Até houve alguma volatilidade após a forte aversão a risco da véspera, mas a sexta-feira foi, novamente, de perdas para a maioria dos ativos. Não que haja algo novo. Afinal, o payroll de abril nos EUA trouxe sinais considerados mistos. Mas a leitura que está na mesa, de que o Fed poderá ser mais agressivo para conter a inflação num cenário de enfraquecimento da atividade, já é suficiente para manter os investidores com o pé atrás. O resultado é um dia - e também uma semana - de perdas para as bolsas, com fortalecimento do dólar e alta dos juros futuros, aqui e lá fora. Hoje, Wall Street teve comportamento pior do que a bolsa brasileira, com quedas mais discretas de S&P 500 e Dow Jones, mas ainda pronunciadas, de 1,40%, no caso do Nasdaq. Já o Ibovespa contou com os resultados corporativos de Petrobras e Bradesco, que agradaram ao mercado, para contrabalançar o mau humor externo, sustentando o índice perto do zero a zero em grande parte do dia, até o encerramento com leve baixa de 0,16%, aos 105.134,73 pontos. Na semana, porém, as perdas foram firmes, de 2,54%. Já o dólar, diante da percepção de maior seletividade dos agentes, inclusive com relatos de saída de recursos, subiu 1,17% ante o real, a R$ 5,0754, disparando nada menos do que 2,68% nesta primeira semana de maio. Por fim, a combinação de câmbio pressionado com alta de commodities e avanço consistentes dos yields dos Treasuries fez com que os juros futuros fechassem o dia com importante acúmulo de prêmios, que foi ainda mais intenso na semana diante da sinalização, considerada mais dura, do Banco Central após a reunião do Copom, na quarta-feira.
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MERCADOS INTERNACIONAIS
As bolsas de Nova York ampliaram as fortes perdas de ontem, em nova baixa nesta sexta-feira, após uma sessão volátil. Em semana marcada pela elevação de 50 pontos-base nos juros pelo Federal Reserve (Fed) e por um payroll misto, Wall Street acumulou quedas de até 1,5%. Com o fim do período de silêncio, falas do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, também estiveram no radar. Na renda fixa, os juros dos Treasuries subiram. A avaliação do mercado de trabalho americano pesou sobre o dólar, que perdeu força ante rivais, o que por sua vez apoiou o avanço das commodities no mercado futuro. O petróleo fechou em alta de mais de 1% e acumulou ganhos de 5% na semana.
O relatório de empregos americano em abril mostrou criação de 428 mil empregos, acima do previsto, mas com alta dos salários mensal abaixo da expectativa e taxa de desemprego estável. Com isso, a Capital Economics diz esperar que os juros dos Treasuries subam ainda mais, o dólar se fortaleça e os mercados acionários permaneçam vacilantes "por algum tempo". Na avaliação da consultoria, o resultado deve reforçar a intenção do Fed de avançar ainda mais com o aperto monetário nos Estados Unidos. O economista James Reilly observa que os rendimentos das T-notes de 2 e 10 anos têm operado com volatilidade desde a decisão monetária de quarta-feira, o que, em sua visão, encaixa-se com "o tema" desta semana: "os mercados girando em torno da reavaliação pelos investidores das perspectivas para a política do Fed". Na projeção da Capital, o S&P 500 deve cair para 3.750 pontos até o próximo ano e os juros da T-note de 10 anos chegarão ao pico de 3,75%.
O BMO Capital Markets, por sua vez, destaca que as revisões de meio de ano estão se aproximando. "Após as revelações de política monetária desta semana, resta-nos considerar o que a conversa do [presidente do Fed de St. Louis, James] Bullard com o presidente [do Fed, Jerome] Powell pode implicar depois que o chefe do Comitê Federal de Mercado Aberto [FOMC, nas sigla em inglês] expressou seus pensamentos sobre a adequação de um aumento de 75 pontos-base".
