A aversão a risco deu o tom dos mercados globais nesta terça-feira, ainda que o mau humor visto na primeira etapa do pregão tenha sido minimizado ao longo da tarde. Em um contexto de inflação insistente e aperto monetário, dados mais fracos das economias europeias alimentaram os receios de uma recessão global, o que resultou em perdas para ativos de risco em todo o mundo. Aqui, nos Estados Unidos e na Europa, as bolsas tiveram dia prioritariamente de queda. No fim do pregão, contudo Nasdaq conseguiu emplacar recuperação sólida, puxando também o S&P500. O índice de tecnologia é beneficiado justamente pelo recuo nos juros dos Treasuries, que respondem à corrida por ativos mais seguros e ajudam os papéis do setor. Num ambiente de busca por menos risco, a corrida ao dólar levou o índice DXY - que mede a moeda americana frente a uma cesta de pares fortes - a escalar mais de 1% e rodar na casa dos 106 pontos, maior nível em 20 anos. Ante emergentes, o dia foi de alta forte e, aqui, o dólar escalou 1,19% ante o real, aos R$ 5,3893. Com o cenário externo desafiador, os juros futuros terminaram o dia em avanço firme. A ponta mais curta ainda está próxima dos 14%, mas teve um arrefecimento na segunda etapa do dia, ajudada pela derrocada de 9,45% no barril do petróleo (tipo Brent), em meio a dúvidas sobre a demanda num cenário de desaceleração global. Além disso, beneficiou os ativos brasileiros alguma melhora no ruído fiscal, com o recuo, por parte do relator da PEC dos Benefícios, Danilo Forte, na concessão do auxílio a motoristas de aplicativo. Nesse cenário, depois de ter caído aos 96 mil pontos na mínima do dia, o Ibovespa conseguiu reverter boa parte das perdas, a despeito da derrocada dos ativos da Petrobras, que seguem a baixa do petróleo. Assim, o índice da bolsa brasileira terminou o dia em queda de 0,32%, aos 98.294,64 pontos.
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•CÂMBIO
•JUROS
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MERCADOS INTERNACIONAIS
O quadro de cautela e menor apetite por ativos de risco continuou a prevalecer nesta tarde, com o petróleo recuando cerca de 9%, mas as bolsas de Nova York melhoraram e tiveram fechamento misto, com o Nasdaq em alta de mais de 1%. Os temores de recessão global e seus efeitos continuam bastante em foco, mas também há ajustes nas apostas para os juros mais adiante nos Estados Unidos, com o Federal Reserve (Fed) potencialmente menos hawkish em caso de piora mais acentuada na atividade econômica. No mercado de Treasuries, os retornos caíram e as curvas dos juros das T-notes de 2 e 10 anos inverteram, o que segundo alguns economistas, caso se sustente, é prenúncio de recessão adiante. No câmbio, o índice DXY do dólar avançou mais de 1%, com o euro e a libra pressionadas, após dados fracos da região - no Reino Unido, a saída de dois nomes importantes do governo, entre eles o das Finanças, Rishi Sunak, exacerbou o quadro de crise política para o premiê Boris Johnson.
Os temores de recessão voltavam a dar o tom nos mercados em geral. O Goldman Sachs afirmou, em relatório, ver risco de 30% de recessão nos EUA no próximo ano, de 40% na zona do euro e de 45% no Reino Unido. O petróleo registrou forte tom negativo, diante de temores sobre a demanda futura. A Eurasia avalia que o óleo é penalizado pelos temores de recessão nos EUA e na zona do euro e de desaceleração na China, o que mina de modo significativo a perspectiva para a demanda para o restante deste ano. Do lado da oferta, a consultoria diz que a Rússia tem conseguido redirecionar boa parte do petróleo antes vendido à Europa para a Ásia, o que deixa os volumes globais estáveis mesmo com a guerra na Ucrânia. Caso uma recessão se concretize, o Citi projeta que o Brent poderia chegar ao fim deste ano em US$ 65 o barril. Hoje, o contrato do WTI para agosto caiu 8,23%, a US$ 99,50 o barril, e o Brent para setembro recuou 9,45%, a US$ 102,77 o barril, na ICE.
