DI PRECIFICA SELIC TERMINAL MENOR APÓS IPCA E AJUDA BOLSA, QUE TAMBÉM OLHA NY EM ALTA

Blog, Cenário

A inflação, tanto local quanto nos EUA, serviu como driver para os negócios neste encerramento de semana. E o efeito foi majoritariamente positivo sobre os ativos. Isso porque o IPCA de novembro, bem abaixo do previsto no Brasil, e o CPI, mais ou menos em linha com o esperado, lá na terra do Tio Sam ajudaram a aliviar as preocupações sobre o rumo dos juros por aqui e a não piorar demais as tensões por lá. Com isso, as taxas dos DIs não apenas caíram, como passaram a indicar uma Selic terminal menor, agora em 12,25%, e com possibilidade de haver um afrouxamento ao longo do próximo ano, levando o juro básico a 11,5% no fim de 2022. Tal alívio, ainda mais com uma parte das incertezas sobre as contas públicas resolvidas após a promulgação parcial da PEC dos Precatórios, fez o investidor em bolsa ir às compras. Afinal, se ontem as ações sofreram com a possibilidade de uma política monetária mais apertada direcionar recursos para a renda fixa, hoje há uma correção aos exageros sancionada pela IPCA perto do piso das estimativas. Assim, os setores que mais caíram ontem por causa da dependência do crédito, como varejo e imobiliário, hoje recobraram espaço e ajudaram o Ibovespa a ganhar 1,38%, aos 107.758,34 pontos, acumulando alta de 2,56% na semana. Em Nova York, houve bastante volatilidade após o CPI, mas prevaleceu o tom positivo antes da reunião do Fed, marcada para a próxima quarta-feira. Até porque o mercado já dava como certa uma aceleração no ritmo do tapering e um índice de preços muito elevado poderia desencadear também uma visão de aperto monetário mais cedo. No caso do câmbio, a combinação de Selic subindo menos e retirada de estímulos nos EUA prejudicou o real. A moeda brasileira apanhou a ponto de o Banco Central fazer uma intervenção e vender dólares no mercado à vista. A atitude apenas aliviou o avanço e a divisa norte-americana, que encerrou com valorização de 0,72%, a R$ 5,6140 no mercado à vista. Na semana, contudo, o encaminhamento da questão fiscal trouxe alívio à cotação do dólar, que cedeu 1,16% ante a sexta-feira passada.

•JUROS

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

JUROS

A curva prosseguiu com movimento de flattening visto ontem, mas hoje com todas as taxas em queda, de forma mais acentuada na ponta longa. O IPCA de novembro perto do piso das estimativas trouxe alívio após o comunicado do Copom ter pressionado ontem as taxas curtas e intermediárias para cima. A inflação ao consumidor nos Estados Unidos praticamente em linha com o esperado também não deixou de ser uma boa notícia. Na curva de juros, o mercado retirou prêmios para aceleração do ritmo de aperto monetário nos próximos meses, zerando as apostas de alta de 1,75 ponto porcentual para o Copom de fevereiro e já mostrando alguma chance de 1,25 ponto.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 11,43% (regular) e 11,435% (estendida), de 11,634% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 10,692% para 10,425% (regular) e 10,39% (estendida). A do DI para janeiro de 2027 terminou em 10,34% (regular) e 10,33% (estendida), de 10,601%. No balanço da semana, a inclinação negativa da curva se acentuou e já supera 100 pontos-base, fechando hoje em -109 pontos, de -35 pontos na sexta-feira da semana passada, tendo por base os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2023.

O mercado vinha desde a semana passada bastante disposto a montar posições aplicadas em pré, embalado pelos dados fracos de atividade divulgados, movimento que foi interrompido ontem pelo comunicado do Copom, considerado hawk. Mas, com o IPCA mais fraco nesta sexta-feira, acabou retomando a tendência e, assim, as taxas fecharam com queda expressiva. A inflação de 0,95% em novembro mostrou desaceleração importante ante outubro (1,25%), ficando abaixo da mediana de 1,10% das estimativas, que tinham como piso 0,94%. O arrefecimento foi atribuído basicamente à deflação em Alimentos e Bebidas e promoções da Black Friday. A leitura dos preços de abertura foi também favorável.

