Em novo pregão de queda do dólar ante o real, o oitavo consecutivo, os juros futuros também voltaram a devolver prêmios de modo importante. E não é para menos. Além da moeda americana, que já acumula queda de quase 15% no ano, sendo praticamente 8% apenas neste mês, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou hoje que a intenção é elevar a Selic em mais 1 ponto em maio, para 12,75%, e parar por aí. Em sua visão, a autoridade monetária já fez "a maior parte do serviço" e precisa "esperar e ver os efeitos do que foi feito". Com esse conjunto de informações, não houve IPCA-15 acima do consenso que impedisse a queda dos DIs, sobretudo os intermediários, que embutem a precificação sobre o tamanho e duração do ciclo de aperto. E ainda que a perspectiva de uma Selic abaixo de 13% fique abaixo do nível que o investidor vinha apostando, isso não impediu uma nova rodada de apreciação do real. Afinal, mesmo que o Copom encerre o aperto em maio, a Selic estará num patamar que continua atraindo operações de carry trade. Além disso, sem solução em vista para o conflito entre Ucrânia e Rússia, a avaliação é de que o preço das commodities seguirá elevado, o que naturalmente força uma paridade que fortalece o real. E tudo isso desestimula a montagem de posições compradas em dólar no mercado futuro, o que também retira pressão da moeda brasileira. Como resultado, a divisa dos EUA cedeu 1,75% hoje, a R$ 4,7473. Enquanto isso, o Ibovespa, após subir por sete sessões, passou a tarde oscilando ao redor da estabilidade, mas conseguiu engatar o oitavo ganho, ao encerrar com leve alta de 0,02%, aos 119.081,13 pontos. Na semana, o desempenho é muito favorável, com avanço de 3,27%. E ainda que o reforço no discurso de Campos Neto tenha voltado a puxar os papéis ligados à atividade doméstica, a volatilidade verificada em Nova York não deixou o índice andar. Por lá, além da ausência se consenso sobre um cessar-fogo na guerra no Leste Europeu, discursos hawkish de dirigentes do Fed continuaram deixando o investidor cauteloso, o que resultou num fechamento misto para as principais bolsas de Wall Street.
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JUROS
Os juros futuros deram sequência ao forte movimento de queda visto ontem, hoje novamente com destaque para os vencimentos do miolo da curva, também os que mais caíram na semana. O mercado relegou o IPCA-15 de março acima da mediana das estimativas e devolveu prêmios, ainda embalado pela sinalização do Banco Central de que pretende encerrar o ciclo de ajuste da Selic na próxima reunião do Copom, em maio, e pela sequência de oito quedas seguidas do dólar ante o real. Nem mesmo a virada dos preços do petróleo para cima durante a sessão foi capaz de abalar a trajetória descendente, que também ignorou a disparada do rendimento dos Treasuries.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou a sessão regular em 12,755%, de 12,846% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 12,301% para 12,08%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 11,46%, de 11,715%, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 11,375%, ante 11,55%. Na semana, houve leve aumento da inclinação negativa da curva, com o diferencial entre os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2024 passando de -66 pontos para -70 pontos.
O IPCA-15 de março era a estrela da agenda, mas a alta bem acima da mediana das estimativas não foi capaz de abalar a avaliação do mercado de que o ciclo da Selic não vai muito longe. O índice subiu 0,95%, contra mediana de 0,86%, e em 12 meses já chega a 10,79%. O mercado fez várias ponderações, entre elas a de que a pressão esteve concentrada em itens mais voláteis. "Estruturalmente, com um IPCA-15 acumulado em 12 meses de 10,8%, não tem como afirmar que a divulgação foi benigna, mas é fundamental apontar que o avanço dos núcleos olhados pelo BC perdeu ímpeto", avaliou o economista-chefe da Ativa Investimentos Étore Sanchez.
Assim, o mercado se apegou à ideia encampada pelo Banco Central de que a Selic está perto de níveis contracionistas o suficiente para fazer a inflação de 2023 convergir à meta de 3,25%. Os documentos do BC e declarações dadas ontem pelo presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e pela diretora interina de Política Econômica, Fernanda Guardado, já haviam deixado claro que o plano de voo contempla apenas mais uma alta em maio, mas deixando espaço para aumentos adicionais se o cenário exigir.
