Os mercados acionários tanto aqui no Brasil quanto em Nova York tiveram uma sexta-feira de ganhos, na esteira de um movimento técnico de recuperação das fortes perdas recentes. Junho, que terminou ontem, foi o pior mês para a Bolsa desde março de 2020 e também representou mergulho nos índices acionários americanos. Depois de mínima na casa de 97 mil pontos, a referência brasileira marcou alta de 0,42%, aos 98.953,90 pontos. Na semana, conseguiu até reverter o quadro de baixa e teve ganho de 0,29%. Em Nova York, Dow Jones subiu hoje 1,05%, S&P 500 ganhou 1,06% e Nasdaq avançou 0,90%. Mas na semana, todos acumularam baixas (-1,28%, -2,21% e -4,13%, respectivamente). Fato é que a volatilidade dá o tom nestes tempos em que pairam muitas dúvidas para a economia global. O temor sobre recessão econômica ganhou ímpeto nesta sexta-feira com divulgações dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial de diversos países. E o cenário que eles pintaram foi mais ou menos o mesmo: a atividade econômica global perde fôlego em meio à inflação persistentemente alta e ante a expectativa de aperto monetário. Mas a aposta majoritária hoje é que justamente o processo de alta de juros pode ganhar travas caso venha a se consolidar o encolhimento da economia. Assim, os títulos do Tesouro dos Estados Unidos tiveram baixa, levando consigo as taxas dos DIs. Essa percepção sobre a atividade global acabou ofuscando até os temores fiscais com a PEC dos Combustíveis, que, dada a ampliação a programas sociais que embute, tem sido chamada também de PEC dos Benefícios. No dólar, contudo, o incômodo com a situação fiscal doméstica foi mais um combustível para a alta firme de hoje. A moeda americana saltou ao maior nível de fechamento desde 4 de fevereiro no segmento à vista, para R$ 5,3212 (+1,65%). A busca por segurança devido à hipótese de recessão global explica também esse processo de desvalorização do real, visto igualmente em commodities agrícolas. Na semana, o dólar acumulou avanço de 1,30%.
•BOLSA
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•JUROS
•CÂMBIO
BOLSA
O Ibovespa acompanhou a melhora ao longo da tarde em Nova York e oscilou para o positivo nesta primeira sessão de julho, vindo de perdas nas três sessões anteriores. Encerrado o pior junho desde 2002 (agora -11,50%), que foi também a maior perda mensal desde março de 2020 (-29,90%), a entrada com pé direito no segundo semestre foi uma cortesia do desempenho de Petrobras (ON +1,87%, PN +2,15%), em dia negativo para Vale (ON -1,91%), mais uma vez contida por ajuste no preço do minério de ferro. Por outro lado, com condições de oferta mais restritivas, os petróleos Brent e WTI subiram mais de 2% na sessão. O dia foi também positivo para as ações de grandes bancos, à exceção de BB (ON -0,69%).
Assim, a referência da B3 fechou esta sexta-feira em alta de 0,42%, a 98.953,90 pontos, entre mínima de 97.231,18, ainda o menor nível intradia desde 4 de novembro de 2020 (95.987,42), e máxima de 99.339,57 (+0,81%), com abertura a 98.542,10. O giro financeiro foi de R$ 29,1 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 0,29%, após quatro perdas semanais consecutivas, duas das quais na casa de 5%. No ano, cede agora 5,60%.
Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para IRB (+6,40%), MRV (+6,02%) e BRF (+5,08%). No lado oposto, Magazine Luiza (-5,98%), Americanas ON (-5,21%) e Cogna (-3,74%).
“É um mercado com muita indefinição ainda, o que favorece a volatilidade. Hoje, o Ibovespa subiu contrariando a correlação habitual com o câmbio, muito pressionado na sessão, com o dólar negociado acima de R$ 5,30 (R$ 5,3212, em alta de 1,65% no fechamento). As leituras finais para os PMIs industriais nos Estados Unidos e na Europa vieram mais fracas, em desaceleração, enquanto o da China surpreendeu de forma positiva. O quadro para a atividade americana e na zona do euro é mais fraco, o que reforça a cautela quanto aos aumentos de juros, com relação especialmente ao que o Federal Reserve ainda fará”, diz Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3, destacando, no cenário doméstico, a aprovação de PEC com ampliação de transferências sociais, que volta agora à Câmara dos Deputados.
Enquanto, no Brasil, a perspectiva fiscal continua a ser acompanhada com apreensão, sentida de perto no câmbio e na curva de juros, no exterior os temores de desaceleração econômica global, puxada pelo ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, vão se transformando em medo de recessão.
