é de que as apostas para uma elevação de 75 pontos-base nos Fed funds no fim do mês, que ontem já haviam voltado a ser majoritárias ante as de 100 pontos, ganharam ainda mais terreno, aproximando-se da casa dos 70% no fim desta tarde. Esse contexto foi a senha para o mercado de ações aparar a queda recente, movimento semelhante ao que ocorreu com moedas de países emergentes e commodities. Em Nova York, Dow Jones subiu 2,15%, S&P 500 avançou 1,92% e Nasdaq teve ganho de 1,79%. Na semana, os recuos foram, respectivamente, de 0,16%, 0,93% e 1,57%. A perda de força do dólar nesta sexta-feira deu gás à cotação do Brent (+2,08%), que voltou a superar a marca de US$ 100/barril, e do WTI (+1,89%). Ante sexta-feira passada, os contratos acumularam baixa de 5,48% e 6,87%. Aqui no Brasil, depois de flertar ontem com os R$ 5,50 na máxima, o dólar cedeu hoje a R$ 5,4049 (-0,52%), reduzindo a alta semanal a 2,60%. O Ibovespa só não conseguiu embalar mais nesta onda de alívio da sessão por causa de dados fracos da China, divulgados na madrugada. O PIB do país subiu 0,4% no segundo trimestre em base anual, abaixo do projetado por analistas, alimentando rumores de que as metas de crescimento podem ser revistas. Assim, a tonelada do minério de ferro perdeu o nível dos US$ 100, impedindo o avanço mais consistente das ações ON da Vale (+0,62%), maior peso do índice brasileiro. A Bolsa terminou em 96.551,00 pontos (+0,45%), baixa de 3,73% ante sexta passada. Nos juros futuros, a semana foi de avanço nas taxas, ainda que nos prazos mais curtos tenha havido correção hoje.
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•CÂMBIO
•BOLSA
•JUROS
MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York fecharam com ganho superior a 1%, apoiadas por balanços que agradaram investidores. Além disso, a agenda de indicadores do dia nos Estados Unidos, sobretudo as expectativas de inflação um pouco menores reveladas pela Universidade de Michigan, ajudaram a consolidar apostas em uma alta de juros de 75 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed) neste mês, não de 100 pontos-base. A avaliação levou para baixo o índice DXY do dólar, com a moeda americana recuando ante euro e libra, com os juros dos Treasuries em baixa. O petróleo, por sua vez, registrou ganho de cerca de 2%, ajudado pelo câmbio e pela perspectiva de que a Arábia Saudita mantenha a produção no ritmo atual. Em mercados emergentes, o peso chileno se destacou, recuperando perdas recentes após o banco central do Chile anunciar ontem um programa de intervenção cambial, embora alguns analistas acreditem que o peso voltará a ficar sob pressão mais adiante.
Se em parte desta semana o tom negativo e o medo de recessão global provocou fuga do risco, a sexta-feira terminou em tom ameno, com ajustes após perdas recentes. Balanços ajudaram a apoiar ganhos no mercado acionário americano, com Citigroup em destaque (+13,23%). Também depois de seus resultados trimestrais, Wells Fargo subiu 6,17% e UnitedHealth teve ganho de 5,39%. O índice Dow Jones fechou em alta de 2,15%, na máxima do dia, em 31.288,26 pontos, o S&P 500 subiu 1,92%, a 3.863,16 pontos, e o Nasdaq avançou 1,79%, a 11.452,42 pontos. Na semana, os índices caíram 0,16%, 0,93% e 1,57%, respectivamente.
Os investidores também monitoraram dados. As vendas no varejo dos EUA cresceram 1,0% em junho ante maio, um pouco acima da previsão de alta de 0,9%. Para a Oxford Economics, o dado foi "forte" e o consumidor tende a continuar a gastar, embora redirecionando parte disso para prioridades, como combustível, alimento e moradia, em quadro de inflação elevada. Na produção industrial, houve queda de 0,2% em junho ante maio, quando analistas esperavam estabilidade. A Universidade de Michigan, por sua vez, mostrou melhora inesperada no sentimento do consumidor em julho e também uma queda nas expectativas de inflação, o que ajudou a consolidar a aposta de uma alta de 75 pontos-base como majoritária para a reunião do Fed deste mês.
Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, alertou contra uma elevação muito acelerada dos juros, que para ele poderia minar a tendência positiva da economia dos EUA por conta do aumento da incerteza. Presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly avaliou que a economia do país segue "forte" e que a chance de uma recessão "não é alta". O Fed de Atlanta ainda divulgou atualização semanal de seu modelo GDPNow, que aponta para contração de 1,5% do PIB americano no segundo trimestre (de -1,2% na semana anterior).
