PAYROLL TRAZ VOLATILIDADE E SEMANA TERMINA COM PERDAS ACUMULADAS AQUI E NO EXTERIOR

Blog, Cenário

Os ativos brasileiros voltaram a se descolar do mau humor que prevaleceu no exterior, mas a verdade é que a primeira semana do ano não foi boa para quase ninguém. Afinal, enquanto os mercados lá fora experimentaram ganhos até a ata do Fed, na quarta-feira, por aqui foram dias de perdas expressivas, diante da incerteza com o cenário fiscal em meio ao aumento da pressão de servidores por reajuste. Desde ontem, no entanto, há uma correção de exageros no Brasil, enquanto Wall Street e Europa devolvem, em alguma medida, os ganhos iniciais acumulados. Assim, no balanço desses cinco pregões iniciais de 2022, prevaleceu a fuga do risco, diante da confirmação dos piores temores dos investidores: chances cada vez maiores de uma política monetária restritiva nos EUA e, internamente, de aumento de despesas num ano eleitoral. Hoje, aliás, os indicadores e informações que vieram a público apenas confirmaram esse cenário. A criação de vagas nos EUA ficou abaixo do previsto, mas a revisão de meses anteriores, a queda na taxa de desemprego e o aumento de salários reforçaram a ideia de que o Fed deverá subir os juros em breve. Por aqui, o movimento de servidores começa a ter reflexos na economia, o que aumenta a pressão sobre o governo. Mesmo assim, com a ajuda do avanço das commodities, que puxaram Petrobras, Vale e siderúrgicas, o Ibovespa subiu 1,14%, aos 102.719,47 pontos, limitando as perdas na semana a 2,01%. Em Nova York, por sua vez, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram tanto no dia quanto no acumulado desses primeiros pregões do ano. Na renda fixa, em meio ao avanço dos yields dos Treasuries em geral e com a escalada das preocupações fiscais, a curva de juros brasileira voltou a ganhar inclinação, puxada pela alta dos vencimentos longos. Desde o começo do ano, aliás, as taxas com prazo mais dilatado escalaram 60 pontos. Por fim, a queda do dólar ante o real, de 0,85%, a R$ 5,6315, teve ajuda das captações externas de empresas brasileiras, mas o saldo semanal ainda foi de alta de 1% para a divisa americana.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York fecharam em baixa, com o Dow Jones em parte apoiado por ganhos do setor bancário, mas confirmando queda na reta final do pregão. Ações desse segmento foram beneficiadas pela alta dos juros dos Treasuries, impulsionados após o payroll de mais cedo. O relatório mensal de empregos dos EUA trouxe menos geração de vagas do que o previsto por analistas em dezembro, mas com alta acima do esperado dos salários e queda acima da expectativa da taxa de desemprego, reforçando algumas apostas de elevação de juros no país. O índice DXY do dólar, porém, recuou, com o euro avançando após leitura forte da inflação ao consumidor da zona do euro, que alimenta expectativa por aperto monetário na região. Entre as commodities, o petróleo não teve fôlego e caiu após ganhos recentes, mas com tensões geopolíticas no Casaquistão e envolvendo a Rússia ainda no radar.

O mercado acionário de Nova York apresentou quadro volátil, mas em geral negativo ao longo do dia. O Dow Jones tentou descolar do mau humor, com alguns segmentos importantes em alta, como o financeiro, mas terminou praticamente estável. O Nasdaq, por sua vez, continuou penalizado pela baixa em ações de gigantes de tecnologia. O avanço dos Treasuries tende a fazer alguns investidores vender esses papéis. O Dow Jones fechou em baixa de 0,01%, em 36.231,66 pontos, o S&P 500 recuou 0,41%, a 4.677,03 pontos, e o Nasdaq caiu 0,96%, a 14.935,90 pontos.

O movimento de alta nos Treasuries teve mais força até o começo da tarde, com avaliações sobre o payroll. Mesmo com criação de postos de trabalho abaixo do esperado, houve revisões em alta em dois meses anteriores e a taxa de desemprego recuou a 3,9%, com aumento acima da expectativa do salário médio por hora em dezembro. O Citi afirmou que, após o dado, havia revisto suas projeções, esperando agora quatro elevações de juros no ano atual pelo Fed, a primeira delas em março. Já o Credit Suisse julgou que a economia americana deve perder fôlego, diante dos efeitos da variante Ômicron do coronavírus, e que o juro só deve começar a subir em junho. O presidente americano, Joe Biden, celebrou os números, mas notou que a inflação ainda preocupa no país.