Analista da Oanda, Edward Moya afirma que as ações nos EUA parecem estar em uma "montanha-russa permanente", à medida que os investidores debatem sinais contínuos de uma economia forte paralela ao aumento de juros básicos, o que continua a ser um obstáculo para as ações empresas de avaliação mais elevada. "Para que Wall Street permaneça totalmente confiante em voltar às ações, a inflação precisa mostrar sinais de que está diminuindo e isso ainda não está acontecendo", afirma.
Depois das oscilações intraday, o Dow Jones fechou em baixa de 0,30%, a 32.899,37 pontos, o S&P 500 caiu 0,57%, a 4.123,34 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,40%, a 12.144,66 pontos. Na semana, as perdas acumuladas foram de 0,24%, 0,21% e 1,54%, respectivamente. O destaque fica para o Nasdaq que registra pontuação 10% abaixo de um ano atrás.
Empresas de uso intensivo de tecnologia, que já haviam tido fortes quedas ontem, estenderam perdas. A Amazon fechou com baixa de 1,40% na sessão e 7,65% na semana. Microsoft (-0,94%), Alphabet (-0,65%) e Meta (-2,17%) ficaram no vermelho. Boeing (-1,04%), que tem peso importante, também recuou.
Já os juros dos Treasuries conseguiram impulso próximo ao horário de fechamento. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,708%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,122% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,217%.
No câmbio, o dólar ficou misto ante rivais. No horário citado, o euro subia a US$ 1,0558 e a libra, a US$ 1,2358, enquanto a divisa americana avançava a 130,54 ienes. O índice DXY caía 0,09%, a 103,658 pontos, mas acumulava ganhos semanais de 0,43%.
De olho nas negociações da União Europeia sobre um embargo ao petróleo russo, a commodity avançou no mercado futuro. O comissário europeu para economia, Paolo Gentiloni, avaliou como "corajosa" a proposta de reduzir gradualmente as importações do óleo vindo da Rússia. Alto representante do bloco, Josep Borrell disse que irá convocar uma reunião na próxima semana, caso as lideranças europeias não cheguem em um acordo sobre o tema até o fim da semana, informou a Reuters. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho subiu 1,39% (US$ 1,51) hoje e 4,85% na semana, a US$ 109,77, enquanto o do Brent avançou 1,34% (US$ 1,49) nesta sexta-feira e 4,90% na comparação semanal, a US$ 112,39, na Intercontinental Exchange (ICE). (Ilana Cardial - [email protected])
Volta
BOLSA
Em dia volátil, o Ibovespa até tentou se ancorar em bons resultados corporativos domésticos para esboçar uma alta consistente, mas foi prejudicada pelo cenário de aversão a risco global. O sentimento que atrapalha os mercados acionários no mundo é alimentado por uma aposta do mercado de que, a despeito da sinalização dessa semana, o Federal Reserve (Fed) terá de ser mais agressivo no aumento dos juros, levando as bolsas aqui e lá fora a um dia no vermelho.
O índice brasileiro só não foi pior pelo desempenho sólido do setor financeiro e Petrobras, ancorados em balanços positivos da estatal e do Bradesco, o que chegou a levar a Bolsa momentaneamente aos 106 mil pontos em seu melhor momento (106.267,57). No dia e na semana, contudo, o Ibovespa acumula perdas. Hoje, de 0,16%, aos 105.134,73 pontos, melhor que os pares em Nova York, com Nasdaq chegando a cair 1,40%. Na semana, o índice braisleiro teve queda de 2,54%.
"Hoje a gente está nesse conflito entre o micro e o macro, empresas reportando excelentes resultados e o macro se deteriorando, a taxa livre de risco está aumentando", disse Felipe Moura, analista de investimentos da Finacap.
A Petrobras encerrou o dia em alta acima de 3%, desprezando, ao menos por hoje, as provocações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e o apelo para que não suba os combustíveis. O chefe de Estado chegou a chamar de "estupro" aos brasileiros o lucro da empresa e o consequente repasse da variação do petróleo aos preços nas bombas. O bom desempenho também foi ajudado pelo petróleo, que terminou o dia em alta de 1,34% (Brent). Na seara das commodities, a queda de 4,20% no minério em Qingdao, na China, não permitiu o mesmo ânimo entre as metalúrgicas e mineradoras, com Vale recuando 0,71%.
