A semana terminou com fôlego adicional à tomada de risco na cena externa, o que impulsionou os preços dos ativos domésticos - mesmo que em menor grau. A sexta-feira foi marcada pela divulgação, nos Estados Unidos, da pesquisa que traz o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), redutor do PIB americano e número acompanhado no detalhe pelos dirigentes do Federal Reserve. Embora permaneça em nível historicamente alto, o dado do núcleo inflacionário referente a abril veio em linha com o esperado, o que, na prática, reforça o entendimento consensual do Fed de que não será necessário ser ainda mais 'hawkish' no processo de ajuste monetário. E esse não foi o único ponto de reforço da mensagem do BC americano. O levantamento, elaborado pelo Departamento de Comércio, trouxe a informação de que os gastos com consumo subiram, na margem, 0,9%, acima dos 0,7% estimados pelo mercado - afastando-se, por ora, o temor de uma estagnação econômica derivada da retirada de estímulos monetários e fiscais à economia. Essa interpretação levou o investidor a mais uma sessão de compras em busca de pechinchas, o que garantiu aos índices das bolsas de Nova York o primeiro ganho semanal em dois meses. O Dow Jones subiu 1,76% na sessão e 6,24% na semana; o S&P 500 avançou 2,47% e 6,58%, respectivamente; e o Nasdaq avançou 3,33% e 6,84%. Embalado pelo otimismo externo, o real teve a terceira sessão seguida de valorização ante o dólar e acumulou, na semana, alta de 2,79%. A moeda americana à vista encerrou o dia a R$ 4,7382 (-0,49%), terminando abaixo do nível psicológico de R$ 4,75. A baixa do câmbio até ajudou a tirar prêmio da curva de juros de forma mais substancial, mas as taxas dos DIs terminaram a semana perto do ajuste de ontem e da sexta-feira passada. Esse mercado, aliás, teve a semana marcada tanto por pressões de alta para a inflação (IPCA-15 acima do consenso) quanto pelas de baixa (aprovação do teto do ICMS a energia e combustível). Na Bolsa brasileira, o dia foi de fôlego contido. Depois de se firmar no azul no meio da tarde, o Ibovespa acabou em alta suave, aos 111.941,68 pontos (+0,05%). A despeito da subida de Vale (ON +1,74%) e bancos (Bradesco ON +0,72% e Itaú Unibanco PN +0,54%), o índice sentiu o peso da queda forte da Petrobras (ON -4,17% e PN -4,76%), em meio às dúvidas quanto à troca de comando da petroleira estatal. Mas, na semana, o Ibovespa subiu forte (+3,18%).
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•CÂMBIO
•BOLSA
•JUROS
MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York fecharam em alta, em um cenário de menor temor pelo risco de uma recessão nos EUA e com as pressões inflacionárias parcialmente amenizadas por dados positivos da economia americana. As perspectivas para uma alta de juros pelo Federal Reserve (Fed) de 50 pontos base nas duas próximas reuniões seguem sendo consolidadas, e investidores operam levando em conta tais elevações. Com este quadro, os rendimentos dos Treasuries recuaram, e o dólar teve mais uma queda ante a maioria das moedas. Já o petróleo teve alta, antes de uma semana que contará com decisões importantes para os preços da commodity. Além disso, o Conselho Europeu irá se reunir, e o embargo às importações de petróleo da Rússia será um dos grandes temas do encontro. Enquanto isso, os vencimentos das dívidas de Moscou seguem observadas com atenção, e o governo sinalizou hoje que continuará a pagar os débitos em rublos.