Hoje, Campos Neto, em evento realizado pelo banco central do Peru e pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), voltou a reforçar que o BC se antecipou no movimento de aperto monetário e deve encerrar o ciclo com aumento de mais 1 ponto porcentual na Selic, para 12,75%. "Já fizemos a maior parte do serviço e precisamos esperar e ver os efeitos do que foi feito", afirmou. E voltou a ponderar que, diante do ambiente de grande incerteza, a porta para junho ficou aberta.
O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, diz que não é viável ficar revisando projeção de Selic a cada IPCA que sai. "Nos últimos meses, temos tido uma volatilidade gigantesca em alimentos e bens industriais. Enquanto o IPA não inverter, a inflação vai subir um pouco mais", previu. "O BC disse que a Selic está chegando a um nível bem restritivo. Com um IPCA de 4% no ano que vem, o juro real ex-ante chegaria em 8%. É muito alto", calcula o economista, para quem o Copom vai levar a Selic até 13,25%.
Nesse contexto, o efeito do discurso do BC é mais visível nos contratos intermediários, dado o raciocínio de que, findo o ciclo de contração monetária, a Selic ficará parada por algum tempo e depois volta a cair. "O mercado começa a arbitrar taxas", explica Lima. Outro fator nada desprezível e que pode aliviar a inflação de médio prazo é o câmbio. O dólar fechou hoje a R$ 4,7473, menor nível desde 11 de março de 2020.
Ainda assim, o mercado recolheu apostas mais agressivas para as próximas reuniões do Copom depois de maio, para qual a curva está bem ajustada para um aumento de 100 pontos. Para junho, a expectativa majoritária passou a ser elevação de 25 pontos-base, com 60% de chance, ante 40% de probabilidade de alta de 50 pontos, que ontem prevalecia. Para a Selic terminal, a curva agora aponta 13%, de 13,25% ontem. Os números são da Greenbay Investimentos.
Se não assustou as mesas, entre os economistas o IPCA-15 provocou uma onda de revisões para cima no IPCA do mês e do ano, com várias casas já esperando taxas na casa 7% para 2022 e de 4% para 2023. Uma das revisões mais agressivas foi a do Credit Suisse, que elevou as projeções para o IPCA em 2022 de 7,0% para 7,8%, e em 2023, de 4,0% para 4,3%. O banco também elevou a projeção para Selic terminal, de 13,25% para 14,0%. (Denise Abarca - [email protected])
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Operação Último
CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 11.65
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 11.65
Over Selic (%a.a) 11.65
CÂMBIO
Em queda pelo oitavo pregão consecutivo, o dólar rompeu o piso de R$ 4,80 na sessão desta sexta-feira (25) e fechou em baixa de 1,75%, a R$ 4,7473 - perto da mínima do dia (R$ 4,7443) e no menor valor desde 11 de março de 2020. Nos últimos cinco dias, a moeda americana acumula perda de 5,35%, a maior desvalorização semanal desde a primeira semana de novembro de 2020 (-6%).
Analistas atribuem o fortalecimento expressivo do real, que lidera os ganhos entre as divisas emergentes neste ano, a dois fatores: perspectiva de superávits comerciais robustos - na esteira da aposta de que as commodities seguirão em patamares elevados com o prolongamento da guerra na Ucrânia - e amplo diferencial de juros doméstico e externo, a despeito de o Federal Reserve já ter sinalizado elevações sucessivas da básica americana.
Apesar da alta do IPCA-15 de 0,95% em março, acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (0,86%), os juros futuros recuaram. Em evento hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou que o plano de voo do BC é encerrar o aperto monetário em maio, com alta final da Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75%. Como é de praxe, Campos Neto também deixou a porta aberta para alta residual em junho, dado que "há uma grande incerteza sobre a extensão da crise". Mesmo sem superar os 13%, como preveem casas como Credit Suisse e Citi, a taxa básica vai estacionar em níveis elevados e proporcionar um juro real que atrai o chamado "smart money".
