REAL E DI SENTEM PESO FISCAL, QUE LIMITA BOLSA DE SURFAR ONDA DE OTIMISMO DE NY

Blog, Cenário

A semana termina com posições de cautela predominando nos mercados domésticos, à medida que o ruído fiscal traz incômodo aos agentes. A preocupação tem origem no plano do governo para ampliar o Auxílio Brasil e o vale-gás, bem como lançar o 'bolsa caminhoneiro'. O impacto nas contas públicas este ano é de quase R$ 35 bilhões. As medidas têm respaldo do Congresso e foram admitidas publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro hoje mais cedo. O temor dos investidores é de que as exceções ao teto de gastos, como os recursos a serem utilizados neste projeto, se tornem cada vez mais comuns à medida que a data das eleições se aproxima. Assim, aumentaram-se as posições compradas em dólar futuro e juros. Sentindo essa pressão, a moeda à vista subiu a R$ 5,2527 no fechamento, alta diária de 0,44%, semanal de 2,11% e maior nível de fechamento desde 8 de fevereiro. Ante a sexta-feira passada, o real só não se desvalorizou mais do que o peso da Colômbia (-5,98% ante o dólar), afetado pela eleição do esquerdista Gustavo Petro à presidência do país. Nos DIs, o fiscal se somou à resiliência da inflação, atestada pelo IPCA-15 de junho qualitativamente ruim, fazendo com que os contratos curtíssimos embutissem chance de 80% de alta de 0,50 ponto porcentual da Selic em agosto (de 70%) ontem, contra 20% de 0,25pp (ante 30%). A projeção de taxa terminal na curva agora está 14%. Dólar e juros altos não afastaram o investidor do Ibovespa hoje, mas o índice teve um comportamento sensivelmente mais acanhado do que os pares americanos dadas as incertezas internas. Tanto que na semana terminou com baixa de 1,15%. Aos 98.672,26 pontos no encerramento, a alta nesta sexta-feira foi de 0,60%. Em Nova York, em comparação, Nasdaq saltou 3,34%, S&P 500 ganhou 3,06% e Dow Jones avançou 2,68%. Semanalmente, os índices acumularam alta de 7,49%, 6,45% e 5,39%, respectivamente. O otimismo lá fora veio de uma leitura que mostrou expectativas de inflação mais baixas do que na leitura preliminar na pesquisa da Universidade de Michigan, mesmo com dados modestos continuando a aparecer na economia dos Estados Unidos. Na próxima semana, o foco externo estará na inflação ao consumidor apurada pelo PCE, a medida favorita de inflação do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). No Brasil, o destaque é o Relatório Trimestral de Inflação, do Banco Central (BC). Ambos saem na quinta-feira.

•CÂMBIO

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

CÂMBIO

A percepção de aumento de risco fiscal, em meio à ofensiva do governo no Congresso para turbinar programas de transferência de renda com recursos fora do teto de gastos, impediu que o real se beneficiasse da recuperação dos ativos de risco no exterior na sessão desta sexta-feira (24). Apesar da alta firme das bolsas em Nova York e do sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior, até em relação a pares relevantes do real como o peso mexicano e o rand sul-africano, o dólar experimentou mais um dia de volatilidade por aqui.

Após passar a maior parte da tarde entre ligeiras baixas e altas, a moeda ganhou força nas duas últimas horas de negócios, com recomposição de posições defensivas no mercado futuro, e acabou encerrando a sessão com avanço 0,44%, a R$ 5,2527 - maior valor de fechamento desde 8 fevereiro. Com isso, o dólar fecha a semana em alta de 2,11%, emendando a quarta valorização semanal consecutiva. Em junho, a divisa já acumula avanço de dois dígitos (10,52%). As perdas no ano, que já chegaram a superar 17%, agora são de 5,80%.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - trabalhou em queda ao longo do dia, chegando a romper o piso de 104,000 pontos na mínima, em meio à divulgação de dados mais fracos do sentimento em consumidor nos Estados Unidos - o que levantou expectativa de que o Federal Reserve possa não ser tão agressivo.

"A continuidade de alta do dólar no mercado doméstico, a despeito da devolução pontual no exterior, reflete a tendência de demanda por hedge com piora da inflação, das contas públicas e do acirramento político na eleição presidencial", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.