Para o Julius Baer, o S&P 500 não precifica um quadro de recessão nos Estados Unidos. Segundo o banco, o índice precisaria cair mais 15% a 20% para indicar expectativa por esse cenário. "O índice mantém a precificação de um cenário de bull market", ressalta. A instituição entende que os riscos sistêmicos permanecem limitados, com os setores privados de EUA e Europa sem exibir os desequilíbrios estruturais que são comuns em períodos imediatamente anteriores a recessões. O Julius Baer especula que uma eventual queda sustentada dos preços de petróleo poderia promover um alívio nas pressões sobre o custo de vida e permitir que o Fed pause o aperto monetário. "Caso esse cenário ocorra, um pouso permanece possível", destaca. Depois de dois meses de quedas semanais acumuladas, os principais índices acionários de Nova York registraram fortes ganhos com relação à última sexta-feira. Hoje, o Dow Jones subiu 1,76%, a 33.212,96 pontos, o S&P 500 avançou 2,47%, a 4.158,24 pontos e o Nasdaq teve ganho de 3,33%, a 12.131,13 pontos. Na semana, houve altas de 6,24%, 6,58% e 6,84%, respectivamente. Na Europa, a maioria dos principais índices também avançou, como o DAX, que avançou 1,62% em Frankfurt e o CAC 40, que subiu 1,64% em Paris.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) americano - medida de inflação preferida do Fed - subiu 0,2% em abril ante março. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no período, vindo em linha com as expectativas de analistas. Na comparação anual, o PCE subiu 6,3% em abril e seu núcleo aumentou 4,9%. As apostas majoritárias para aumento dos juros básicos pelo Fed seguiram em 50 pontos-base em cada uma das reuniões monetárias em junho e julho, mostra ferramenta de monitoramento do CME Group. Para a reunião de junho, as apostas são de 92,5% de probabilidade de alta de 50 pontos-base, seguida por 7,5% de 75 pontos-base. Levando em conta tal cenário, ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos recuava a 2,468% e o da T-note de 10 anos tinha baixa a 2,745%.
No câmbio, a Western Union avalia que dados mais brandos dos EUA colocaram uma pressão no dólar, dando origem à visão de que o Fed poderia adotar um ritmo mais lento de aumentos das taxas de juros ainda este ano. Embora as perspectivas para a política do Fed estejam começando a parecer um pouco menos agressivas, seu homólogo europeu, o Banco Central Europeu (BCE), telegrafou uma orientação mais agressiva, dada a inflação recorde, avalia. Hoje, a duas moedas ficaram perto da estabilidade entre si, e, ao fim da tarde, o euro se valorizava a US$ 1,0731. Já a libra subia a US$ 1,2627. O DXY, que mede o dólar ante seis rivais, teve queda de 0,16%.
O petróleo avançou observando riscos para a oferta, e o TD Securities aponta um "maior risco de fornecimento" na Opep+, uma vez que o cartel tem produzido abaixo de suas cotas, "após uma década de sub-investimento que aumentou os riscos operacionais na África Ocidental". Em comunicado hoje, o G7 instou produtores, incluindo a Opep, a agir "de maneira responsável" na resposta ao aperto no mercado global de commodities. O WTI com entrega para julho avançou 0,86% (US$ 0,98) hoje e 4,34% na semana, a US$ 115,07, enquanto do Brent para o mês seguinte teve alta de 1,22% (US$ 1,39) nesta sexta e de 4,73% nos últimos sete dias, a US$ 115,56.
Enquanto sanções ao petróleo russo não são definidas pela UE, as dívidas do país são destaque. A Rússia continuará pagando suas obrigações estatais de Eurobonds em rublos e defenderá seu papel de tomador confiável por todos os meios possíveis, disse o ministro das Finanças, Anton Siluanov, nesta sexta-feira, segundo a US News. O Depositário Nacional de Liquidação (NSD, na sigla em inglês) da Rússia pagou juros em moeda estrangeira de dois Eurobonds nesta sexta-feira, disse um representante do NSD à Reuters. (Matheus Andrade - [email protected])
CÂMBIO
O dólar à vista emendou nesta sexta-feira (27) o terceiro pregão consecutivo de queda, rompeu o piso de R$ 4,75 e encerrou a semana, marcada por retorno mais forte do apetite ao risco no exterior, com desvalorização de 2,79%. Uma vez mais, o mercado doméstico de câmbio acompanhou a onda de enfraquecimento global da moeda americana, sobretudo em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities.
À medida que se cristaliza a percepção de que o Federal Reserve será comedido no ajuste da política monetária, investidores voltam as Bolsas atrás de pechinchas e reduzem posições em dólar aqui e no exterior. Esse movimento começou com a ata do Fed, na quarta-feira, continuou ontem a divulgação da segunda leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre e foi reforçado hoje com dados de inflação e gastos ao consumo americano em abril.
