ATIVOS DE RISCO TÊM SEMANA DE PERDAS COM APOSTAS EM EXTENSÃO DE APERTO PELO FED

Blog, Cenário

Com exceção das commodities, que vivem dinâmica própria em razão da guerra russo-ucraniana e das notícias da China, os demais ativos de risco computaram perdas na semana. Se até ontem o mercado vinha de lado à espera dos dados do relatório de emprego (payroll), a divulgação de que a economia dos Estados Unidos criou 390 mil vagas (acima do consenso de 328 mil) corroborou o alerta do Federal Reserve de que o mercado de trabalho está apertado. Ainda que uma parcela dos analistas tenha chamado a atenção para a desaceleração no ritmo de crescimento do salário médio por hora e as revisões dos meses anteriores, fato é que o dado cristalizou não só apostas de duas elevações de juros de 50 pontos-base (em junho e em julho) bem como o crescimento das vozes que advogam por um aumento de mesma magnitude em setembro. A mais nova a 'advogar' por esse último grupo, dentro do Fed, é a presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, em declarações feitas hoje no começo da tarde. Restou, então, ao mercado se adaptar a esse cenário. Houve fuga das bolsas americanas, em especial dos papéis de tecnologia, que mais penam em tempos de aperto monetário. Nasdaq cedeu 2,47% na sessão e 0,98% na semana; S&P 500 recuou 1,63% e 1,20%, respectivamente; e Dow Jones caiu 1,05% e 0,94%. O dólar subiu ante moedas fortes, com o DXY chegando ao encerramento desta sexta-feira acima da marca de 102 pontos, e os juros dos Treasuries subiram. No Brasil, tanto Bolsa quanto real interromperam uma sequência de três semanas de alta, ao passo que a curva do DI teve ganho de inclinação. O Ibovespa chegou ao fim do pregão de hoje aos 111.102,32 pontos, perda diária de 1,15% e semanal de 0,75%, dirimidas pelo fato de o índice contar com apoio de grandes produtoras de matérias-primas. Já o dólar à vista subiu 0,85% ante a sexta-feira passada, embora tenha recuado 0,20% hoje (fechamento em R$ 4,7787). Parte dessa baixa diária foi colocada na conta da questão fiscal, ante o arrefecimento, por ora, da pressão pela decretação do estado de calamidade. Foi também o que ajudou na retirada de prêmios dos juros futuros em relação a ontem, embora o mercado já se prepare para dados de inflação local na próxima semana (IPCA e IGP-DI) e sinais da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

As perspectivas para altas de 50 pontos bases nos juros pelo Federal Reserve (Fed) nas próximas reuniões de política monetária foram consolidadas com a divulgação do payroll nesta manhã e declarações de dirigentes do banco central. A presidente da distrital de Cleveland, Loretta Mester, disse que a taxa de juros deve subir 50 pontos-base em junho e julho, e abriu espaço para uma elevação de mesmo tamanho em setembro. As bolsas de Nova York recuaram, especialmente as ações de tecnologia, com destaque para a ação da Tesla, que caiu quase 9% depois que o CEO da empresa, Elon Musk, reforçou pessimismo com o panorama econômico - o que já vinha sendo sinalizado por outras companhias. Já o dólar e os rendimentos dos Treasuries avançaram. O petróleo subiu em dia marcado pela formalização do embargo da União Europeia às importações do óleo russo.

Contratações robustas em maio nos EUA praticamente garantem que o Fed avance com alguns aumentos de meio ponto nas taxas nas próximas duas reuniões, avalia Edward Moya, analista da Oanda. Neste cenário, as ações caíram, já que o payroll mantém a porta aberta para o Fed continuar com sua campanha de alta das taxas muito além do verão no Hemisfério Norte. Em entrevista à CNBC, Mester afirmou hoje que poderá haver "facilmente" um aumento de 50 pontos-base na taxa na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). "Contratações mais suaves e dados salariais mais frios sugerem que a moderação do crescimento econômico está acontecendo, mas não rápido o suficiente para sinalizar uma mudança de rumo pelo Fed", avalia. As sinalizações deram impulso aos rendimentos dos Treasuries, e, ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,666%, o de 10 anos avançava a 2,950% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,106%.