O modelo do Federal Reserve de Atlanta que tenta prever o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos apontava, nesta sexta-feira, queda de 2,1% para o segundo trimestre. Ontem, a previsão para o mesmo período era de 1,0%. Caso o recuo no PIB se comprove entre abril e junho, seguindo a retração anualizada de 1,6% nos primeiros três meses do ano, a economia americana entraria em recessão técnica.
Por outro lado, o Credit Suisse acredita que o crescimento econômico nos Estados Unidos será de 2,1% neste ano e de 1,2% no próximo. Em relatório trimestral, o banco prevê também que a economia global crescerá 2,9% em 2022 e 2,1% no ano seguinte. Para o Credit Suisse, componentes cíclicos do PIB dos EUA devem exibir contração, mas o setor de serviços manterá o crescimento positivo. Recessão no país "é uma clara possibilidade", mas o banco acredita haver colchões para impedir deterioração da perspectiva, "pelo menos ao longo do ano que vem".
Na zona do euro, apesar do desempenho moderadamente positivo das bolsas do velho continente nesta sexta-feira, os dados sobre a inflação no bloco, divulgados pela manhã, vieram fortes. “A inflação na zona do euro voltou a superar estimativas e a bater recordes, acumulando alta de 8,6% em 12 meses. O núcleo, que exclui componentes mais voláteis (de energia e alimentos), também surpreendeu, com avanço de 4,6% em 12 meses, ilustrando uma inflação bem disseminada e, consequentemente, não trazendo qualquer sinal de alívio para o Banco Central Europeu”, aponta em nota a Guide Investimentos.
Ante a indefinição sobre inflação e crescimento econômico, o mercado financeiro está mais conservador nas expectativas para o desempenho das ações no curtíssimo prazo. Entre os participantes do Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, 42,86% disseram que a próxima semana deve ser de alta para o Ibovespa, porcentual bem abaixo dos 64,29% registrados na pesquisa anterior, e o menor desde a semana encerrada em 27 de maio, quando a fatia dos que esperavam alta para a semana seguinte era de 41,67%. Em contrapartida, o bloco dos que esperam variação neutra saltou de 7,1% na semana passada para 42,86%. Os que acreditam em queda são 14,29%, de 28,57%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 98953.90 0.41805
Máxima 99339.57 +0.81
Mínima 97231.18 -1.33
Volume (R$ Bilhões) 2.90B
Volume (US$ Bilhões) 5.45B
17:29
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 100300 0.98671
Máxima 100725 +1.41
Mínima 98570 -0.76
MERCADOS INTERNACIONAIS
Após sessão volátil, as bolsas de Nova York ganharam impulso à tarde e abriram o segundo semestre com ganhos, em dia majoritariamente positivo também nas praças da Europa. Analistas, porém, destacavam desafios para ações nos Estados Unidos ao longo do segundo semestre, diante da perspectiva de altas nos juros e da perda de fôlego na atividade. Neste contexto, os juros dos Treasuries baixaram, com investidores avaliando que o Federal Reserve (Fed) poderá preferir reduzir o ímpeto do aperto monetário mais adiante, mas no câmbio o índice DXY do dólar exibiu ganhos, com euro e libra em queda após dados locais. Entre as commodities, o petróleo subiu mais de 2%, com riscos à oferta em foco.
As bolsas de Nova York oscilaram hoje, sem reação inicial clara após alguns indicadores mistos. A perspectiva de alta nos juros tende a ser negativa para as ações, mas vários analistas ponderam que a perda de fôlego na atividade pode fazer o Fed ser menos agressivo do que o até então projetado para o futuro. Mais cedo, as apostas de alta de 75 pontos-base nos juros nos EUA no fim deste mês haviam diminuído, em comparação com o dia anterior, segundo o CME Group, mas no fim da tarde voltavam ao mesmo nível, em pouco mais de 80%. Já até dezembro aumentava a expectativa por um Fed um pouco menos hawkish, no quadro atual.
O modelo do Fed de Atlanta que tenta prever o resultado do PIB apontava, nesta tarde, para um recuo de 2,1% no segundo trimestre, piorando ante a baixa de 1,0% projetada no dia anterior. O Credit Suisse, em relatório trimestral, previu crescimento de 2,1% nos EUA em todo este ano e de 1,2% em 2023, embora mencione que uma recessão "é uma clara possibilidade". A Oxford Economics, por sua vez, afirmou que a economia americana perdia fôlego, com consumidores mais cautelosos, e projetou alta de "não mais de 1%" no PIB do segundo trimestre, na leitura anualizada.
Nesse contexto, a Capital Economics diz esperar um segundo semestre fraco para as ações e os preços dos Treasuries. A consultoria acredita que o Fed deve elevar os juros mais do que o precificado pelos mercados. Para a Capital, o S&P 500 encerrará 2022 em 3.600 pontos e 2023, em 3.200, e o juro da T-note de 10 anos terminará o ano atual em 4%.