O mercado parece operar a redução dos temores de uma forte desaceleração da atividade nos EUA com níveis ainda elevados de inflação, a "estagflação". A busca ao risco é amparada pela percepção de que, a despeito do aperto das condições financeiras, a economia americana vai experimentar um pouso suave. Há apostas de que o Fed poderá promover mais duas altas de 50 pontos-base na taxa básica e, em seguida, adotar uma pausa para acompanhar os indicadores econômicos.
"O PIB dos EUA abaixo da esperado e a inflação um pouco menos pressionada corroboraram essa visão do mercado de que o Fed não vai ter que subir tanto os juros", afirma o sócio e fundador da W1 Capital Caio Tonet, ressaltando que havia um espaço para um movimento de recuperação dos ativos de risco, uma vez que as bolsas em Nova York vinham de sete semanas seguidas de baixa e o dólar havia se fortalecido muito no exterior.
Afora uma alta pontual pela manhã, atribuída por operadores a movimentos de ajustes e realização de lucros, o dólar à vista trabalhou em queda ao longo de toda a sessão. As mínimas vieram no início da tarde, em sintonia com o exterior, quando a moeda tocou o piso de R$ 4,7156. No fim do dia, o dólar recuava 0,49%, cotado a R$ 4,7382. Com isso, a moeda fecha esta semana com baixa de 2,79%, após ter perdido 3,63% na semana passada. Em maio, o dólar acumula desvalorização de 4,14%. No ano, perde 15,02%.
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em queda, embora comedida, praticamente ao longo de todo o pregão e era negociado, quando o mercado local fechou, aos 101,662 pontos, em baixa de 0,16%. O dólar caia também em comparação com a maioria das divisas emergentes, incluindo pares do real como o peso mexicano e o rand sul-africano
O índice de preços de gastos com consumo nos EUA (PCE), medida de inflação preferida pelo Fed, subiu 6,3% em abril na comparação anual, após alta de 6,6% em maio. A renda pessoal americana cresceu 0,4% em abril, pouco abaixo do esperado (0,5%). Já os gastos com consumo subiram 0,9% no mesmo intervalo, superando expectativas (+0,7%). Além disso, os gastos com consumo em março foram revisados de alta de 1,1% para 1,4%
"Os últimos dados apoiam a visão de um Fed mais 'dovish', o que faz com que todas as moedas emergentes se recuperem em relação ao dólar", diz o economista Homero Guizzo, da Terra Investimentos. "O fato de o Brasil ter saído na frente no ciclo de ajuste da política monetária e ter uma taxa de juros mais elevada ajuda ainda mais o real em momentos de maior apetite ao risco".
Para Tonet, da W1 Capital, a queda do dólar nesta semana não pode ser vista como uma tendência. Ele pondera que a inflação americana ainda está em níveis muito elevados e que há dúvidas se o Fed conseguirá domá-la sem levar a uma desaceleração mais forte da atividade. "Essa história da estagflação ainda vai ser muita falada. As incertezas são grandes. Temos também a guerra na Ucrânia e esse abre e fecha da China. Não dá para saber se esse movimento de queda do dólar vai se estender", afirma Tonet, acrescentando que, do ponto de vista doméstico, em algum momento as eleições presidenciais tendem a exacerbar a volatilidade.
Operadores relataram que o resultado de pesquisa Datafolha divulgada ontem à noite, que mostra chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer na no primeiro turno, não teve impacto relevante na formação da taxa de câmbio. Segundo o levantamento do Datafolha, se a eleição fosse hoje, Lula venceria com 54% dos votos válidos, contra 30% do presidente Jair Bolsonaro. (Antonio Perez - [email protected])
17:28
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.73820 -0.4873 4.78080 4.71560
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4743.000 -0.53476 4783.500 4717.500
DOLAR COMERCIAL 4787.000 -0.56086 4827.000 4762.000
BOLSA
Embora retardatário em relação a Nova York na sessão e também na semana, o Ibovespa acumulou ganho de 3,18% no intervalo, após avanços de 1,46% e de 1,70% nas duas semanas anteriores. Hoje, após alguma indecisão, conseguiu se firmar em alta e acima dos 112 mil pontos no meio da tarde, mas fechou o dia pouco acima da estabilidade (+0,05%), aos 111.941,68 pontos, entre mínima de 111.558,24 e máxima de 112.440,80 pontos, saindo de abertura aos 111.889,88. Faltando apenas duas sessões para o encerramento do mês, avança agora 3,77% em maio, colocando a alta do ano a 6,79%. O giro de hoje foi de apenas R$ 24,1 bilhões.