Segundo a Reuters, Musk disse aos executivos da Tesla que têm um "sentimento super ruim" sobre a economia e que a empresa pode precisar cortar funcionários em cerca de 10%. Para Moya, Wall Street não está acostumada a ouvir CEOs que são diretos, então o aviso de Musk tem muito peso. Se a Tesla está preocupada com suas perspectivas, isso significa que os outros grandes fabricantes de automóveis estão com problemas maiores, avalia. Ainda assim, o analista acredita que a Tesla continuará sendo uma compra para muitos em Wall Street, pois ainda é o rei dos elétricos, os preços da energia não cairão tão cedo e uma divisão de ações provavelmente está chegando para pequenos acionistas. Hoje, as ações da empresa recuaram 9,22%. Enquanto isso, o Dow Jones teve queda de 1,05%, a 32.899,70 pontos, o S&P 500 caiu 1,63%, a 4.108,54 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 2,47%, a 12.012,73 pontos. Na Europa, com os mercados no Reino Unido fechados por feriado, a maioria das bolsas teve queda, como o FTSE MIB, que caiu 1,06% em Milão.

No câmbio, a Western Union avalia que o dólar subiu depois que um sólido relatório de emprego nos EUA parou de reforçar o argumento para o Fed reduzir os aumentos agressivos das taxas no final deste ano. De acordo com a análise, para o dólar, contratações sólidas podem manter a faixa da moeda limitada, mantendo-se abaixo das altas recentes, mas acima das baixas recentes. Ao fim da tarde, o euro caía a US$ 1,0723 e a libra recuava a US$ 1,2497, e o DXY, que mede o dólar ante seis rivais, subiu 0,32.

O avanço do dólar limitou os ganhos do petróleo, em dia no qual a União Europeia formalizou a adoção do sexto pacote de sanções contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia, com o gradual embargo a importações de petróleo do país. As autoridades do bloco dizem que a redução deve ser de 90% até o fim deste ano. Além disso, o Swissquote afirma que operadores desconfiavam do anúncio de ontem da Organização dos Países Exportadores Petróleo (Opep+) sobre elevação na oferta, devido a dificuldades na capacidade de operação de alguns países. O banco nota, porém, que no mês passado o grupo conseguiu bater sua meta e diz que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos podem produzir mais. O WTI para julho fechou em alta de 1,71% (US$ 2,00), a US$ 118,87, e o Brent para agosto subiu 1,79% (US$ 2,11), a US$ 119,72. (Matheus Andrade - [email protected])

Volta

BOLSA

O Ibovespa encerrou a semana acumulando perda de 0,75% no intervalo, vindo de ganhos nas três anteriores, com destaque para o avanço de 3,18% na semana passada. Hoje, em sessão também negativa nos mercados da Europa e de Nova York, fechou em baixa de 1,15%, aos 111.102,32 pontos, entre mínima de 110.935,15 e máxima de 112.391,83, da abertura, após ter encerrado ontem no maior nível desde 20 de abril. Nestas três primeiras sessões de junho, teve perda de 0,22%, mostrando ganho no ano de 5,99%. Enfraquecido, o giro desta sexta-feira foi de R$ 21,1 bilhões.

“Em sexta-feira com feriados na China, em Hong Kong e no Reino Unido houve menor liquidez global, numa semana que parecia a caminho de ganhos, aqui como em Nova York, até o dia de hoje. Sexta é o dia de não 'fazer bobagem', um dia que costuma ser de maior acomodação mesmo”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, após uma quinta-feira em que o avanço do setor de tecnologia havia contribuído para as bolsas, aqui e fora.

Virada a página da quinta-feira, “houve hoje em Nova York um movimento bem pesado nas ações de techs, puxado pelas da Tesla e que se estendia a outros grandes nomes do setor, como Apple, Meta, Alphabet, Microsoft - e com avanço na curva de juros nesta sexta [uma combinação típica de aversão a risco]. Depois do payroll de maio, divulgado pela manhã, parte do mercado reavalia a possibilidade de um aumento mais forte nos juros [americanos]”, diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos, referindo-se à chance de o BC dos Estados Unidos recolocar sobre a mesa aumento de 0,75 ponto porcentual na taxa de juros de referência, acima, portanto, do meio ponto já precificado pelo mercado.