Lá fora, pesaram os dados de emprego mais aquecidos do que o esperado nos Estados Unidos, com criação de 428 mil postos, acima dos 400 mil do consenso. "A preocupação voltou aos players e probabilidades implícitas na curva de juros americana precificaram alta de 75 pontos nos juros na próxima reunião", apontou Luiz Adriano Martinez, gestor de portfólio da Kilima Asset.
Com os juros mais altos, o mercado vê um crescimento global ainda mais machucado. A percepção de atividade do mundo se deteriorou muito nas últimas semanas, após dados fracos na Europa e, sobretudo, na China. Com os lockdowns chineses, a percepção é de que há pouco espaço para melhora, mesmo com os anúncios chineses de medidas para estimular a economia.
"Quando o Fed começa a subir juros e se esse for lenta e gradual, o que se espera que aconteça é que atividade desacelere mas não tanto que vá impactar muito a atividade econômica. Quando tem que subir juros rapidamente, o efeito da taxa de juros na economia é potencializado e agentes acabam precificando desaceleração mais forte da economia. Com todas as consequências para a Bolsa", completa Martinez.
Ele destaca ainda que o mercado acompanha com atenção o desempenho dos treasuries de 10 anos, à medida em que, nos níveis dos últimos dias, começaria a entregar um juro real para o longo prazo. "É diferente da situação que vivíamos com taxa de juro real negativa, que leva investidores a quererem correr mais risco. Quando começa a ficar positiva, precisa correr menos risco", conclui.
Na ponta positiva do Ibovespa hoje, Alpargatas (+7,44%), Lojas Renner (+5,99%) e Petrobrás ON (+3,78%) e PN (+3,28%). Entre as maiores quedas, por sua vez, Petz (-12,72%), Banco Inter (7,99%) e Locaweb (-7,62%). (Bárbara Nascimento - [email protected])
17:32
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 106050 -0.73478
Máxima 107520 +0.64
Mínima 105075 -1.65
CÂMBIO
O dólar emendou o segundo dia de alta firme no mercado doméstico na sessão desta sexta-feira (6), superando a barreira de R$ 5,10 nos momentos de maior pressão, e encerrou a primeira semana de maio com valorização de 2,68%, vindo de uma escalada de 3,81% em abril. Pela manhã, operadores voltaram a relatar fluxo de saída de ativos locais, com investidores dando continuidade a movimentos de ajustes e realização de lucros acumulados ao longo do primeiro trimestre para cobrir prejuízos em outros mercados.
Dados da B3 divulgados hoje mostram que os estrangeiros retiraram R$ 2,309 bilhões da bolsa na quarta-feira (4), levando os saques em maio a R$ 5,667 bilhões - mais da metade das retiradas líquidas em abril (R$ 7,6 bilhões). Com isso, o saldo positivo acumulado no ano, que chegou a superar R$ 60 bilhões, passou a ser de R$ 51,983 bilhões. Não há números atualizados sobre o fluxo cambial, dada a paralisação dos servidores do Banco Central, mas analistas acreditam que houve saídas expressivas pelo canal financeiro em abril e neste início de maio.
A busca pela moeda americana se dá em meio à inflação elevada e a temores de desaceleração da economia global, em razão da perspectiva de aperto monetário mais intenso nos EUA e da perda de fôlego da atividade na China, que passa por lockdowns para conter a covid. Há também preocupações com impacto inflacionário provocado pela continuidade da guerra na Ucrânia e pelas sanções do Ocidente à Rússia. A União Europeia debate um embargo completo ao petróleo russo. Dados do relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll) em abril, divulgados pela manhã, ajudaram a encorpar a visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) terá que acelerar a alta de juros para domar a inflação.