Em dia de dólar em baixa - a R$ 4,73 no fechamento do spot -, de avanço para o Brent, de apetite por risco e firmes ganhos para os índices acionários no exterior, o comportamento das ações de Petrobras destoou, com a ON em queda de 4,17% e a PN, de 4,76% no fechamento. A transferência de comando na estatal ainda traz incerteza sobre os preços dos combustíveis, em momento no qual a pressão política sobre a empresa se estende ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que defendeu que o governo, acionista majoritário, venda ações ou privatize a companhia, na medida em que não consegue exercer controle na estatal.
O reforço da pressão política sobre os rumos da Petrobras vem no momento em que nova pesquisa Datafolha, da noite de ontem, sinaliza possibilidade de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno. Inflação e dificuldades econômicas são vistas como os principais indutores do crescimento do polo opositor ao governo, e domínio da narrativa sobre os preços é fundamental para que o Planalto, ante rejeição especialmente entre os mais pobres, leve o jogo ao menos para o segundo turno.
“O dólar caiu na semana aproximadamente 3%, com algum alívio sobre o ritmo de alta de juros pelo Fed, que pode ficar em três aumentos até o fim do ano. Aqui, a redução do ICMS na Câmara, embora ruim para a arrecadação de estados e municípios, tende a aliviar a inflação, pelo efeito sobre transportes e fretes, entre outros segmentos. Mas há também preocupação agora quanto a falta, possivelmente pontual e restrita a certas regiões, de diesel no segundo semestre, o que teria, por outro lado, impacto de alta sobre os preços”, diz Rodrigo Simões, professor da FAC-SP, especialista em economia e finanças.
Apesar do desempenho negativo de Petrobras na sessão, o avanço de Vale (ON +1,74%), assim como da maioria das siderúrgicas (CSN ON +3,10%, Gerdau PN +1,24%) e dos bancos (Unit do Santander +1,02%, Itaú PN +0,54%. Bradesco PN +1,43%), à exceção de BB (ON -1,09%), manteve o Ibovespa acima da linha d´água em boa parte desta sexta-feira, inclinando-o moderadamente ao positivo no fechamento. Embora bem leve, foi a segunda alta consecutiva, em série sem perdas que retroage a 19 de maio, o correspondente a sete sessões - anteontem o Ibovespa teve o pior desempenho da sequência, ao fechar sem variação.
“Petrobras está em situação delicada, essas mudanças de presidente trazem incerteza muito grande. O mercado mundial de diesel está muito apertado, com redirecionamento de produção para a Europa, em meio aos problemas [guerra] por lá. Há um temor considerável de que possa faltar diesel no Brasil no segundo semestre”, observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Ante a incerteza, a forte valorização acumulada até aqui pelas ações da Petrobras em maio (ON +11,32%, PN +12,38%), e também no ano (na casa de 30% a 31% para ambas), induz os investidores a "colocar lucro no bolso" no encerramento de semana que antecede o feriado de Memorial Day nos Estados Unidos, aponta Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos. "A Petrobras se valorizou bem e hoje há uma diminuição de exposição, com o investidor embolsando os lucros para não passar o final de semana posicionado", acrescenta.
Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para BRF (+4,82%), Minerva (+4,40%) e CSN (+3,10%). No lado oposto, Yduqs (-4,49%), junto das ações PN (-4,76%) e ON (-4,17%) da Petrobras.