"O Ibovespa acompanhou o dia ruim no exterior, mas, no Brasil, os ruídos políticos sobre a possibilidade de crédito extraordinário para subsidiar o diesel contribuem para a queda do mercado", acrescenta Oliveira, mencionando estratagemas em discussão no Planalto, como a possibilidade de adoção de situação de calamidade.

Hoje, a leitura sobre a geração de vagas no mercado de trabalho dos Estados Unidos em maio - acima do esperado, mas com revisão significativa do resultado anterior - reforçou as dúvidas sobre o grau de ajuste necessário à política monetária americana, ante a inflação. Uma leitura menor do payroll de maio ajudaria a tirar parte da pressão sobre o Federal Reserve, no momento em que o mercado de trabalho americano tem se mostrado mais apertado, situação em que a renda salarial tende a responder, em algum momento, a uma dificuldade maior para o preenchimento de vagas disponíveis.

“O último relatório de emprego mostrou um crescimento mais lento do emprego e uma inflação potencialmente mais branda, mas ainda mantém a porta aberta para o Fed continuar com sua campanha de alta das taxas [de juros] muito além do verão [no hemisfério norte]”, observa em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York. Ele acrescenta que “a moderação do crescimento econômico está acontecendo, mas não rápido o suficiente para sinalizar uma mudança de rumo pelo Fed”. “O consumidor pode estar perdendo a batalha contra a inflação, mas os gastos não vão se enfraquecer tão rapidamente”, aponta o analista.

Por outro lado, a recente reabertura da economia na China tem contribuído para a recuperação das commodities, em especial minério de ferro e petróleo, aos quais a B3 têm exposição. Assim, os ganhos recentes em Vale e siderurgia deram lugar hoje a uma correção moderada, em dia negativo para os setores e ações de maior peso e liquidez, à exceção de Petrobras (ON +2,55%, PN +1,75%), que vinha perdendo a carona proporcionada pelo Brent nos últimos dias, movimento que levou os contratos do barril para agosto a serem negociados acima de US$ 120 na máxima desta sexta-feira.

Na semana, Petrobras ON e PN acumularam, respectivamente, leve avanço de 0,06% e perda de 1,05%, enquanto Vale ON avançou 3,20% no mesmo intervalo. Na ponta do Ibovespa na sessão desta sexta-feira, destaque para Natura (+2,75%), à frente das duas ações de Petrobras. No lado contrário, Méliuz (-6,74%), Americanas ON (-5,83%), Yduqs (-5,59%) e Magazine Luiza (-5,53%). As perdas entre os grandes bancos chegaram hoje a 1,39% (BB ON) e entre as siderúrgicas a 1,52% (Usiminas PNA). Destaque também para queda de 3,16% em Eletrobras ON e de 2,23% para Eletrobras PNB. Vale ON caiu hoje 1,60%.

A expectativa de alta para o Ibovespa no curto prazo desacelerou no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, mas continua sendo majoritária. Entre os participantes, 60,00% disseram que a próxima semana deve ser de ganho para a Bolsa, ante 64,29% na pesquisa anterior. Os que esperam estabilidade são 26,67% e queda, 13,33%. No último Termômetro, 21,43% e 14,29% viam variação neutra e baixa para as ações na atual semana, respectivamente. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 111102.32 -1.14828

Máxima 112391.83 -0.00

Mínima 110935.15 -1.30

Volume (R$ Bilhões) 2.10B

Volume (US$ Bilhões) 4.39B

17:32

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111645 -1.0897

Máxima 112375 -0.44

Mínima 111235 -1.45

CÂMBIO

Apesar do sinal predominante de alta da moeda americana no exterior, na esteira de dados fortes de geração de emprego nos Estados Unidos, o dólar apresentou bastante instabilidade no mercado doméstico de câmbio na sessão desta sexta-feira (3). Segundo operadores, entrada de fluxo estrangeiro (comercial e financeiro) e desmonte parcial de posições defensivas no mercado futuro, em meio à redução dos temores de que o governo opte por decretar estado de calamidade, serviram de contrapeso à aversão ao risco.

