CHINA LEVA DÓLAR A R$ 4,87 E BOLSA A AVANÇO SEMANAL, APESAR DE VOLATILIDADE DE NY

Blog, Cenário

O corte do juro de longo prazo na China foi o vetor diário que coroou a semana de avanço das cotações do real e da Bolsa brasileira. A perspectiva de que a medida apoie o crescimento chinês, debilitado pelas medidas de restrição contra a covid-19, impulsionou mundo afora as cotações de commodities minerais e energéticas, ajudando assim ativos de países exportadores de matérias-primas. Desta forma, o dólar apresentou queda firme ante moedas de países emergentes. Contra o real, foi uma baixa diária de 0,87%, com a divisa americana à vista terminando o dia a R$ 4,8740, o menor valor desde 22 de abril. Na semana, a desvalorização foi de 3,63%. Na Bolsa, por sua vez, a alta semanal foi de 1,46%, a segunda consecutiva. O índice subiu aos 108.487,88 pontos no fechamento (+1,39%), com apoio de Vale ON (+1,77%), Petrobras (ON +1,40% e PN +1,93%) e bancos (BB ON +3,64%, Bradesco ON +1,94%). O mercado doméstico de ações só não teve performance melhor hoje porque o sinal de Nova York era de baixa. Por lá, durante a sessão, o S&P 500 chegou a entrar em 'bear market'. O otimismo com o potencial crescimento chinês encontrou barreira na reprecificação de ativos de risco à medida que se avança o processo de ajuste monetário do Federal Reserve. Mas como os tempos são de muita volatilidade, o S&P (+0,01%) e Dow Jones (+0,03%) acabaram terminando no azul. O Nasdaq cedeu 0,30%. Na semana, os índices ainda computaram perdas fortes, de, respectivamente, 3,05%, 2,90% e 3,82%. A baixa das ações em boa parte da sessão provocou uma corrida para a segurança dos Treasuries, desinclinando a curva de rendimentos, a despeito da perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos. Esse processo causou na renda fixa brasileira igual movimento. Adicionalmente, a queima de prêmios dos DIs têm apoio do câmbio e da perspectiva de desinflação caso prospere o projeto de lei para reduzir o ICMS de energia, combustíveis, comunicações e transporte público. A medida deve ser votada na semana que vem na Câmara dos Deputados.

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•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

CÂMBIO

O anúncio de estímulos monetários na China, que dá novo alento às perspectivas para os preços das commodities, fez com que o real e seus pares emergentes se livrassem da onda global de aversão ao risco detonada por temores de recessão nos EUA. Apesar da alta da moeda americana frente a divisas fortes e do tombo das taxas dos Treasuries, principal sintoma do movimento de "fuga para qualidade", o dólar se manteve em baixa por aqui. Operadores voltaram a relatar entrada de capital externo para a bolsa doméstica, com investidores em busca ativos ligados a commodities, e desmonte de posições defensivas no mercado futuro.

Afora uma alta pontual na primeira hora de negócios, o dólar trabalhou em baixa firme durante todo o pregão e renovou mínimas no início da tarde, descendo até R$ 4,8540 (-1,28%). Com a piora do sentimento externo, diminuiu parte das perdas e terminou a sessão em queda de 0,87%, a R$ 4,8740 - abaixo de R$ 4,90 desde 25 de abril e no menor nível desde o dia 22. A divisa encerra a semana com perdas 3,63% e passa a acumular desvalorização de 1,39% em maio. No ano, a baixa é de 12,59%.

O mercado já abriu assimilando a decisão, ontem à noite, do Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) de cortar a taxa de referencia para empréstimos de longo prazo de 4,60% para 4,45%. Já a taxa de empréstimos de um ano permaneceu em 3,70%. Autoridades chinesas tentam evitar a desaceleração da economia e um tombo agudo do setor imobiliário, em meio a restrições impostas pela política de 'covid zero'. Em Cingapura, o minério de ferro com entrega para junho fechou em alta de 5,96%, a US$ 134,05 a tonelada.

"Ao contrário dos Bancos Centrais do mundo, que vem subindo taxa de juros, a China cortou suas taxas para dar mais força à economia. Isso gera expectativa de aumento de consumo de commodities e traz um clima mais positivo para o Brasil, hoje mais sensível a mudanças na China do que no mercado americano", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.