Ainda que em 12 meses a taxa tenha acelerado a 10,74%, de 10,67% em outubro, o resultado mensal foi comemorado, após tantos meses de surpresas negativas. "É o primeiro sinal de que estamos entrando em trajetória descendente e a expectativa é de taxa ainda menor em dezembro. Isso abala o discurso de quem vinha apostando em alta mais firme da Selic", afirmou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, lembrando que o comunicado do Copom indicou nova alta de 1,5 ponto porcentual da taxa básica em fevereiro.

Para a CM Capital, contudo, a inflação em 12 meses continuará oscilando entre patamares elevadíssimos na maior parte do primeiro quadrimestre de 2022. "De maio em diante, trabalhamos com a hipótese de desaceleração mais clara em 12 meses, em meio à expectativa de perda de tração da economia global, de perspectiva de atividade econômica nacional muito enfraquecida e dos efeitos do forte aperto das condições monetárias por parte do Copom", afirma a instituição, em relatório do economista César Garritano. Para ele, será gigantesco o desafio do Copom de levar o IPCA até o intervalo de metas em 2022, em meio ao aperto monetário do Federal Reserve, incertezas envolvendo as cadeias globais de suprimentos e volatilidade trazida pela disputa eleitoral.

De todo modo, a curva já projeta menos de 150 pontos-base de aperto da Selic em fevereiro, segundo a Greenbay Investimentos. Os 146 pontos precificados representam 85% de probabilidade de aumento de 150 pontos e 15% de chance de 125 pontos. A projeção de Selic terminal, que ontem era de 12,75%, hoje caiu para 12,25% e para o fim de 2022, está em 11,50%, de 12% ontem.

O ambiente internacional também contribuiu para a curva continuar perdendo inclinação. O índice de inflação ao consumidor nos Estados Unidos no mês passado (0,8%) veio apenas ligeiramente acima do consenso (0,7%), o que foi visto com bons olhos a poucos dias da reunião de política monetária do Federal Reserve. "Embora siga a perspectiva de aceleração do tapering na próxima semana, apostas mais agressivas de alta dos juros no curto prazo foram atenuadas", afirmou o economista Silvio Campos Neto, da Tendências. (Denise Abarca - [email protected])

18:20

 Operação   Último 

CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 9.16

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 9.15

Over Selic (%a.a) 9.15

BOLSA

Após o recuo de ontem, o Ibovespa voltou a avançar hoje, flertando novamente, nas máximas do dia, com os 108 mil pontos e coroando a segunda alta semanal consecutiva. O índice responde sobretudo a um bom humor com os dados de inflação melhor que o esperado aqui - que retiram parte da pressão do tom mais hawkish do Banco Central, que resultou na queda de ontem - e sem surpresas negativas nos Estados Unidos, que levou as bolsas de Nova York a sustentarem alta, ainda que modesta.

No fim do pregão, o índice brasileiro terminou em alta de 1,38%, aos 107.758,34 pontos, vindo de uma abertura - e também mínima do dia - aos 106.296,33. Na máxima, chegou a subir 1,87%, quando tocou os 108.274,86. Na semana, o Ibovespa acumula uma alta de 2,56%. E, no mês, de 5,73%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,95% em novembro ante outubro, abaixo da mediana de alta 1,10% esperada pelo mercado. Com isso, os investidores reprecificaram suas posições na curva de juros e na bolsa, após esses ativos terem sido penalizados ontem, na esteira do tom mais duro do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira à noite.

"Depois de um dia como ontem, em que você teve a ressaca do Copom e a discussão de um tom mais hawkish precificando cenário pior para os juros, o que você está tendo hoje, depois de um dado de IPCA mais fraco, são alguns ajustes", aponta Naio Ino, responsável pela mesa de trading de equities da Western Asset.

Assim, setores que patinaram ontem com a perspectiva de juro mais alto e inflação persistente, como varejo e, principalmente, construção, tiveram hoje um avanço sustentado. Os índices setoriais de consumo e imobiliário tiveram, nesta sexta-feira, altas de 1,71% e 4,39%. Após apanharem nos últimos meses, ambos têm desempenho positivo em dezembro, de 2,36% e 11,08%.