As bolsas de Nova York, porém, tiveram um fechamento misto, após o quadro bastante negativo visto mais cedo nos mercados globais em geral. Algumas gigantes dos setores de tecnologia e serviços de comunicação puxaram os ganhos, ajudando o Nasdaq a destoar do quadro geral. Se a recessão é um fator de risco para a demanda futura, a perspectiva de juros futuros mais baixos que o até então previsto ajuda essas companhias, que em geral dependem de empréstimos para impulsionar seu crescimento. O S&P 500 também conseguiu reação na reta final, exibindo ganho modesto. O Dow Jones fechou em baixa de 0,42%, em 30.967,12 pontos, o S&P 500 subiu 0,16%, a 3.831,52 pontos, e o Nasdaq avançou 1,75%, a 11.322,24 pontos.
No mercado de Treasuries, houve queda nos retornos em geral, com a maior busca pela segurança dos bônus. Ocorreu ainda durante alguns momentos do dia inversão das curvas de juros das T-notes de 2 e 10 anos, prenúncio de recessão mais adiante, para alguns analistas. No monitoramento do CME Group, continuava nesta tarde a aposta majoritária (83,2%) por uma alta de 75 pontos-base nos juros neste mês pelo Fed, mas com ajustes nas expectativas para dezembro, quando há agora mais apostas de que os juros ficarão um pouco menos elevados, diante da perda de fôlego econômica. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos estava estável, em 2,832%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,823% - com inversão na curva, portanto - e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,057%.
No câmbio, a compra de dólar esteve apoiada, com o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, batendo máximas desde dezembro de 2002. O euro foi pressionado por sinais fracos da atividade da região. No Reino Unido, além da fraqueza econômica, há uma crise política que ganhou novos capítulos hoje, com a renúncia do secretário de Finanças, Rishi Sunak, e do de Saúde, Sajid Javid. Número 2 da pasta de Javid, o deputado Saqib Bhatti também deixou o governo. O ANZ comenta que Johnson balança mais agora no cargo, após a perda dos dois importantes secretários para seu governo. No horário citado, o dólar subia a 135,74 ienes, o euro recuava a US$ 1,02730 e a libra tinha baixa a US$ 1,1959. O DXY subiu 1,33%, a 106,535 pontos.
Ainda no mercado cambial, o dólar avançava a 126,2073 pesos argentinos, com investidores cautelosos sobre a nova ministra da Economia, Silvina Batakis, que pretende realizar ajustes no acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) (leia mais na reportagem das 13h06). No mercado paralelo, o dólar ajustava ganhos fortes recentes e recuava nesta tarde a 252 pesos, segundo o jornal Ámbito Financiero. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
CÂMBIO
O dólar à vista emendou na sessão desta terça-feira (5) o quarto pregão seguido de valorização e fechou em alta de 1,19%, cotado a R$ 5,3893. Na máxima, registrada pela manhã, a moeda chegou a furar o teto de R$ 5,40 ao correr até R$ 5,4040. Em apenas três pregões de julho, o dólar já acumula avanço de 2,95%, após ter subido 10,15% em junho. As perdas no ano são agora de apenas 3,35%.
Ao desconforto com o quadro fiscal doméstico, em meio à tramitação da PEC dos Benefícios na Câmara dos Deputados, somou-se hoje uma onda de aversão ao risco vinda do exterior. Dados fracos da economia europeia e relatos de novos lockdowns na China avivaram temores de recessão global. Investidores correram para se abrigar no dólar e nos títulos do Tesouro americano, cujas taxas recuaram em bloco. O retorno da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, caiu para a casa de 2,82% e chegou em alguns momentos a ficar abaixo do da taxa do título de 2 anos - movimento visto pelo mercado como sinal de recessão. O petróleo tipo Brent, referência para a Petrobras, fechou em queda de 9,45%, a US$ 102,77.
O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - superou nas máximas os 106,000 pontos, no maior patamar em 20 anos, com alta de mais de 1,5% da moeda americana frente ao euro. Divisas emergentes e de países exportadores de commodities afundaram. O real, que costuma apresentar perdas mais expressivas entre seus pares em episódios de aversão ao risco, desta vez não ficou na rabeira. Peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano sofreram mais. O rublo russo amargou queda superior a dois dígitos.
"É claro que o ambiente doméstico também pesa com a questão fiscal. Mas o movimento hoje foi majoritariamente global. As moedas emergentes de forma geral se desvalorizam com o risco de recessão nas maiores economias do mundo", afirma a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.