Segundo analistas, jogaram contra o real ao longo das últimas semanas a valorização global da moeda americana, fruto do tom mais duro do Federal Reserve, e a perspectiva de perda de fôlego das commodities, na esteira do temor de recessão global. A esse quadro global desfavorável à moeda brasileira somou-se nos últimos dias o retorno do risco fiscal. Em tal ambiente, nem as altas taxas de juros domésticas, que tendem a atrair capitais para operações de "carry trade", conseguiram segurar o dólar.

Pela manhã, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) afirmou que o impacto fiscal total da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis deve atingir R$ 34,8 bilhões de crédito extraordinário, fora do teto de gastos. Em vez de compensar Estados que zerassem ICMS sobre diesel e gás de cozinha até dezembro deste ano, o governo vai destinar recursos para alavancar programas sociais: aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, bolsa caminheiro de R$ 1 mil mensais e elevação do vale gás.

O aumento do Auxílio Brasil, principal programa social do governo, foi confirmado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro em evento em João Pessoa (PB). Ontem à noite, Bolsonaro sancionou o projeto de lei que estabelece teto de 17% para ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo, mas com vetos a trechos incluídos pelo Senado beneficiariam os Estados na compensação pela perda de receita.

O economista Homero Guizzo, da Terra Investimentos, observa que o mercado parece incorporar novamente os riscos fiscais no processo de formação de taxa de câmbio, que antes estavam mais ligados ao ambiente externo. "O dólar já subia com essa alta mais forte dos juros Fed, que pressiona divisas emergentes. Notícias ruins do quadro fiscal foram aparecendo e pioraram o ambiente para a nossa moeda", afirma Guizzo. "O governo está frustrado e parece que vai dobrar a aposta [em benefícios sociais]. Mas se estão tentando contornar o teto de gastos é porque, pelo menos, o teto ainda existe. Precisamos ver como vai ser no próximo governo".

Pela manhã, o IBGE divulgou que o IPCA-15 acelerou de 0,59% em maio para 0,69% em julho, acima da mediana de Projeções Broadcast (0,67%). O índice acumula alta de 5,65% no ano e de 12,04% em 12 meses. A expectativa predominante no mercado é que o Banco Central encerre o aperto monetário em agosto, com alta final de 0,50 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. (Antonio Perez - [email protected])

17:35

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.25270 0.4379 5.27600 5.20550

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5256.500 0.07615 5286.500 5215.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5321.500 0.65254 5321.500 5272.000

JUROS

Os juros futuros confirmaram no fechamento da sessão regular o sinal de alta que prevaleceu nas taxas desde cedo, pelo qualitativo ruim do IPCA-15, e que foi ganhando força ao longo da sexta-feira com a deterioração da percepção de risco fiscal trazida pelos ajustes na PEC dos Combustíveis. O exterior contribuiu para pressionar a curva por meio do avanço no rendimento dos Treasuries. No pior momento, as taxas chegaram a subir mais de 30 pontos-base e não fecharam muito abaixo disso. Os eventos do dia tornaram o quadro das apostas para a Selic nos próximos meses mais conservador, com a taxa terminal projetada pela curva voltando aos 14%. No balanço da semana, a inclinação ficou praticamente inalterada.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 13,64%, de 13,513% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 não conseguiu se manter abaixo de 13%, fechando em 13,25%, de 12,99% ontem. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,52% (12,224% ontem) e a do DI para janeiro de 2027 avançou a 12,46%, de 12,179%. O desenho da inclinação na semana quase não mudou, com o diferencial entre as taxas dos DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2024 fechando em -79 pontos-base, de -77 pontos na sexta-feira passada.

Após os DIs terem devolvido prêmios em várias sessões desta semana, a avaliação do mercado é de que havia espaço para recomposição das taxas em meio ao quadro de inflação pressionada, incertezas no exterior e risco fiscal crescente. A taxa do DI para janeiro de 2024, por exemplo, havia completado ontem a sexta queda consecutiva.

O ajuste começou cedo, com o IPCA-15 (0,69%) de junho pouco acima da mediana das estimativas (0,67%), e acelerando ante maio (0,59%). O problema nem foi esse, mas sim a leitura dos preços de abertura. "A composição do índice segue desfavorável, principalmente sob a ótica subjacente e dos núcleos. Para os próximos meses, as medidas tributárias devem trazer fortes recuos no IPCA, principalmente nos preços administrados, que deverão mostrar efeito rebote no ano que vem", afirma Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Modal. Justamente 2023 é o atual foco do horizonte relevante da política monetária.

A economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, diz que, apesar de praticamente em linha com o esperado, o número de hoje, em geral, não foi bom porque mostra inflação persistente e disseminada. "As perspectivas não são otimistas. Embora a gente se espere alguma desaceleração, esse último reajuste de combustíveis tem potencial de trazer novas pressões. O cenário preocupa e precisa de um BC atento e atuante como tem ficado", disse.

Conforme o mercado avaliava a abertura do índice de inflação, o sinal de alta nas taxas ia se firmando, também alinhado ao avanço nos yields dos Treasuries, mas a pressão aumentou muito no fim da manhã, com a confirmação do governo para ajustar os valores do auxílio-caminhoneiro para R$ 1 mil, de aumentar o vale-gás e de reajustar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600. Segundo o governo, as concessões serão possíveis com a retirada da PEC da compensação a Estados que reduzirem o ICMS sobre diesel e gás de cozinha. O senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator da PEC dos Combustíveis, disse que o impacto fiscal total deve atingir R$ 34,8 bilhões de crédito extraordinário, fora do teto de gastos, e não os R$ 29,6 bilhões previstos anteriormente. Bezerra pretende apresentar o texto na segunda-feira, 27.

Mais do que o viés inflacionário da PEC trazido via expansão fiscal, o que mais incomoda o mercado é o caráter populista das medidas em ano eleitoral. "O governo está cada vez mais uma vez indo na direção de aumento de gastos, buscando aumentar popularidade. Estamos há um ano recebendo notícias que estão minando a credibilidade fiscal", disse o diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga.

O saldo do dia na preficicação de Selic da curva foi de aumento das apostas na elevação de 0,5 ponto porcentual no Copom de agosto, que no meio da tarde apareciam com 80% de probabilidade, ante 70% ontem, enquanto a chance de aperto menor, de 0,25 ponto, caiu de 30% ontem para 20%. Para a taxa terminal, a precificação de ontem, que era entre 13,75% e 14%, hoje foi para 14%. (Denise Abarca - [email protected])

17:33

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 13.15

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.15

Over Selic (%a.a) 13.15

BOLSA

A timidez do Ibovespa ao final de uma semana na qual não conseguiu retomar, em fechamento, a linha dos 100 mil pontos, cedida na sexta-feira anterior, mostra que a aversão ao risco fiscal doméstico tem descolado a B3 mesmo em dias, como hoje, de respiro para os mercados no exterior. Assim, com ganhos em Nova York que chegaram a 7,49% (Nasdaq) na semana, o índice brasileiro cedeu 1,15% no mesmo período - o quarto recuo semanal consecutivo -, vindo de perdas na casa de 5% nos dois intervalos anteriores. Hoje, subiu 0,60%, aos 98.672,26 pontos, entre mínima de 98.031,10 e máxima de 99.312,74 pontos, com abertura a 99.081,36, permanecendo nos menores níveis desde novembro de 2020. Ainda mais fraco do que ontem, o giro ficou em R$ 22,3 bilhões.

Em junho, a retração do índice chega a 11,39%, colocando as perdas do ano a 5,87%. O mês tem se mostrado ainda mais cruel para o Ibovespa do que para as referências de Estados Unidos, Europa e Ásia. Em Nova York, as perdas acumuladas no mês estão agora entre 3,92% (Nasdaq) e 5,33% (S&P 500), enquanto nas principais praças da Europa chegam a 8,83% (Frankfurt) ou 9,74% (Milão), com alguns indicadores da Ásia (Hong Kong +1,42%) mostrando ganho.

Hoje, o desempenho dos ativos domésticos mais uma vez destoou da relativa recuperação de apetite por risco no exterior: o dólar DXY cedeu terreno, o petróleo avançou entre 2% e 3% ao longo do dia, os ganhos nos principais índices acionários da Europa chegaram a superar 3% (Paris) na sessão e, em Nova York, giraram boa parte desta sexta-feira acima de 2%, para atingir 3,06% (S&P 500) e 3,34% (Nasdaq) no fechamento. Apesar de a desaceleração econômica e mesmo o risco de recessão nos Estados Unidos continuarem a ser ponderados pelos investidores, prevaleceu na semana a busca por descontos.