Dados do fluxo cambial na semana entre 14 e 18 de março, divulgados no início da tarde de hoje pelo Banco Central, mostraram saldo negativo de US$ 1,037 bilhão, com saída líquida de US$ 1,575 bilhão pelo canal financeiro e entrada de US$ 538 milhões via comércio exterior. Nos últimos dias, contudo, operadores voltaram a relatar forte entrada de recursos externos, além de postura mais ativa dos exportadores, que estariam antecipando fechamento de câmbio. Apesar do tropeço na semana passada, o fluxo cambial total é positivo em US$ 1,612 bilhão em março e em US$ 9,466 bilhões no acumulado do ano. Argumenta-se também que, com a taxa real de juros elevada, é muito caro fazer hedge (proteção) ou apostar contra a moeda brasileira, o que tem levado a um desmonte de posições cambiais defensivas no mercado futuro.
"Voltamos para o cenário de juros altos e câmbio baixo, que era o que o Paulo Guedes (ministro da Economia) tanto atacava. Esses juros atraem muitos investidores para o carry trade. Vimos fortes investimento nos leilões do Tesouro nesta semana", afirma o economista Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos. "A guerra também coloca o Brasil como uma boa opção entre emergentes, já que a Rússia sai do cenário. Somos um dos emergentes grandes produtores de commodities."
Nos últimos oito pregões, o dólar saiu do patamar de R$ 5,15 para a casa de R$ 4,74, garantindo um recuo de 7,92% para a divisa em março e levando as perdas no ano para 14,86%. Em 2021, marcado por forte debate em torno da deterioração das condições fiscais, a divisa havia subido 7,36%.
"Tivemos uma explosão nos termos de troca por causa da guerra, favorecendo os produtores de commodities. Além disso, veremos Selic próxima de 13%, o que favorece o carrego e encarece o hedge", afirma, em post no Twitter, o ex-tesoureiro do Bradesco Alfredo Menezes, sócio da Armor Capital.
Menezes não acredita que o movimento de alta das commodities seja permanente e, por isso, aposta em um dólar de equilíbrio mais elevado. Ele evita, contudo, montagem de posições compradas em dólar neste momento, dado o custo elevado por conta dos juros altos. "Vemos uma enxurrada de 'smart money' ainda no Brasil. Estamos esperando o fluxo diminuir para tomar uma posição 'ativiada' (em dólar)", escreve o sócio da Armor Capital.
Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, o movimento de apreciação do real deve persistir. "Reestimamos o suporte do dólar a R$ 4,57 em nosso modelo econométrico", afirma Velho, em relatório, ressaltando que os ingressos externos para a bolsa "não dão trégua", já tendo superado R$ 22 bilhões em março.
Além da valorização das commodities e da taxa Selic, o economista Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, observa que o desfecho das eleição presidencial não assusta os investidores, pois o mercado já conhece bem os dois favoritos - o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É uma eleição com um cenário que você já consegue traçar. Você consegue desenhar como seriam os governos. O estrangeiro consegue trabalhar com a continuidade [do governo Bolsonaro] ou volta do presidente Lula. Por isso, está tendo esse fluxo forte para cá", diz Cruz. (Antonio Perez - [email protected])
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Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.74730 -1.7529 4.82550 4.74430
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL 4743.000 -1.93322 4833.000 4743.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4783.000 -1.85698 4858.000 4783.000
BOLSA
O Ibovespa conseguiu sustentar no fechamento a linha dos 119 mil pontos pelo segundo dia, nos maiores níveis desde o começo de setembro, acumulando na semana ganho de 3,27%, semelhante ao da semana anterior, quando havia avançado 3,22%. Hoje, a referência da B3 fechou bem perto da estabilidade (+0,02%), a 119.081,13 pontos, entre mínima de 118.548,49 e máxima de 119.728,70 pontos, ainda o maior nível intradia desde 1º de setembro (119.941,95). O giro financeiro foi de R$ 35,0 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula agora alta de 5,25% e, no ano, 13,60%.