Com trocas de sinal ao longo do dia, a divisa chegou a correr até a máxima de R$ 4,8320 pela manhã. A mínima, a R$ 4,7762, veio já na reta final da sessão. No fim do dia, o dólar à vista era cotado a R$ 4,7787, em baixa de 0,20%. A moeda fecha a semana valorização bem modesta, de 0,85%, interrompendo uma sequência de três semanas de queda expressiva, quando desceu do patamar de R$ 5,05 para operar ao redor de R$ 4,80.

Segundo apuração do Broadcast, o ministro Paulo Guedes prometeu, ao presidente Jair Bolsonaro, em reunião ontem à noite, que apresentará uma solução para amenizar a alta dos preços de combustíveis na tentativa de evitar a decretação de estado de calamidade do País - medida aventada pela ala política do governo e que abriria espaço para subsídio aos combustíveis e aumento do Auxílio Brasil.

A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, observa que provável fluxo de recursos para o País hoje, em meio a ambiente positivo para commodities com a reabertura da China, tirou pressão sobre a taxa de câmbio. "As moedas emergentes e o real ainda devem se beneficiar pela perspectiva de que a China possa contribuir para melhora do crescimento mundial. Existe uma aparente entrada de fluxo que contribuiu para a queda do dólar hoje", afirma.

Lá fora, o dólar subiu em relação seus pares, especialmente o iene e a libra esterlina, com o índice DXY voltando a ser negociado acima da linha dos 102 pontos. A moeda americana também avançou frente à ampla maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities, mas com ganhos bem modestos. O real, que vinha apanhando mais que seus pares nos últimos dias, hoje apresentou o melhor desempenho. Além da moeda brasileira, o peso chileno também se apreciou ante o dólar.

A semana foi dominada pelos debates em torno do ritmo de ajuste da política monetária americana, em meio a dados de atividade e à divulgação hoje pela manhã do relatório de emprego (payroll) nos EUA em maio. Foram criadas 390 mil vagas no mês passado, acima das expectativas (328 mil). A taxa de desemprego ficou estável em 3,6%. Já o salário médio por hora avançou 0,3% em relação a abril, ligeiramente abaixo da previsão (+0,4%), amenizando em parte as pressões geradas pela geração de empregos.

"O relatório de emprego mostra que a atividade americana está forte. Existe um temor grande de como o mercado pode reagir a esse choque de redução de estímulos nos Estados Unidos, que não tem precedente histórico", afirma o economista Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos.

Começa a perder força a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), adote uma pausa no processo de elevação de juros em setembro, após ter promovido duas altas consecutivas da taxa básica em 50 pontos-base (em junho e julho). O prolongamento da guerra na Ucrânia, que completou 100 dias, e as sanções ao óleo russo pela União Europeia mantêm os preços do petróleo em ascensão, o que aumenta os riscos inflacionários globais. O petróleo para agosto tipo Brent, referência para Petrobras, fechou em alta de 1,79%, a US$ 119,72 o barril, tendo ultrapassado a marca de US$ 120 ao longo do pregão.

Após a vice-presidente do BC americano, Lael Brainard, dizer ontem que considera "improvável uma pausa no processo de ajuste monetário", a presidente do Fed de Cleveland, Loreta Mester, afirmou hoje que poderá haver "facilmente" um aumento de 50 pontos-base da taxa básica americana em setembro. "Preciso de evidências robustas para ter certeza de que a inflação atingiu o pico", disse Mester, que julga apropriado elevar os juro em 0,50 ponto em cada uma das duas próximas reuniões do Fed.