Os juros dos Treasuries caíram, com o da T-note de 2 anos oscilando no dia. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos recuava a 3,120%, o da T-note de 10 anos caía a 2,921% e o do T-bond de 30 anos, a 3,090%.
No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,44%, a 108,544 pontos. No horário citado, o dólar caía a 138,57 ienes, o euro avançava a US$ 1,0057 e a libra tinha alta a US$ 1,1857. O peso chileno também estava em foco, com o dólar em queda a 973,75 pesos no dia de hoje. Com isso, a moeda do Chile recuperava parte de perdas mais fortes recentes. O BC chileno elevou juros em 75 pontos-base e também anunciou um programa de intervenção cambial, para conter o movimento da divisa. Para o Wells Fargo, os mercados cambiais dos países emergentes podem ainda estender o "colapso" recente, com o Fed hawkish e piora nas perspectivas para o crescimento global. O Wells Fargo avalia que o peso já caiu demais, estando desalinhado dos fundamentos econômicos do Chile, o que daria margem para uma recuperação. Já a Capital Economics acredita que as ações do BC local devem dar alívio apenas temporário ao peso chileno, enquanto a Oxford Economics cita também incertezas políticas e a queda em preços de commodities, como o cobre, para a fraqueza recente da divisa do país sul-americano.
Entre as commodities, o petróleo WTI para agosto fechou em alta de 1,89%, a US$ 97,57 o barril, na Nymex, e o Brent para setembro subiu 2,08%, a US$ 101,16 o barril. O movimento do câmbio e a notícia de que a Arábia Saudita manteria a produção influenciaram, mas houve quedas de mais de 5% na semana, em meio a temores recentes de recessão global e consequente menor demanda pelo óleo. Em visita ao país, o presidente americano, Joe Biden, disse que está fazendo tudo para aumentar a oferta de petróleo para os EUA, mas notou que os impactos da visita sobre o preço da gasolina "não serão vistos por algumas semanas". O CIBC acredita que os contratos não retomarão os picos recentes, mas diz ver muita incerteza no quadro, a depender de desdobramentos geopoíticos, como a guerra na Rússia na Ucrânia. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
Volta
CÂMBIO
Uma recuperação dos ativos de risco no exterior, com alta das Bolsas em Nova York e queda global da moeda americana, abriu espaço para que o dólar recuasse na sessão desta sexta-feira (15) no mercado doméstico de câmbio. Afora uma alta leve e pontual pela manhã, a divisa operou em baixa ao longo de todo dia, registrando mínima a R$ 5,3756, no início da tarde. No fim da sessão, a moeda recuava 0,52%, cotada a R$ 5,4049. Apesar do refresco hoje, o dólar termina a semana com ganhos de 2,60%, o que leva a valorização acumulada no mês a 3,25%.
O alívio nos mercado hoje veio na esteira de redução, ainda que modesta, das expectativas de inflação nos EUA e da melhora do sentimento do consumidor americano. Trata-se de uma combinação que desautoriza apostas em alta de 100 pontos-base na taxa de juros - que haviam ganhando força após índices inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) em junho acima do esperado - e mitiga parcialmente os temores de recessão.
Dirigentes do Federal Reserve vieram a campo para pontuar que o ritmo de elevação dos Fed Funds em 75 pontos-base é apropriado e reforçar a tese de "pouso suave" da economia americana. O presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse hoje que subir os juros "muito dramaticamente" pode minar a tendência positiva da atividade. Maior falcão do BC dos EUA, o dirigente da distrital de St. Louis, James Bullard, disse que os dados de emprego "contrariam totalmente a ideia da recessão". A fala foi temperada com alerta sobre inflação disseminada e, por tabela, necessidade de que a taxa básica atinja uma faixa para 3,75% a 4% até o fim do ano.
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - recuava 0,47% quando o mercado local fechou, mas ainda se mantinha acima dos 108,000 pontos, nos maiores níveis em 20 anos. O dólar também perdeu força em relação a divisas emergentes e de exportadores de commodities, com destaque para as baixas de mais de 7% frente ao peso chileno, após o Banco Central do Chile anunciar um programa de intervenção no câmbio da ordem de US$ 25 bilhões.
O diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, vê a movimentação dos mercados hoje como um ajuste após a forte rodada de deterioração dos ativos de risco nas sessões anteriores, em meio a índices de inflação "ainda muito salgados" nos EUA. "Houve uma busca forte por segurança. Basta olhar a curva do DXY ao longo da semana, superando os 108 pontos", diz Rolha, ressaltando que as falas de dirigentes do Fed foram "muito importantes" para "dar um norte" aos investidores. "Aqui, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 5,50, com as commodities em baixa e a pacote de bondades fora do teto [aprovação da PEC dos Benefícios]".
Na quarta-feira (13), foi informado que o índice de preços ao consumidor nos EUA subiu 1,3%, acima do esperado (1,1%). O índice de inflação ao produtor, divulgado ontem (14), mostrou alta de 1,1%, também superando as estimativas (0,8%). Essa dobradinha levou as apostas em alta em 100 pontos-base da taxa básica americana - hoje na faixa entre 1,5% e 1,75% ao ano - superarem pontualmente os 80%. A perspectiva de nova alta de 75 pontos-base, que havia voltado a ser majoritária ontem à tarde, foi reforçada hoje.
Pela manhã, leitura preliminar da Universidade de Michigan mostrou que o índice de sentimento do consumidor americano subiu de 50 em junho para 51,1 em julho, enquanto o mercado esperava estabilidade. Já as expectativas para a inflação em 12 meses recuaram levemente, de 5,3% para 5,2%. No horizonte de 5 anos, as estimativas para o aumento de preços caíram de 3,1% para 2,8%. Dados do varejo nos EUA também surpreenderam positivamente ao mostrar alta de 1% em junho (na margem), quando o previsto era 0,9%.
"Os dados de hoje acalmaram um pouco os ânimos. Mas o fato é que nesta semana aumentaram as chances de um cenário recessivo leve nos Estados Unidos já no fim deste ano. Os índices de inflação vieram bem acima do esperado e o Fed vai ter que agir", afirma a economista Bruna Centeno, da Blue 3, lembrando que resultados corporativos de bancos americanos também decepcionaram.
O real também sofre com as dúvidas sobre o fôlego da economia chinesa e, por tabela, dos preços das commodities, diante do vaivém de medidas restritivas para combater a Covid-19. Dados divulgados ontem à noite mostraram que a economia chinesa cresceu 0,4% no segundo trimestre (comparação anual), abaixo do esperado (0,9%). Na comparação com o primeiro trimestre, houve contração de 2,6%. Indicadores de vendas no varejo e produção industrial em junho chegaram a dar certo alento ao sugerir uma recuperação da atividade. Problemas no setor imobiliário chinês, contudo, deprimem as cotações do minério de ferro, um dos carros-chefe da pauta de exportação brasileira. (Antonio Perez - [email protected])
17:31
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.40490 -0.5227 5.44850 5.37560
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5427.000 -0.33058 5471.500 5397.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5510.280 06/07
BOLSA
Com giro ainda enfraquecido, o Ibovespa acompanhou em sinal mas não em grau a recuperação vista nas bolsas europeias e de Nova York nesta sexta-feira, ao final de semana negativa para o apetite por risco aqui como lá, em que as referências globais para ações acumularam, na maioria, perdas - entre as exceções, Paris (+0,05%) e, na Ásia, Tóquio (+1,02%). Mas, enquanto em NY a retração na semana chegou a 1,57% (Nasdaq) e nos maiores mercados da Europa a 1,16% (Frankfurt), em São Paulo a correção foi a 3,73% - não muito distante da vista em Milão (-3,86%), em semana na qual o premiê Mario Draghi apresentou renúncia, não aceita pelo presidente italiano, Sergio Mattarella.
Hoje, o Ibovespa subiu 0,45% aos 96.551,00 pontos, com o dólar em baixa semelhante no fechamento (-0,52%), a R$ 5,4049, ainda em patamar elevado. Entre a mínima e a máxima da sessão, o índice oscilou entre 95.266,94, nova mínima intradia desde 3 de novembro de 2020 (93.967,64), e máxima de 96.970,67 pontos, saindo de abertura aos 96.119,24 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 20,6 bilhões. A perda de 3,73% na semana ocorre após duas semanas de leve recuperação, de 1,35% e 0,29%, para o Ibovespa. Em julho, cede 2,02% e, no ano, cai 7,89%.
O cenário externo desafiador - com elevação de juros em boa parte das maiores economias, inflação ainda pressionada e desaquecimento da atividade global - prossegue em momento no qual a proximidade de outubro - e as manobras fiscais do governo para chegar lá em condições de competir pela reeleição - deteriora a perspectiva para a situação fiscal, também no próximo ano.