Nesse quadro, o juro da T-note de 2 anos perdeu fôlego ao longo do dia. No fim da tarde em Nova York, esse retorno recuava a 0,866%, enquanto o juro da T-note de 10 anos subia a 1,770% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,115%. Para a Capital Economics, os investidores ainda subestimam o quanto podem subir os juros no país. A consultoria prevê que os retornos de vencimento mais longo devem manter trajetória de alta, nesse contexto, projetando que o juro da T-note de 10 anos termine o ano de 2023 em 2,25%.

Entre os dirigentes do Fed, Mary Daly (São Francisco) disse que após uma ou duas altas nos juros é possível considerar a redução do balanço do BC. Ela também ressaltou, contudo, as incertezas no cenário do país neste momento, evitando "conclusões precipitadas" sobre a trajetória.

No câmbio, o payroll não foi suficiente para garantir ganhos para o DXY, que perdeu mais fôlego à tarde. O euro subiu após o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro subir 5% em dezembro, na comparação anual, o que pode ter reforçado a percepção de que o Banco Central Europeu (BCE) terá de começar a apertar sua política monetária mais cedo - para o Wells Fargo, o pico da inflação na região da moeda comum não deve estar distante. A Western Union avaliou que o dólar ficou sem fôlego após o payroll misto, mas lembrou que ele avançava na semana. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 115,61 ienes, o euro subia a US$ 1,1361 e a libra tinha alta a US$ 1,3594. O DXY caiu 0,62%, a 95,719 pontos, com alta de 0,08% na semana.

A inflação continua a preocupar pelo mundo. Em evento hoje, Catherine Mann, dirigente do Banco da Inglaterra (BoE), destacou o fato de que a política de covid-19 zero da China acaba por influir nas cadeias de produção global e, consequentemente, a puxar os preços para cima. Na próxima semana, haverá leituras do índice de preços ao consumidor (CPI) e da inflação ao produtor (PPI) nos EUA.

Entre as commodities, o petróleo WTI para fevereiro fechou hoje em baixa de 0,70%, em US$ 78,90 o barril, na Nymex, e o Brent para março recuou 0,29%, a US$ 81,75 o barril, na ICE. O óleo assim ajustou ganhos recentes, impulsionados pelas tensões geopolíticas com a Rússia - o reforço na presença militar na fronteira com a Ucrânia e o risco de intervenção de Moscou nas tensões políticas do Casaquistão deixam investidores cautelosos, penalizando inclusive ativos russos. Nesse quadro, mesmo o dólar mais fraco não foi suficiente para apoiar o quadro. Segundo o Rabobank, a perspectiva de juros mais altos pode apoiar as commodities neste ano, com investidores diversificando operações. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

Volta

BOLSA

Mesmo com S&P 500 e Nasdaq em baixa pela quarta sessão, e o blue chip Dow Jones em retração desde a ata do Fed, o Ibovespa conseguiu emendar o segundo ganho em 2022, vindo de perdas acumuladas entre segunda e quarta, que resultaram em recuo de 2,01% para a referência da B3 ao longo da semana, após leve baixa de 0,07% no último intervalo de 2021. Hoje, o Ibovespa fechou na máxima do dia, em alta de 1,14%, aos 102.719,47 pontos, com mínima a 101.103,98, saindo de abertura aos 101.561,05 pontos. Semelhante ao observado nas duas sessões anteriores, o giro financeiro foi de R$ 30,2 bilhões nesta sexta-feira.

Após a ata "hawkish" da última quarta-feira, em tom considerado mais duro do que o observado no comunicado sobre a decisão de política monetária do Federal Reserve em dezembro, a atenção dos investidores se voltou hoje para o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, divulgado pela manhã. A geração de 199 mil vagas de trabalho em dezembro ficou bem abaixo do esperado, mas chamou atenção a taxa de desemprego a 3,9% e o avanço do ganho salarial médio, que mantêm o Fed no caminho de iniciar a elevação da taxa de juros já em março, encerrando então também o 'tapering' (o processo de retirada de estímulos monetários).

"De um mês e meio pra cá, o Fed parece ter mudado, com o mercado agora formando consenso sobre elevação de juros e finalização do 'tapering' no mesmo mês, em março. A taxa de desemprego foi a grande surpresa hoje do 'payroll'", diz Mauro Orefice, diretor de investimentos da BS2 Asset.