O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira trouxe poucas mudanças nas expectativas do mercado para o desempenho das ações no curtíssimo prazo, com leve aumento do otimismo. Entre os participantes, a maioria de 64,29% acredita que a próxima semana será de ganhos para o Ibovespa, contra 21,43% que preveem estabilidade e 14,29%, queda. No levantamento anterior, 60,00% esperavam valorização do índice na atual semana; 26,67%, variação neutra; e 13,33%, baixa. (Luís Eduardo Leal - [email protected]; com Amélia Alves)
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 111941.68 0.0463
Máxima 112440.80 +0.49
Mínima 111558.24 -0.30
Volume (R$ Bilhões) 2.40B
Volume (US$ Bilhões) 5.08B
17:28
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 112510 -0.0888
Máxima 113070 +0.41
Mínima 111980 -0.56
JUROS
Os juros futuros fecharam a sessão perto da estabilidade, em dia de agenda e noticiários esvaziados no Brasil. Chegaram até embalar um movimento de baixa entre o fim da manhã e o meio da tarde, durante os melhores momentos de Wall Street e de mínimas do dólar, mas na última hora de negócios zeraram a queda e voltaram aos ajustes de ontem. Do mesmo modo, os níveis de inclinação pouco se alteraram no balanço da semana, que foi marcada pela ata do Federal Reserve, pelo IPCA-15 de maio acima do consenso e aprovação do projeto que fixa limite de 17% para a cobrança de ICMS de energia, combustíveis, telecomunicações e transportes, na Câmara.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,33%, de 13,35% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 passou de 12,80% para 12,795%. O DI para janeiro de 2025 teve uma alta moderada, definida no momento dos ajustes, encerrando com taxa de 12,13%, de 12,079%. A do DI para janeiro de 2027 terminou em 11,93%, de 11,909%.
A falta de um vetor mais forte para as operações foi percebida no volume de contratos, bem abaixo do padrão dos últimos 30 dias. Na próxima segunda-feira, é feriado nos Estados Unidos (Memorial Day) e os mercados estarão fechados em Wall Street, o que pode também ter pesado por aqui. O diferencial entre os vencimentos de janeiro de 2027 e janeiro de 2024 saiu de -93 pontos na sexta-feira passada para -87 pontos hoje.
O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, lembra que, além da agenda local sem destaques, os dados nos Estados Unidos hoje vieram relativamente dentro do esperado, endossando a mensagem da ata do Federal Reserve. "O Fed não parece estar convencido da necessidade de levar o juro para acima do neutro", comentou. Foram divulgados pela manhã os dados de renda e gastos com consumo, e do índice de preços (PCE, em inglês), cujo núcleo ficou em linha com o esperado.
No Banco Original, os economistas Marco Caruso e Eduardo Vilarim destacam, na avaliação da semana, a redução no juro futuro nos EUA, que abriu espaço para alívio interessante nos prêmios da ponta longa da curva local. "A Treasury de 10 anos, por exemplo, abriu o mês próxima a 3,00% e flerta com o 2,70% hoje", afirmam. Segundo os profissionais, o recuo vem essencialmente da inflação implícita na curva, que cede em todos os vértices até o vencimento de 30 anos. "O movimento fica mais interessante se considerarmos que a maioria das commodities acumulam alta em maio, com exceção das metálicas", dizem.
Na ponta curta do DI, a dinâmica deve ficar limitada enquanto não houver novidades sobre o fim do ciclo de aperto da Selic. "A curva já tem uma precificação agressiva de que o BC não vai conseguir encerrar em junho, então a parte curta fica engessada", afirma Rostagno. Segundo ele, a precificação está bem ajustada para alta de 50 pontos no Copom de junho, enquanto para o Copom de agosto a curva projeta 32 pontos-base e 8 pontos em setembro, com Selic terminal de 13,64%.
Na próxima semana, além da agenda de indicadores que tem como destaques no Brasil o PIB do primeiro trimestre e o relatório de emprego nos Estados Unidos, o mercado acompanhará com atenção a evolução do noticiário em torno do projeto de ICMS, aprovado na Câmara esta semana. Ainda não há data definida para a apreciação do Senado, porque o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quer construir um consenso junto aos governadores antes de votar.
O mercado tem dedicado grande atenção ao assunto, pelo potencial desinflacionário em torno de 1,5 ponto na inflação deste ano, nos cálculos do mercado, e que já provocou grande desmonte de posições tomadas em inflação implícita. Nota técnica elaboradora pela Superintendência de Competição da Anatel estima que o projeto deve ajudar a reduzir as contas de celular, banda larga e TV por assinatura em 11%. (Denise Abarca - [email protected])
17:28
Operação Último
CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 12.87
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 12.65
Over Selic (%a.a) 12.65