No exterior, após a correção de baixa ontem com reação do euro, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta firme durante o dia e voltou a superar os 103,000 pontos, atingindo 103,237 pontos na máxima. A taxa da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, rompeu o piso de 2,80%, em meio à forte demanda por títulos americanos.

Analistas afirmam que ainda há muitas dúvidas sobre a extensão do aperto das condições financeiras nos EUA e suas consequências para a atividade econômica, o que deixa os investidores na defensiva. Além da alta de juros nos EUA e da redução do balanço patrimonial do Federal Reserve, que significa retirada de liquidez do sistema, há a sensação de diminuição de riqueza provocada pela queda das Bolsas americanas. Isso tudo joga uma sombra sobre a capacidade de consumo nos EUA, apesar do mercado de trabalho apertado.

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, tido com um dos falcões do BC americano, afirmou hoje que considera adequado manter o ritmo atual de aumento da taxa de juros em 50 pontos-base por reunião de política monetária da instituição. Segundo Bullard, a taxa básica, hoje na faixa entre 0,75% e 1%, deveria subir para 3,5% até o fim do ano. Mesmo com o aperto monetário, o dirigente não vê recessão nos Estados Unidos neste ano ou em 2023 e prevê que a taxa de desemprego possa ficar até abaixo de 3%. Mais: Bullard afirmou que, caso a inflação seja controlada, será possível cortar os juros no ano que vem ou em 2024.

O especialista Nicolas Farto, da Renova Invest, classifica a baixa do dólar hoje em relação ao real e a outras divisas emergentes como um movimento pontual ancorado nos estímulos monetários na China. "Mas as flexibilizações das políticas sanitárias chinesas ainda não são tem intensas. Isso pode acabar se refletindo nos próximos dias", diz Farto, ressaltando que, com a perspectiva de alta de juros nos EUA, a tendência é de fortalecimento global da moeda americana. "Esse movimento de valorização do dólar pode ser menos amplo no Brasil, porque somos exportadores de commodities e isso atrai investidores. Mas o viés ainda é de alta", afirma.

Na mesma linha, Velloni, da Frente Corretora, ainda vê o dólar para cima até o fim deste ano. Além da alta de juros nos EUA, há a incerteza provocada pelas eleições presidenciais, sobretudo em relação à política fiscal. "Os gastos públicos ainda são uma grande incógnita. Pode ser que o dólar não chegue ao patamar de R$ 5,20, mas a tendência ainda é de alta em relação ao patamar de hoje", diz o economista. (Antonio Perez - [email protected])

17:37

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.87400 -0.8705 4.92140 4.85400

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4893.000 -1.14153 4936.000 4866.500

DOLAR COMERCIAL 4927.000 -0.54343 4949.500 4926.500

BOLSA

Em semana ruim para os índices de Nova York, que acumularam perdas de 2,90% (Dow Jones) a 3,82% (Nasdaq) no intervalo, o Ibovespa conseguiu se desconectar da correção vista por lá e sustentou a segunda semana de recuperação, em alta de 1,46% no período, vindo de ganho de 1,70% na anterior. Hoje, avançou 1,39%, a 108.487,88 pontos, entre mínima de 107.056,05, da abertura, e máxima de 108.794,63 pontos, com giro a R$ 31,1 bilhões em sessão de vencimento de opções sobre ações. Foi também o segundo dia de recuperação para o Ibovespa, após ganho de 0,71% ontem e queda de 2,34% na quarta-feira. No mês, volta a subir (+0,57%) e, no ano, avança 3,50%.

Em Nova York, ainda predominam os receios quanto ao comportamento da inflação nos Estados Unidos e o grau de atuação do Federal Reserve para impedir que os preços fujam ao controle. Assim, tanto S&P 500 como Nasdaq estão agora em 'bear market', definido como uma queda de ao menos 20% em relação ao pico mais recente - no caso do índice amplo, referente a 4 de janeiro. Hoje, Dow Jones e S&P 500 tiveram leve reação perto do fim da sessão (+0,03% e +0,01%, respectivamente), enquanto o Nasdaq fechou em baixa de 0,30% nesta sexta-feira.