"A taxa de desemprego ter vindo melhor que o esperado é um vetor bastante forte para a elevação da taxa (de juros de referência dos EUA) ainda em março, com o mercado já precificando em mais de 80% de chance", observa em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. "A taxa de desemprego fez a sua parte: caiu de 4,2% em novembro para 3,9% (em dezembro), abaixo dos 4,1% esperados e dos 4,0% pela primeira vez desde o início da pandemia, acompanhando o argumento dos membros do Fed de que o mercado de trabalho já está em torno da força máxima", diz Sanchez, acrescentando que a leitura sobre o desemprego veio combinada a um leve aumento da força de trabalho entre novembro e dezembro, de 61,8% para 61,9%.

No Brasil, a situação fiscal ainda preocupa neste começo de ano, com pressões do funcionalismo por aumento de salário, aponta Orefice, da BS2. "A Bolsa aqui já está há alguns meses muito descontada em relação aos pares, com os investidores locais ainda bastante preocupados com a orientação do fiscal em ano de eleição, e o estrangeiro aproveitando para comprar com base em preço. O aumento da Selic tem atraído recursos dos domésticos para a renda fixa, mas, com a economia dando sinais de desaceleração, é possível que o BC possa voltar a olhar para a atividade, uma vez que obtenha convergência das expectativas de mercado sobre a inflação."

Nesta sexta-feira, mesmo com o ajuste negativo do petróleo após a recuperação recente, as ações de commodities, especialmente Vale ON (+5,82%, na máxima do dia no fechamento), com mais uma semana de retomada nos preços do minério de ferro, carregaram o Ibovespa um pouco mais para cima. As ações de siderurgia também foram bem na sessão, com destaque para CSN ON (+4,24%) e Usiminas PNA (+4,78%). Petrobras ON e PN fecharam, respectivamente, em alta de 0,82% e de 0,46%, enquanto os grandes bancos, que mantinham desempenho misto na sessão, alinharam-se no azul (Itaú PN +2,21%, Bradesco PN +1,45%, na máxima do dia) perto do fechamento.

Na ponta do Ibovespa, Banco Inter (Unit +15,46%) e 3R Petroleum (+6,88%, também na máxima do dia), à frente de Vale (ON +5,82%), com Lojas Americanas (-5,44%), Americanas ON (-5,33%) e Eletrobras ON (-4,38%) na face oposta.

"Os primeiros três dias do ano foram negativos, até descolados do exterior, com alguma recuperação nessas últimas duas sessões. Na quarta, tivemos aqui uma queda de quase 2,5% com a ata do Fed, que surpreendeu com relação aos juros. Depois do payroll de hoje, o mercado ficará muito atento quanto a novos sinais, a discursos de autoridades do Fed nos próximos dias, enquanto a inflação e o nível de atividade também permanecem no radar por aqui", diz Maria Cândida Naegele, sócia da HCI Invest.

Hoje, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que "depois de uma ou duas altas na taxa básica de juros, podemos considerar redução do balanço [patrimonial]". Em evento anual da Associação Americana de Economia, Daly afirmou preferir ver a redução do balanço antes do que em outros ciclos monetários, mas não simultaneamente ao 'tapering'.

Ela disse também que a espiral de alta nos salários nos Estados Unidos é algo a se ter em mente, mas que ainda não a vê presente nos dados. Para a dirigente, que não vota nas decisões monetárias deste ano, a estabilidade das expectativas para inflação no longo prazo atenua as preocupações.

O Credit Suisse considera que o relatório mensal desta sexta-feira mostra mais progresso para o pleno emprego nos Estados Unidos, o que apoia a guinada "hawkish" do Fed. Para o banco, porém, o crescimento deve perder impulso no começo deste ano, com os impactos da variante Ômicron da covid-19 e um aperto fiscal.

Por sua vez, o Citi afirma que, após o payroll de dezembro, mudou sua expectativa para a trajetória da política monetária dos Estados Unidos neste ano. Com a taxa de desemprego recuando para 3,9% em dezembro, a maioria dos dirigentes do Fed irá concluir que o máximo emprego foi alcançado, acredita o Citi. Com isso, o banco aposta em quatro altas de juros ao longo de 2022, a primeira delas em março.

O Citi espera que o Fed comece a reduzir seu balanço em julho deste ano. O banco diz em relatório a clientes que esse movimento deve começar em US$ 25 bilhões no mês citado, com o ritmo acelerado para US$ 75 bilhões ao longo dos três meses seguintes, mantendo essa dinâmica em 2023 e depois disso.

