TEMOR COM NOVAS SANÇÕES E INFLAÇÃO GLOBAL PRESSIONAM BOLSAS DE NY E ELEVAM DI

Blog, Cenário

A segunda etapa da sessão desta quarta-feira foi marcada por redobrada cautela nas bolsas de Nova York e pelo impulso no preço do barril do petróleo. O mercado segue acompanhando de perto as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, mas o otimismo visto na véspera esfriou um pouco. Isso porque o Ocidente não comprou a tese de que Moscou deixou de ter como foco uma invasão a Kiev para se concentrar no extremo leste ucraniano. Em conversa telefônica, o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu ao líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, uma nova rodada de sanções contra o regime de Vladimir Putin, adicionando incerteza a um cenário volátil. Com o noticiário da guerra pressionando de um lado, de outro as preocupações com a inflação global voltaram a dar o tom, tanto por causa da nova alta do petróleo quanto devido a números resilientes na Alemanha. Assim, o Dow Jones caiu 0,19%, o Nasdaq cedeu 1,21% e o S&P 500 recuou 0,63%. O petróleo subiu mais de 3%. Aqui no Brasil, os preços também seguem dando dor de cabeça. O IGP-M de março voltou a superar as estimativas do mercado, o que pode colocar em questão o plano de voo do Banco Central. Assim, as taxas futuras de juros interromperam a sequência de seis baixas e tiveram salto, mais pronunciado ainda nos vencimentos intermediários. A mobilização de servidores de BC, Tesouro e Receita Federal gera incômodo nos agentes, à medida que o movimento ganha dimensão e atrasa a divulgação de indicadores. Há ainda a preocupação com o impacto fiscal de eventuais reajustes. No dólar, foi identificado um movimento técnico, à medida que o investidor se aproveitou da cautela externa para ajustar a carteira. A moeda americana terminou a sessão à vista em alta de 0,62%, cotada a R$ 4,7872. A Bolsa, por sua vez, passou o dia com movimentos suaves, demonstrando que há uma resistência com o nível dos 120 mil pontos. O impulso de Vale e Petrobras aplacou as vendas de papéis de construção e do setor elétrico. Ao fim, o índice marcou 120.259,76 pontos (+0,20%).

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

Wall Street ficou no vermelho, com operadores ajustando as expectativas sobre as negociações entre Moscou e Kiev. Apesar de certo otimismo, líderes do Ocidente reiteraram considerar a ampliação de sanções diante da permanência de tropas russas na Ucrânia. Os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, Joe Biden e Volodymyr Zelensky, conversaram sobre um novo pacote de medidas. Na renda fixa, a inversão da curva de juros entre títulos também foi observada por operadores e comentada por diversos dirigentes do Federal Reserve (Fed), dada a preocupação de recessão para os EUA. Os juros dos Treasuries caíram, assim como o dólar ante suas principais rivais. O petróleo avançou, com dados dos EUA e especulações sobre Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no radar.

As negociações de ontem em Istambul seguem sendo digeridas pelo mercado. O negociador ucraniano se mostrou otimista quanto às conversas, enquanto o russo afirmou que a Ucrânia demonstrou disposição para ceder em certas exigências. "As ações estão impactando os preços mais que palavras e, se a guerra na Ucrânia não desescalar, o sentimento <i>bullish</i> no mercado continua com a expectativa de mais sanções contra a Rússia", diz a Rystad Energy.

Biden e Zelensky conversaram hoje sobre uma nova rodada de sanções contra Moscou. Os EUA prometeram ainda uma ajuda de US$ 500 milhões à Ucrânia. Já no Reino Unido, Boris Johnson apoiou a ideia de que as sanções sejam intensificadas até que as tropas russas se retirem do território invadido. O Instituto Internacional de Finanças (IIF) observa que as medidas impostas já atingiram duramente a economia russa. Se o debatido embargo contra os ativos de energia russos fosse imposto por EUA, União Europeia e Reino Unido, a receita da Rússia poderia perder cerca de US$ 265 bilhões, projeta o IIF.