"No início do ano, ninguém pensava que o S&P 500 estava indo para o território do 'bear market', mas a inflação persistente, outro erro de política do Fed e os temores de recessão deixaram os investidores nervosos", observa em nota Edward Moya, analista de mercado da OANDA em Nova York. Segundo ele, a cautela entre os investidores tende a permanecer, e as vendas de ações a se acentuar, até que o Fed comece a mostrar sinais de que está preocupado com as condições financeiras e que pode parar de apertar (a política monetária) de forma tão "agressiva".

Ainda assim, a B3 conseguiu se manter a alguma distância da aversão a risco nas últimas duas sessões. “Ontem o Ibovespa já havia conseguido se descolar, com avanço das commodities, o que ajuda Brasil. As notícias que chegam da China são de redução de lockdown, das restrições, com portos sendo reabertos e o de Xangai praticamente funcionando a plena carga, o que já havia ajudado ontem Petrobras, Vale e siderúrgicas na Bolsa”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Hoje, Petrobras (PN +1,93%, na máxima do dia no fechamento; ON +1,40%), Vale (ON +1,77%) e siderurgia (CSN ON +4,97%) contaram também com a retomada vista em bancos (BB ON +3,64%, Bradesco ON +1,94%) para empurrar o índice. “Entre os bancos, destaque para o Banco do Brasil, que em um dia de alta expressiva renovou a máxima do ano e fechou a semana (+5,38%) com valorização superior a 11% (no mês). Os números robustos apresentados na última semana foram bem recebidos pelo mercado, aumentando a demanda pelos papéis” da instituição, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

Contribuindo para o avanço do Ibovespa na sessão, o câmbio deu prosseguimento ao ajuste do dia anterior, que colocou o dólar spot a R$ 4,8740 (-0,87%) no fechamento da sessão e a R$ 4,8540 na mínima do dia, em que surfou a onda de apreciação das moedas de emergentes, em especial as dos exportadores de commodities, após o corte de juros promovido pelo BC da China. O dia foi moderadamente positivo para o petróleo, com o Brent negociado na casa de US$ 112 por barril.

A China manteve a taxa de empréstimo de um ano em 3,7%, mas reduziu a taxa básica de empréstimo de cinco anos (LPR) em 15 pontos-base, o segundo corte deste ano, aponta em nota a Nova Futura Investimentos. “Apesar de ser algo esperado, ajudou a criar perspectivas positivas quanto a medidas expansionistas por parte da autoridade monetária chinesa”, acrescenta a casa, destacando também a alta do minério de ferro em Dalian (+5,31%), a US$ 126,21 por tonelada.

A ponta do Ibovespa nesta sexta-feira ficou com IRB (+6,56%), Ecorodovias (+5,48%) e Hypera (+4,98%) - com CSN ON (+4,97%) e CSN Mineração (+3,60%) também entre as maiores altas pelo segundo dia, ainda beneficiadas pelo anúncio sobre recompra de ações. No lado oposto, Méliuz (-5,34%), Petz (-5,17%) e Banco Pan (-3,64%).

O otimismo do mercado sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo cresceu fortemente no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a expectativa de que a próxima semana será de alta para o Ibovespa avançou quase 20 pontos porcentuais, de 41,67% na pesquisa anterior para 60,00%. Para 26,67%, o índice fechará a semana que vem com estabilidade e para apenas 13,33%, com queda. No último Termômetro, 41,67% acreditavam em variação neutra e 16,67%, em baixa. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108487.88 1.3856

Máxima 108794.63 +1.67

Mínima 107056.05 +0.05

Volume (R$ Bilhões) 3.10B

Volume (US$ Bilhões) 6.38B

17:37

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109325 1.37234

Máxima 109620 +1.65

Mínima 108135 +0.27

MERCADOS INTERNACIONAIS

Com temores de recessão na economia americana, Wall Street operou a maior parte da sessão no vermelho. O S&P 500 chegou a entrar em 'bear market', acompanhando o Nasdaq, mas não sustentou o movimento e, juntamente com o Dow Jones, fechou praticamente estável. Os três principais índices de Nova York acumulam perdas entre 6% e 16% nos últimos 12 meses. A alta inflação continua a preocupar o mercado e o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, voltou a defender taxa básica de juros a 3,5% ao fim deste ano. Em meio à maior cautela, os juros dos Treasuries caíram, enquanto o dólar se fortaleceu ante rivais. Já o petróleo fechou com ganhos, de olho em corte de gás pela Rússia à Finlândia e redução de juros na China.