Com perspectiva externa menos favorável e persistentes dúvidas sobre o cenário doméstico, o ceticismo do mercado com o desempenho das ações no curtíssimo prazo avançou fortemente no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a fatia dos que acreditam em queda do Ibovespa na próxima semana saltou de 6,67% na edição anterior para 28,57%, maior nível desde a primeira semana de novembro (30,00%). Os que esperam alta da Bolsa ainda são maioria, com 57,14% do total, porcentual, porém, menor do que os 66,67% do último Termômetro. Por fim, a participação dos que veem estabilidade caiu de 26,67% para 14,29%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:22

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 102719.47 1.14061

Máxima 102719.47 +1.14

Mínima 101103.98 -0.45

Volume (R$ Bilhões) 3.02B

Volume (US$ Bilhões) 5.32B

18:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 103395 0.87317

Máxima 103675 +1.15

Mínima 101865 -0.62

JUROS

Os juros encerraram a sexta-feira em alta, com exceção dos vencimentos curtos, que ficaram perto dos ajustes anteriores. Num dia de agenda e noticiário locais fracos, as atenções mantiveram-se no exterior, com a leitura do relatório de emprego norte-americano de dezembro pautando os negócios. A criação de vagas muito abaixo do consenso não foi suficiente para alterar a percepção sobre o plano de voo do Federal Reserve, dado que o documento apontou recuo da taxa de desemprego abaixo de 4%, pressão sobre salários e forte revisão em alta na geração de postos em meses anteriores. Os rendimentos dos Treasuries subiram ainda mais - a taxa da T-Note de dez anos se aproximou de 1,80% nas máximas - e a curva doméstica acompanhou.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 11,975% (regular) e 11,98% (estendida), ante 11,972% ontem no ajuste, enquanto a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,333% para 11,43% (regular) e 11,38% (estendida). A do DI para janeiro de 2027 fechou a regular em 11,315% e a estendida em 11,27%, de 11,227%.

Os juros locais, especialmente os de longo prazo, acompanharam pari passu o movimento do yield da T-Note de dez anos, que chegou muito perto de tocar 1,80% na máxima, por sua vez, influenciado pelos números do relatório de emprego. Apesar de os EUA terem criado apenas 199 mil vagas em dezembro, ante consenso de 422 mil, a alta dos salários e a queda do desemprego fizeram o contraponto. "Houve decepção com o payroll, mas o restante não foi nada tranquilizador sobre a inflação, incluindo-se aí as fortes revisões acumuladas", disse o estrategista de renda fixa da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi. As revisões de outubro e novembro adicionaram cerca de 140 mil postos aos números anteriores.

Para Caramaschi, o documento não deve alterar em nada os planos do Federal Reserve de início em breve do aperto monetário, considerando ainda outros dados robustos de atividade e o risco de a cepa Ômicron aprofundar os problemas nas cadeias globais de fornecimento. "O ciclo de alta de juros está dado, com potencial negativo para ativos de risco, não só emergentes, mas ações e criptomoedas no geral", disse.

No mercado, é praticamente consenso de que o início do processo será em março. "O resultado negativo do payroll não deve reverter a discussão de aperto monetário antecipadamente e de maneira mais célere, com 75% de probabilidade da primeira alta em março e seguimos com cenário de quatro elevações em 2022", diz a equipe de Macro & Strategia do BTG Pactual.

No balanço da semana, considerando o fechamento da etapa regular, as taxas longas subiram em torno de 60 pontos, bem mais que as curtas, que avançaram cerca de 20 pontos, o que levou a inclinação negativa da curva ao menor nível desde 7 de dezembro (-63,5 pontos). Com base nos DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2023, o diferencial fechou hoje em -66 pontos, de -118 na quinta-feira da semana passada.

A gordura de prêmios acumulada na semana pode abrir espaço para alguma correção nos próximos dias, a depender da agenda de indicadores. Na próxima semana, o destaque é o IPCA de dezembro, na terça-feira, que, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, deve desacelerar a 0,65%, de 0,95% em novembro, e fechar 2021 em 10%, que seria quase o dobro do teto da meta de inflação estipulado para o ano, de 5,25%.