As incertezas contribuíram para o avanço do petróleo hoje, que contou ainda com queda além do esperado nos estoques americanos da commodity. Mesmo assim, os ativos chegaram a reduzir alta brevemente, com os estoques de gasolina tendo subido em vez de cair, como era esperado por analistas. Além disso, o secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, pediu para que os Estados-membros e aliados mantenham o plano de alta mensal de 400 mil barris por dia para a produção de petróleo. Assim, o contrato do WTI para maio fechou em alta de 3,43% (US$ 3,58), a US$ 107,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho avançou 3,46% (US$ 3,73), a US$ 111,44 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O enfraquecimento do dólar também apoiou o avanço da commodity. O euro se fortaleceu ante a divisa americana e subia a US$ 1,1157, em um dia com divulgação do CPI da Alemanha acima do esperado em março. A libra avançava a US$ 1,3134, enquanto o dólar tinha baixa a US$ 121,80 ienes, com recuperação da moeda japonesa antes do fim do ano fiscal local. O índice DXY cedeu 0,62%, a 97,792 pontos.

Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,19%, a 35.228,81 pontos, o S&P 500 recuou 0,63%, a 4.602,45 pontos, e o Nasdaq teve queda de 1,21%, para 14.442,27 pontos. Nos Treasuries, o juro da T-note de 2 anos recuava a 2,318, o da T-note de 10 anos, a 2,350%, e o do T-bond de 30 anos, a 2,470%. A inversão das curvas de juros ficou no radar, com a preocupação sobre recessão nos EUA, como abordado na reportagem especial publicada às 15h49. Na visão do UBS, o risco de uma desaceleração aguda ou de uma recessão tem aumentado, junto com a perspectiva de uma sequência mais rápida de aumentos de taxas básicas pelo Fed e interrupções devido à guerra na Ucrânia. No entanto, o banco pondera que esse processo é evitável e que, historicamente, há um intervalo entre as inversões e uma recessão. Além disso, elas não são um sinal para venda de ações neste momento, acredita o banco.

Para a presidente do Fed em Kansas City, Esther George, a preocupação não está ligada à recessão, mas sim que a curva de juros tenha implicações para a estabilidade financeira, com uma "corrida" por retornos. Já na distrital de Minneapolis, pelo Twitter, o presidente Neel Kashkari disse seguir acreditando que a curva funciona como um retorno "útil sobre onde o caminho da política está em relação à taxa neutra". Presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, reafirmou estar aberto para um aumento de 50 pontos-base nos juros básicos na reunião de maio, mas sem se comprometer com isso de antemão. (Ilana Cardial - [email protected])

Volta

JUROS

O mercado de juros reuniu uma série de fatores para engatar uma realização de lucros nesta quarta-feira, após fechamento em baixa por seis sessões consecutivas. Do exterior, a piora da percepção sobre o fim do conflito no leste europeu e a alta nos preços das commodities recomendaram uma postura mais cautelosa. No Brasil, o IGP-M de março veio pior do que o esperado, enquanto a mobilização de servidores por reajuste salarial vai ganhando dimensão e trazendo desconforto aos agentes. Do ponto de vista técnico, o avanço do dólar e a movimentação em torno do leilão de prefixados amanhã igualmente ajudam a explicar a trajetória altista das taxas, que foi mais pronunciada à tarde, quando bateram máximas, com o miolo da curva subindo em torno de 20 pontos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a sessão regular em 12,77%, de 12,695% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,006% para 12,18%. O DI para janeiro de 2025 terminou em 11,51%, de 11,31%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,33%, de 11,21%.

Novamente, o miolo da curva, que melhor traduz a percepção para a política monetária de médio prazo e que vinha sendo destaque na baixa dos últimos dias, foi o trecho mais afetado no processo de correção de hoje. O diferencial entre os vencimentos de janeiro de 2027 e janeiro de 2024 ficou ainda mais negativo, em -85 pontos-base, de -79,5 pontos ontem. O ajuste em alta, porém, não recolocou integralmente os prêmios devolvidos desde a terça-feira da semana passada, mas pode se estender nos próximos dias a depender das circunstâncias da guerra e também com eventos locais.