Os mercados globais estão focados em fugir de ativos de risco, com a força e sentimento deteriorando rapidamente, diz o BMO Capital Markets. Na Oanda, o analista Edward Moya afirma que ninguém imaginava no início do ano que o S&P 500 caminhava para bear market e que a tendência é de que as vendas acelerem nas bolsas. "Da forma como o cenário macro está se desenrolando, parece que os traders continuarão a suprimir quaisquer altas no mercado até que o Fed comece a mostrar sinais de que estão preocupados com as condições financeiras e que podem parar de apertar de forma tão agressiva."

No fechamento, o S&P 500 subiu 0,01%, a 3.901,36 pontos, e o Dow Jones avançou 0,03%, a 31.261,90 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,30%, a 31.261,90 pontos. Os índices registram queda anual de 6,20%, 8,28% e 16,11%, respectivamente. Entre os destaques, estão o recuo da Tesla (-6,42%), Alphabet (-1,34%), Microsoft (-0,23%) e Boeing (-5,07%).

O Stifel observa que apesar das vendas no varejo terem superado as expectativas prévias e outros dados macroeconômicos terem sido revisados para cima, eles não mantiveram o mesmo ritmo da inflação. À medida que a economia desacelera e os preços permanecem elevados, há uma preocupação crescente de que a "família média" não consiga manter esses níveis de gastos por muito mais tempo, diz o banco de investimentos, principalmente tendo em vista os balanços dos maiores varejistas do país de que os clientes já estão cortando.

Autoridade na política monetária, Bullard disse hoje não prever recessão nos Estados Unidos nem neste nem no próximo ano. O presidente do Fed de St. Louis, com voto nas decisões monetárias, espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça entre 2,5% e 3% em 2022. Em linha com outros dirigentes, Bullard voltou a defender alta de 50 pontos-base nos juros básicos na próxima reunião, em junho, e disse esperar que esses subam para 3,5% até o fim do ano. Hoje, a taxa básica de juros nos EUA está entre 0,75% e 1%.

Com a fuga para os ativos considerados porto seguro de investidores, no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 2,578%, o da T-note de 10 anos tinha baixa de 2,790% e o do T-bond de 30 anos recuava a 3,004%. Enquanto isso, o dólar se fortalecia ante rivais, com o euro em queda de US$ 1,0560 e a libra, de US$ 1,2487. O índice DXY fechou em alta de 0,41% na sessão, a 103,150 pontos, mas acumulou perdas de 1,35% na semana - no pior desempenho desde fevereiro. Mesmo com a fuga de risco, a Capital Economics afirma que a explicação mais simples para a queda no dólar, na comparação semanal, é uma interrupção na sequência de ganhos recentes. A questão agora é quanto tempo esse momento de ajuste durará.

Já entre commodities, os contratos de petróleo subiram nesta sexta-feira, monitorando perspectivas do mercado. No que tange à demanda, alívio de restrições da covid-19 na China e o consumo ainda robusto de gasolina nos Estados Unidos, conforme dados recentes, devem fortalecê-la. Já na oferta, a notícia de corte de fornecimento de gás pela Rússia à Finlândia esteve no radar. A Capital Economics avalia que a probabilidade de menores exportações de energia pela Rússia devem manter os preços do petróleo elevados. Na próxima semana, outros problemas de pagamento por importadores europeus, em meio à guerra na Ucrânia, devem estar no foco, diz a consultoria.