"A criação de empregos foi impressionante. E houve ganhos salariais. São sinais de que o mercado de trabalho americano continua forte. A inflação está pressionada e o mercado pode precificar um prolongamento da alta dos juros americanos", diz o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, que não acredita, porém, que o Fed será muito agressivo no ajuste da política monetária. (Antonio Perez - [email protected])

17:32

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.77870 -0.2047 4.83200 4.77620

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4819.000 -0.39272 4870.000 4813.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4868.693 23/03    

JUROS

Os juros futuros fecharam a sexta-feira em leve baixa, corrigindo parcialmente as altas das últimas sessões, principalmente na ponta longa, que vinha subindo mais. O sinal de queda foi definido à tarde, depois que o mercado absorveu o choque com o relatório de emprego nos Estados Unidos, que pressionou a curva dos Treasuries e também as commodities. O risco fiscal continuou no radar, mas o surgimento de alternativas a uma possível decretação do estado de calamidade, que poderia abrir a torneira dos gastos em ano eleitoral, traz algum alento aos investidores. Para evitar a medida, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu ontem ao presidente Jair Bolsonaro apresentar uma solução para a questão dos combustíveis.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a etapa regular em 13,425%, de 13,440% no ajuste de ontem, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,046% para 13,025%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,435%, de 12,455% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 12,31%, de 12,355% ontem. No balanço da semana, pelos DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2024, a curva ganhou 15 pontos-base em inclinação.

A sexta-feira foi de alguma volatilidade no mercado de juros. Pela manhã, oscilaram majoritariamente com sinal moderado de alta, em meio à reação negativa dos ativos globais ao relatório de emprego americano, que trouxe criação de vagas (390 mil) acima do esperado (328 mil) em maio, alta nos salários e manutenção da taxa de desemprego em 3,6%.

"A ocorrência de mais um resultado acima das expectativas no caso do payroll e a manutenção do baixo nível de desemprego reforçam a possibilidade de um aperto monetário mais rígido por parte do Fed, porque a tendência é que ocorra a manutenção das pressões por parte da demanda, principal vetor de inflação do país no período", avalia a CM Capital.

Os juros dos Treasuries subiram, com a taxa da T-Note de dez anos tocando 2,98%, mas à tarde desacelerou a 2,94%, ajudando a encorajar uma correção em baixa na curva local, a despeito da manutenção firme do avanço nos preços do petróleo, que estão mais perto dos US$ 120.

O estrategista-chefe de renda fixa da Necton Investimentos, Felipe Beckel, atribui a virada das taxas a um ajuste técnico, com investidores trocando posições em NTN-B por prefixados. Segundo Beckel, as implícitas subiram muito nas últimas semanas com o fluxo negativo de notícias para Brasil e avanço nos preços do petróleo, enquanto no DI a curva está próxima das máximas do ano. Com a maioria das implícitas rodando a 6,5% e a curva do DI invertida, ele vê certa disfuncionalidade, o que naturalmente puxa um ajuste. "Quando tem certa irracionalidade em precificação, é natural que tenha uma virada e, neste sentido, o câmbio também favorece a desmontagem de posições, explicou.

O cenário fiscal de curto prazo segue preocupante, mas ao menos hoje não piorou. Patricia Pereira, gestora de renda fixa da MAG Investimentos, viu algum alento no noticiário relacionado à possibilidade de adoção do estado de calamidade, que liberaria gastos fiscais no ano eleitoral, com a sinalização de Guedes para Bolsonaro, mas acredita que o assunto voltará a tona em algum momento.

A chance de aprovar a tempo uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para abrir caminho a medidas de combate à alta no preço dos combustíveis, como alternativa à calamidade e proposta por aliados do governo, na visão da gestora, é pequena. "É certo que Lira (presidente da Câmara, Arthur Lira) está correndo com a pauta no primeiro semestre, mas acredito que não dará tempo de aprovar a PEC antes do recesso", disse, lembrando que no segundo semestre os parlamentares vão se dedicar ao processo eleitoral.

Por fim, no radar dos investidores e com possível influência na melhora da curva, estiveram as reuniões de diretores do Banco Central com grandes instituições do mercado financeiro, sem acesso da imprensa, ao longo desta sexta-feira. (Denise Abarca - [email protected])

17:31

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 12.95

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 12.65

Over Selic (%a.a) 12.65

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