"Com o aumento da taxa de juros, empresas do setor de construção civil são fortemente afetadas, pois são empresas que dependem de crédito. E quando o custo do crédito aumenta, a margem diminui", aponta o especialista de renda variável da Blue3, Dennis Esteves. A construtora Ezetec, por exemplo, teve um dos melhores desempenho do Ibovespa, terminando o dia em alta de 8,99%.

A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) americano, no fim da manhã, deu sustentação ao sentimento positivo doméstico. O índice subiu 0,8% em novembro, ligeiramente acima da expectativa, de 0,7%. Com o mundo temendo uma persistência da inflação, o dado agradou e as bolsas americanas terminaram o dia em alta, ainda que de baixo fôlego. S&P500 subiu 0,96%, enquanto Nasdaq e Dow Jones tiveram altas de 0,73% e 0,61%.

Para os analistas ouvidos pelo Broadcast, com os imbróglios em Brasília resolvidos e a disposição dos investidores de emplacar um rali de fim de ano, a tendência agora é o mercado se concentrar nos dados de atividade e, sobretudo, na velocidade e intensidade do tapering (retirada de estímulos pelo banco central americano) nos Estados Unidos.

"No Brasil, em específico, a bolsa busca por gatilhos para ensaiar recuperação. O que a gente viu desde a semana passada no Brasil foi uma acomodação do cenário fiscal com a aprovação da PEC dos Precatórios", aponta Esteves, da Blue3, completando: "Nesse contexto, a desaceleração da inflação hoje foi muito importante. A gente vê esse início de arrefecimento de inflação muito direcionado pela política monetária, que começa a fazer efeito. Como múltiplos bastante atrativos, a bolsa encontra sinais (para subir)".

Ino, da Western Asset, emenda: "O mercado parece estar tirando um pouco do foco essa questão de PEC, dos nossos problemas fiscais e focando mais em inflação, estímulos. A questão do Copom e do tapering começam a ganhar mais peso".

A próxima reunião do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), acontece na semana que vem, quando novas sinalizações sobre o ritmo e a intensidade do tapering devem ser anunciadas, após uma mudança de tom nos discursos dos dirigentes do Fed recentemente. Além disso, há a divulgação da ata da última reunião do Copom e a divulgação de dados de atividade da China. Os três itens são os principais pontos observados pelo mercado para a próxima semana e que, apesar de majoritariamente precificados, podem ameaçar o desempenho do Ibovespa.

Após ter recuado ontem, o petróleo voltou a ajudar os ativos brasileiros, com o preço do barril do Brent encerrando o dia em alta de 0,98% e o WTI, em 1,03%. Com isso, as ações da Petrobras subiram mais de 1%. Apesar da queda de 0,46% do minério de ferro em Qingdao, as siderúrgicas emplacaram um bom desempenho, com Gerdau subindo mais de 2% e Vale, 0,63%.(Bárbara Nascimento - [email protected])

18:17

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 107758.34 1.38026

Máxima 108274.86 +1.87

Mínima 106296.33 0.00

Volume (R$ Bilhões) 2.55B

Volume (US$ Bilhões) 4.56B

18:20

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 107975 1.48026

Máxima 108460 +1.94

Mínima 107010 +0.57

MERCADOS INTERNACIONAIS

Os economistas se dividem ao avaliar se a inflação nos EUA já teria chegado ao pico, depois de registrar em novembro alta anual de 6,8%, o maior avanço desde 1982. Enquanto estudavam as perspectivas para os preços nos próximos meses e especulavam sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve, os investidores levaram volatilidade a Nova York. Os índices acionários transitaram entre os campos positivo e negativo antes de fecharem em alta. O DXY também oscilou, mas fechou em baixa. Já os juros dos Treasuries ficam sem direção única. O câmbio beneficiou o petróleo, que fechou com ganhos acima de 1%.