O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, até subiu, já que fechou antes que o temor de recessão se instalasse nas mesas de operação. As demais commodities metálicas e as agrícolas derreteram. Dados positivos do setor de serviços na China em junho, embora não abranjam o efeito de novos lockdowns, e possível redução de tarifas dos EUA sobre importações chinesas deram alento ao mercado asiático e até sugeriam um ambiente de apetite ao risco.
Nada que resistisse à onda de indicadores fracos da atividade na Europa. O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro recuou a 52 pontos em junho, menor nível desde fevereiro de 2021 e próximo da linha de 50, que separa crescimento de retração. Com atividade enfraquecida e inflação na zona do euro turbinada muito por preços de energia, o Banco Central Europeu (BCE), já atrás do Federal Reserve no processo de ajuste da política monetária, pode ser ainda mais cauteloso, o que castiga o euro.
Por ora, o mercado ainda mantém a aposta majoritária de que o BC americano anuncie neste mês mais uma elevação da taxa básica em 75 pontos-base e que os Fed Funds encerrem o ano perto de 4%. Já esquentam, contudo, as apostas em um corte de juros nos EUA mais cedo em 2023.
"A elevação dos juros americanos é inevitável. O Fed deve manter o tom duro, o que aumenta a possibilidade de recessão nos Estados Unidos", afirma André Rolha, ressaltando que esse conjunto de fatores se traduz em busca global pela moeda americana. "Mas o real também está sendo muito castigado por essa postura populista de aumentar gastos antes da eleição. Houve até um alívio com o sinal de que o texto da PEC [dos Benefícios] pode não ser alterado na Câmara, mas o ambiente ainda é de desconfiança".
O Broadcast Político informou à tarde que o relator da PEC dos Benefícios ou PEC Kamikaze (antes chamada de PEC dos Combustíveis), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), cedeu à pressão do governo e desistiu de alterar o texto. Forte queria inclusão de auxílio-gasolina para motoristas de aplicativos e retirada do decretação de estado de emergência. Eventuais modificação teriam que fazer a proposta voltar ao Senado. Havia também a possibilidade de os gastos extrateto, previsto em R$ 41,25 bilhões na versão original, subissem para a casa dos US$ 50 bilhões.
"O movimento de apreciação do dólar contra o real não deve ser interrompido tão cedo. A perspectiva de piora da trajetória da dívida líquida do governo, em parte reflexo da aprovação de projetos que ampliam o risco fiscal, pressiona o dólar para cima", afirma, em nota, a economista do C6 Bank Claudia Moreno, acrescentando que a depreciação da moeda brasileira só não é mais forte por conta de fatores como a taxa Selic elevada.
Para os estrategistas do BGT Pactual, o risco fiscal e o processo de alta de juros nos EUA devem manter o real enfraquecido, mesmo após o tombo expressivo em junho. "A elevação do risco fiscal segue nos deixando menos construtivos para o real no curto prazo, que ainda deve seguir negociando consistentemente acima de R$ 5,00 nos próximos meses", afirmam os estrategistas, em relatório. "Mantemos nossa projeção para o final de 2022 para R$ 4,80, mas visualizamos um cenário pessimista em taxa mais elevada devido ao aperto das condições financeiras nos mercados globais mais rápido que o esperado". (Antonio Perez - [email protected])
17:30
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.38930 1.1942 5.40400 5.34950
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5434.000 1.13531 5443.500 5388.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5475.500 1.14712 5475.500 5475.500
JUROS
Os juros futuros reduziram a alta no meio da tarde, com alguma melhora nas tensões fiscais e diante do tombo nos preços do petróleo, ainda que o ambiente externo tenha se mantido desafiador. O recuo na possibilidade de mudanças na PEC dos Benefícios, que poderiam ampliar os gastos, abriu espaço para alívio, que se deu ainda na esteira da aceleração da queda para 10% na cotação do tipo Brent, levando-a novamente para perto de US$ 100 o barril. Mais cedo, a aversão a risco no exterior e a expectativa sobre o futuro da PEC levaram as taxas a subirem até 25 pontos-base no caso do miolo da curva.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a 13,72%, de 13,725% no ajuste de ontem. O janeiro 2024 passou de 13,436% a 13,515%. O janeiro 2025 foi de 12,739% a 12,86%. E o janeiro 2027 subiu de 12,69% a 12,815%. Por comparação, as máximas desses vértices foram, respectivamente, de 13,775%, 13,665%, 13,025% e 12,925%.