Monitoramento da CME Group mostra que as apostas de elevação da taxa básica americana em 75 pontos-base em junho chegaram a ultrapassar 90%. Isso a despeito de o presidente do BC americano, Jerome Powell, ter dito na quarta-feira (4), após a decisão de subir a taxa em 50 pontos-base, para a faixa entre 0,75% e 1%, que uma alta dos juros em 75 pontos-base não é algo que o Fed esteja "ativamente considerando". O BC americano também ratificou na quarta o início da redução do balanço patrimonial a partir de junho, o que significa redução da liquidez.
No exterior, o dólar subiu em relação à maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities, embora recuado frente a alguns pares do real, como peso mexicano e chileno. As bolsas em Nova York tombaram e a taxa da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, subiu mais de 2%, atingindo 3,12% na máxima. O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - chegou a ensaiar um ajuste maior de baixa pela manhã, em razão da recuperação do euro após declarações em tom duro do Banco Central Europeu (BCE). Quando o mercado local fechou, porém, já operava com queda moderada, na casa dos 103,600 pontos, nível mais elevado em 20 anos.
Por aqui, o dólar trabalhou em alta ao longo de toda a sessão e superou a casa de R$ 5,10 ainda pela manhã, correndo até a máxima de R$ 5,1147 (+1,96%), com investidores digerindo dados do emprego nos Estados Unidos. Já no início da tarde, divisa moderava os ganhos e operava abaixo de R$ 5,10. No fim do dia, o dólar era cotado a R$ 5,0754, em alta de 1,17%, fechando a semana com valorização de 2,68%. Com a arrancada dos últimos dias, a baixa acumulada em 2022 passou a ficar abaixo de dois dígitos (-8,98%).
Principal indicador do dia, o payroll mostrou criação de 428 mil vagas de emprego nos EUA em abril, acima do esperado (400 mil). Houve revisão para baixo nos dados de março (de 431 mil para 428 mil) e de fevereiro (de 750 mil para 714 mil). A taxa de desemprego permaneceu em 3,6%, levemente acima do esperado (3,5%). Já o salário por hora subiu 0,3% em abril, ante previsão de 0,4%, mas teve alta de 5,5% na comparação anual de abril, em linha com as expectativas.
"O mercado já não acredita que altas de 50 pontos-base vão conseguir conter a inflação. O Fed vai ter que aumentar mais os juros e isso terá impacto no crescimento da economia. Isso fez o dólar subir no mundo inteiro", afirma o especialista em renda fixa da Blue3, Nicolas Giacometti. "Não temos dados do fluxo cambial, mas o mercado já começa a enxergar uma reversão da postura do estrangeiro neste segundo trimestre".
Para o time de Macro & Estratégia do BTG Pactual, o Fed vai promover mais quatro elevações da taxa básica em 50 pontos-base nas próximas reuniões, com uma alta de 25 pontos no último encontro do ano, para a faixa entre 3% e 3,25%. "O quadro de juros nos EUA é um dos vetores contrários para o real e as demais moedas emergentes", afirma.
Por aqui, o BTG Pactual aposta em fim do ciclo aperto monetário em junho, com uma alta final da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano, "patamar atrativo para investidores estrangeiros". A equipe do banco ressalta, contudo, que os riscos fiscais voltam a ter protagonismo no debate econômico doméstico, dada a indefinição em torno do reajuste salarial dos servidores.
