DÓLAR DESCE A R$ 5,25 COM FLUXO E PUXA DI, ENQUANTO EXTERIOR OBSERVA CRISE NA UCRÂNIA

Blog, Cenário

Relatos de fluxo de ingresso ao Brasil fizeram o dólar iniciar a semana abaixo do nível psicológico de R$ 5,30, a despeito de incertezas no campo fiscal e da cautela com a agenda forte aqui e no exterior. Do meio-dia adiante, a moeda emplacou uma trajetória de queda firme ante o real, até chegar aos R$ 5,2547 (-1,26%) do fechamento, a menor cotação de encerramento desde 15 de setembro. Parte da entrada desses recursos se deve à busca pelo diferencial de juros, bastante atrativo pelo impulso da Selic nos últimos meses. Ocorre que a baixa do dólar acaba sendo um motivador para o ajuste para baixo dos juros futuros. Os agentes desse mercado seguem monitorando a questão das propostas de redução dos impostos federais aos combustíveis, mas a mudança de patamar da moeda americana foi a senha para a volta da retirada de prêmios, movimento que predominou na semana passada. Há também muita expectativa em torno das mensagens da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser conhecida amanhã antes da abertura. É esperado que o Banco Central sinalize com mais clareza qual a magnitude de elevação de juro está à mesa agora - já que o 1,50 ponto porcentual foi descartado, por ora -, bem como até onde o ciclo de alta da Selic irá. O recuo do preço do petróleo também contribuiu para a baixa dos juros, ajudando a tirar pressão inflacionária. No exterior, já há grande expectativa em torno dos números do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos, na quinta-feira. Enquanto isso, os investidores seguem acompanhando a crise no Leste Europeu, com as crescentes ameaças à soberania da Ucrânia pela Rússia. Para debater o assunto, o presidente da França, Emmanuel Macron, visitou Vladimir Putin em Moscou. E o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, foi a Washington se encontrar com o presidente americano, Joe Biden. E após muito sobe-e-desce, as bolsas de Nova York terminaram com viés de queda: Dow Jones ficou estável, S&P 500 caiu 0,37% e Nasdaq cedeu 0,58%. De volta ao Brasil, o Ibovespa ficou perto do zero a zero, em uma semana em que a agenda de balanços começa a ganhar tração. Ao fim, o índice marcou 111.996,40 pontos, baixa de 0,22%.

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

CÂMBIO

Após três pregões consecutivos de alta, o dólar à vista recuou na sessão desta segunda-feira (07) e voltou a trabalhar abaixo da casa de R$ 5,30. Em trajetória descendente desde a manhã, em linha com o sinal predominante de baixa da moeda americana frente a divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar acelerou as perdas ao longo da tarde e desceu até a linha de R$ 5,25 na reta final dos negócios, fechando no menor patamar desde meados de setembro.

Além da maré positiva para emergentes, que ganhou mais corpo na etapa vespertina, operadores atribuíram a baixa mais expressiva do dólar por aqui a fluxos pontuais de recursos externos, em especial para renda fixa, e a ajustes de posições no mercado futuro, que trabalhou com liquidez bastante reduzida (contrato de dólar para vencimento em março girou menos de US$ 10 bilhões).

O apetite mais reduzido por negócios revela certa cautela diante da agenda carregada aqui e no exterior: ata do Copom amanhã (08), IPCA de janeiro na quarta-feira (09) e índice de inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos na quinta-feira (10). Nas mesas de operação, comenta-se que há certo receio também em torno das PECs dos combustíveis apresentadas na Câmara dos Deputado e no Senado, embora o provável aumento do risco fiscal ainda não seja fato preponderante na formação da taxa de câmbio.

Com variação de cerca de sete centavos entre a máxima (R$ 5,3229) e a mínima (R$ 5,2507), o dólar à vista encerrou o pregão em queda de 1,26%, a R$ 5,2547 - menor valor desde 15 de setembro do ano passado (R$ 5,2495). Depois de fechar janeiro com desvalorização de 4,84%, a divisa acumula baixa de 0,96% neste mês e já perde 5,76% em 2022.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - experimentou algumas trocas de sinal e operava com viés, na casa dos 95,400 pontos, apesar dos ganhos em relação ao Euro. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou hoje, em discurso no parlamento europeu, que a inflação deve seguir elevada no curto prazo, mas que, no longo prazo, é consistente com a expectativa da instituição.