Os mercados internacionais espelharam os temores de recessão global, após dados negativos na Europa catapultarem o dólar ante uma série de moedas, especialmente o euro, que bateu o piso em 20 anos, contaminando a curva local. No Brasil, a divisa americana chegou a romper R$ 5,40 nas máximas. O pessimismo com a economia levou as curvas das T-Notes de 2 e 10 anos a inverterem por alguns momentos, emitindo um sinal de alerta sobre precificação de recessão por parte dos players. Nesse contexto, aqui, as taxas longas voltaram a flertar com a marca de 13% e as curtas se aproximaram de 14%, pressionadas ainda pelo risco fiscal.
"Imagine um cenário de PMIs fracos na Europa, commodities despencando no mundo inteiro (medo de recessão - petróleo cai 10%), dólar subindo por todo o globo e um mercado completamente desconfiado do fiscal brasileiro", resumiu Alexandre Póvoa, economista da Meta Asset Management.
A indefinição sobre a PEC também respondeu por boa parte da postura defensiva, com o mercado no aguardo da sinalização do relator, Danilo Forte (União Brasil-CE). Ele defendia a inclusão de um auxílio-gasolina a motoristas de aplicativo, como o Uber, e retirada da decretação do estado de emergência, incluída para blindar o presidente Jair Bolsonaro (PL) de eventuais punições da Lei Eleitoral.
À tarde, ele afirmou ter desistido de mexer no texto, em função da pressão do cronograma apertado para votação, na medida em que alterações implicariam a volta da PEC ao Senado ou a costura de um acordo com senadores. Depois disso, o avanço das taxas perdeu força, dada a leitura de que, sem as alterações, o impacto fiscal tende a ficar nos R$ 41,25 bilhões já conhecidos.
"O risco de mais R$ 10 bilhões de fiscal sai da frente", destaca o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier, lembrando que, mantido o texto, o processo de tramitação será agilizado. "Quanto mais a tramitação demorar, mais coisas podem aparecer", disse.
André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, afirma que os ativos no "mundo inteiro" têm vivido o dilema entre o risco para a atividade, as questões fiscais e a inflação pressionada. "Veremos ainda muita 'disputa' na atenção dos mercados entre a recessão, que tem viés desinflacionário, e as questões fiscais sendo vetores de pressão para preços e para a política monetária", disse.
Nas commodities, após cair até 10% e bater nos US$ 101, o tipo Brent fechou na casa de US$ 102 o barril, em baixa de 9,45%, pressionado pela alta do dólar e pelos temores de redução de demanda. O Citi acredita que o Brent poderia ir a US$ 65 até o fim deste ano e a US$ 45 no final de 2023, caso uma recessão se materialize e prejudique a demanda.
Internamente, a produção industrial de maio subiu 0,3% ante abril e ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas, de 0,5%, mas sem impacto nos ativos.
Na gestão da dívida pública, o Tesouro vendeu 333.850 Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) em três vencimentos no leilão desta terça-feira, abaixo da oferta de 450 mil. (Denise Abarca - [email protected])
17:26
Operação Último
CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.21
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.15
Over Selic (%a.a) 13.15
BOLSA
A aversão a risco desde o exterior - com fracas leituras finais sobre índices de atividade na Alemanha e na zona do euro em junho, que contribuíram para reforçar temores quanto a uma recessão global - lançaram os ativos de risco em nova espiral de perdas, com destaque para o petróleo Brent, em queda de 9,45% durante a sessão, e para as bolsas do velho continente, em recuo de quase 3% no fechamento (Frankfurt). Em Wall Street, Dow Jones e S&P 500 cediam mais de 1% na sessão, enquanto o Nasdaq mostrou descolamento (+1,75% no encerramento).
Ao final, os outros dois índices de Nova York moderaram muito o ajuste (Dow Jones -0,42%), com o S&P 500 revertendo ao positivo (+0,16%). E, na B3, onde os investidores já vinham lidando com as preocupações em torno da 'PEC Kamikaze', o Ibovespa cedeu apenas 0,32%, aos 98.294,64 pontos, quando parecia, em boa parte da sessão, a caminho do que seria o menor fechamento do ano, abaixo dos 98 mil pontos, permanecendo em níveis do começo de novembro de 2020.