"O principal hoje é o aumento da preocupação com a inflação tanto aqui quanto lá fora, num contexto em que o BC já avisou que si vai aumentar mais uma vez. Agora à tarde, o fiscal está também pressionando", descreve o estrategista-chefe do CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi, ao mesmo tempo lembrando que desde manhã a inflação ao consumidor na Alemanha, de 7,3% em março em termos anuais, ante previsão de +6,2%, e o IGP-M já incomodavam.

O IGP-M desacelerou de 1,83% em fevereiro para 1,74% este mês, contra mediana das estimativas de 1,32%. Não chegou a, isoladamente, alterar a percepção sobre o ciclo da Selic, mas lido em conjunto a outros vetores do dia acabou servindo de gatilho para a correção da curva. Até porque a aceleração ante o IGP-DI (1,18%), por exemplo, é explicada pelo avanço de 3,22% do IPA Agropecuário. "Os preços de commodities agrícolas e alimentos, como o trigo e ovos, tiveram impacto altista sobre os preços agropecuários. Adicionalmente, os preços industriais também aceleraram, dado o reajuste de preços de combustíveis nas refinarias, pressionando o óleo diesel e a gasolina", comentaram os economistas da Tendências Marcio Mialne Luíza Benamor.

E, nesta quarta-feira, em meio à falta de avanço no diálogo entre Rússia e Ucrânia, subiram as cotações da café, soja, trigo e milho, assim como a do petróleo - o barril do Brent para junho fechou hoje em US$ 114,44 (+3,46%). Mesmo com as commodities em alta, houve piora no câmbio doméstico, que também passou por correção e influenciado ainda pelo início das disputas pela Ptax de fim de mês, amanhã.

Quanto ao fiscal, o déficit do Governo Central, de R$ 20,6 bilhões em fevereiro, maior do que apontava a mediana das projeções, de R$ 16,2 bilhões, nem foi o maior problema, mas sim o temor com relação ao aumento das pressões por reajustes salariais de servidores em ano eleitoral. Se conceder aumento só para policiais, como prometido pelo presidente Jair Bolsonaro, o governo terá aberto uma Caixa de Pandora, com cada vez mais categorias pleiteando o seu quinhão. O secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou que diversas carreiras buscam aumento, mas o espaço orçamentário para isso é de apenas R$ 1,7 bilhão. O economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, calcula que possíveis reajustes a servidores e desonerações de impostos representam um risco de mais de R$ 100 bilhões às contas públicas.

A interferência da paralisação nas rotinas do BC é cada vez mais evidente - até o funcionamento do Pix pode estar em risco - e agora também compromete divulgações do Tesouro, que hoje deixou de publicar a dados da série história do governo central corrigida pela inflação. Paulo Valle garantiu que o órgão tem planos de contingência para o caso de paralisação. Amanhã, haverá leilão de títulos prefixados, o último do primeiro trimestre. A movimentação dos agentes com relação a operação também foi apontada nas mesas de operação como um fator a puxar para cima as taxas. (Denise Abarca - [email protected])

17:29

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 12.06

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

CÂMBIO

Apesar do tombo da moeda americana no exterior e do avanço das cotações do petróleo e de commodities agrícolas, o dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (30) em alta no mercado doméstico de câmbio, flertando nos momentos de maior pressão com o patamar de R$ 4,80. Analistas atribuem o tropeço do real a um movimento natural de realização de lucros (a moeda brasileira é a grande vencedora entre divisas emergentes neste mês) e a ajustes técnicos, em meio à expectativa pela disputa, amanhã, pela formação da última taxa Ptax do mês. Indicadores como o IGP-M de março e o resultado do Governo Central (Tesouro Banco Central e INSS) em fevereiro foram monitorados, mas não tiveram impacto relevante nas cotações.

Vindo de baixas em nove dos últimos dez pregões, o dólar teve uma manha instável, alternando altas e quedas. Na mínima, cerca de uma hora após a abertura, desceu para R$ 4,7281. Operadores relataram entrada de fluxo estrangeiro em meio ao pico do petróleo no dia, com o barril tipo Brent tendo atingido o patamar de US$ 114,00. Após o otimismo de ontem, houve recuo na percepção da possibilidade de um acordo iminente de paz entre Ucrânia e Rússia. A informação de que os russos pretendem diminuir atividade militares na capital ucraniana é vista com descrença no Ocidente.