Nas bolsas de Nova York, o ganho de fôlego nas horas finais do pregão garantiu abertura de semestre positiva. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,05%, em 31.097,26 pontos, o S&P avançou 1,06%, a 3.825,33 pontos, e o Nasdaq, 0,90%, a 11.127,85.
No mercado de Treasuries, os juros voltaram a cair, com ajustes nas apostas da política monetária e após dados mistos mais cedo dos EUA. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos recuava a 2,832%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 2,892% e o do T-bond de 30 anos, a 3,115%.
Já no câmbio, o dólar continuou a mostrar vigor, com euro e libra pressionados por dados modestos da zona do euro e do Reino Unido de mais cedo. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes avançou 0,43%, a 105,138 pontos. No horário citado, o dólar caía a 135,30 ienes, o euro tinha baixa a US$ 1,0427 e a libra recuava a US$ 1,2098.
O dólar forte não foi suficiente para conter o impulso do petróleo, em meio a problemas na oferta em alguns países. Além disso, a Reuters apontou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não tinha cumprido o aumento almejado em sua oferta em junho, com produção abaixo da meta. Na Índia, o governo definiu um imposto extraordinário sobre gasolina, diesel e petróleo e obrigou empresas a vender mais no mercado interno, em mais um episódio global de medidas para conter os preços elevados no setor de energia. O contrato do WTI para agosto fechou em alta de 2,52%, em US$ 108,43 o barril, na Nymex, e o Brent para setembro avançou 2,38%, a US$ 111,63 o barril, na ICE. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
JUROS
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, um pouco mais pronunciada nos vencimentos curtos, resultando em desinclinação para a curva em relação a ontem. O temor de recessão global traduzido no recuo expressivo dos rendimentos dos Treasuries trouxe alívio às taxas locais em geral, prevalecendo à pressão contrária da alta do dólar e do petróleo, num dia em que também matérias primas agrícolas tiveram queda generalizada.
Os indicadores de gerentes de compra (PMI, em inglês) industriais fracos nos Estados Unidos e na zona do euro reduziram as apostas de política monetária mais agressivas pelos bancos centrais. Por aqui, o cenário fiscal continua preocupante, mas a expectativa de aceleração no trâmite da PEC dos Benefícios para ser aprovada na semana que vem na Câmara sem alterações quanto ao texto que veio do Senado também ajudou a curva a fechar.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou com taxa de 13,695%, de 13,79% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,381% para 13,325%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,63%, de 12,71%, e a do DI para janeiro de 2027, em 12,61%, de 12,65%. Na semana, porém, houve ganho de inclinação, com o diferencial negativo entre os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2024 passando de -78 pontos na última sexta-feira para -71 pontos hoje.
As taxas começaram o dia em queda, chegaram a virar para alta no meio da manhã quando o dólar ganhava mais fôlego mas o movimento não se sustentou, dado que os juros dos Treasuries foram ainda mais para baixo dos 2,90% no caso das T-Notes de 2 e 10 anos. "Se tivermos crescimento global menor, a demanda por commodities deve cair e os BCs não deverão precisar ser tão duros", explica o operador de renda fixa da Mirae Asset Paulo Nepomuceno.
No Brasil, que tem cenário fiscal ruim e expectativas de inflação de 2023 bem acima da meta, o quadro internacional deve significar para o Banco Central "trocar um número maior de altas da Selic por manutenção da taxa em patamar elevado por mais tempo". "Deve demorar a cair", disse Nepomuceno. Nesse cenário, ele considera certo exagero a precificação de aumento da Selic também em setembro, além dos 50 pontos de alta embutidos para agosto.
Segundo operadores, a curva ainda mostra prêmios de risco para aperto da taxa básica em setembro, mas reduziu prêmios para altas em outubro e zerou para o Copom de dezembro.
O quadro para as contas públicas segue incômodo, com a PEC dos Benefícios aprovada ontem pelo Senado elevando o gasto extra teto a R$ 41,25 bilhões após inserção de benesses de última hora. Ao menos, teve a boa notícia de que ajuste no texto limitou o potencial de gastos a ser permitido pela decretação do estado de emergência.
O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse que intenção é unir a proposta com a PEC dos biocombustíveis, que já tramita na Câmara, e votar sem alterações. "Se a proposta passar na Câmara da forma como foi aprovada no Senado, vai direto para promulgação pelo Congresso", disse Barros.
Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust, disse que as negociações que estão sendo feitas na Câmara para acelerar a aprovação do texto na Câmara trazem algum alento. "Caem as chances de "novas manobras fiscais", disse.