O corte de juros pelo Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) também esteve sob holofotes. A instituição reduziu a taxa de juros de referência para empréstimos de longo prazo, a chamada LRP de cinco anos ou mais, de 4,60% para 4,45%. A taxa para empréstimos de curto prazo, a LRP de um ano, permaneceu em 3,70%. O ING avalia que a decisão foi feita para estimular o mercado imobiliário e o setor de infraestrutura.(Ilana Cardial - [email protected])

JUROS

Os juros futuros encerraram a semana em queda, pavimentada desde cedo pelo efeito positivo do corte de juros anunciado ontem à noite pelo Banco da China, e reforçada ao longo do dia pelo recuo nos rendimentos dos Treasuries. O impacto da medida da China amparou também a alta de commodities como minério e petróleo, favorecendo ativos de países exportadores como o Brasil, mas como o dólar teve baixa consistente, neutralizou qualquer impacto negativo das matérias-primas sobre a curva. Outro vetor baixista, principalmente nas taxas de inflação implícitas, vem da proposta do governo de unificar a alíquota de ICMS em 17% para energia, combustíveis, telecomunicações e transportes, pelo expressivo potencial de alívio na inflação. Na semana, o saldo é de desinclinação para a curva.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a etapa regular em 13,27%, de 13,284% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024, em 12,79%, de 12,871%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,09%, de 12,219%. A do DI para janeiro de 2027 caiu de 11,984% para 11,86%. O diferencial entre os vértices de janeiro de 2027 e janeiro de 2024 ficou ainda mais negativo na semana, passando de -87 pontos-base na sexta passada para -93 pontos hoje.

A autoridade monetária do país asiático reduziu a taxa de referência a empréstimos de longo prazo de 4,6% para 4,45%, alimentando o apetite pelo risco logo na abertura. Como destaca a Tendências Consultoria, a decisão reforça a aposta em políticas estimulativas para apoiar a economia, em especial o setor imobiliário, muito afetada pelas medidas de restrição implementadas após o aumento de casos de Covid.

"A China tem forte efeito sobre o câmbio e traz atratividade de fluxos para a Bolsa e renda fixa", comentou o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. Ele lembra ainda que a curva americana está fechando bastante, como reflexo do risco de recessão. "Mal começou o aperto do Fed e já temos a curva quase flattening nas taxas de 10 e 2 anos", observou. O diferencial entre os yields das T-Notes de 10 e 2 anos que era de 33 pontos-base no começo de maio já está por volta de 20 pontos. O movimento é puxado principalmente pelo papel de 10 anos, que vem se afastando paulatinamente dos 3%, hoje marcando 2,78% no fim da tarde.

Por aqui, o mercado tenta se antecipar ao impacto favorável para a queda da inflação se aprovado o projeto de lei complementar que estabelece um teto de 17% para o ICMS sobre energia, combustíveis e telecomunicações. O potencial é estimado pela ASA Investments em até 1,2 ponto porcentual no IPCA de 2022, mas o BTG calcula que pode chegar a 1,39 ponto. Tais perspectivas vêm empurrando para baixo as taxas de inflação implícitas via NTN-B e contratos DAP (futuro de Cupom de IPCA - derivativo usado para precificação do IPCA) nos últimos dias. Ontem, a implícita da NTN-B 2023, que indica a expectativa de inflação para 2022, caiu de 7,65% para 7,22%.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer votar o projeto na terça-feira, mas as perdas de arrecadação, que podem chegar a R$ 70 bilhões, aos entes regionais devem gerar uma quebra de braço entre governadores, prefeitos e o governo federal. "O projeto é problemático e os governadores vão judicializar, mas acredito que algum tipo de intervenção em preços vá sair", disse Lima.

Do lado fiscal, o governo divulgou nesta tarde o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre e confirmou bloqueio adicional de R$ 8,2 bilhões em despesas discricionárias para cumprir o teto de gastos em 2022, como antecipado pelo Broadcast. O valor não inclui remanejamentos para conceder reajuste ao funcionalismo público - há apenas os R$ 1,7 bilhão já previstos no Orçamento para esse fim.

Na próxima semana, o destaque da agenda doméstica é o IPCA-15 de maio, na terça (24), que deve desacelerar a 0,45% segundo a mediana das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast, ante 1,73% em abril. O movimento será puxado pela deflação em energia elétrica, após mudança da bandeira tarifária de “escassez hídrica” para “verde” a partir de 16 de abril.

Na pesquisa especial do Projeções Broadcast enquanto o Boletim Focus estiver suspenso, a mediana das estimativas do mercado para o IPCA de 2022 avançou de 8,40% para 8,58% e a de 2023 manteve-se em 4,30%. (Denise Abarca - [email protected])

17:36

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