Entre mínima e máxima, oscilou hoje dos 96.499,42 - piso intradia desde 4 de novembro de 2020 (95.987,42) - aos 98.607,87, marca quase idêntica à abertura (98.607,57). Com a retomada dos negócios em Nova York após o feriado da Independência americana, o giro financeiro foi a R$ 26,5 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa cede 0,67%; no mês, 0,25%, e no ano, 6,23%.
Se o petróleo havia ajudado a descolar Petrobras de outras blue chips nas duas sessões anteriores, hoje a queda livre da commodity colocou a petrolífera (ON -4,27%, PN -3,81%) e o setor na ponta negativa do Ibovespa, tendo 3R Petroleum (-7,44%) e PetroRio (-7,11%) logo à frente. Algumas ações, especialmente as muito descontadas no ano, como Magazine Luiza (+11,74%), acabaram sendo uma válvula de escape para o dia na B3. Na ponta do Ibovespa, destaque também para Via (+11,48%), Americanas ON (+9,73%) e Petz (+8,65%). Assim como para Petrobras, o dia foi majoritariamente negativo para empresas e setores de maior liquidez, como Vale (ON -0,50%) e siderúrgicas (CSN ON -1,81%), enquanto os grandes bancos conseguiram oscilar para ganhos em direção ao fechamento, à exceção de BB ON (-0,54%).
"Hoje, mais cedo, a curva de juros americana (taxas de 2 e 10 anos) chegou a inverter e isso geralmente é associado com recessões econômicas anteriores nos Estados Unidos", observa Jennie Li, estrategista de ações da XP. Lá fora, a queda dos yields dos Treasuries, por outro lado, beneficia "as empresas de alto crescimento que sofreram bastante nos últimos tempos por conta do aumento de juros", acrescenta a estrategista. "Então, estamos vendo um movimento de recuperação e certo alívio em empresas como Magalu, aqui no Brasil."
No front doméstico, desdobramento relativamente positivo para as preocupações em relação às contas públicas foi o recuo do relator na Câmara, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), quanto a incluir novo benefício à PEC, um auxílio-Uber, que elevaria a R$ 50 bilhões o volume de recursos fora do teto. "Temos pressão do cronograma, que tem de se encerrar até 15 de julho", disse hoje o relator, observando que eventuais alterações incluídas e aprovadas levariam a questão de novo ao Senado, estendendo a tramitação.
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Na B3, “a liquidez tem sido baixa, especialmente ontem com o feriado nos Estados Unidos, e o investidor tem preferido a cautela. Há pressão inflacionária no exterior, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, o que alimenta a incerteza sobre o nível dos juros americanos, retirando recursos das bolsas ao redor do mundo, com muito investidor preferindo voltar aos Estados Unidos”, diz Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, mencionando como ponto desfavorável ao Brasil o “risco fiscal”.
“A volta do feriado nos Estados Unidos foi negativa. Aumentos de lockdown na China ainda preocupam, apesar do zero a zero visto hoje nas bolsas de lá, com dados positivos sobre a economia local (PMI Caixin, mostrando retomada de atividade). O minério segue pressionado, o que se reflete nas ações do setor aqui. Lá fora, o VIX (índice de volatilidade em Wall Street, com base em opções do S&P 500) subia pela manhã e os yields dos Treasuries cediam. Cenário de recessão nos Estados Unidos, com efeito global, ainda preocupa”, observa Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.
“Tensão geral com o medo de recessão, tanto nos Estados Unidos como na Europa. Há um movimento de queda de commodities, com o minério de ferro vindo abaixo de US$ 110 (por tonelada), mínima de 7 meses, com queda de 12% nesses últimos quatro dias. Há alguma retomada de casos de covid na China, com lockdown em Macau. E o temor de recessão já está batendo nas commodities”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que o país pode enfrentar uma grave recessão no futuro próximo, devido aos altos preços de energia, à queda da demanda interna e à diminuição dos investimentos privados, além de uma "divisão" quanto à realidade social do país.
“O cenário internacional segue dominado pelo sentimento de aversão a risco, à espera da divulgação da ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária do Fed), amanhã, assim como de dados do mercado de trabalho americano, na sexta-feira. Os mercados buscam sinais sobre o estado da economia americana e quanto aos próximos passos” do BC dos Estados Unidos, aponta Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 98294.64 -0.31855
Máxima 98607.87 -0.00
Mínima 96499.42 -2.14
Volume (R$ Bilhões) 2.64B
Volume (US$ Bilhões) 4.91B
17:29
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 99300 -0.20602
Máxima 99735 +0.23
Mínima 97750 -1.76