A sexta-feira teve ainda a confirmação da redução da cobrança de ICMS de bens essenciais pelos governos de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, cujo impacto foi mais percebido nas taxas de inflação implícitas das Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B), sobretudo com vencimentos em 2022 e 2023, de acordo com profissionais nas mesas de renda fixa. (Denise Abarca - [email protected])
17:28
Operação Último
CDB Prefixado dias (%a.a) 13.15
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 13.15
Over Selic (%a.a) 13.15
CÂMBIO
A busca global pela moeda americana diante de sinais de perda de fôlego da atividade na Europa e nos Estados Unidos, aliada ao aumento da percepção de risco fiscal com a tramitação da PEC dos Combustíveis no Congresso, pautou os negócios no mercado de câmbio local na sessão desta sexta-feira. Após encerrar junho com alta de 10,15%, o maior avanço mensal desde março de 2020, o dólar emendou hoje o terceiro pregão seguido de valorização e fechou acima da linha de R$ 5,30 pela primeira vez desde 4 de fevereiro (R$ 5,3220).
O mercado já abriu sob impacto de dados ruins de atividade e inflação na Europa. O PMI industrial da zona do euro caiu a 52,1 em junho, menor patamar em 22 meses, embora acima da prévia. O CPI na zona do euro atingiu alta anual de 8,6% em junho, máxima história. Ainda pela manhã, veio a leitura fraca do PMI dos EUA medido pelo ISM de Chicago: queda de 56,1 em maio para 53 em junho, abaixo do previsto (54,3). O indicador se aproxima cada vez mais da linha de 50, que separa expansão de retração.
Não bastassem os ventos externos negativos, pesava sobre os negócios a ampliação dos gastos previstos na PEC dos Combustíveis, aprovada ontem de forma relâmpago em dois turnos no Senado com decretação do estado de emergência. Já estavam na conta do mercado o aumento do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600), a ampliação do vale gás e o voucher a caminhoneiros de R$ 1 mil mensais. No apagar das luzes, contudo, foram incluídos no texto o "auxílio-taxista", com custo de R$ 2 bilhões, e a adição de R$ 500 milhões para o programa Alimenta Brasil - o que elevou a fatura extrateto de R$ 38,75 bilhões para R$ 41,25 bilhões.
Chamado de "pacote de desespero" nos bastidores, por representar a principal cartada do presidente Jair Bolsonaro para tentar subir nas pesquisas de intenção de voto, a PEC dos Combustíveis pode ser ainda engordada na Câmara, onde tramita a PEC dos biocombustíveis. A falta de clareza sobre até onde vão as benesses sociais e incerteza sobre a possibilidade de prorrogação de benefícios para além de 2022 deixam investidores na defensiva.
"Esse aumento de gastos em ano eleitoral, com medidas para tentar angariar votos, piora muito a percepção dos investidores sobre a questão institucional. Isso tem aumentado a volatilidade da taxa de câmbio e levado a uma tendência de depreciação", afirma economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernando Consorte.
Foi em meio a esse painel adverso que o mercado abriu chutando o dólar rapidamente para cima de R$ 5,30. A máxima da sessão, a R$ 5,3382, veio ainda pela manhã. Ao longo da tarde, em meio a ajustes intraday, a moeda chegou a tocar o patamar de R$ 5,29, mas voltou a ganhar fôlego na última hora de negócios e fechou em alta de 1,65%, a R$ 5,2312. Com isso, encerra a semana com valorização de 1,30%. As perdas no ano, que já chegaram a superar 17%, estão agora abaixo de 5%.
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - trabalhou em alta ao longo de toda a sessão e chegou ao fim da tarde acima da casa dos 105,000 pontos, sobretudo em razão dos ganhos frente ao euro. Mesmo com a probabilidade de alta de 75 pontos-base da taxa básica americana neste mês caindo da faixa de 80% para 60% (segundo monitoramento do CME Group), a perspectiva ainda é de que o Federal Reserve será mais rápido que o Banco Central Europeu (BCE) no ajuste da política monetária.
"Vários dados ao longo desta semana aumentaram o temor de recessão nos Estados Unidos. Teoricamente, com a economia americana mais fraca, o dólar deveria perder valor. Mas o que estamos vendo é um movimento de 'risk off', o que potencializa o dólar e aumenta a busca por ativos mais seguros como as Treasuries", afirma a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.
A onda global de busca pelo dólar castiga todas as divisas emergentes, ressalta Damico. Na média, contudo, o real apresenta desempenho inferior a de seus pares em razão da percepção de risco fiscal com o decreto de estado de emergência. Há dúvidas se o aumento de gastos "ficará circunscrito" ao que está previsto na PEC. "A insegurança com a política fiscal no médio prazo tem atrapalhado bastante o real", diz a economista-chefe da Armor. (Antonio Perez - [email protected])
17:29
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.32120 1.6505 5.33820 5.27940
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5365.000 1.30287 5381.000 5319.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5380.000 1.19348 5380.000 5380.000