Nesta sexta-feira, o índice oscilou em torno dos 119 mil pontos, entre leves ganhos e perdas ao longo da tarde, parecendo inclinado a uma pausa após sete altas consecutivas, nas quais acumulou avanço de pouco mais de 10 mil pontos - com o leve ganho de hoje, a série positiva chega a oito sessões. Apesar da extensão da série vencedora, o Ibovespa ainda mostra força na compra, com resistência na região dos 119 aos 120 mil pontos, aponta Pam Semazzato, analista técnica da Clear Corretora.
O dólar, por sua vez, testou ontem o suporte de R$ 4,800 e “deixou um candle de indecisão”. “Segue ainda em tendência de baixa, mas espero por uma correção desse último movimento de queda, que já está com sete pregões consecutivos”, acrescenta a analista. Com o fechamento desta sexta-feira, a série chega agora também a oito pregões: hoje, o dólar à vista fechou em baixa de 1,75%, a R$ 4,7473.
Hoje, ações de exportadoras como Klabin (-6,13%) e Suzano (-6,00%), com exposição a receitas em dólar, seguraram a ponta negativa do Ibovespa, ao lado de JBS (-3,72%) e Marfrig (também -3,72%). No lado oposto, Cogna (+19,48%), após o balanço do quarto trimestre, à frente de Yduqs (+9,05%), Azul (+6,82%) e Cyrela (+6,81%).
Apesar do dia majoritariamente negativo para as ações de commodities (Petrobras PN -0,37%, Vale ON -1,73%) e de siderurgia (Usiminas PNA -3,13%, Gerdau PN -0,97%), mas ao final positivo para a maioria dos grandes bancos (Bradesco ON +1,32%, Unit do Santander +2,90%, na máxima do dia no fechamento), as alocações na B3 continuam a ser beneficiadas pelo movimento de rotação global em direção a “empresas cíclicas e de valor”, aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, em meio à perspectiva restritiva para a política monetária nos Estados Unidos, “após posicionamentos mais duros contra a inflação por parte de diretores do Banco Central (americano)”.
“A bolsa brasileira acaba atraindo fluxo de capital estrangeiro como resultado de diversos movimentos conjuntos: alta de commodities, expectativas positivas para setores cíclicos da economia, ativos relativamente desvalorizados, e a própria alta da nossa taxa básica de juros”, acrescenta. Até o dia 23 de março, no ano, o fluxo de ingresso estrangeiro na B3 chega a R$ 84,945 bilhões.
Na agenda desta sexta-feira, destaque para o IPCA-15 de março, divulgado pela manhã: a alta de 0,95% foi a maior prévia para a inflação oficial do mês desde 2015, quando a leitura preliminar havia ficado em 1,24%. De acordo com os dados do IBGE, foi também a maior taxa em 12 meses, a 10,79% em março, desde fevereiro de 2016, quando o IPCA-15 estava em 10,84%.
“A principal surpresa aconteceu nos preços de alimentação no domicílio, que subiram 2,51%, muito à frente da nossa projeção, de 1,8%”, observa em nota a equipe da Terra Investimentos. “A abertura, em contraste, foi mais benigna que em divulgações anteriores na medida em que houve algum alívio na dinâmica dos núcleos de inflação”, acrescenta a casa.
O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira trouxe oscilações discretas nas expectativas do mercado com relação ao desempenho das ações no curtíssimo prazo. Entre os participantes, a fatia dos que esperam alta para o Ibovespa na próxima semana segue amplamente majoritária, com 61,54%, ligeiramente abaixo do porcentual da pesquisa anterior (63,4%). Os que esperam estabilidade para o índice no período entre 28 de março e 1º de abril são 23,08% do total, ante 18,18% na sondagem da semana passada. Por fim, para 15,38% a Bolsa fechará a semana que vem com perdas, de 18,18% no último Termômetro. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 119081.13 0.0237
Máxima 119728.70 +0.57
Mínima 118548.49 -0.42
Volume (R$ Bilhões) 3.50B
Volume (US$ Bilhões) 7.35B
17:34
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 119955 -0.025
Máxima 120335 +0.29
Mínima 119065 -0.77
MERCADOS INTERNACIONAIS
Com o mercado projetando mais de 70% de probabilidade de aumento de 0,50 ponto porcentual nos juros dos EUA em maio, bancos e consultorias continuam revisando para cima suas previsões para os próximos passos de política monetária do Federal Reserve. Em novas falas hoje, dirigentes do banco central americano reforçaram a ideia de que um aumento de taxa nesta magnitude é possível, mas não é certo, a depender dos dados econômicos que serão apresentados até lá. De olho no impacto sobre a inflação ao redor do mundo, investidores seguiram atentos aos desdobramentos da guerra na Ucrânia, após EUA e União Europeia anunciarem um plano conjunto para reduzir a dependência da Europa da energia russa e prometerem mais sanções contra a Rússia. O petróleo, que vinha operando no vermelho, virou para o positivo e fechou em alta com a notícia de um ataque à Saudi Aramco, o que impulsionou as ações de petroleiras em Nova York. Os índices acionários americanos, porém, após oscilarem entre altas e baixas, fecharam mistas. Já o dólar ficou sem sinal único ante suas principais rivais e os juros dos Treasuries subiram.