A pressão vendedora rapidamente perdeu força e o dólar já trabalhava em alta no fim da manhã, na contramão do observado no exterior. No meio da tarde, tocou pontualmente o patamar de R$ 4,79, ao registrar máxima a R$ 4,7920 (+0,72%). No fim do pregão, era cotado a R$ 4,7872, em alta de 0,62%. Em março, a moeda ainda perde 7,15%, praticamente metade de toda a desvalorização em 2022 (-14,14%).

"O dólar até caiu pela manhã com as commodities para cima, mas depois nos descolamos lá de fora, com o mercado começando a realizar [lucros]", afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, ressaltando que, após ser muito castigado no ano passado, o real apresenta ganhos expressivos em 2022 em meio à arrancada das commodities. "O dólar tende a apresentar um pouco de volatilidade no fim do mês, com a disputa da formação da taxa ptax e rolagem de posições".

A taxa ptax desta quinta-feira (31) será utilizada para ajustes de contratos futuros e servirá de referência para confecção de balanços e demonstrações financeiras do primeiro trimestre.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou o dia inteiro em queda, abaixo dos 98,000 pontos, sobretudo em razão das perdas da moeda americana frente ao iene japonês e ao euro. A inflação ao consumidor na Alemanha subiu 7,3% em março (na comparação anual), bem acima da previsão dos analistas, o que reforça a perspectiva de postura mais ativa do Banco Central Europeu (BCE).

Por aqui, o mercado recebeu sem sobressaltos os indicadores do dia. Do lado da inflação, após subir 1,83% em fevereiro, o IGP-M desacelerou para +1,74%, ficando, porém, acima do teto de Projeções Broadcast, que iam de 0,52% a 1,70%. Em 12 meses, o IGP-M acumula variação de 14,77%.

No campo fiscal, o governo Central - Tesouro Nacional, Banco Central e INSS - registrou déficit de R$ 20,619 bilhões em fevereiro, acima da mediana de Projeções Broadcast (-R$ 16,20 bilhões). Além disso, fontes disseram ao Broadcast que o governo estuda um reajuste de 5% para todo o funcionalismo público a partir de julho, o que demandaria corte de outras despesas em razão dos limites impostos pelo teto de gastos.

Para Velloni, da Frente Corretora, o dólar já chegou ao seu piso no mercado doméstico de câmbio e não tem espaço para uma nova rodada de queda. À medida que se aproxima o pleito presidencial e aumentam as pressões por gastos, o mercado deve adotar uma postura mais defensiva. "O cenário interno é ruim, com PIB muito fraco, inflação alta e as eleições. Não vejo o dólar se mantendo nesses patamares. Deve voltar para a casa dos R$ 5,00", diz.

O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, vê o dólar atualmente "bem precificado", espelhando a alta forte das commodities, os juros locais elevados, que atraem capital, e o retorno de capitais de brasileiros que estavam no exterior para ativos domésticos a partir de fevereiro. "Pode ter mais apreciação do real, se pressão das commodities continuar. No sentido contrário, tem a política monetária americana, com o Fed (Federação Reserve, o BC dos EUA) sinalizando que vai agir de forma mais rápida. Isso pode alterar um pouco a dinâmica do dólar", afirma Lima. (Antonio Perez - [email protected])

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.78720 0.6179 4.79200 4.72810

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4776.000 0.27294 4794.000 4729.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4813.500 0.2917 4830.000 4767.500

BOLSA

O Ibovespa sustentou no fechamento os 120 mil pontos pelo segundo dia, permanecendo nos maiores níveis desde o fim de agosto passado, embora mostrando pouca força ao longo da tarde, em sessão favorável ao petróleo, mas negativa para os três índices de ações em Nova York, com destaque para o Nasdaq (-1,21%). Ao final, a referência da B3 mostrava leve ganho de 0,20%, a 120.259,76 pontos, entre mínima de 119.775,24 e máxima de 120.531,15, saindo de abertura aos 120.013,36 pontos. Moderado, o giro financeiro ficou em R$ 28,9 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 0,99%, acumulando ganho de 6,29% no mês nesta penúltima sessão de março - no ano, sobe 14,73%.