O presidente dos EUA, Joe Biden, reforçou que metade dos aumentos de preços registrados em novembro está em carros e custos de energia. "Desde então, temos visto reduções significativas nos preços da energia", destacou em comunicado após a divulgação do CPI. Ainda segundo o democrata, a inflação no país atingiu um "pico" e deve desacelerar daqui pra frente. O CIBC avalia que o avanço da inflação em linha com a expectativa do mercado deve permitir ao Fed acelerar seu cronograma de redução do quantitative easing (QE) na reunião de dezembro e aumentar juros no segundo trimestre de 2022, "quando a onda de inverno de covid-19 poderá ter ficado para trás". Para o Credit Suisse, "os sinais de uma força mais persistente na tendência da inflação subjacente começaram a surgir, e este relatório mostrou uma continuação", o que deve levar a uma aceleração do ritmo do tapering, aumento nas expectativas inflacionárias e uma mudança para posicionamento mais hawkish do Fed, avalia o banco.

Levando em conta a postura hawkish do presidente do Fed, Jerome Powell, em testemunho no Senado e o impacto da variante ômicron do coronavírus, que indica ser limitado, o Rabobank agora espera duas altas de juros nos EUA no ano que vem, a primeira em junho, e a segunda em dezembro. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, do CME Group, investidores acreditam em um começo de elevação de taxas já na reunião de maio, o que conta com 58,1% das apostas (contra 56,6% ontem). Já os que acreditam em manutenção representam 41,9% das previsões, ante 42,7% um dia atrás. De olho nas perspectivas, no fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos tinha baixa a 0,660%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,484% e o do T-bond de 30 anos alta a 1,883%.

Levando em conta a publicação do CPI, Edward Moya, analista da Oanda, avalia que o apetite por ações continua "implacável, já que os traders parecem estar confiantes de que, eventualmente, em algum ponto no meio do próximo ano, muitas dessas pressões sobre os preços irão desaparecer". Entre os destaques, algumas montadoras tradicionais tiveram avanços, com GM (+6,02%) e Ford (+9,61%). No noticiário, desdobramentos sobre a produção de carro elétricos, com destaque para a GM, que deverá desenvolver em Michigan sua terceira fábrica para tais veículos nos EUA. No fim, o Dow Jones subiu 0,60%, o S&P 500 teve alta de 0,95% e o Nasdaq ganhou 0,73%.

Para a Capital Economics, os dados de hoje do CPI "produziram uma reação relativamente limitada no dólar, que termina a semana um pouco mais fraco em relação à maioria das principais moedas". A atenção agora se volta para as 17 reuniões de bancos centrais na próxima semana, incluindo o Fed, e as autoridades monetárias da zona do euro, do Japão e do Reino Unido. "Com as divulgações de dados econômicos da próxima semana geralmente de perfil mais baixo, acreditamos que a divergência nas taxas e a perspectiva entre o Fed e outros grandes bancos centrais definirá o tom para os mercados de câmbio", projeta. Depois de operar em alta durante parte da sessão, o dólar se desvalorizava neste fim de tarde a US$ 1,1319 euros e US$ 1,3267 libras. O índice DXY, que mede o ativo americano ante seis rivais, teve queda de 0,21%. Na semana, houve recuo de 0,02%.

O câmbio impulsionou o petróleo a fechar em alta em uma semana que termina com fortes ganhos para a commodity. O WTI com entrega para janeiro avançou 1,03% (US$ 0,73) hoje e 8,16% na semana, a US$ 71,67, enquanto o Brent para o mês seguinte subiu 0,98% nesta sessão (US$ 0,73) e 7,54% no acumulado semanal, a US$ 75,15. Além do suporte do câmbio, a perspectiva de que o conflito entre Rússia e Ucrânia possa reduzir a oferta de petróleo ao mercado também apoiou os preços do óleo, segundo notou a Oanda. (Matheus Andrade - [email protected])

Volta

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira (10) em alta firme e acima da linha de R$ 5,60, em meio à pressão de saída de recursos - que motivaram intervenção do Banco Central com leilão de venda à vista - e a ajustes de expectativas em torno da trajetória das políticas monetária aqui e lá fora, na esteira de divulgação do IPCA e do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos.

Por aqui, o IPCA trouxe uma surpresa positiva, ao marcar alta de 0,95% em novembro, abaixo das expectativas (1,10% pela mediana de Projeções Broadcast). O arrefecimento da inflação fez balançar as apostas de que o Banco Central mantenha o ritmo de aperto monetário, com nova alta da taxa Selic em 1,5 ponto porcentual em fevereiro, reforçadas após o comunicado duro do Comitê de Política Monetária nesta semana.