Com a recente adoção de tom 'kawkish' por dirigentes do Fed, investidores já veem 73% de chance dos juros básicos americanos serem elevados para a faixa entre 0,75% e 1,00% na reunião de maio, mostra ferramenta do CME Group. O presidente do Fed de Nova York, John Williams, destacou hoje que dados econômicos mais fortes que o previsto e a persistência da inflação levaram à mudança na postura sobre política monetária. O dirigente não descartou uma alta de 50 pontos-base na próxima reunião, mas pontuou que as expectativas de inflação de médio e longo prazo seguem estáveis. Como mostrou reportagem especial publicada às 15h37, os grandes bancos americanos seguem elevando suas projeções para os juros americanos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,288%, o da T-note de 10 anos avançava a 2,480% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,594%.
Na distrital de São Francisco, a presidente Mary Daly destacou que a guerra na Ucrânia está intensificando as pressões inflacionárias. Hoje, o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que ainda não há consenso nas negociações. Como estímulo a uma abordagem "mais construtiva", o chanceler diz que a Ucrânia precisa de mais sanções e ajuda militar. Em evento sobre ajuda humanitária aos ucranianos, Biden sinalizou que novas medidas restritivas podem ser impostas contra a economia russa. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também afirmou que novas sanções serão elaboradas, em entrevista à CNN. Pela manhã, EUA e União Europeia anunciaram um plano para reduzir a dependência de combustíveis russos. O Conselho Europeu hoje produziu um documento com diversas sugestões para lidar com a alta nos preços de energia que vem afetando o bloco.
A Rússia, por sua vez, tenta minimizar os impactos. Depois de sanções dos EUA e G7 sobre transações de ouro, o banco central do país informou que irá comprar o metal precioso no mercado interno com um preço fixo, a partir de segunda-feira, 28. A Gazprom, maior empresa de energia russa e controlada pelo Estado, está pedindo ao indiano GAIL para pagar suas importações em euros em vez de dólares. De acordo com o Wall Street Journal, forças militares russas disseram estar quase terminando a primeira fase da operação na Ucrânia e, em breve, mudarão o foco para o leste do país.
No início da tarde, uma instalação da Saudi Aramco ficou em chamas. De acordo com a Associated Press, o grupo rebelde Houthi reivindicou a autoria do ataque. Neste cenário, os contratos do petróleo viraram para o negativo e encerraram a semana no azul. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para maio avançou 1,39% (US$ 1,56), a US$ 113,90, enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 1,80% (US$ 2,07) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 117,37. Na semana, os avanços foram de 10,49% e 11,74%, respectivamente.
Os papéis da Chevron (+1,81%) e da ExxonMobil (+2,17%) subiram e ajudaram os índices em Nova York. O Dow Jones subiu 0,44%, o S&P 500, 0,51%, enquanto o Nasdaq caiu 0,16%. Na comparação semanal, os índices subiram 0,31%, 1,79% e 1,98%, respectivamente.
No câmbio, o dólar saltou para 122,12 ienes, às vésperas do fim do ano fiscal japonês. Já o euro cedia a US$ 1,0991 e a libra, a US$ 1,3191. O índice DXY do dólar ficou estável.