Após longa sequência recente de avanço para o Ibovespa e de recuo para o dólar frente ao real, um como outro tendem a mostrar um padrão mais estável. Aos 120 mil pontos, o Ibovespa chegou a uma "região de resistência forte, em movimento esticado", aponta Pam Semezzato, analista gráfica da Clear Corretora, que considera que o ponto em que se encontra agora o índice da B3 pode suscitar uma correção. O dólar, por sua vez, veio ontem, pelo segundo dia, tentando romper o suporte de R$ 4,740, mas fechando acima disso, observa a analista. "Ainda sem conseguir mostrar força de compra para um repique do último movimento, (o dólar) começa a dar sinais de que a força da queda está bem mais fraca", acrescenta Semezzato. Hoje, a moeda americana encerrou o dia em alta de 0,62%, a R$ 4,7872.

O viés "hawkish" para a política monetária nos Estados Unidos, e menos afrouxado para outras economias centrais, como a da zona do euro, em contexto de incerteza sobre os rumos do conflito no Leste Europeu, contribui para a cautela dos investidores, na véspera da divulgação do PCE, a métrica preferida do Federal Reserve para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos. "Na sexta-feira tem o 'payroll', o relatório sobre o mercado de trabalho americano. Então é natural a cautela vista numa semana, até aqui, sem muitos fatos novos", diz Viviane Vieira, operadora de renda variável da B. Side Investimentos.

Hoje, a divulgação da geração de vagas no setor privado da economia americana, na pesquisa mensal da ADP, considerada prévia ao relatório oficial de emprego (embora pouco correlacionada na prática), mostrou saldo positivo de 455 mil vagas em março, acima dos 450 mil postos previstos para o período.

A operadora da B. Side chama atenção para a recente inversão dos yields curtos dos títulos dos Estados Unidos em relação a vencimentos mais longos, o que reflete o tom mais agressivo adotado pelo Federal Reserve. "O mercado não estava esperando alta tão grande [na taxa de referência] no curto prazo, mas o tom mudou e a percepção agora é de que o Fed pode pesar a mão com relação aos juros", diz Viviane. Ainda assim, o fluxo produz efeito sobre o Ibovespa e o câmbio, o que tende a se manter até que a volatilidade sobrevenha, no segundo semestre, com a proximidade da eleição presidencial, observa a operadora.

"Ontem vimos a inversão dos vértices de 2 e 10 anos da curva americana, movimento que não se sustentou no final do pregão. Mas devemos continuar vendo a tendência de inversão da curva, na medida em que o mercado passa a esperar uma recessão nos EUA após o ajuste monetário massivo que o Fed será obrigado a realizar para conter a inflação", aponta em nota a Guide Investimentos.

Quadro bem distinto do observado no fechamento do ano passado: o PIB dos Estados Unidos cresceu à taxa anualizada de 6,9% no quarto trimestre de 2021, de acordo com a terceira e última leitura do indicador, divulgada hoje pelo Departamento do Comércio do país. O resultado ficou um pouco abaixo da expectativa de analistas e da segunda estimativa, de alta de 7%.

Na ponta do Ibovespa, destaque nesta quarta-feira para Banco Pan (+5,68%), Yduqs (+3,45%), Minerva (+2,82%), Méliuz (+2,65%) e CSN (+2,46%). No lado oposto, Qualicorp (-5,99%), Natura (-4,56%), Azul (-4,26%) e Iguatemi (-3,82%). Entre as blue chips, o dia foi majoritariamente negativo para as ações de grandes bancos, à exceção de Santander (Unit +1,02%) e Itaú (PN +0,22%), mas de avanço para as de commodities (Vale ON +1,43%; Petrobras PN +2,14%, na máxima do dia no fechamento, e ON +1,77%), assim como para as siderúrgicas (CSN ON +2,46%, Gerdau PN +2,09%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 120259.76 0.20463

Máxima 120531.15 +0.43

Mínima 119775.24 -0.20

Volume (R$ Bilhões) 2.88B

Volume (US$ Bilhões) 6.07B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 120775 0.30313

Máxima 121110 +0.58

Mínima 120050 -0.30

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