Estimativa feita pela BGC Liquidez, com base em gastos novos para União, Estados e municípios, bem como em perda de arrecadação tributária, coloca o impacto fiscal das medidas tomadas até agora no ano em R$ 249,8 bilhões - deste montante, cerca de R$ 53,2 bilhões circunscritos a esses últimos seis meses de 2022, de medidas a princípio em vigor até 31 de dezembro. O cálculo inclui iniciativas de adoção bem recente, como o piso para enfermagem, com efeito de R$ 26,5 bilhões. E abrange também R$ 19,1 bilhões referentes à redução do IPI, suspensa por liminar concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além das persistentes preocupações com a situação fiscal doméstica, que limita o potencial de recuperação do Ibovespa, o mercado segue tomando o pulso da economia global - hoje, foi a vez de conhecer o PIB da China no segundo trimestre, mais fraco conforme já se antevia.
"A desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa tem impacto mundial, a começar pela produção de insumos como chips e componentes. Há uma redução de produção por conta da política de Covid zero. E o país é também um grande consumidor de commodities. A manutenção dessa tendência de desaceleração da atividade chinesa, que é o mais provável, afetará no médio prazo as exportações brasileiras de uma forma mais importante", diz Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento).
Assim como o PIB do segundo trimestre, a produção industrial da China em junho ficou aquém do esperado, com efeito direto para o desempenho do minério de ferro nesta sexta-feira, em queda de 4,24%, que colocou a tonelada abaixo dos US$ 100 em Qingdao, a US$ 96,04 - na semana, a perda acumulada pela commodity chegou a 15,51%. Na B3, Vale ON virou ao longo da tarde e fechou a sessão em alta de 0,62%, acumulando perda de 9,32% na semana e de 10,70% até aqui no mês. As siderúrgicas conseguiram mitigar a correção da semana com desempenho positivo nesta sexta-feira, que chegou a 5,94% para Gerdau PN - na semana, o papel subiu 0,68%, frente a perdas dos pares que chegaram a 8,04% (CSN ON).
Entre as commodities, o dia foi de moderada recuperação para o petróleo, o suficiente para devolver o Brent à linha de três dígitos, não vista nas três sessões anteriores - a referência global encerrou o dia na ICE em alta de 2,08% nos contratos para setembro, a US$ 101,16, mas cedeu 5,48% na semana. Dessa forma, Petrobras ON e PN avançaram respectivamente 1,99% e 1,71% nesta sexta-feira, ainda acumulando perdas na semana, de 2,85% e 2,92%. Outro segmento blue chip, os grandes bancos também foram mal no intervalo, em retração apesar do avanço de até 2,05% (BB ON) na sessão de hoje - na semana, as perdas chegaram a 5,46% (Bradesco PN).
Na ponta vencedora da sessão desta sexta-feira, destaque, além de Gerdau PN (+5,94%), para Braskem (+5,33%), Gerdau Metalúrgica (+4,92%), BB Seguridade (+4,21%), Usiminas (+4,10%) e Yduqs (+4,03%). No lado oposto, Hapvida (-5,22%), CVC (-4,55%), Magazine Luiza (-4,47%) e BRF (-4,43%).
"Chegamos à metade do mês com Bolsa na mínima do ano nesta semana - juros também mais estressados, com ponta longa abrindo, e câmbio que se aproximou de R$ 5,50. A semana foi de surpresas negativas sobre a inflação americana, tanto ao consumidor como ao produtor, ambas acima do esperado. Uma história de inflação bem pior do que se imaginava para 2022, e com choque de juros pior também, bem mais forte do que se antecipava (para o ano)", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando ainda o "abre e fecha" na China em meio à política de Covid zero, e o prolongamento, sem fim à vista, para a guerra no leste europeu.
Ante os fatores de risco doméstico e externo, o mercado está um pouco mais conservador sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, mas a estimativa de alta para a Bolsa ainda é amplamente majoritária. Entre os participantes, 64,29% disseram que a próxima semana deve ser de avanço para o Ibovespa, porcentual ligeiramente mais baixo do que os 76,9% apurados na última pesquisa. Os que esperam queda são 14,29% e variação neutra, 21,43%. No levantamento da semana passada, nenhum dos participantes previa queda para esta semana e 23,08% tinham expectativa de estabilidade. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 96551.00 0.44751
Máxima 96970.67 +0.88
Mínima 95266.94 -0.89
Volume (R$ Bilhões) 2.06B
Volume (US$ Bilhões) 3.81B
17:31
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 97515 0.66584
Máxima 97965 +1.13
Mínima 96160 -0.73
JUROS
Marcada pelo aumento da aversão ao risco no exterior, a semana terminou hoje com alívio nos prêmios da curva de juros em relação a ontem, principalmente nos vencimentos curtos e intermediários, enquanto os longos fecharam em baixa mais modesta. No balanço da semana, porém, todas as taxas subiram e com um pouco mais de força na ponta curta dado o temor de recessão global, resultando em ligeira perda de inclinação. O movimento de desta sexta-feira foi considerado como uma correção técnica na esteira de dados da economia americana acima do esperado e falas de dirigentes do Federal Reserve, que continuaram enfraquecendo a tese da alta de 100 pontos-base no juro dos EUA na reunião de julho.