Entre emissões corporativas em andamento, fontes ouvidas pelo Broadcast informaram que a Usina Coruripe captou US$ 300 milhões no mercado de dívida externa, com a emissão de bonds de cinco anos. Os bonds, que tem opção de recompra em três anos, ofereceram retorno ao investidor de 10%.

Para o operador Hideaki Iha, da Fair Corretora, a performance do real só pode ser explicada por algum fluxo mais forte de entrada de recursos ao longo da tarde ou desmonte de operação comprada (que ganha com o avanço da moeda americana) no mercado futuro. "Com essa questão da PEC dos Combustíveis, não era para o dólar estar caindo tanto aqui hoje. O real está muito melhor que outros emergentes. Vejo esse movimento como algo pontual", diz.

Iha observa que a possibilidade de nova rodada de apreciação do real parece menor, uma vez que grande parte das posições compradas em dólar já foram desmontadas e, com a taxa de câmbio nos níveis atuais, é recomendável manter algum nível de hedge (proteção) cambial. "Um estresse maior lá fora ou com essas medidas populistas do governo pode fazer o dólar subir de novo", diz o operador da Fair. "Ficar comprado com o dólar a R$ 5,50 ou R$ 5,60 com esse juro real alto era uma coisa. Mas com o dólar na casa de R$ 5,30, já dá pra pensar em montar uma posição".

O head de câmbio da Valor Investimentos, Fernando Giavarina, observa que, mesmo com a possível redução do ritmo de alta da Selic, sinalizada pelo Copom em seu comunicado na semana passada, o Brasil vai continuar a ter um juro real muito atrativo. "A expectativa é que a ata confirme que a próxima alta dos juros será menor. O mercado acredita que a Selic pode chegar a algo entre 11,75% e 12,25% até o fim do ciclo de aperto. Mesmo com a subida de juros nos EUA, o diferencial de juros vai continuar bem elevado", diz Giavarina, que vê possibilidade de queda adicional do dólar, embora a taxa já esteja perto de R$ 5,00 e o quadro fiscal seja preocupante.

A economista-chefe da Coface para América Latina, Patrícia Krause, trabalha com cenário-base de elevação da Selic em 1 ponto porcentual em março, para 11,75%, e em 0,50 ponto em maio, alcançando 12,25%. "A ata do Copom deve trazer uma recalibragem no tom do comunicado. O Banco Central já sinalizou o ritmo de aperto monetário. Mas ele deve mostrar também a importância do controle das expectativas de inflação", diz Patrícia.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, espera que o BC, após acenar com diminuição do ritmo de elevação da Selic, mostre qual vai ser seu "plano de pouso", ou seja, como vai chegar até o fim do ciclo. "O Congresso retomou os trabalhos e essa questão fiscal pode elevar a percepção de risco do mercado. Isso pode dificultar a tarefa do BC", diz Camila, que vê possibilidade de o Copom encerrar o processo de alta da Selic sem conseguir pôr as expectativas de inflação na trajetória da meta. (Antonio Perez - [email protected])

18:25

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.25470 -1.2646 5.32290 5.25070

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5286.000 -1.36219 5352.000 5278.000

DOLAR COMERCIAL 5403.621 10/01    

Volta

JUROS

Os juros futuros começaram a semana devolvendo boa parte do avanço registrado na sexta-feira. As taxas todas recuaram, com mais força nos trechos intermediários e longos, configurando perda de inclinação para a curva. O bom desempenho do câmbio foi apontado como condutor principal para os negócios, em meio ainda ao recuo nos preços do petróleo e acomodação dos juros dos Treasuries, após a escalada na semana passada, além da expectativa pela ata do Copom, amanhã, que deve detalhar a intenção dos diretores de reduzir o ritmo de aperto da Selic trazida pelo comunicado. O IGP-DI acima da mediana das estimativas ficou em segundo plano, assim como o risco fiscal exacerbado pela PEC dos combustíveis foi colocado hoje em stand by.