Aqui, por outro lado, o risco fiscal é reforçado pela expectativa de aumento do Auxílio Brasil, de concessão de voucher aos caminhoneiros e de reforço do Vale Gás, ante a resiliência da inflação e a necessidade de o governo dobrar a aposta para chegar competitivo às urnas em outubro.

“Fiscal é o bandido da história, e é um problema nosso. O barulho acaba indo para o preço dos ativos, com o governo empurrando o teto sempre mais para cima, e sem que a inflação dê respiro. Estão colocando gasolina no fogo. O resultado são mais juros e Bolsa pra baixo, com câmbio acima de R$ 5,20 (agora a R$ 5,25, no fechamento de hoje)”, diz César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, observando que a perspectiva para o fiscal se torna complicada na medida em que o fogo emana tanto do governo como da oposição, na disputa eleitoral que se avizinha.

Mikail destaca que mesmo o acúmulo de descontos na Bolsa - com P/E a 8,5 vezes, em níveis de 2008, 2009 - não tem sido o suficiente para despertar o apetite por compras, com fluxo reduzido e cautela na exposição a risco também lá fora, em meio ao processo de elevação dos custos de crédito nas maiores economias. O início em breve da temporada de férias no hemisfério norte tende a piorar a situação, favorecendo a volatilidade e a concentração, aqui, nas questões domésticas, com o relativo esvaziamento da agenda externa.

No exterior, a dúvida continua a ser se haverá apenas desaceleração econômica em meio à elevação de juros ou se o grau de ajuste necessário ao controle da inflação não permitirá que o Federal Reserve maneje a desejada aterrissagem suave, impedindo a recessão. “Como disse o (economista americano) Lawrence Summers, elevar juros com inflação já muito alta é como mexer no chuveiro: fica mais difícil evitar os extremos, de queimar ou gelar as costas”, diz o gestor da Western Asset.

Na agenda doméstica, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) anunciou hoje que o impacto fiscal total da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis deve atingir R$ 34,8 bilhões de crédito extraordinário, fora do teto de gastos, e não os R$ 29,6 bilhões previstos anteriormente. Relator da proposta, Bezerra pretende apresentar o texto na próxima segunda-feira, 27.

Divulgado nesta manhã, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de junho mostrou composição negativa, com inflação acima do esperado nos serviços e na média dos núcleos, avalia o Goldman Sachs. Após desacelerar de 12,20% nos 12 meses até maio para 12,04% agora, a inflação deve permanecer acima de 10% nesta base até outubro e superar o nível de 8% até março de 2023, avalia o banco, em relatório.

“O IPCA-15 de junho ficou em 0,69%, ante expectativa do mercado de 0,65%, com desaceleração em transportes menor do que se esperava. Quando se vê a abertura, o núcleo ainda está em patamar elevado, a 0,89% na média dos núcleos, e o índice de difusão em 68,9%. Houve desaceleração nesses indicadores ante últimas leituras, mas mostram composição da inflação bastante desfavorável”, diz Eduarda Korzenowski, economista da Somma Investimentos.

Ela antecipa “impactos limitados” nas iniciativas sobre combustíveis, considerando os reajustes já concedidos nos preços da gasolina e do diesel, e considera que, no quadro mais amplo, o balanço assimétrico de riscos está inclinado para cima: algum efeito favorável sobre a inflação no curto prazo, mas que “isso se transfira em inflação mais alta para o próximo ano”.

Ante as incertezas internas e externas, o quadro das expectativas do mercado financeiro para as ações no curtíssimo prazo, trazidas no Termômetro Broadcast Bolsa, teve alterações importantes nesta sexta-feira, em cenário quase binário, entre alta e baixa. Para 64,29% dos participantes, o Ibovespa terá uma semana de ganhos e para 28,57%, de perdas, no período entre 24 de junho e 1º de julho. Apenas 7,14% acreditam em variação neutra. No Termômetro anterior, a previsão de alta tinha fatia de 50,00% e de queda, 20,00%, enquanto 30,00% responderam estabilidade.