No fechamento da etapa regular, boa parte dos vencimentos entre 2023 e 2024 estava nas mínimas, caso da taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023, que encerrou 13,87%, de 13,906% ontem no ajuste, e do DI para janeiro de 2024, cuja taxa caiu de 13,877% para 13,76%. O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 13,11%, de 13,19% ontem, e o DI para janeiro de 2027, em 12,945%, de 13,00%. Na semana, as taxas curtas avançaram cerca de 15 pontos e as longas, em torno de 10 pontos.
Sem agenda local relevante de indicadores ou eventos nesta sexta-feira, o exterior continuou orientando os negócios por aqui, com os juros replicando a melhora de sentimento dos agentes quanto ao risco para a atividade nos Estados Unidos trazido pelo ajuste na política monetária do Federal Reserve. Depois de subirem nas duas últimas sessões, havia espaço para alguma devolução de prêmios.
As vendas do varejo dos EUA (+1,0%) em junho vieram ligeiramente acima do consenso (+0,9%), assim como o índice de sentimento ao consumidor na leitura preliminar feita pela Universidade de Michigan, que ficou em 51,1 em julho, ante consenso de 50. Ainda, as expectativas para a inflação em 12 meses nos EUA recuaram levemente de 5,3% a 5,2% no período. Para o período de 5 anos, caíram de 3,1% a 2,8%.
O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, demonstrou ceticismo em relação à possibilidade de os EUA entrarem em recessão. "Os dados de emprego contrariam totalmente a ideia de recessão", disse Bullard, acrescentando esperar que o mercado de trabalho continuará forte pelo restante do ano e que o Fed garantirá um "pouso suave" dos EUA.
"Temos hoje a continuidade do alívio já iniciado na tarde de ontem, com o mercado reduzindo as chances de um Fed mais agressivo. A possibilidade de uma dose de 100 pontos vinha fortalecendo o dólar e provocando flattening na curva dos Treasuries. Aqui, o spread chegou a quase -90 pontos", afirmou o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, referindo-se ao diferencial entre as taxas para janeiro de 2027 e janeiro de 2023, que hoje ficou em -81 pontos. O dólar esteve hoje em queda generalizada e fechou a R$ 5,4049 (-0,52%).
Apesar do alívio nas taxas hoje, o mercado mantém a percepção de rigidez nos prêmios da curva em boa medida por causa das preocupações do lado fiscal e do risco eleitoral que deve ser acirrar nos próximos meses. Em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, destaca que os juros reais no Brasil estão sendo negociados aos mesmos patamares de 2015, "quando o impeachment de Dilma Rousseff dava o tom dos negócios". Citando dados da Anbima, ele alerta que os títulos do governo com um ano de prazo pagam hoje 7,62% ao ano, ligeiramente acima do observado em abril de 2015.
"A situação hoje pode ser ainda mais dramática uma vez que no final de 2020 a taxa real era praticamente 2% negativa e desde então vem subido de maneira forte", afirma.
Após o abalo na credibilidade fiscal provocado pela PEC dos Benefícios, que liberou R$ 41,25 bilhões em novas despesas primárias fora do teto de gastos deste ano, a equipe econômica do governo acelerou os estudos para mudança no arcabouço a partir do próximo ano. A ideia é estabelecer um teto para a dívida pública, amarrando o fiscal pelo seu impacto final e não simplesmente pelo volume de despesa. Vale lembrar que o Ministério da Economia sustenta que não haverá nenhum impacto no resultado primário nem no endividamento deste ano por causa da PEC, uma vez que serão usadas receitas extraordinárias tanto de dividendos de estatais quanto do aumento inesperado da arrecadação.
De todo modo, a piora dos riscos fiscais e externo também tem afetado a demanda pelos títulos nos leilões do Tesouro nas últimas semanas, mas a avaliação é de que o cenário para o gerenciamento da dívida ainda é confortável, amparada no robusto colchão de liquidez de R$ 1,1 trilhão no fim de maio (veja nota publicada às 14h02). (Denise Abarca - [email protected])
17:30
Operação Último
CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.35
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
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