Apesar da depreciação do real em abril e neste início de maio, a equipe do BTG Pactual mantém a projeção de dólar no fim de 2022 a R$ 4,80. A perspectiva é que o aperto monetário americano, que traz um movimento de depreciação ao real, deve ser contrabalançado, a partir de novembro, pela redução das incertezas domésticas e pelo preço elevado das commodities, em linha com a estimativa de superávit comercial de US$ 76 bilhões neste ano. (Antonio Perez - [email protected])
17:32
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.07540 1.1741 5.11470 5.00840
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5129.000 1.21362 5153.000 5045.500
DOLAR COMERCIAL 5113.027 02/05
JUROS
Os juros futuros sustentaram-se em alta durante toda a sexta-feira, refletindo preocupações com o efeito do avanço do dólar e do petróleo sobre os preços dos combustíveis e, logo, na inflação. Dado que estes dois fatores orientam a política de preços de paridade de importação (PPI) da Petrobras, a percepção é de iminência de reajustes sobre preços já salgados. A postura defensiva teve ainda respaldo da abertura das taxas longas dos Treasuries, com a da T-Note de dez anos já rodando acima de 3,10%. Na semana, as taxas locais fecharam em níveis bem mais elevados do que os da última sexta-feira, mas sem mudança significativa nas inclinações, na medida em que a curva subiu em bloco.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a etapa regular em 13,34%, de 13,239% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 avançou de 12,886% para 13,055%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa na máxima de 12,565%, de 12,325% ontem, e a do DI para janeiro de 2027, também na máxima, terminou em 12,39%, de 12,19%.
Com um sprint já no final da sessão, as taxas de médio e longo prazos acabaram abrindo cerca de 20 pontos ante os ajustes de ontem, configurando à curva algum ganho de inclinação em relação à ponta curta, movimento que no balanço da semana foi mais sutil. O diferencial entre os vértices janeiro de 2024 e janeiro de 2027 passou de -75 pontos no dia 29 para -66 pontos hoje.
A atenção do mercado de juros esteve hoje bastante direcionada ao petróleo e ao dólar, que voltaram a subir, alimentando a percepção de que, a despeito das críticas do governo à política de preços da Petrobras, um reajuste da gasolina e diesel está a caminho. O petróleo subiu perto de 5% esta semana e o dólar hoje chegou a R$ 5,11 nas máximas do dia, fechando em R$ 5,0754.
As cotações das commodities agrícolas até cederam nesta sexta, mas o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, afirma que "está todo mundo de olho nos combustíveis, dado que a defasagem esta aumentando". Analistas calculam em mais de 20% o diferencial ante os preços internacionais. Caso o aumento dos combustíveis se concretize, a tendência é de piora nas estimativas de inflação, que já rodam bem acima das metas para este e o próximo ano, exigindo mais da política monetária.
Na pesquisa do Projeções Broadcast, realizada enquanto durar a paralisação do boletim Focus devido à greve de servidores do Banco Central, a mediana de IPCA para 2023 manteve-se em 4,10%, ante meta central de 3,25% para o ano que vem. Para a Selic, a mediana caiu de 9,25% para 9,0%.
O Copom já avisou no comunicado que pretende dar mais uma dose de aperto na Selic em junho, em menor magnitude do que a de 1 ponto porcentual desta semana. Qual será o grau de redução é o que o mercado espera depreender da ata da reunião que sai na terça-feira e se já será possível vislumbrar o fim do ciclo de ajuste. Por ora, a precificação dos DIs, segundo Serrano, aponta 70% de chance de elevação de 0,5 ponto e 30% de probabilidade de 0,75 ponto no Copom de junho. Para agosto, aponta 70% de chance de 0,25 ponto e 30% de chance de 0,5 ponto. Para o fim do ciclo e fim do ano, a precificação de Selic é mais próxima de 13,75%.
No exterior, os juros dos Treasuries de longo prazo avançaram com o payroll acima do esperado e o mercado ampliando as fichas na possibilidade de aceleração do ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos, para 75 pontos-base. "O ganho médio por hora desacelerou na margem para 0,3% no mês, atingindo 5,5% na comparação anual, levemente abaixo do esperado, resultado da revisão altista no mês anterior (de 0,4% para 0,5%) mas que, somado a mais um dado de forte criação de vagas, pode servir como um catalisador adicional para o consumo das famílias", disseram os profissionais do BTG Pactual. Em abril, o país criou 428 mil vagas de emprego, ante consenso de 400 mil. O yield da T-note de 10 anos avançava a 3,122% no fim da tarde. (Denise Abarca - [email protected])
17:29
Operação Último
CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 12.69
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