O recuo das taxas, porém, se deu em um ambiente de liquidez reduzida, diante da agenda carregada da semana que, além da ata amanhã, contempla o IPCA de janeiro e o CPI americano, ao longo da semana. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,95% (regular) e 11,98% (estendida), de 11,986% na sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 11,086% para 10,97% (regular) e 11,02% (estendida). O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxas de 11,115% (regular) e 11,14%, de 11,24%.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, credita o movimento dos DIs hoje à queda do dólar e aos Treasuries, uma vez que o IGP-DI de janeiro surpreendeu negativamente, com alta de 2,01%, muito acima da mediana de 1,75% (intervalo de 1,44% a 2,07%) e da taxa de dezembro (1,25%). "O recuo dos juros pode estar ainda ligado às expectativas pela ata do Copom amanhã, depois do comunicado ter sugerido que o ciclo de aperto está chegando ao fim", disse. O Copom elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 10,75%, na última quarta-feira.

Nesse contexto, a valorização maior do câmbio reforça a ideia de que o encerramento do processo de ajuste da Selic está próximo, na medida em que contribui para a desaceleração dos preços e ancoragem das expectativas futuras. A moeda no segmento à vista fechou hoje a R$ 5,2547, menor nível desde setembro. Na pesquisa Focus de hoje, a mediana das estimativas de IPCA para 2023, ano cada vez mais importante no horizonte relevante da política monetária, manteve-se em 3,50%, após ter subido na semana passada. Na contramão, a mediana do IPCA 2022 avançou a 5,44%, se distanciando ainda mais do teto da meta de 5,0%.

Eduardo Velho, sócio e economista-chefe da JF Trust, diz estar "claro" que BC não fará choque dos juros e que a Selic não deve superar 12%, com uma inflação “um pouco mais frouxa”. Um prognóstico mais claro sobre até quanto e até quando a Selic vai subir deve vir amanhã na ata do Copom.

Para Velho, contudo, o desenho da curva visto hoje não deve se sustentar nos próximos dias. "Na semana, a PEC dos combustíveis ajustada e 'inflada', se for aprovada, com impacto fiscal, deve voltar a pressionar os juros futuros na curva média e longa dos DI", previu.

A PEC que foi protocolada no Senado abre caminho para o governo gastar até R$ 17,7 bilhões fora do teto de gastos, da meta de resultado primário e da regra de ouro ainda em 2022, e cria um vale diesel para caminhoneiros. O presidente Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição, minimizou ontem as perdas fiscais com propostas em tramitação no Congresso. "Tem que pensar no povo, não no Estado. Em primeiro lugar, a população", disse o presidente. A equipe econômica tenta mitigar os estragos. O secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, estava à tarde reunido com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, negou que a pauta fosse a PEC, mas também não quis informar qual o motivo do encontro.

A semana reserva ainda o IPCA de janeiro, na quarta-feira, e que deve arrefecer a 0,55%, segundo a mediana da pesquisa do Projeções Broadcast. Se confirmada, a taxa será a maior para o mês desde 2016. (Denise Abarca - [email protected])

18:23

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 10.79

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 10.65

Over Selic (%a.a) 10.65

MERCADOS INTERNACIONAIS

A inflação no mundo segue alvo de preocupação e a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em janeiro nesta semana já concentra atenções no mercado. Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reconheceu que a elevação dos preços deverá durar mais que o esperado, mas adotou uma postura considerada menos "hawkish" do que a vista na coletiva após a decisão de política monetária da semana passada, o que pressionou o euro. Uma potencial redução do fornecimento do gás russo à Europa em virtude de tensões envolvendo a Ucrânia poderia pressionar ainda mais os preços no continente, mas autoridades de Washington e Bruxelas sinalizaram hoje avanços na garantia do suprimento energético à região. Enquanto isso, líderes mundiais mantiveram discussões sobre o tema, incluindo uma visita do presidente da França, Emmanuel Macron, a Moscou, e do chanceler alemão Olaf Scholz a Washington. No mercado acionário, as bolsas europeias terminaram o dia sem direção única, enquanto em Nova York a sessão foi de leve sobe-e-desce, antes de fechar em queda. Os rendimentos dos Treasuries também não firmaram sinal único e o petróleo teve um pregão de queda, realizando lucros recentes.