Nesta última sessão da semana, Vale ON (+2,78%) e o setor de siderurgia (CSN ON +5,18%, Gerdau PN +3,95%) contribuíram para o avanço do Ibovespa, em dia negativo para os grandes bancos (Bradesco PN -0,83%, BB ON -0,58%) e também para Petrobras (ON -0,65%, PN -0,76%). Entre as maiores altas do dia, destaque para Gol (+6,71%), à frente de PetroRio (+5,18%) e de CSN (+5,18% também). No lado oposto, Petz (-5,54%), Soma (-4,87%) e Via (-4,22%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 98672.26 0.60351

Máxima 99312.74 +1.26

Mínima 98031.10 -0.05

Volume (R$ Bilhões) 2.22B

Volume (US$ Bilhões) 4.25B

17:35

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 100370 1.16924

Máxima 101030 +1.83

Mínima 99570 +0.36

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York registraram hoje altas de mais de 2%, encerrando uma semana de ganhos robustos. Ainda que dados modestos tenham continuado a aparecer na economia dos Estados Unidos, uma leitura que mostrou expectativas de inflação mais baixas do que na leitura preliminar na pesquisa da Universidade de Michigan agradou investidores. O Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou apoio à estratégia americana para conter a inflação, embora tenha notado que o quadro atual, também de corte em estímulos fiscais, deve provocar desaceleração econômica. O apetite por risco levou o dólar para baixo ante euro e libra, o petróleo exibiu ganhos fortes e os juros dos Treasuries subiu, neste último caso também com declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) no radar.

A pesquisa da Universidade de Michigan confirmou a fraqueza do sentimento do consumidor nos EUA hoje, à mínima da série histórica de 45 anos, mas a revisão para baixo nas expectativas para a inflação foi vista como um ponto positivo. A Oxford Economics viu esse ponto como "encorajador", embora tenha notando que a expectativa para o longo prazo (5 anos) está em 3,1%, em nível ainda elevado.

O Goldman Sachs, por sua vez, disse que a expectativa para inflação no longo prazo em junho ficou com a revisão na mesma faixa dos últimos dez meses. O banco ainda informou em relatório que, após os dados de hoje, entre eles um de vendas de residências novas acima do previsto, revisou para cima sua projeção para a alta do PIB dos EUA no segundo trimestre, de 2,8% a 2,9%. Já a High Frequency Economics considera que os preços altos devem continuar a pesar no sentimento dos consumidores.

O NatWest, por sua vez, diz que o salto na inflação tem pesado na atividade econômica em geral. Além disso, afirma que está evidente que os consumidores sentem uma forte pressão diante do movimento dos preços. Nesse contexto, o banco destaca o foco na próxima semana para a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida do Fed.

Segundo o BMO Capital Markets, houve um movimento de alívio no mercado de Treasuries, com o dado da Universidade de Michigan, com queda nos preços e alta nos retornos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,042%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,131% e o do T-bond de 30 anos, a 3,262%. Entre os dirigentes do Fed, Mary Daly (São Francisco) afirmou ser cedo para pensar no fim da redução do balanço de ativos do BC americano, iniciada neste mês. Ela disse que o assunto poderia começar a ser discutido em 2024.

Nas bolsas de Nova York, o quadro já positivo foi impulsionado após o dado da Universidade de Michigan. O Dow Jones fechou em alta de 2,68%, em 31.500,68 pontos, o S&P 500 subiu 3,06%, a 3.911,77 pontos, e o Nasdaq avançou 3,34%, a 11.607,62 pontos. Na comparação semanal, o índice Dow Jones registrou alta de 5,39%, o S&P 500 subiu 6,45% e o Nasdaq, 7,49%.

No mercado cambial, o índice DXY do dólar caiu 0,24%, a 104,185 pontos, com baixa de 0,49% na semana. No horário citado, o dólar subia a 135,27 ienes, o euro avançava a US$ 1,0551 e a libra tinha alta a US$ 1,2273.

O dólar fraco colaborou para os ganhos do petróleo, com o contrato do WTI para agosto fechando em alta de 3,21%, a US$ 107,62 o barril, e o Brent para setembro subiu 2,80%, a US$ 109,10 o barril. Na semana, porém, os contratos perderam 0,34% e 3,55%, em meio a análises que destacam o risco de recessão em grandes economias, com consequente piora na demanda pelo óleo. Ainda entre as commodities, o cobre para agosto subiu 0,04% hoje na Comex, a US$ 3,7506 a libra-peso, mas perdeu 6,80% na semana em Nova York, com o temor de que o aperto monetário global provoque recessão. (Gabriel Bueno da Costa -

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