Nos Estados Unidos, o CPI de novembro subiu 0,8% em outubro, ligeiramente acima do esperado (0,7%). O núcleo do indicador, que expurga itens mais voláteis (como energia e alimentos), avançou 0,5%, conforme previsto. Embora em linha com as expectativas, o CPI apresenta o maior nível em 40 anos - o que alimenta as expectativas de que o Federal Reserve anuncie na semana que vem uma aceleração do ritmo de redução de estímulos (tapering) e acene com alta de juros já no primeiro semestre de 2022.

A possibilidade de enxugamento da liquidez e de juros maiores nos EUA provoca uma mudança de relação entre risco e retorno que é desfavorável a divisas emergentes. Nessa conjuntura, mesmo com as altas recentes da taxa Selic - e as que podem estar por vir -, o real perde um pouco do seu apelo.

"O mercado já se prepara para os comunicados dos bancos centrais dos países desenvolvidos na próxima semana. Não tenho dúvida de que sinalizarão um aperto monetário", afirma Ricardo Gomes da Silva, diretor da corretora Correparti, ressaltando que, além do Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra vão anunciar duas decisões de política monetária na próxima semana.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisa fortes - acabou exibindo leve queda, embora ainda acima dos 96,000 pontos. Em relação a moedas emergentes de exportadores de commodities, o comportamento foi misto.

Além da perspectiva de redução da liquidez global, pesa também contra a moeda brasileira neste fim de ano a pressão por remessas de divisas e resquício da demanda ligada ao overhedge dos bancos, apesar das atuações do Banco Central. Hoje, como programado, o BC vendeu US$ 750 milhões em contratos de swap cambial tradicional para rolagem dos vencimentos programados para fevereiro.

A surpresa veio com a realização, no fim da manhã, de um leilão de oferta de dólares à vista, que resultou em venda de US$ 687 milhões, com taxa de corte de R$ 5,880. A última vez que o BC havia vendido dólar spot havia sido em 19 de outubro.

Nas mesas de operação, comenta-se que houve demanda forte por players específicos e que o BC, seguindo sua cartilha, proveu liquidez para evitar a disfuncionalidade no mercado cambial. O fato é que a ação do BC ajudou a arrefecer a alta da moeda americana, que pouco antes havia corrido até a casa de R$ 5,63, ao registrar máxima a R$ 5,6355 (+1,11).

Ao longo da tarde, o dólar até chegou a furar novamente o piso de R$ 5,60, mas recuperou fôlego e no fim do dia era cotado a R$ 5,6140, em alta de 0,72%. Apesar de ter avançado ontem e hoje, a moeda encerra esta semana com desvalorização de 1,16%, atribuída em parte à diminuição do risco fiscal, após a aprovação parcial da PEC dos Precatórios. No acumulado do mês, o dólar também cede, mas em menor magnitude (0,38%).

"Houve um fluxo de saída forte no mercado local que acabou pesando na moeda em um dia de liquidez relativamente comprometida", afirma o líder de renda fixa e produtos de câmbio da Venice, André Rolha, ressaltando que a pressão de alta foi "relativamente controlada" pela intervenção do Banco Central com venda de dólares à vista. "O real teve a pior performance entre os emergentes em função não só do cenário externo, mas muito em razão de fluxo de saída. E sexta-feira é um dia típico de busca de proteção, com compra de mais dólares".

Em relatório divulgado hoje, o Bradesco vê o real pressionado ao longo do próximo ano, por conta das eleições presidenciais e do provável aperto monetário nos Estados Unidos. "A alta de juros do Fed deve manter a moeda pressionada, mesmo em um ambiente de maior diferencial de juros a favor do Brasil", afirma o Bradesco, que prevê dólar a R$ 5,70 no fim de 2022.

Na B3, às 18h09, o dólar futuro para janeiro era negociado a R$ 5,6310, em alta de 0,59%, com giro na casa de US$ 10,9 bilhões. (Antonio Perez - [email protected])

18:20

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.61400 0.7212 5.63550 5.56150

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5635.000 0.66095 5660.000 5584.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5651.775 26/11    

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