Hoje, a IHS Markit informou que reviu para baixo a expectativa de crescimento do PIB dos EUA neste ano, de 4,1% a 3,7%. Além disso, elevou a projeção para o CPI do país em 2022, de 4,2% a 4,5%. A empresa diz que o crescimento americano "continua sólido", mas que o resultado é influenciado em parte pela perda de fôlego em gastos com consumo e em serviços, diante de salto recente nos casos de covid-19. Mas ela projeta "uma transição de pandemia para endemia", a solução nos problemas da oferta e da falta de trabalhadores, e diz que as condições financeiras ficarão mais apertadas que hoje, mas ainda seguirão acomodatícias, o que deve "apoiar a expansão continuada em 2022 e depois".

Em audiência no Parlamento Europeu, Lagarde repetiu as principais mensagens da última reunião de política monetária, mas "sutilmente recuou nas expectativas excessivamente agressivas de aumento das taxas de juros", avalia o ING. Com o fim dos programas especiais de compras de ativos pelo BCE, o banco holandês avalia que há abertura das portas para uma alta de juros no quarto trimestre deste ano. Se, no entanto, ao final do terceiro trimestre, a inflação global começar a cair e/ou os aumentos de juros americanos se tornarem muito agressivos, um aumento das taxas ainda poderá ocorrer no primeiro trimestre de 2023, avalia o ING. Ao fim da tarde, o euro recuava a US$ 1,1441. Já o DXY, que mede a moeda dos EUA ante seis rivais, fechou em baixa de 0,09%.

Hoje, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, reafirmou o compromisso em auxiliar os países da Europa a garantir seu suprimento de energia. A declaração foi dada durante encontro entre autoridades americanas e europeias. Enquanto isso, Macron se reuniu hoje com o homólogo russo, Vladimir Putin, e o francês expressou o interesse em uma redução nas tensões recentes, além de pedir que uma guerra seja evitada. Já o chanceler alemão Olaf Scholz visitou o presidente Joe Biden. Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o envio de mais tropas americanas ao Leste Europeu "é uma possibilidade", mas ressaltou que os EUA preferem uma "solução diplomática" nas tensões atuais.

O petróleo recuou após a forte alta dos últimos dias, que levou o mercado a considerar o barril a US$ 100. O WTI para março caiu 1,07% (US$ 0,99), a US$ 91,32 por barril, e o Brent para abril recuou 0,62% (US$ 0,58), a US$ 92,69. "Os mercados globais de petróleo estão em um compasso de espera, com os sinais de oferta e demanda se equilibrando, aguardando mais desdobramentos nas negociações nucleares EUA-Irã e tensões no Leste Europeu antes que movimentos significativos se tornem aparentes", resume a Rystad Energy.

Em Nova York, o papel da Peloton disparou 25,47%, em meio a relatos na imprensa de que Amazon, Nike, Apple e outras empresas avaliam potencial compra da fabricante de equipamentos de exercícios físicos. Já a Coinbase subiu 5,81%, impulsionada por uma disparada do bitcoin, que chegou a avançar perto de 10%. Por outro lado, a Meta recuou 5,14% em mais uma queda relevante após a empresa despencar na última semana seguindo a publicação de seu balanço. Por fim, o Dow Jones fechou estável, o S&P 500 caiu 0,37% e o Nasdaq baixou 0,58%. Na Europa, as principais bolsas ficaram sem sinal único, com o DAX avançando 0,71% em Frankfurt e o FTSE MIB recuando 1,01% em Milão. Nos Treasuries, os juros recuaram, com o da T-note de 10 anos a 1,919% no fim da tarde, enquanto o T-bond de 30 anos caía 2,223%. Já a T-note de 2 anos baixava a 1,292%. (Matheus Andrade - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa oscilou em torno dos 112 mil pontos nesta abertura de semana, sem catalisadores de peso que o colocassem em direção clara, de forma que a variação do índice foi, desde a manhã, pouco superior a mil pontos entre a mínima (111.489,53) e a máxima (112.516,60) do dia, saindo de abertura a 112.247,11. Ao final, mostrava leve perda de 0,22%, aos 111.996,40 pontos, em início de semana da qual se espera nova leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos e, no quadro mais amplo, com atenção dos investidores ainda voltada às escaramuças entre Ocidente e Rússia sobre a Ucrânia, que têm produzido efeito sobre os preços de commodities como o petróleo, do qual os russos são grandes produtores. Hoje, o insumo se ajustou moderadamente para baixo, após a progressão vista na última semana.