Vale também monitorar a mobilização por reajustes salariais que vai se espalhando entre as categorias do funcionalismo público e causando problemas de logística pelo Brasil. Os superintendentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentaram uma carta aberta ao presidente da autarquia, Marcelo Barbosa, solicitando apoio à reivindicação de reajuste, o que não acontece desde 2019. Já a operação-padrão dos auditores fiscais da Receita provoca transtornos nos portos de Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Itajaí (SC) e Pecém (CE) e também no porto seco de Corumbá (MS), segundo informações obtidas pelo <b>Estadão/Broadcast</b>. (Denise Abarca - [email protected])

18:29

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 9.42

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

CÂMBIO

O dólar à vista emendou na sessão desta sexta-feira (7) o segundo pregão de desvalorização, rompendo a linha de R$ 5,65, em sintonia com o ambiente externo marcado por perdas da moeda americana em relação tanto a divisas fortes quanto emergentes.

Afora uma troca momentânea de sinal pela manhã, quando chegou a trabalhar acima de R$ 5,70, em meio à divulgação do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em dezembro, a moeda passou o restante do dia em queda firme, renovando mínimas ao longo da tarde.

Com variação de cerca de nove centavos entre a máxima (R$ 5,7102) e a mínima (R$ 5,6203), o dólar à vista fechou o pregão a R$ 5,6315, em queda de 0,85%. Apesar da baixa ontem e hoje, a moeda ainda termina a semana com valorização de 1,00%.

Nas mesas de operação, a visão predominante é a de que havia espaço para um movimento de ajustes e realização de lucros no mercado de câmbio doméstico, já que o dólar havia experimentado uma alta rápida e expressiva nos três primeiros pregões desta semana. Na abertura do ano, investidores teriam adotado postura mais defensiva na esteira das preocupações com a questão fiscal doméstica, em razão da reivindicação de reajuste salarial pela elite do funcionalismo federal, e do tom duro do Federal Reserve, que acena com alta dos juros já no primeiro trimestre.

Teriam contribuído para a recuperação parcial do real hoje as operações fechadas ontem de captação externa de Banco do Brasil (US$ 500 milhões) e Globo Comunicação (US$ 400 milhões), segundo fontes ouvidas pelo Broadcast.

Indicador mais esperado da semana, o payroll trouxe dados mistos. A geração liquida de postos de trabalho (199 mil) ficou bem abaixo das expectativas (422 mil), mas a taxa de desemprego caiu a 3,9%, enquanto se esperava 4,1%. O salário médio por hora avançou 4,68% na comparação anual, ante previsão de alta de 4,2%.

A leitura que predominou foi de robustez do mercado de trabalho americano, que já se aproxima do pleno emprego e, portanto, autoriza o Federal Reserve a subir os juros ainda no primeiro trimestre.

Lá fora, após altas seguidas, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - trabalhou em queda firme, abaixo da linha dos 96,000 pontos, muito em razão do avanço do euro, após a inflação ao consumidor na Zona do Euro subir acima do esperado em dezembro. Com raras exceções, como a lira turca, a moeda americana também perdeu valor em relação às principais divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

A despeito do alívio nas duas últimas sessões, analistas ouvidos pelo Broadcast não veem a possibilidade de uma apreciação maior do real, com a taxa de câmbio se fixando abaixo de R$ 5,60 no curto prazo. A mudança de rota da política monetária americana e a fragilidade fiscal impediriam apostas mais contundentes a favor da moeda brasileira, apesar da escalada da taxa Selic.

A economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, observa que uma análise "mais profunda" dos indicadores mostra que a situação do mercado de trabalho nos EUA é positiva. "Houve queda de taxa de desemprego e alta de salário, o que significa que haverá aumento de juros nos Estados Unidos e, portanto, pressão em emergentes", diz Consorte, ressaltando que o alívio do dólar está longe de ser uma tendência, tanto pela mudança da política monetária americana quanto pelos "imbróglios internos, que ainda estão em cena".

Depois de servidores da Receita Federal e do Banco Central, foi a vez dos superintendentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) solicitarem, em carta aberta, aumento salarial e mostrarem repúdio à reserva de espaço fiscal no orçamento apenas para reajuste de servidores da segurança pública.

O economista Eduardo Velho, sócio da JF Trust, vê a queda do dólar tanto lá fora quanto no mercado doméstico como um movimento pontual de realização. "As captações externas recentes são insuficientes para reverter o nível do câmbio na faixa de R$ 5,70 no curtíssimo prazo. Os fluxos para economias emergentes têm piorado em reposta ao novo cenário de investimentos com o aperto da política monetária nos EUA", afirma. (Antonio Perez - [email protected])

18:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.63150 -0.8539 5.71020 5.62030

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5663.500 -0.89247 5740.000 5649.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5759.503 03/01    

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