Na B3, o giro financeiro desta segunda-feira ficou restrito a R$ 26,9 bilhões, com o Ibovespa passando agora a terreno declinante no mês (-0,13%), ainda acumulando ganho de 6,84% no ano, não muito aquém do visto ao longo de janeiro (6,98%), quando teve seu melhor desempenho desde dezembro de 2020. Desde 26 de janeiro, a referência da B3 tem se mantido na faixa de 111 a 113 mil pontos nos fechamentos, após ter rompido, no dia anterior (25), a resistência de 109,4 mil pontos, o que o inclinava a uma recuperação. Contudo, após chegar aos 113,6 mil pontos no intradia de 2 de fevereiro, quando havia saído de abertura a 113,2 mil pontos e fechou em baixa de 1,18%, o Ibovespa tem se mantido lateralizado nas ultimas três sessões.

Os três índices de referência em Nova York também permaneceram em margem estreita nesta segunda-feira, mas majoritariamente em baixa no fechamento da sessão, “depois de o S&P 500 ter registrado a sua melhor performance semanal, no ano”, observa Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora, destacando os resultados trimestrais de empresas, “com algumas surpresas positivas”, e o relatório sobre o mercado de trabalho americano, da última sexta, “bastante acima do esperado”.

Por outro lado, os fortes números do 'payroll' contribuíram para colocar os rendimentos dos Treasuries de 10 anos acima de 1,9% nesta segunda-feira, observa em nota a Nova Futura Investimentos. Na máxima de hoje, no começo da tarde, chegaram a 1,93870%. Os juros e o número de aumentos na taxa de referência que o Federal Reserve precisará efetivar em 2022 tendem a permanecer no centro da atenção do mercado global nesta semana, com ponto alto para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de janeiro, na quinta-feira (10) - aqui, na quarta-feira (9), será conhecido o IPCA do mesmo mês.

“A curva de juros precifica Selic de 12,75% a 13% no fechamento do ano, ou seja, de 100 a 115 pontos-base acima do que os economistas têm projetado. Ainda vemos uma gordura significativa na curva de juros. Os investidores domésticos, incluindo os institucionais, continuam a vender ações para os estrangeiros, que entraram com R$ 70 bilhões no ano passado e colocaram R$ 30 bilhões em janeiro. O doméstico tem sido atraído para a renda fixa, mas o valuation, os múltiplos das ações, continuam a trazer dinheiro de fora, com o BC bem adiantado em relação aos do exterior no ajuste da política monetária”, diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos.

Na atração de recursos externos, não apenas o avanço dos juros nominais e reais tem favorecido operações de 'carry trade', repercutindo também na apreciação do câmbio. “O Brasil acaba sendo favorecido ante outros emergentes pelo peso que as commodities têm na B3, no momento em que se vê rotação das ações de crescimento (tecnologia) para as de valor em Nova York”, acrescenta. “Haverá volatilidade, sem dúvida, mas no médio prazo ainda há oportunidades, principalmente em commodities, bancos e utilities”, diz Brito.

Entre as blue chips, destaque nesta segunda-feira para Vale ON (+2,44%) e para as ações de siderurgia (CSN ON +3,15%, Usiminas PNA +3,25%). O dia foi negativo para Petrobras (ON -1,20%, PN -1,47%) e misto para as de grandes bancos, com Itaú (PN -0,55%), Bradesco (PN -0,35%) e BB (ON -1,15%) em baixa no fechamento. Na ponta do Ibovespa, BB Seguridade (+5,74%) e JBS (+4,91%), à frente de Yduqs (+4,26%) e de BR Malls (+3,89%). No lado oposto, Intermédica (-4,67%), Hapvida (também -4,67%) e Via (-3,79%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:20

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 111996.40 -0.22143

Máxima 112516.60 +0.24

Mínima 111489.53 -0.67

Volume (R$ Bilhões) 2.69B

Volume (US$ Bilhões) 5.08B

18:25

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112280 -0.06231

Máxima 112645 +0.26

Mínima 111645 -0.63

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